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SOMBRA NO DESERTO

“Ó Deus, tu és o meu Deus; procuro estar na tua presença. Todo o meu ser
deseja estar contigo; eu tenho sede de ti como uma terra cansada, seca e sem
água.” Salmo 63: 1

Quando o rei Davi compôs este salmo, ele estava passando pelo deserto de Judá.
Quando ele fala em terra seca e terra cansada,não se trata apenas de uma figura
de linguagem. Ele estava atravessando de fato uma terra seca e cansada. E ele
próprio estava se sentindo seco e cansado.

Os desertos fazem parte da nossa vida. Não há quem consiga conduzir sua vida
inteira apenas por paisagens verdejantes e por águas tranqüilas de descanso. Às
vezes, temos que atravessar desertos, períodos difíceis, dias sem prazer. Todo
mundo passa por isso.

Quando qualquer ser humano atravessa os desertos da vida, ele precisa encontrar
um refúgio. Nesta busca, muitos acabam sendo seduzidos por miragens. Há
aqueles que tentam se refugiar na miragem de diferentes compulsões como
álcool, drogas, jogo, sexo, compras, comida, trabalho. Há aqueles que tentam se
refugiar na miragem do misticismo, do ocultismo, das filosofias mil.
Quando Davi estava atravessando o seu deserto, ele se refugiou num amigo. Esse
amigo Davi conhecia muito bem. Era um amigo que estava sempre ao seu lado,
também nos tempos bons das paisagens verdejantes e das águas tranqüilas. Davi
não se refugiou numa miragem. Ele se refugiou no seu Criador.

Davi sentiu na pele, sentiu no coração a dor da sequidão do deserto. Mas ele
sabia que não estava sozinho. Que alívio ele sentia, quando podia gritar lá no
deserto e saber que alguém muito especial estava ouvindo o seu grito: “Ó Deus,
tu és o meu Deus, ...”

Debaixo daquele sol escaldante, Davi encontrava uma sombra verdadeira.


Debaixo dessa sombra, ele conseguia até cantar de alegria. Era a sombra da
presença do seu Criador. “Eu canto de alegria debaixo da sombra das tuas asas,
porque Tu és a minha ajuda.” (Salmo 63: 7)

Miragem não pode ajudar ninguém; ela apenas seduz, engana. Quando nos
damos conta de que era apenas uma miragem, a frustração é muito dolorida.

Mesmo para quem está refugiado na presença de Deus, o deserto continua sendo
uma terra seca e cansada. A sede bate igual. Mas em Deus, recebemos forças,
ânimo, ajuda para continuar atravessando o deserto, com a firme esperança de
que “as tuas bênçãos são como alimentos gostosos; elas me satisfazem, e por
isso canto alegremente canções de louvor a Ti.” (Salmo 63: 5)

A certeza de que a mão direita de Deus segura a nossa mão enquanto tivermos
que atravessar o deserto, essa certeza nos dá coragem, nos dá força, nos dá
esperanças para continuarmos a travessia. Deus nos ajudará a alcançar
novamente as fontes da água da vida.

Luís Carlos Kuchenbecker

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