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Nome: Ulisses Colonheze.

Facilitador: Eduardo Chaves.


Curso: História da Igreja I.
Data: 19/06/2020.
A história nos relata que no início da igreja primitiva houveram conflitos,
foi uma igreja perseguida, mas onde tudo isso aconteceu? Onde tudo isso
iniciou e por que hora ela é tida como perseguida e ora ela e tida como
perseguidora?

Dentro do contexto social e político do início da era cristã, temos o


império romano com o pano de fundo para a história do início da igreja, o fator
político onde Roma atribui a universalização do ser humano, ou seja, toda a
humanidade perante o império era uma só, indo de encontro ao universalismo
do cristianismo, que reconhece não haver distinção entre as raças e que leva a
ideia de todo homem simples se torem um em Cristo. Sendo um segundo ponto
é denominado de “Pax Romana” a qual facilitou a locomoção de pessoas de
modo seguro e com isso proporcionou o intercâmbio entre nações levando
assim a facilidade para a disseminação do cristianismo. Um terceiro ponto é a
influência grega sobre os povos da costa do mar Mediterrâneo, que pela
influência intelectual e filosófica, a qual facilitava a abertura ao diálogo, e
também pela língua comum que se falava entre estes povos, um quarto fator
está relacionado ao povo judeu, pela sua fé e o conhecimento pelo ensino,
utilizando-se dos escritos do antigo testamento, em um único Deus e pela
questão da ideia de um salvador, que em meio aos povos romanos e gregos,
havia um forte desespero e desilusão tudo isso veio de encontro a estas
necessidades.

Com a revolta judaica contra o império Romano, que culminou no ano 70


d.C com a tomada de Jerusalém, com queda do templo e com a diáspora ou
dispersão das israelenses por várias partes do mundo incluindo os judeu-
cristãos.

Logo no período apostólico (28 a 100 d.C.) inicia-se as perseguições


violentas por parte dos judeus que culmina na dispersão da comunidade de
Jerusalém vistas para toda a Palestina. Logo surgem alguns impasses nas
comunidades dispersas e igreja primitiva, tem-se o primeiro concílio
denominado de Jerusalém que logo após ocorre a expansão missionária, neste

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primeiro período a igreja sofre perseguições e isto lhe fortalece a compreensão
do Evangelho que Jesus deixou para ser pregado.

Um segundo período entre o ano 101 a 481 d.C. Este período foi
marcado por momentos que ora houve forte perseguição por parte do império e
por parte dos próprios judeus, onde o exclusivismo cristão como religião
conhecedora da verdade é concorrente a ideia do judaísmo que se intitulava o
único povo escolhido por Deus e também esse exclusivismo levou a
intolerância a outras religiões, com autoridades locais e por fim com o império
que teve nos anos de 303 a 305 a grande perseguição sob o reinado de
Diocleciano. E também neste período houve as “perseguições internas” por
motivos de discussões doutrinarias. Período que surgem os grandes
pensadores da igreja primitiva como Jeronimo, Agostinho.

Com a reunificação do império Romano sob o governo de Constantino


em 314, e frente ao poder paralelo que a igreja desenvolveu, no ano de 313 ele
emite o “Edito de Milão” que torna licita o cristianismo com religião, em seguida
o próprio imperador conclama o Concílio de Nicéia em 325 cristã que leva o
convite a todos os bispos da época a buscar ajustes as divergências
doutrinarias, as formas de culto, batismo, a questão de ser Jesus “Deus ou
homem” entre outras questões. O próprio império arca com os custos do
concílio ecumênico de Nicéia e o imperador é quem dirige este concilio. Do
trabalho deste concilio surge o credo Nicênico, a doutrina ortodoxia o cânon do
novo testamento. As divergências internas oposicionistas ou divergentes a
doutrina ortodoxia levam a criação do termo “heresia” que é a oposição ao
termo ortodoxo (correta visão) e os bispos que divergiam da visão ortodoxa
eram excomungados e declarado hereges sendo até expulsos do império. Com
a morte de Constantino seus sucessores tentaram trazer o cristianismo, como
religião ilícita, porém com Teodósio e o edito de Tessalônica em 380 d.C. o
cristianismo passa a ser a religião oficial do império. Novos conclaves são
realizados e entra a disputa pelo poder entre o bispo de Constantinopla e o de
Roma de quem seria a primazia.

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Com a decadência política do império romano que levou a nova
separação entre império do ocidente e do oriente, em 476 d.C. os povos
germanos tomam o trono de Romulo Augustos e assim a igreja agora tem um
novo desafio que é o de expandir a sua área de atuação não só no campo
teológicos, mas na cultura, na área jurídica.

Na leitura atual da igreja vemos que muitas coisas que foram


construídas durante o período de perseguição e o período de estabilidade em
que passou a igreja entre os séculos I a VI da era cristã e que ainda trazem
para os dias de hoje algumas divergências. Se olharmos para o momento
político que o Brasil passa, onde a mais alta autoridade do poder do país se diz
representante dos cristãos e que vem com propostas de moralização da
política, dos direitos dos cidadãos de bem, da valorização da família, o que
leva, de certa forma, a polarização de lideranças ou dos próprios cidadãos
comuns, pode se dizer que a isso leva a pensar na ideia comparativa entre a
ortodoxia e a heresia, e ou parafraseando o apóstolo Paulo “dos que inclinados
para a carne e dos que são inclinados para o espirito”, os do bem ou os do
mau.

Hoje a velocidade de informação que os meios de comunicação e mídias


nos dão, associado a liberdade de expressão, seja ela religiosa, politica, a
busca por igualdade seja de gênero, credo, cor, posição social tem lavado o
país a um tempo de intrigas. Vejo que essas divergências deveriam ser um
aprendizado e que a opinião alheia não deveria ser pontos de discórdia, mas
sim de discussão de ideias e de pensamentos que pudessem contribuir para
uma vida melhor, mas infelizmente não estamos tirando proveito daquilo que
vimos no começo do cristianismo com relação a contribuição grega para o
desenvolvimento do cristianismo onde os gregos tinha está abertura para ouvir
o ponto de vista do outro.

Um outro fator que se assemelha ao período pós apostólico onde o


poder entre os bispos passou a ser disputado, e é assim também hoje o jogo
do poder político ente a esquerda e a direita e vice-versa. Embora os concilios,
como encontro político na esfera religiosa, tenham acontecido para resolver
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algumas ideias divergentes, hoje vemos um país onde há os que são contra o
governo e os que são a favor, sem pensar numa agenda comum, num plano
comum para se discutir o bem da nação.

Que este país possa ainda melhorar no que tange o respeito a vida, o
respeito a crença religiosa, o respeito a divergências de opiniões e religiosas,
mas que tenha em Deus Pai, Filho e Espirito Santo o Deus trino, Criador,
Redentor e Consolador com o verdadeiro Deus dessa nação brasileira.

  

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