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Orar para que Deus Salve as Pessoas: e o livre-

arbítrio?

🛑 Quando um cristão ora pedindo salvação para alguém que


estima muito, ele está concordando com o a ideia do
calvinismo?
Ao ser indagado por esta questão, sou levado a fazer um resgate
do conceito de livre-arbítrio para que possamos contribuir e não
determinar ou finalizar a questão em tela, que aparentemente
traz uma complexidade à variedade de compreensões a ela
atribuídas.

🛑 Livre-arbítrio, segundo o Dicionário Aurélio significa


resolução, determinação dependente apenas da vontade.
Faculdade de decidir, de escolher, de determinar, dependente
apenas da vontade.

Agostinho trabalha a ideia de que o livre-arbítrio é a


possibilidade de escolher entre o bem e o mal; portanto está
relacionado com a vontade.

Segundo os cristãos, ele é a condição que Deus dá ao homem


para agir e ser livre, com capacidade para fazer as suas próprias
escolhas, inclusive aquelas que não estão de acordo com a
vontade divina. Deus tem pleno poder para proibir que o homem
realize o bem e o mal, no entanto dá ao homem a liberdade de
escolher, qual caminho tomar na realização de seus atos, que o
mesmo possa decidir com responsabilidade.

A Bíblia deixa claro que nós podemos agir livremente, ao


invés de sermos robôs projetados apenas para seguir
comandos de uma divindade no Céu.
Pedro diz: “Vivam como pessoas livres, mas não usem a
liberdade como desculpa para fazer o mal” (1Pe 2.16 -NVI).

Os calvinistas defendem a ideia que Deus escolhe aqueles que


serão salvos antes da criação. Partindo deste princípio, há uma
determinação e não escolha.

Se somos livres como a Palavra nos afirma em na Epístola de


Pedro, então Deus nos dá a condição de seguir a nossa vontade
de escolher, portanto, ao pensar que se orarmos intercedendo a
Deus pelos nossos familiares para que sejam salvos estaríamos
fazendo uma escolha, independente da vontade de Deus salvar
ou não nossos familiares, estamos utilizando nosso livre-arbítrio
para suplicar a Deus que possa a Sua Palavra se revelar aos
nossos entes queridos.

A Bíblia nos relata: “Porque a graça de Deus se manifestou


salvadora a todos os homens” (Tt 2.11).

Tito, ao expressar essa palavra, demonstra que a graça salvadora


é na pessoa de Cristo Jesus, e para isso encontramos em João
3.16 o que afirma as Escrituras: “Porque Deus tanto amou o
mundo que deu o seu Filho Unigénito, para que todo o que nele
crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Novamente olhamos
a liberdade que Deus nos dá em escolher: “todo aquele que nele
crer”, ou seja, não é “todos devem crer”.

A Bíblia nos apresenta uma palavra bem especifica que


demonstra esse cuidado: “E conheceis a verdade, e a verdade os
libertará” (Jo 8.32).

Finalizando essa compreensão, poderíamos ainda trazer o


exemplo de Abel e Caim. Deus aceitou a oferta de Abel e rejeitou
a de Caim, porque este não ofertou como seu irmão. Então, a
Bíblia diz: “Por isso Caim se enfureceu e o seu rosto se
transtornou.

O Senhor disse a Caim: ‘Por que você está furioso? Por


que se transtornou o seu rosto? Se você fizer o bem, não será
aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça ã porta;
ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo” (Gn 4.6,7).

Este exemplo bíblico mostra que Caim possuía livre-arbítrio. Ele


não foi obrigado a pecar. Ele pecou porque ele quis. Deus não
determinou o pecado de Caim, senão, de modo nenhum teria
dito que poderia fazer o bem e seria aceito.

Prezado leitor, a Bíblia nos diz que devemos amar e orar


pelos nossos inimigos e os que nos perseguem:
“Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles
que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu
Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus
e bons e derrama chuva sobre justos e injustos” (Mt 5.44-45).
 

Se a Bíblia nos orienta a orar assim, então devemos orar para que
Deus alcance nossos amigos, familiares e todos quantos amamos,
pois o Reino de Deus é para todo o que crer.

Que possamos nos ater mais à Palavra de Deus e pedir ao


Espírito Santo que nos ilumine a cada dia para contemplarmos
as benesses da graça de Deus.

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