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Instituto Superior de ciências de Saúde

ISCISA

Licenciatura em Saúde Pública 2021

Extensão-Quelimane
Doenças Emergentes e Negligenciadas
Características das doenças emergentes e
negligenciadas

• São proxy de pobreza;


• Afetam populações com baixa visibilidade e pouco peso politico;
• não representam uma ameaça para os países de altos rendimentos
• não viajam de forma rápida (em contraponto com gripe, HIV/SIDA, malária,…);
• Causam estigma e discriminação, especialmente para o sexo feminino;
• Tem um impacto importante na morbilidade e mortalidade;
• São relativamente negligenciadas pela investigação;
• Podem ser prevenidas, controladas e possivelmente eliminadas
Working to overcome the global impact of negleted tropical diseases. First WHO report on negletcted tropical diseases. WHO, 2010
Doenças negligenciadas
• A “marca” “doenças negligenciadas” encerra a diversidade de 17 (19)
doenças em termos de distribuição, epidemiologia, transmissão,
envolvimento de vetores e estratégias de controlo.
Vírus Helmintas
• Dengue • Cisticercose /teníase
• Raiva • Dracunculose
Protozoários
• Doença de Chagas • Hidatidose
• Tripanossomose humana africana. Doença • Doenças transmitidas por
do sono trematodes de origem alimentar
• Leishmanioses • Filaríase linfática
Bacterias • Oncocercose (cegueira dos rios)
• Ulcera de Buruli • Schistosomíases
• Lepra (doença de Hansen) • Geohelmintíases
• Tracoma
• Framboesia (yaws)
Accelerating work to overcome the global impact of neglected tropical diseases a roadmap for implementation. WHO, 2012 e http://www.who.int/neglected_diseases/diseases/en/ (out 14)

Erradicação
• Redução permanente a zero da incidência de uma infeção como resultado
de esforços propositados, sem risco de reintrodução.
(situações em que se dá a extinção do agente patogénico ou fica confinado a laboratórios)
Erradicação - é um alcance global; a certificada total ausência de casos em humanos, ausência de
reservatórios na natureza, e contenção absoluta de qualquer fonte da doença.

Eliminação
• Interrupção da transmissão;
• Redução permanente a zero da incidência de uma infeção numa determinada
área geográfica, como resultado de esforços propositados; podem ser necessários
esforços contínuos para prevenir o re-estabelecimento da transmissão da infeção;
• Cessação da transmissão de um microrganismo em um país ou região. A eliminação é
específica de um local e exigiria intervenções contínuas para evitar o ressurgimento da
doença.

Controlo
• Redução da incidência, prevalência, intensidade, morbilidade ou mortalidade (ou
combinação destes) de uma doença, como resultado de esforços propositados
Doenças Negligenciadas
Cronologia
• 2003 e 2005 Reuniões em Berlim com parceiros de desenvolvimento: esforço de
• retirar o foco da doença para a comunidade e
• abordagem multidisciplinar “mudança de paradigma”;
• 2005 : Estabelecimento do “Department for control of negleted Tropical Diseases”
(WHO/NTD)
• 2007 Programa 2008-2015
Princípios para a ação:
• Direito á saúde;
• Intervenção através dos sistemas de saúde existentes;
• Resposta coordenada pelos sistemas de saúde;
• Integração e equidade;
• Intensificar o controlo das doenças ao mesmo tempo que se adaptam políticas para diminuição da pobreza

• 2010 Primeiro relatório do WHO/NTD


• 2013 Segundo relatório do WHO/NTD
• 2015 Terceiro relatório do WHO/NTD
Doenças
negligenciadas:
Intervenções chave
• Tratamento em massa (Preventive chemotherapy)
• Gestão de caso, Gestão da doença ( Innovative and intensified disease
management);
• Controle de vetores e gestão de pesticidas;
• Acesso a água de qualidade, saneamento básico e educação para a saúde;
• Serviços veterinários públicos e uso do conceito “one health”*;)
• Capacitação (formação; formação de gestores de programas; formação de
pessoal de saúde,...)

*“one health” é a convergência/colaboração dos domínios da medicina,


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veterinária e do ambiente
Sustaining the drive to overcome the global impact of neglected tropical diseases . Second WHO report on neglected diseases. WHO, 2013

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Tratamento em massa

• Distribuição generalizada de medicamentos seguros, em dose única, de


qualidade, isolados ou em combinação, em intervalos regulares para tratar
doenças selecionadas.

• Implica suporte das outras estratégias, por exemplo


• Informação e educação da comunidade alvo;
• Monitorização da cobertura da intervenção;
• Avaliação de resultados;
• Dar feedback à comunidade acerca dos resultados e progressos da intervenção;
• Criar e utilizar informação epidemiológica para gerir a intervenção (e coordena-la com
outras intervenções, aos níveis estratégicos e operacionais)
• Utilizar sistemas de farmacovigilância;

Sustaining the drive to overcome the global impact of neglected tropical diseases . Second WHO report on neglected diseases. WHO, 2013
Gestão de caso
• Esta abordagem é usada em doenças que são difíceis de diagnosticar e tratar.
• Ulcera de Buruli;
• Doença Chagas
• Tripamossomose Humana Africana;
• Leishmaniases
• Lepra
• Framboesia
• Precisam de uma abordagem individual;
• Objetivos:
• Diagnosticar precocemente;
• Prestar cuidados e curar ou reduzir morbilidade e infeção;
• Gerir as complicações;
• Adotar estratégias que se adaptem a diferentes níveis de prevalência da doença

Sustaining the drive to overcome the global impact of neglected tropical diseases . Second WHO report on neglected diseases. WHO, 2013
Controle de vetores e gestão de pesticidas
• O controlo de vetores das Doenças negligenciadas precisa de colaboração
inter e intra sectorial;
• A nível mundial existem parcerias entre
• Vector Ecology and Management Unit (WHO);
• Nações Unidas (Food and Agriculture Organization e United Nations Environment
Programme);
• Industria dos Pesticidas;
• Instituições de investigação;
• Programas nacionais

• Necessidade de novos pesticidas “amigos do ambiente”;


• Rotação de pesticidas
• para enfrentar a desafio das resistências
Controle de vetores e gestão de pesticidas:
Integrated Vector Management

• Abordagem que incorpora a aplicação de princípios ecológicos na


redução da capacidade vetorial;
• Oportunidade de integração de esforços de controlo das doenças;
• Promove articulação de combate à malária e estratégias de
tratamento em massa e controlo vetorial nas áreas endémicas
para
• Filaríase linfática
• Loíase
• Malária

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Controle de vetores e gestão de pesticidas:
Desafios

• Necessidade de capacitação ao nível da entomologia


médica, vigilância entomológica e investigação operacional;
• Necessidade de carreiras ao nível da saúde pública (vs os
entomologistas migrarem todos para carreiras académicas)

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Serviços veterinários públicos e uso do conceito
“one health”
• Aplicação dos conhecimentos das ciências veterinárias à interface
Homem-animais para proteger a saúde Humana;
• “One Health” “esforços colaborativos de múltiplas disciplinas para
obter saúde para humanos, animais e ambiente”;
• Especialmente importante para as seguintes doenças:
• Hidatidose;
• Fasciolíase e as outras doenças por trematodes de origem alimentar;
• Raiva transmitida por cães;
• Cisticercose (T solium);
• Tripanosomiase zoonotica (T. b. rhodesiense);
• Leishmaniose
Investing to overcome the
global impact of neglected
tropical diseases: third WHO
report on neglected diseases
2015. (Investindo para superar
o impacto global das doenças
tropicais negligenciadas:
terceiro relatório da OMS
sobre doenças negligenciadas
em 2015)

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