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DADOS
ROTEIRO DE ESTUDOS
Autoria: Ranieri Alves dos Santos | Revisão técnica: Amanda de Britto Murtinho
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Introdução
A visualização de dados é um conjunto de técnicas, métodos e ferramentas que organizam graficamente valores
numéricos utilizando elementos visuais para facilitar a compreensão. A partir das visualizações de dados é
possível identificar graficamente padrões, desvios, dissonâncias, erros e problemas em séries numéricas. É muito
mais simples mensurar distâncias, formas, cores e intensidades visuais do que valores numéricos com números,
vírgulas e sinais matemáticos.
Nós somos visuais, não é mesmo? É muito mais simples compreender conceitos por meio de ilustrações,
dependendo do contexto. E com números é justamente isso que ocorre, em grandes conjuntos numéricos, fica
complexa a tarefa de identificar padrões e tomar decisões. Por isso a necessidade de se desenvolver estratégias
visuais para a organizar graficamente valores numéricos, por meio da visualização de dados.
Quem é o responsável por criar visualizações de dados? A resposta correta não é o “cientista de dados”, ou o
“analista de dados”. Na prática, em todos os momentos de uma análise baseada em números, qualquer indivíduo
pode se valer das técnicas de visualização de dados para compreender melhor o universo numérico que deseja
explorar.
Você terá a oportunidade de conhecer e/ou se aprofundar nos assuntos a seguir:
• Formas de visualização de dados.
• Ferramentas para visualização de dados.
• Análise visual de dados.
• Data storytelling.
• Ferramentas para data storytelling.
a forma com que o usuário se apropria da informação em questão por meio de representações gráficas.
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a forma com que o usuário se apropria da informação em questão por meio de representações gráficas.
Conforme o pesquisador Cezar Taurion conclui, da mesma forma que o surgimento das técnicas de visualização
de dados é acelerado pela necessidade de análise de grandes volumes de dados, as novas técnicas também
motivam mais os analistas a desenvolverem novas pesquisas e análises se utilizando destes novos métodos, em
um “círculo virtuoso”.
Há diversas formas para facilitar a visualização de dados, sejam estes dados da natureza que for. Uma “tag
cloud” por exemplo, é uma forma de visualização de dados. A partir desta visualização, de forma rápida e simples
é possível identificar do que se trata este texto, pois a técnica de visualização em “nuvens de tags” consiste em
aninhar as palavras do texto aumentando o tamanho da fonte das palavras com maior incidência.
A primeira forma visual de representação de conjuntos numéricos visando a visualização de dados, e uma das
mais comuns, é o uso da distinção de valores por comprimento. Conheça as principais formas a seguir:
Há também a forma de intensidade. Nesta forma de representação de dados a diferenciação entre os valores é
baseada na intensidade das cores utilizadas. Sendo assim, quando mais forte a tonalidade da cor, maior a
incidência de valores, maior a grandeza representada, quando mais fraca a tonalidade, menor o valor. A figura 2
apresenta a visualização a partir da intensidade medindo os países que mais importaram em 2017. Quanto mais
forte a cor, quanto mais próximo da cor “bordô”, maior a quantidade de produtos importados em dólar, quanto
mais fraca a cor, quanto mais próxima da “rosa claro”, menor o valor importado por aquele país.
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Figura 1 - Número de bilionários por país (2018)
Fonte: Disponível em: https://howmuch.net/articles/world-map-of-billionaires-2018 Acesso em: 28 ago. 2019
Existem diversas formas visuais para a representação gráfica de objetos baseados em séries numéricas. Para
conhecer mais exemplos bem-sucedidos do uso do Big Data, leia o capítulo 4 do livro Big Data do pesquisador
Cezar Taurion, disponível na sua biblioteca virtual.
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VOCÊ QUER LER?
Clique aqui e conheça as outras formas de representação visual de dados e navegue entre
exemplos criativos de formas gráficas de exposição de valores. Embora esteja na Língua
Inglesa, atente-se à grande coleção de representações visuais de dados a partir de estatísticas
de mercado, economia, negócios e finanças mundiais.
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Figura 2 - Exemplo de word cloud
Fonte: Disponível em: https://www.feedbackferret.com/news/word-clouds/. Acesso em: 18 set. 2019
Outra ferramenta online poderosa para visualizações de dados é o Google Data Studio (http://datastudio.
google.com), a ferramenta do Google para a composição de relatórios interativos e elementos gráficos baseados
em bases de dados. Com a ferramenta é possível conectar bases de dados de diferentes formatos ou copiar dados
para a ferramenta e com base neles criar gráficos e visualizações.
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Figura 3 - Exemplo de relatório gerado no Google Data Studio
Fonte: Disponível em: https://blog.enplug.com/google-data-studio-dashboards-with-enplugs-webpage-app
Acesso em: 18 set. 2019
Para o desenvolvimento de mapas de calor, que são visualizações de dados espaciais baseados na forma de
intensidade simulando o conceito de calor, existe a ferramenta MyHeatMap (http://myheatmap.com). No
MyHeatMap (meu mapa de calor), é possível enviar coleções de dados geográficos para que estes sejam
dispostos no mapa tendo a sua intensidade definida pelas cores de calor. Quanto mais quente (cores quentes,
próximas do vermelho) maior a incidência de valores altos da variável em questão naquele local, quanto mais
frio (cores frias, próximas do azul), menor o volume daqueles valores. Para criar visualizações geográficas de
forma mais simples ainda, existe o Color Brewer (http://colorbrewer2.org), ferramenta online de visualização
de dados geográficos baseada em cores.
Há ainda a ferramenta Raw Graphs (https://rawgraphs.io), uma ferramenta de simples uso, ideal para
iniciantes, onde de forma intuitiva o analista pode copiar as coleções de dados e a partir delas escolher quais as
visualizações mais interessantes para o caso, utilizando os diversos modelos de formas de visualização
disponíveis na ferramenta.
Em um contexto mais abrangente, existem também as ferramentas Datawrapper (https://www.datawrapper.de
) e Palladio (http://hdlab.stanford.edu/palladio), que são plataformas completas de design de visualizações
de dados, permitindo vários formatos de dados de entrada e possuindo diversas formas de visualização para
dispor graficamente estes dados em visualizações.
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VOCÊ SABIA?
Clique aqui e tenha acesso ao artigo “22 ferramentas de visualização de dados gratuitas e de
código aberto para crescer seus negócios”. Apesar do artigo ser em inglês, todo o
entendimento é simples, pois trata-se de uma lista detalhada de ferramentas.
Data storytelling
Mesmo com o auxílio gráfico, a análise e a tomada de decisão podem ser extremamente complexas sem a devida
contextualização. Por isso é importante aliar a visualização de dados ao storytelling, para assim desenvolver
estratégias narrativas para contar de uma forma fantástica uma história envolvendo os dados.
Desta forma, por meio do data storytelling, é possível contextualizar o ouvinte ou leitor acerca do tema,
utilizando as visualizações gráficas e uma narrativa envolvente, para tornar a análise mais simples e coerente. O
data storytelling colabora para uma melhor compreensão dos problemas envolvidos nos dados estudados,
auxilia como complemento às apresentações das análises de dados e chama a atenção do público alvo para
possíveis problemas e causas envolvidas na análise dos dados em questão.
O data storytelling se baseia no conceito de “storytelling”, que é a arte de contar histórias de uma forma
fantástica. A literatura e o cinema utilizam este conceito para chamar a atenção do público e mantê-lo até o final,
criando uma narrativa envolvente e apoteótica. O data storytelling, é então, uma junção das áreas de análise de
dados, storytelling e visualização de dados, que visa criar narrativas e gráficos criativo para ensinar da
melhor forma o público sobre determinados dados.
O cinema e a literatura costumam apresentar narrativas de storytelling baseando-se na “jornada do herói”, que é
uma narrativa padrão acerca de mitos, aventuras e jornadas utilizada na maioria das obras destes gêneros. Ao
construir uma narrativa de data storytelling, é importante ter em mente que a jornada do herói é uma das
ferramentas mais importantes para construir histórias empolgantes e que envolvem o leitor com o tema. A
jornada do herói consiste em uma sequência de passos trilhados pelo herói desde o início da sua jornada para
alcançar o seu objetivo, até o seu regresso.
Esta sequência de passos da jornada do herói é dividida nas 12 etapas a seguir, sendo que para exemplos de
storytelling, a última etapa agrupa 3 passos em um só:
• Mundo comum: ambientação do personagem dentro do enredo da obra, visando que o público se
identifique com o personagem principal, o herói da jornada.
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• Chamado: etapa da anunciação da aventura, onde o problema é levantado, a necessidade é exposta e o
quanto será necessário um herói.
• Recusa: o herói fica relutante em aceitar a chamada, se sente incapaz ou apático com a situação,
recusando o chamado.
• Mentoria: o herói encontra um mentor, uma ajuda, um apoio. Algo ou alguém que o encoraja a aceitar o
chamado e iniciar sua jornada.
• Primeiro portal: o herói sai do “mundo comum” e ingressa na sua jornada, iniciando a aventura.
• Provação: neste momento o herói enfrenta seu primeiro obstáculo, encontra seus primeiros aliados e
seus primeiros inimigos.
• Aproximação: com base nos ensinamentos da mentoria, o herói vence este primeiro estágio da
provação e inicia uma etapa empolgante e de vitórias.
• Provação traumática: aqui o herói encontra seu maior desafio, a pior batalha e o momento de maior
medo. É o ápice da jornada e o momento crucial.
• Recompensa: o herói ganha a batalha, sobrevive e mais do que isso, ganha uma recompensa, aprende
uma lição, ganha um novo conhecimento, um tesouro, ou uma fórmula mágica.
• Retorno; Ressureição; Regresso com a fórmula mágica: o herói retorna ao mundo comum, vitorioso,
mais experiente, sábio e com a sua recompensa para compartilhar.
Os elementos animados para contar histórias funcionam muito bem. Nada melhor do que objetos em movimento
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Os elementos animados para contar histórias funcionam muito bem. Nada melhor do que objetos em movimento
para chamar a atenção e auxiliar na sua história e existem ferramentas online para isso também, que não
necessitam que o usuário domine a prática de softwares de edição de vídeo. Com o Moovly (https://www.
moovly.com), por exemplo, é possível utilizar uma completa biblioteca de personagens e objetos para criar a sua
história animada, em formato de vídeo.
Para conhecer outras ferramentas e abordagens utilizadas para desenvolver estratégias de data storytelling,
acesse o artigo “As 30 melhores e mais recentes ferramentas de Data Storytelling” de Victor Herndandez. O
artigo está em Língua Inglesa, como a maioria dos materiais sobre o tema, mas não há dificuldade na leitura visto
que trata-se de uma lista de ferramentas com os respectivos links.
Conclusão
Sempre que vamos explicar algo a alguém, procuramos, quando necessário expor muitos detalhes, representar
de alguma forma visual. Notou que é comum buscarmos um papel e caneta, escrever no quadro, desenhar ou
fazer setas?
Esta é a nossa necessidade gráfica, pois somos extremamente visuais. Por mais hábeis que alguns sejam com
números, a sumarização de conceitos de forma gráfica torna muito mais simples a compreensão.
Agora, você já notou que o mesmo ocorre quando vamos explicar algo baseando-se em números? Nós não
apenas mostramos um número para justificar algo, seja um investimento por exemplo. A nossa natureza já nos
faz expor aquele número buscando persuadir o ouvinte, expor argumentos e fatos que avalizem aquele número e
que deem a noção de que ele faz sentido... E isto é puro storytelling!
Bibliografia
HERNANDEZ, V. 30 of the Latest and Greatest Data Storytelling Tools. Disponível em: https://medium.com
/@ToTheVictor/nicar30tools-da83db0f3dc6 Acessado em 23 de maço de 2019.
HOPPE, G. 22 Free and Open Source Data Visualization Tools to Grow Your Business. Disponível em:
https://blog.capterra.com/free-and-open-source-data-visualization-tools/ Acessado em 23 de março de 2019.
KOHLHAMMER, J. et al. Solving Problems with Visual Analytics. Disponível em:https://publik.tuwien.ac.at
/files/PubDat_203978.pdf Acessado em 13 de março de 2019.
VASCONCELLOS, P. O que é Data Storytelling? Disponível em: https://paulovasconcellos.com.br/o-que-%C3%
A9-data-storytelling-ac5a924dcdaf Acessado em 21 de março de 2019.
TAURION, Cezar. Big Data. Rio de Janeiro: Brasport, 2013.
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