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O Comportamentalismo de Pavlov, Watson e Skinner

Criada por John B. Watson, a teoria comportamentalista estuda somente aquilo


que pode ser observado, tratando um de seus objetos de estudo (homem)
como uma "Caixa Preta", sobre cujo interior nada pode-se afirmar. Esta visão
possibilita o conhecimento dos fatores que levam o ser humano a agir de tal
maneira, ou seja, os conhecimentos dos fatores que levam ao seu
comportamento e ainda, possibilita modificar este comportamento a fim de que
sejam obtidos resultados previamente estabelecidos.
A principal ideia da teoria comportamentalista é o processo Estímulo-Resposta,
e através deste princípio, os pensadores desenvolveram suas teorias.
O primeiro a trabalhar esta teoria é Ivan P. Pavlov (1849-1936), que traçou as
bases desta. Seus estudos com cachorros possibilitaram suas descobertas no
âmbito da fisiologia e mais tarde, interpretadas no âmbito da psicologia. Neste
sentido, temos o Cão de Pavlov:

Para Pavlov, tudo que aprendemos é explicado através do modo em que os


estímulos (ambientais e internos) produzem as respostas.
Embasado na teoria de Pavlov, surge outro pensador, que oficialmente cria o
movimento Behaviorista: John B. Watson (1878-1958).
Watson entendia a psicologia como a ciência do comportamento e escreveu
teses para esta. Para ele, não existiam disposições ou temperamentos inatos
ou hereditários e sim, estímulos criados através do ambiente, pois as maiorias
das reações emocionais das pessoas eram aprendidas a partir da influência
deste. Acreditava ainda ser possível transformar o indivíduo, por meio da
educação ou reeducação, naquilo que desejamos.
Após Pavlov e Watson, outro pensador contribui para esta teoria: Burrhus F.
Skinner (1904-1990). Este deu continuidade as formulações de Pavlov a fim de
desenvolver mais a sua teoria. Skinner também acreditava que tudo poderia
ser controlado através do comportamentalismo. Ele idealiza então, o conceito
chamado de reforçamento. Este reforçamento poderia ser realizado a partir de
duas maneiras iniciais:
- O reforçamento positivo, que consiste na apresentação de um estímulo
agradável após a resposta que é a esperada ou;
- O reforçamento negativo, que consiste na apresentação de um
estímulo desagradável após a resposta que não é a esperada.
Entre as criações de Skinner podemos enfatizar a Caixa de Skinner
(experimento realizado com ratos a fim de que estes aprendessem o
comportamento e repetissem, sendo recompensados no final) e a Máquina de
Ensinar (experimento realizado com crianças para que estas pudessem
aprender em etapas, progredindo de acordo com o seu ritmo).

Esta teoria serviu de grande contribuição ao tecnicismo, ideologia educacional


que trata a escola como se fosse uma fábrica. O tecnicismo busca a eficiência
máxima, e a avaliação do conhecimento é equivalente ao controle de qualidade
das fábricas.
BEHAVIORISMO

•Behaviorismo - palavra de origem inglesa, que se refere ao estudo do


comportamento:"Behavior", em inglês. •Também pode ser designado de
comportamentalismo, ou Comportamentismo. •Surgiu nos Estados Unidos da
América, no início do século XX. •Considera-se o marco de sua origem a
publicação no periódico Psychological Record , em 1913, do artigo “Psychology
as the behaviorist views it” de John Broadus Watson (1878-1958). •Sua
proposta para a Psicologia: Tomar como seu objeto de estudo o
comportamento, ele próprio, e não como indicador de alguma outra coisa,
como indício da existência de alguma outra coisa que se expressa se pelo ou
através do comportamento.
- Principais colaboradores do Behaviorismo Pavlov, Watson e Skinner.
* TEORIA DE WATSON= Watson, em 1927, proclamou a sua famosa frase:
“dêem-me um bebê e eu farei dele o que quiser, um ladrão ou um juiz, um
pistoleiro ou um médico…” A essência desta frase é que nos primeiros anos
de vida de um indivíduo é que se lançam os alicerces moldando todos os
aspectos que irá tornar-se naquilo que será. Existindo um sentimento de que
após esse estádio será difícil, irrevogável ou impossível modificar os
comportamentos de um indivíduo que foi formado de outra forma. Esta teoria é
behaviorista onde os fatores contextuais, meio e a aprendizagem são os
elementos primordiais no desenvolvimento humano. Watson como behaviorista
acredita que a aprendizagem e o desenvolvimento humano deriva do resultado
do condicionalismo clássico e operante (respostas e estímulos) baseadas no
conceito do filósofo John Locker (1632-1704) “…tábula rasa”, onde a criança
nasce sem ideias sendo fatores contextuais, meio ambiente o responsável pela
inserção de todos os seus comportamentos, pensamentos e sentimentos. “…
Mas, uma vez estragado o caráter da criança através de tratamento
inadequado, o que se pode ter lugar em poucos dias, quem poderá dizer se
esse dano alguma vez será reparado? "(John B. Watson, 1878-1958)
* Behaviorismo Clássico, Watsoniano ou metodológico: •Tem como base a
Psicologia como um ramo puramente objetivo e experimental das ciências
naturais com finalidade de prever e controlar o comportamento de todo e
qualquer indivíduo. • A proposta de Watson era abandonar, ao menos
provisoriamente, o estudo dos processos mentais, como pensamento ou
sentimentos, mudando o foco da Psicologia para o comportamento observável.
Para Watson, a pesquisa dos processos mentais era pouco produtiva, de modo
que seria conveniente concentrar-se no que é observável, o comportamento. •
Comportamento seria qualquer mudança observada, em um organismo, que
fossem conseqüência de algum estímulo ambiental anterior. ** *
* As influências sofridas por Watson: •Seu desejo inicial de ser cientista na
área médica, explicando o tom fisiológico de seus escritos iniciais. •Além disso,
o próprio Watson admitiu que a Filosofia exerceu um peso maior em sua
formação básica do que a Psicologia. • Seu artigo Psychology as the
Behaviorist views it teve como inspiração a obra do fisiólogo russo Ivan
Petrovich Pavlov, grande estudioso da neurologia e psicofisiologia e o
primeiro a propor uma Psicologia cuja pesquisa baseasse no comportamento.
• O Behaviorismo Clássico partia do princípio de que o comportamento era
modelado pelo paradigma pavloviano de estímulo e resposta conhecido como
condicionamento clássico. • O condicionamento clássico (defendido pela
primeira vez por Ivan Pavlov) afirmava que a aprendizagem resulta de
associações entre estímulos e respostas. S  R  A S: Estímulos externos
(mundo social, físico, econômico e etc). R: Resposta do indivíduo
(comportamento). A: Conseqüências do comportamento.
* Conceitos desenvolvidos por Pavlov: • Estímulo: - Qualquer elemento do
meio que produz efeito sobre o organismo. Provoca uma reação, uma alteração
no comportamento. • Resposta: Qualquer atividade do organismo que se
segue ao estimulo. • Estímulo Neutro: Estimulo que, antes do
condicionamento, não produz a resposta. • Estímulo não condicionado ou
Incondicionado: Estímulo que desencadeia uma resposta não aprendida. •
Resposta Incondicionada: Resposta inata, não aprendida. • Estímulo
Condicionado: Estimulo neutro que, associado ao estímulo incondicionado,
passa a provocar uma resposta semelhante à desencadeada pelo estímulo
incondicionado. • Resposta Condicionada: Resposta que, depois do
condicionamento, se segue ao estímulo que antes era neutro.
* Pavlov e suas experiências de condicionamento com cães: Num estudo
sobre a ação de enzimas no estômago dos animais (que lhe dera um Prêmio
Nobel), interessou-se pela salivação que surgia nos cães sem a presença da
comida. Pavlov queria elucidar como os reflexos condicionados eram
adquiridos. Os cães salivam naturalmente por comida; assim, Pavlov chamou à
correlação entre o estímulo incondicionado (comida) e a resposta
incondicionado (salivação) de reflexo incondicionado. Por outro lado quando
um estimulo não provoca qualquer tipo de resposta, denomina-se de estimulo
neutro (som da campainha).A experiência de Pavlov consistiu em associar um
estimulo não condicionado (comida) com a apresentação de um estimulo
neutro (som de uma campainha).Após a repetição desta associação de
estímulos verificou que o cão aprendeu a salivar perante o estimulo que antes
não provocava qualquer resposta (neutro) mesmo na ausência do estimulo
incondicionado (comida).Assim este comportamento seria denominado de
resposta condicionada (aprendida).
• Para o Behaviorismo Clássico, um comportamento é sempre uma resposta a
um estímulo específico. Ocorre de se referirem ao Comportamentismo Clássico
como Psicologia S-R (sendo S-R a sigla de Stimulus-Response (estímulo-
resposta), em inglês). • Watson era um defensor da importância do meio na
construção e desenvolvimento do indivíduo. Ele acreditava que todo
comportamento era conseqüência da influência do meio, a ponto de afirmar
que, dado algumas crianças recém-nascidas arbitrárias e um ambiente
totalmente controlado, seria possível determinar qual a profissão e o caráter de
cada uma delas. Embora não tenha executado algum experimento do tipo, por
razões óbvias, Watson executou o clássico e controvertido experimento do
Pequeno Albert, demonstrando o condicionamento dos sentimentos humanos
através do condicionamento responsivo. • A negação dos instintos: Watson,
em seus trabalhos posteriores, negou definitivamente a existência de instintos
na determinação do comportamento. Também passou a negar a herança de
capacidades, tendências, temperamentos, caracteres mentais e outros
conceitos, considerados por ele como grosseiras superstições.
• Experimento do Pequeno Albert: Experimento conduzido por John B. Watson
e sua aluna de doutorado, Rosalie Rayner, em 1920, para demonstrar
funcionamento do condicionamento clássico em seres humanos. No
experimento de Watson, ele implanta uma fobia em um bebê, associando um
estímulo inicialmente neutro (animais peludos) a um estímulo aversivo (som
alto). A apresentação simultânea dos dois estímulos, por diversas vezes, fez
com que o bebê desenvolvesse o medo de animais peludos. • A questão da
hereditariedade: Watson não excluiu a importância relativa das estruturas
herdadas. Ele acreditava que as características físicas poderiam ser favoráveis
ou desfavoráveis para determinado tipo de comportamento, mas que, para que
este pudesse se efetivar, seria necessária uma certa dose de
condicionamentos.
* Exemplos de Condicionamento Clássico: Trem/Metrô: Antes de fechar as
portas há um sinal e/ou uma luz de alerta próxima a porta. Isso nos condiciona
a ou não sair ou não entrar quando o sinal está tocando ou a luz está acesa.
Filme na Rede Globo: Quando um filme vai ou volta dos comerciais, tem o
clássico “Plim Plim” da emissora. Isso nos condiciona a se por um acaso
estivermos em outro cômodo da casa, ao ouvir o “Plim Plim”,
Os Principais tipos de abordagem

1) Psicanálise
Começo pela psicanálise de Freud porque ela é considerada uma das 3 forças da
psicologia. Durante a faculdade, estudamos muito a obra freudiana e quem deseja se
aprofundar acaba fazendo uma pós-graduação ou um curso de formação (que dura cerca
de 5 anos).
Antes de desenvolver seu método próprio, Freud utilizava a hipnose. Ele observou que os
pacientes melhoravam depois de algumas sessões, mas era frequente o retorno dos
sintomas anteriores depois de um tempo. Deste modo, e por não gostar de hipnotizar, ele
abandonou a hipnose e passou a utilizar o método da associação livre.
Funciona assim: o paciente chega ao consultório do psicanalista e nas primeiras sessões
são realizadas sessões de avaliação, chamadas tecnicamente de entrevistas preliminares.
Depois dessa avaliação e se for indicado, o analista explica o método e o paciente deita-se
no divã.
O método consiste em falar tudo o que vier à mente, sem criticar o que vier, mesmo que
seja bobo, estranho ou sem sentido. O analista, por sua vez, vai ajudar o paciente nesse
processo, permitindo com que ele rompa as suas resistências e se abra. Também fará
interpretações e com as elaborações do paciente, o processo de análise propicia
autoconhecimento e transformação gradual dos sintomas.
Importante notar que é um método não diretivo. Ou seja, o analista não sugere que o
paciente faça isto ou aquilo ou diga isto ou aquilo. A análise acontece a partir das
associações do paciente e são analisados os sintomas (os sofrimentos) e sonhos, se estes
aparecerem.
Muitos pensam que o analista fica quieto a sessão inteira e só o paciente fala. Não é muito
por aí. Um bom analista vai interpretar em diversos momentos, embora possa ficar em
silêncio durante parte do processo. Quer dizer, um analista que fique a sessão inteira em
silêncio – e em todas as sessões – simplesmente não está fazendo o seu trabalho.
A duração de uma análise é extremamente variável e existe uma questão se há ou não o
fim da análise (para quem quiser saber mais, recomendo o texto Análise Terminável e
Interminável, de Freud). Mas digamos que uma análise para propiciar mudanças leve de 6
meses a 2 anos. Na medida em que é um processo igualmente de autoconhecimento,
muitos continuam a análise até depois de terem superado seus sintomas iniciais e alguns
ficam dez anos ou mais fazendo análise.
2) Psicologia Analítica de Jung (Análise
junguiana)
Jung foi um dos mais importantes psicólogos do século XX. Ajudou na consolidação da
psicanálise entre os anos de 1907 e 1912 e foi inclusive o primeiro Presidente da
Associação Psicanalítica Internacional. Entretanto, ele discordou de certos pressupostos
de Freud.
Na terapia junguiana, nota-se diferenças significativas com relação ao método de Freud.
Em primeiro lugar, o analista não fica de costas para o paciente (deitado no divã). Os dois
sentam-se frente à frente. Assim como na psicanálise, os sonhos podem vir a ser uma
importante fonte de informações sobre o paciente, porém, como a noção de inconsciente é
diferente nas duas linhas, vamos encontrar na Psicologia Analítica de Jung o conceito de
personificação do inconsciente.
Em outras palavras, quando sonhamos, sonhamos narrativas. Nestas narrativas
encontramos certos personagens que, de tempos em tempos, vão mudando.
Para entrar em “contato” com estes personagens Jung preferia utilizar o método da
imaginação ativa, ao invés de utilizar o método da associação livre. Na imaginação ativa, o
paciente aprende como deixar livre as suas fantasias e a se aproximar destes seus outros
lados internos.
Para ajudar na imaginação são utilizadas técnicas geralmente ligadas às artes. Por isso,
Jung é bastante estudado em cursos de arteterapia. Não raro são usadas pinturas,
esculturas, desenhos, técnicas de escrita, técnica da caixa de areia (Sandplay).

3) Behaviorismo – Comportamental
Quando mencionei a psicanálise, disse que ela é considerada uma das 3 forças da
psicologia. A segunda força é a comportamental, já que a Psicologia Analítica de Jung
pode ser classificada como uma teoria próxima da psicanálise, nas chamadas psicologias
psicodinâmicas (que defendem a existência do inconsciente).
É difícil dizer de um único behaviorismo, pois existem escolas que também divergem entre
si sobre determinados aspectos. Mas conseguimos entender a abordagem em geral se
percebemos que a sua visão é de que devemos entender e modificar o comportamento.
A psicologia comportamental começa com Watson e é expandida com os geniais estudos
de B. F. Skinner, que conseguiu comprovar empiricamente, em laboratório, diversas
relações funcionais entre estímulos antecedentes, comportamento e estímulos
consequentes.
Um comportamento não é apenas o que fazemos. Os pensamentos, as emoções e a fala
também são definidos como comportamentos. E o comportamento humano possui uma
estrutura que tem regras. Melhor dizendo, existem leis que nos permitem compreendê-lo e
alterá-lo.
Um organismo (um sujeito) se comporta de determinada forma com seus amigos e de
outra com sua família. Este é apenas um exemplo de como o comportamento se modifica
de acordo com o meio. (O meio também inclui o que pensamos, sentimos internamente, ou
seja, o que os outros não conseguem observar diretamente).
Assim, a terapia comportamental foca os seus esforços na modificação dos
comportamentos. É uma abordagem mais diretiva. O analista comportamental vai avaliar o
que o paciente precisa e vai ajudar com técnicas específicas para a transformação.
Técnicas estas que serão direcionadas para o problema particular do indivíduo.
Por exemplo, digamos que o paciente tenha medo de altura. O medo é uma resposta
condicionada do organismo. Isto significa que a altura elicia uma resposta que o paciente
não consegue alterar. Como não consegue alterar por si, ele procura fugir do medo, o que
não resolve nada, apenas mantém a resposta de medo com o comportamento de esquiva
(de fuga).
Neste caso, o analista pode utilizar uma técnica como a dessensibilização sistemática. A
grosso modo, seria como fazer aproximações sucessivas a fim de que o medo vá
diminuindo aos poucos com a exposição ao ambiente que gera o medo.
Este é apenas um exemplo. Para cada problema ou transtorno, o analista comportamental
possui técnicas específicas para ajudar o paciente. Não raro são passadas “tarefas de
casa” para serem feitas entre uma sessão e outra. Por isso falamos que é uma abordagem
mais diretiva. Não raro também acontece de o analista sair do seu consultório e ir junto
com o paciente para lhe ajudar em uma determinada atividade, como enfrentar o medo de
altura.

4) Humanismo
O principal expoente da terapia humanista é o psicólogo Carl Rogers. É difícil dizer em
poucas palavras como funciona a sua terapia centrada na pessoa. Mas penso que o seu
conceito de aceitação incondicional nos ajuda a entender os seus princípios e o modo
como ele conduzia a psicoterapia, individualmente ou em grupo.
Para Rogers, só podemos mudar quando nós aceitamos. Como ele dizia: “O paradoxo
curioso é que quando eu me aceito como eu sou, então eu mudo“.
O exemplo clássico para a aceitação ser fundamental para a mudança é o problema do
álcool e drogas. Enquanto uma pessoa usa uma determinada substância, ela geralmente
acredita que não é viciada e que tem um controle sobre o uso. Pode até brincar sobre o
seu abuso, porém não aceita de verdade que tem um problema. É só quando aceita que
tem um problema que ela consegue mudar.
Evidentemente, a terapia centrada na pessoa não está ligada apenas a este tipo de
mudança. A aceitação incondicional por parte do terapeuta vai propiciar ao paciente a
compreensão de si mesmo.
Também conseguimos compreender a utilidade e eficácia da terapia humanista quando
percebemos que a autocrítica é terrível para a saúde mental. A aceitação por parte do
terapeuta e até o carinho que ele demonstra por seu paciente (chamado preferencialmente
de cliente no humanismo) faz com que ele também passe a se auto aceitar como é. E a
aceitação gera mudança, e junto gera mais autoconfiança.
As sessões na terapia humanista não são estruturadas. O humanismo é classificado como
a terceira força na psicologia e procurou estudar menos as doenças mentais e mais os
estados ótimos do ser humano, como os estados de realização pessoal e espiritual.

5) Psicoterapia Corporal – Reich


Reich foi um importante psicanalista. Também discordou de Freud, assim como Jung e
Adler, por questões teóricas, políticas e práticas. Para ele, apenas sentar e falar sobre o
que se sente e sofre seria insuficiente para a melhora, já que o sofrimento psíquico se
reflete no corpo como um todo.
Com a sua interessantíssima teoria das couraças do caráter, ele procurou mostrar esta
relação entre tensão muscular e sofrimento psíquico, tratando os sintomas não só a partir
da expressão verbal, mas principalmente com a modificação do corpo, com posturas
corporais diferentes, mudança no equilíbrio e baricentro, respiração e relaxamento das
tensões destas couraças (olhos, boca, garganta, diafragma, genitais, ânus).
A psicoterapia de Reich é, portanto, mais física e corporal e menos verbal e mental. São
feitas avaliações individuais para se investigar o que é necessário mudar e técnicas
individuais são prescritas tendo em vista a avaliação prévia.

6) Terapia Cognitivo-Comportamental
Falamos acima sobre a terapia comportamental. A Terapia Cognitivo-Comportamental,
conhecida como TCC, é uma modificação que surgiu na comportamental a partir
especialmente dos trabalhos de Aaron Beck sobre a depressão.
Curiosamente, Beck começou pesquisando em laboratório se as hipóteses de Freud sobre
o luto e a melancolia (depressão) estavam corretas. E, aos poucos, foi entendendo que era
a cognição, ou seja, a forma de pensar e interpretar o mundo – peculiar em cada
transtorno mental – que fazia o paciente adoecer.
A grosso modo, seria como se cada paciente tivesse uma forma de ver o mundo. Quando
esta forma mudava para uma forma “depressiva” ou “ansiosa” ele passava a ter todos os
sintomas da depressão ou da ansiedade. Tudo o que o terapeuta, portanto, precisava
fazer era ajudar o paciente a voltar a ter uma visão de mundo, uma cognição, diferente e
mais adequada para enfrentar os estímulos externos.
A terapia cognitiva comportamental, semelhante à terapia comportamental, é diretiva.
Possui sessões estruturadas e geralmente o psicólogo vai informar a média de sessões
para o problema que está sendo tratado.

7) Transpessoal
Podemos situar a psicologia transpessoal como uma derivação das psicologias
humanistas e existenciais, ou seja, Rogers e Maslow, entre outros. Com os estudos dos
estados ótimos do ser humano, a psicologia transpessoal começou a notar que era
fundamental atentar para as concepções de personalidade e eu.
Em geral, pensamos que a nossa personalidade total é o que vemos, ouvimos, cheiramos,
tocamos, pensamos, sentimos, ou seja, tudo o que está relacionado com o eu, com o ego.
Para a psicologia transpessoal, entretanto, o eu é apenas uma parte da personalidade
total. E uma parte que pode causar problemas.
Vou tentar explicar. Nós temos uma consciência que se atenta para os estímulos internos
e externos. Quando vemos uma flor, nós vemos uma flor. Posso dizer: “estou consciente
de que existe uma flor na minha frente”. Mas quando eu tenho um pensamento, eu
confundo, e penso que eu sou o meu pensamento. Digo: “eu estou pensando nisso, e por
estar pensando nisso, sou assim, gosto disso, gosto daquilo”.
De forma que confundimos. Assim como a flor não é quem somos, o eu (o que se pensa
internamente) também não é a nossa essência ou a nossa personalidade integral. Tudo
isso pode parecer uma conversa filosófica maluca, porém, quando se trata do sofrimento é
muito importante.
Se alguém diz que eu sou burro, novamente, se eu confundo o pensamento com o eu,
posso ficar muito magoado. Agora, se eu entendo que o eu, o ego, é apenas uma parte de
mim e que a minha essência é maior do que o eu, do que o ego, eu posso ficar mais livre e
sofrer menos.
No fundo, é como se passássemos metade da vida ou mais tentando defender um ego,
que nem seria tão importante quando imaginamos, perto de quem somos de verdade. Esta
é a visão da psicologia transpessoal, a psicologia além da pessoa (do ego).
A terapia transpessoal será extremamente variada. De acordo com cada terapeuta terá um
certo tipo de prática.

8) Mindfulness Psychology
E por fim, não poderia deixar de mencionar a Mindfulness Psychology, a Psicologia da
Atenção Plena. Em 1979, Jon Kabat-Zinn publicou um livro que foi revolucionário na
psicologia e na medicina chamado Full Catastrophe Living.
Basicamente, o que Kabat Zinn fez foi pegar técnicas da meditação budista e utilizar em
pacientes internados em hospitais com dor crônica e doenças graves. Ele retirou toda a
conotação religiosa e pegou apenas as técnicas. Seria como utilizar a meditação como
uma ferramenta.
Na Mindfulness Psychology, então, são utilizadas várias técnicas meditativas: meditação
sentada (com foco na respiração), meditação andando, meditação de escaneamento
corporal, técnica da uva passa, entre outras.
O que ficou comprovado em centenas de pesquisas científicas publicadas em renomados
jornais acadêmicos é que as práticas, se forem realizadas constantemente, auxiliam na
redução do stress, da dor, da ansiedade e ajudam em casos de depressão e outros
transtornos – quando o paciente já está estabilizado.
Ou seja, as técnicas são úteis para melhorar concentração, atenção mas também podem
ser utilizadas concomitantemente com farmacologia ou outros tipos de psicoterapia.
As sessões podem ser individuais, mas geralmente são realizadas em grupos que se
encontram por períodos de 8 a 12 semanas.

Gestalt-Terapia
A Gestalt-Terapia é uma prática psicoterápica, que recebeu diversas
influências durante o seu processo de construção. Perls, considerado o pai da
Gestalt-Terapia, descontente com o método psicanalítico, começou a buscar
outras fontes, outras respostas para os conflitos humanos, dentre elas, o
Humanismo, Existencialismo, Fenomenologia, Psicologia da Gestalt, Teoria de
Campo, Teoria Organísmica, Filosofia Buberiana. Desse processo, deu-se em
1951, nos EUA, o lançamento do primeiro livro de Gestalt-Terapia: “Gestalt-
Terapia”, juntamente com Hefferline e Goodman. A partir daí, a Gestalt vem se
expandindo no mundo. No Brasil, chegou na década de 70, e hoje já podemos
encontrar diversos centros de formação de psicoterapeutas espalhados pelo
país e cada vez mais a bibliografia vem crescendo, tanto em traduções para o
português quanto autores brasileiros escrevendo sobre a Gestalt-Terapia. Com
isso, tentaremos, sinteticamente, colocar aqui o quê a Gestalt se propõe, qual
sua visão de homem assim como sua prática psicoterapêutica.

A Gestalt-Terapia apresenta-se como uma abordagem fenomenológico-


existencial, ou seja, uma psicoterapia vivencial que ressalta a consciência do
aqui-e-agora, através do foco de como o fenômeno nos é apresentado, muito
mais do que no por quê. Perls coloca que antes de procurarmos as coisas que
porventura estejam por detrás, melhor faremos se focalizarmos nossa atenção
no que está ali, dado, presente, visível. Além de quê, nisto que está aí, neste
óbvio, certamente também estão presentes elementos do que possa estar por
detrás. A Gestalt-Terapia é uma atitude de re-descobrir aquilo que está ali, sem
a priori, é uma atitude de lidar com o novo como novo, é uma atitude de nada
afirmar nem negar.

Para a Gestalt, o homem sempre está em processo de desenvolvimento, sendo


a noção de processo algo que está em permanente movimento, em constante
mudança. Trabalhamos para promover o processo de crescimento e
desenvolver o potencial humano, a tentativa é de ampliar este potencial,
através do processo de integração. Assim, integrando as partes conhecidas e
desconhecidas, partes que aceitamos e negamos em nós mesmos, vamos nos
tornando aquilo que realmente somos, e consequentemente, a vida flui de
forma mais saudável. “Nós fazemos isso apoiando os interesses, desejos, e
necessidades genuínas do indivíduo”. (Perls, 1977, p.19).

A Gestalt-Terapia é considerada uma terapia do contato, onde acreditamos que


a todo o momento estamos em contato com o meio, e por meio deste que o
funcionamento humano pode tornar-se saudável ou disfuncional. É através do
contato que nos damos conta de nosso processo, e que podemos ser criativos
na forma de ver o mundo e de fazer escolhas na vida.
Desta forma, no trabalho clínico, busca-se uma ampliação da consciência do
indivíduo sobre seu próprio funcionamento, ou seja, uma awareness sobre
como ele funciona, como se interrompe no seu processo de contato consigo e
com o mundo, quais as suas tentativas para alcançar seu próprio equilíbrio,
tomando suas próprias decisões e efetuando escolhas que atendam as suas
reais necessidades. Desta maneira, é importante que o indivíduo assuma suas
responsabilidades diante de suas escolhas, diante de sua vida. Conforme ele
vai se conscientizando de suas escolhas, de seu modo de viver, é possível,
então, realizar mudanças, pois acreditamos que através do contato, a mudança
simplesmente ocorre.

Enfim, a Gestalt-Terapia promove novas formas de olhar para a vida, onde


nada é definitivo, existem sempre possibilidades a serem exploradas, escolhas
novas a serem feitas. A aceitação genuína de nossa forma de funcionar, nos
permite enfrentar as situações com mais criatividade e mais leveza, com a
certeza de que sempre fazemos o melhor naquele momento.

“Gestalt-Terapia, embora formalmente apresentada como um tipo de psicoterapia, é


baseada em princípios que são considerados como uma forma saudável de vida. Em
outras palavras, é primeiro uma filosofia de vida, uma forma de ser, e com base nisto,
há maneiras de aplicar este conhecimento de forma que outras pessoas possam
beneficiar-se dele. Gestalt-Terapia é a organização prática da filosofia da Gestalt.
Felizmente o gestalt-terapeuta é antes identificado por quem ele é como pessoa, do
que pelo que é ou faz.” (Perls, op.cit, p. 14).
MATÉRIA: INTERVENÇÕES PSICOSSOCIAIS

O QUE SÃO TRATAMENTOS PSICOSSOCIAIS?

 Os tratamentos psicossociais são vários tipos de intervenções destinadas a


melhorar a qualidade de vida dos portadores e de seus familiares, através
de intervenções terapêuticas e de apoio que visam a recuperação do
relacionamento social.

As intervenções psicossociais devem oferecer informação, apoio e terapia


através de vários tipos de serviços e técnicas, tais como: psicoterapia
individual ou em grupo, terapia ocupacional, grupos de convivência, suporte
vocacional, programas de trabalho, moradia assistida e intervenções
familiares. Assim como a medicação, o tipo de tratamento psicossocial deve
ser indicado de acordo com as necessidades do indivíduo. Esta
necessidade depende da fase da doença, do paciente, de sua condição
familiar e de sua moradia.
Intervenção Psicossocial e algumas questões éticas e técnicas

Resumo

Dentro dos diversos contextos de intervenção psicossocial o texto em questão


se propõe a responder e corroborar com a apresentação de algumas técnicas
de intervenção dentro de uma comunidade sendo usado o termo grupos-alvo
pincelando como a ética está intrinca ao processo. O significado do termo
intervenção nos dias atuais é interferir, tomar parte em, sobrevir e somente
neste ponto entendemos que existe agregado um forte valor ético seja no
âmbito pessoal ou coletivo, onde não podemos ser intransigentes as ideologias
circundante correndo perigos de nos equivocarmos em nossas ciências. E pela
perda de significado de vida hoje em nossa sociedade vive-se uma perca de
valores éticos nos dois aspectos. E justamente a questão ética que aqui se
trata é a de que no momento em que se desenvolve um conhecimento nos
intervindo na realidade alheia somos responsáveis pelas vidas ali inseridas
desde o seu inicio até as futuras tendências que surgirão. O texto nos remete a
fazer uma profunda análise de valores pessoais e os paradigmas científicos
que embasam os critérios de escolhas do grupo-alvo ou a comunidade em
questão como já afirmado. Deste modo, através de reflexões aprofundadas a
respeito do significado e da conceituação do termo “bem estar psicossocial”
que é o objetivo de todas as ações interventivas. Não nos esquecendo que a
conscientização tem um papel fundamental pois através dela traremos novas
estratégias, atitudes e ações no grupo. Sendo assim, podemos responder que
a intervenção é um trabalho psicológico feito de modo paulatino com grupos
pequenos nos quais seus conflitos e contradições são trabalhados
concretamente por cada um em relação diretas face-a-face. Em vista disso
tudo, compreendemos que a intervenção psicossocial busca transformações
nas histórias ou na vida cotidiana do grupo alvo através da relação com o
facilitador-interventor. Por fim, o texto mostra alguns tipos de intervenção e
alguns passos segundo Sánches-Vidal sobre a intervenção, desde a fase de
análise até concretização da intervenção.

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