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UNIVERSIDADE FEDERARAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
Disciplina: DQU 0070 Química Geral Experimental
Crédito: 02 / Carga Horaria: 30h
Docente: Prof. Dr. Gerardo Magela Vieira Júnior

Medidas de Massa, Volume e Densidade


Exatidão e Precisão

1 Introdução

Todas as generalizações e leis científicas são baseadas na regularidade derivada de


observações experimentais. Portanto é necessário para qualquer cientista levar em considerações as
limitações e confiabilidade dos dados a partir dos quais são tiradas conclusões. Um erro de medida
ocorre quando há uma diferença entre o valor real e o valor experimental. Vários fatores introduzem
erro sistemático ou determinado (erros no sistema que podem ser detectados e eliminados), por
exemplo: equipamentos não calibrados, reagentes impuros e erros no equipamento. A medida também
é afetada por erros indeterminados ou aleatórios (erros que estão além do controle do operador) no
qual incluem o efeito de fatores como: pequenas variações de temperatura durante um experimento,
absorção de água por uma substância durante a pesagem, diferenças em julgamento sobre a mudança
de cor do indicador ou perda de pequenas quantidades de material ao transferir ou filtrar ou em outras
manipulações. Erros aleatórios podem afetar uma medida em direção positiva ou negativa, assim um
resultado poderá ser ligeiramente maior ou menor do que o valor real e para minimizá-lo é necessário
efetuar as determinações em duplicata, triplicata, etc.

Figura 1. Representação do conceito de precisão e exatidão de medidas.

A precisão de uma medida se refere à concordância entre diferentes determinações de uma


mesma medida (Figura 1). Você pode encontrar que um mesmo objeto tenha 1,0 m, 1,2 m ou 0,9 m
para cada uma das operações de medida que realizar. Como erros aleatórios não podem ser
completamente eliminados, a perfeita precisão ou reprodutibilidade nunca é esperada. A exatidão é
uma concordância entre o valor medido e o real que pode ser calculado conhecendo o valor real
(dificilmente conhecido). O melhor a fazer é projetar instrumentos de medida e realizar medidas de
forma a tornar o desvio tão pequeno quanto ao instrumento utilizado que pode não estar calibrado
corretamente. A precisão depende mais do operador e a exatidão depende tanto do operador quanto
do instrumento da medida.
A realização de uma medição exata de líquidos empregando vidrarias graduadas como, por
exemplo: proveta, pipeta e bureta, requer uma visualização correta do menisco, isto é, da curva
formada na superfície do líquido, acima (menisco côncavo – Figura 2A) ou abaixo (menisco convexo
– Figura 2B) da marcação horizontal da vidraria a depender do tipo de líquido que está sendo medido.
A Figura 3 ilustra a forma correta da leitura de volume baseada no menisco.
Figura 2. Formas do menisco: (A) menisco Figura 3. Forma correta de realizar a leitura de
côncavo e (b) menisco convexo. volume: linha da visão no nível do menisco.

2 OBJETIVOS

Entender o conceito de precisão e exatidão de um instrumento, ou de uma medida. Aprender o


conceito de incerteza estatística e incerteza sistemática (ou erros). Expressar uma medida com o seu
respectivo erro, e ou expressar o melhor valor de uma medida com seu respectivo erro. Utilizar
corretamente um instrumento preciso e exato quando necessário, ou não.

PARTE EXPERIMENTAL

3 Materiais e vidrarias

̶ Proveta de 10, 50 mL e 100 mL


̶ Béquer de 20 mL
̶ Balão volumétrico de 10 mL
̶ Pipeta de 10 mL
̶ Bureta de 50 mL
̶ Erlenmeyer de 25 mL
̶ Termômetro

4 Procedimento Experimental
4.1 Medidas de volume

1. Meça 5 mL de água utilizando três vidrarias diferentes que estão em sua bancada. Justifique a
escolha da vidraria. Repita todo o procedimento, utilizando 30 mL de água. Para efeito de
comparação o aluno poderá utilizar a massa desses volumes. Discuta as diferenças de volume
observadas.
2. Adicione 40 mL de água a uma proveta de 50 mL e outros 40 mL de água a uma proveta de 100
mL. Em ambos os casos, adicione mais 1 mL de água com uma pipeta. Verifique a leitura da
situação final em cada caso.
3. Encha uma bureta com água destilada. Depois de ajustar o menisco no zero, abra a torneira e
deixe escoar lentamente 15 mL do líquido em uma proveta de 50 mL e em um béquer de 20 mL,
feche a torneira e verifique o volume escoado. Confira se as leituras se aproximam do volume da
bureta.
4. Preencha a bureta de 50 mL novamente, completando seu volume até a indicação zero mL.
5. Transfira 20 mL de água para um erlenmeyer de 25 mL. Verifique se os volumes coincidem.
Descarte o líquido do erlenmeyer e meça novamente 20 mL de água no mesmo. Transfira para a
bureta este volume e compare novamente os resultados.

4.2 Medidas de massa

1. Pese os seguintes materiais secos: proveta de 10 mL, balão volumétrico de 10 mL e béquer 20


mL (peça ao professor ou monitor instruções sobre o uso da balança).
2. Coloque cuidadosamente 10 mL de água destilada em cada recipiente referido no item anterior
e pese-os novamente. Anote os resultados no quadro abaixo. Meça a temperatura da água dos
recipientes. Calcule a densidade da água em cada caso.
3. Compare os resultados obtidos por você com os dos colegas.

Vidraria/ mL Massa da Massa da Massa de Volume de Densidade Erro (%)


vidraria seca vidraria + 10 água (g) água (mL)* da água
(g) mL (g/mL)
Proveta 10
Balão 10
Béquer 20
*Considere a densidade da água e a massa obtida no experimento.

Fórmula para o cálculo:


Erro
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
𝐸% = 𝑥100
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
Desvio padrão amostral
∑𝑖(𝑥𝑖 − 𝑥̅ )2
𝑠=√
𝑁−1
Questionário

1. Baseado numa inspeção visual da vidraria de laboratório situa-as em um dos seguintes grupos:
“mais exatas” e “menos exatas”
2. Por que é aconselhável fazer mais de uma determinação de cada medida?
3. Quais erros podem ser cometidos ao realizar medidas de volumes utilizando materiais volumétricos?
4. Pesquise sobre os diferentes tipos de balança.

5. Referências bibliográficas

1. GESBRETCCHT, E. et al. Experimentos de Química, técnicas e conceitos básicos. São Paulo:


Moderna, 1979.

2. LENZI, E., FAVERO, L. O. B., TANAKA, A. S., VIANNA FILHO, E. A., SILVA, M. B.,
GIMENES, M. J. G. Química Geral Experimental. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2004.

3. MITCHELL, R. S. A laboratory skills test: Determining students' abillity to transfer specific


volumes of liquid. Journal of Chemical Education. v. 68. n. 11, p. 941. 1991.

4. TRINDADE, D. F.; OLIVEIRA, F. P.; BANUTH, G. S. L.; BISPO, J. G. Química básica


experimental. São Paulo: Parma, 1981. 175p.

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