2. Das espécies São espécies de contratos administrativos: • De obra pública: ajuste contratual que tem por objeto uma construção,
reforma ou uma ampliação de um imóvel destinado ao público ou ao serviço
público. Essa modalidade admite duas espécies de regimes de execução, a empreitada e a tarefa. • De serviço: ajuste que tem por objeto uma atividade prestada à
Administração, para atendimento de suas necessidades ou de seus
administrados. Existem os serviços comuns, os trabalhos artísticos e os técnico-profissionais (incluem-se nessa categoria, os contratos de manutenção, transporte, comunicação, entre outros). • De fornecimento: ajuste pelo qual a Administração adquire bens e coisas
móveis necessários à manutenção de seus serviços e realização de obras.
• De concessão: ajustes onde a Administração (a União, o Estado, o Distrito
Federal ou o Município) concede a terceiros a realização de determinadas
atividades. Esta espécie divide-se em três modalidades: concessão de serviço público, concessão de obra pública, e concessão de uso de bem público, para que o explore por sua conta e risco, pelo prazo e nas condições regulamentares e contratuais (São exemplos de serviços públicos passíveis de concessão, os serviços de telecomunicações, saneamento, energia elétrica, entre outros). • De gerenciamento: que consiste na espécie em que o contratante comete
ao gerenciador a condução de um empreendimento, reservando para si a
competência decisória final e responsabilizando-se pelos encargos financeiros. É celebrado pelo Poder Público com órgãos e entidades da Administração direta, indireta e entidades privadas qualificadas como organizações sociais, para lhes ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira ou para lhes prestar variados auxílios e lhes fixar metas de desempenho na consecução de seus objetivos. O contrato de gestão designa algumas espécies de acordos celebrados entre a Administração direta e entidades da administração indireta, assim também com entidades privadas que atuam de forma paralela com o Estado, e com dirigentes de órgãos da própria administração direta. • De permissão: conceitualmente definido pela Lei Federal n. 8.987/95,
destaca-se pelos atributos da unilateralidade, discricionariedade e
precariedade. Destaca-se, por oportuno, a previsão do art. 2 o, inciso
IV (“permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco”). • De convênios e consórcio público: os convênios administrativos são pactos
celebrados por entidades públicas de diversas esferas do Poder Público,
podendo haver a participação de entes privados, para o alcance dos objetivos comuns. De acordo com a doutrina de Hely Lopes Meirelles: Convênio é acordo, mas não é contrato. No contrato as partes tem interesses diversos e opostos; no convenio os partícipes tem interesses comuns e coincidentes. (...) Por essa razão, no convênio a posição jurídica dos signatários é uma só, idêntica para todos, podendo haver apenas diversificação na cooperação de cada um, segundo suas possibilidades, para a consecução do objetivo comum, desejado por todos.
Insta salientar que a Lei nº 8.666/93 – (Lei das Licitações), estabelece
em seu artigo 116, que se aplicam, no couber, as suas regras para a celebração de convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração Pública. Por sua vez, os consórcios, nos dizeres deste mesmo doutrinador, “são acordos firmados entre entidades estatais, autárquicas, fundacionais ou paraestatais, sempre da mesma espécie, para a realização de objetivos de interesse comum dos partícipes”. Esta é a única diferença entre as duas modalidades, enquanto convênio pode ser ajustado por entidades diferentes, consórcio será sempre por diferentes entes, aplicando a esta modalidade as mesmas regras aplicáveis aos convênios.