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Procedimento
Pintura e Revestimentos
As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC -
Anticorrosivos
Subcomissão Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, o
item a ser revisado, a proposta de redação e a justificativa técnico-econômica.
As propostas são apreciadas durante os trabalhos para alteração desta Norma.
Apresentação
As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho
- GTs (formados por especialistas da Companhia e das suas Subsidiárias), são comentadas pelas
Unidades da Companhia e das suas Subsidiárias, são aprovadas pelas Subcomissões Autoras - SCs
(formadas por técnicos de uma mesma especialidade, representando as Unidades da Companhia e
as suas Subsidiárias) e homologadas pelo Núcleo Executivo (formado pelos representantes das
Unidades da Companhia e das suas Subsidiárias). Uma Norma Técnica PETROBRAS está sujeita a
revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser reanalisada a cada 5 anos para
ser revalidada, revisada ou cancelada. As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas em
conformidade com a norma PETROBRAS N-1. Para informações completas sobre as Normas
Técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas PETROBRAS.
1 OBJETIVO
1.1 Esta Norma estabelece os requisitos mínimos para aplicação e qualificação do processo
de pintura, com tintas epoxídicas bi-componentes, de superfície interna de tubos de aço
destinados à construção de gasodutos para transporte de gás natural não corrosivo,
operando em temperaturas compreendidas entre -15 °C e 100 °C.
1.2 Esta Norma se aplica a procedimentos iniciados a partir da data de sua edição.
Nota: A pintura interna de que trata a presente norma visa a obter uma superfície cuja
rugosidade permita reduzir a perda de carga durante o transporte de gás, visando
economicidade de energia. A pintura não tem função anticorrosiva, ou seja, não
deve ser usada para dutos de transporte de gás corrosivo. A especificação do gás
natural não corrosivo deve atender aos parâmetros definidos para fluidos de baixo
grau de corrosividade constantes na Tabela 13 da norma PETROBRAS N-2785.
2 DOCUMENTOS COMPLEMENTARES
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a) identificação da planta;
b) documentos técnicos nos quais foi baseado o procedimento;
c) tintas a serem utilizadas (marca comercial e características físicas e químicas,
conforme Capítulo 5 desta Norma);
d) identificação do sistema de pintura, indicando a máxima temperatura de
operação do duto onde o sistema pode ser utilizado;
e) características dos equipamentos e instrumentos de medição a serem
utilizados;
f) plano de recebimento, armazenamento e transporte dos materiais de pintura e
tubos nus;
g) método de aplicação da pintura, contemplando:
- limpeza dos tubos;
- jateamento da superfície interna, citando grau de preparação, equipamentos
e materiais utilizados;
- método de aplicação da tinta;
- método de cura;
- método de preparo das extremidades do tubo quanto ao colarinho;
h) requisitos da pintura aplicada, conforme o item 8.3 desta Norma;
i) métodos de inspeção e ensaios, contemplando freqüência de realização da
inspeção e os critérios de aceitação ou rejeição, a serem adotados nas fases
abaixo listadas:
- verificação da tinta;
- produção da pintura;
- verificação da pintura aplicada;
j) método para execução de reparos na pintura aplicada;
k) sistema de identificação dos tubos pintados;
l) plano de manuseio e armazenamento dos tubos pintados, com detalhes sobre
a forma e o número máximo de tubos no empilhamento;
m) método de transporte dos tubos pintados.
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a) o procedimento de aplicação;
b) os certificados de qualidade das tintas;
c) a dimensão e quantidade dos corpos-de-prova;
d) os critérios de aceitação e rejeição;
e) o local e o cronograma de execução dos ensaios de qualificação.
4.5 As tintas a serem utilizadas devem ser submetidas a testes de laboratório, de modo a
se verificar se atendem aos requisitos do Capítulo 5 desta Norma.
4.7 Os ensaios de qualificação, definidos nos itens 8.2 e 8.3 desta Norma, devem ser
refeitos em outros 5 tubos inteiros, pela empresa aplicadora, sempre que houver alterações
de algum dos seguintes parâmetros:
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As tintas devem ser constituídas por resina epóxi, curada com poliamida ou amina, com as
características descritas na TABELA 1.
Espessura Requisitos
Ensaios Película Normas a Utilizar
Seca (μm) Mín. Máx.
Consistência, UK - - 110 ASTM D 562
Massa Específica, g/cm3 - 1,2 1,5 ASTM D 1475
Sólidos por Massa, % - 45 - PETROBRAS N-1367
Sólidos por Volume 60 - PETROBRAS N-1358
Tempo de Vida Útil (“Pot-Life”) da
- 4 - PETROBRAS N-1363
Mistura, h
Tempo de Secagem Livre de
60 a 80 - 2 ASTM D 1640
Pegajosidade, h
Tempo de Secagem à Pressão, h 60 a 80 - 8 ASTM D 1640
Descaimento, μm (Película Seca) - 60 - PETROBRAS N-1810
Finura de Moagem, Escala “Hegman” - 5 - ASTM D 1210
Finura de Moagem, μm - - 25 ASTM D 1210
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5.2.1 Os painéis de teste devem ser fabricados em chapa de aço-carbono AISI-1020 nas
seguintes dimensões: 150 mm x 100 mm x 4,8 mm (3/16”). Para o ensaio de dobramento, a
espessura da chapa de aço dos painéis de testes deve ser igual a 0,8 mm.
5.2.2 O perfil de rugosidade da superfície dos painéis de teste deve ser igual a 25 μm,
devendo os painéis de teste ser submentidos a jateamento abrasivo ao grau Sa 2 1/2 da
norma ISO 8501-1.
5.2.3 Para os ensaios de resistência à névoa salina, deve ser feito, com o auxílio de um
estilete, no centro do corpo-de-prova, uma incisão (entalhe) paralela à sua menor dimensão,
com 60 mm de comprimento, distante 20 mm das bordas laterais, e largura variando de
0,3 mm a 0,5 mm.
5.2.4 Os painéis de teste devem receber uma demão de revestimento com espessura
mínima de película seca de 60 μm.
5.2.5 Os ensaios devem ser realizados após a cura completa do revestimento aplicado
sobre os painéis de teste e os resultados devem atender aos requisitos definidos na
TABELA 2.
Espessura
Ensaios Película Requisitos Mínimos Normas a Utilizar
Seca (μm)
Aderência, MPa 60 a 80 10 ASTM D 4541 - A4
Resistência à Névoa Salina, h 60 a 80 504 ABNT NBR 8094
Dobramento sobre Mandril Cônico,
60 Ausência de Fissuras ASTM D 522
Alongamento, %
Resistência à Abrasão, Coeficiente
60 a 80 23 ASTM D 968 (Método A)
de Abrasão
Resistência à Imersão em Solução
60 120 ASTM D 1308
50 % Metanol/50 % Água, h
Resistência à Imersão em Solução
Saturada de CaCO3 à Temperatura 60 504 ASTM D 1308
Ambiente, h
Empolamento a gás, h 60 24 API RP 5L2 (Apêndice 5)
Empolamento hidráulico, h 60 24 API RP 5L2 (Apêndice 6)
5.3 Critérios e Padrões para Avaliação dos Painéis de Teste após os Ensaios
5.3.1 Após o ensaio de aderência, a natureza da falha não pode ser dos tipos: adesiva
entre o substrato e o revestimento (A/B), ou coesiva na camada de tinta para valores de
força de ruptura inferiores a 10 MPa. No entanto, é aceitável a ocorrência de falha do tipo
coesiva na camada de tinta, se o valor da força de ruptura for igual ou superior a 10 MPa.
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5.3.2 Ao se observar os painéis utilizados nos ensaios de exposição à névoa salina, não
deve ser constatada a presença de bolhas ou de pontos de corrosão na superfície, nem
avanço de corrosão sob o revestimento, no entalhe, superior a 2 mm, decorrido o respectivo
tempo de ensaio. A ocorrência de empolamento na região próxima às bordas do painel deve
ser desconsiderada.
5.3.3 Não deve haver nos painéis, pontos de corrosão e formação de bolhas no
revestimento decorridos os respectivos tempos estabelecidos para os ensaios de resistência
à imersão em solução saturada de CaCO3 e em solução 50 % metanol/50 % água.
5.3.4 Os painéis utilizados nos ensaios de empolamento hidráulico e a gás devem ser
inspecionados imediatamente após a abertura da autoclave e a película do revestimento
deve apresentar-se isenta de bolhas.
5.3.5 Após o ensaio de dobramento, não deve ser constatada a ocorrência de fissuras na
película do revestimento aplicado.
6.1 Tintas
6.1.1 Recebimento
6.1.2 Armazenamento
6.1.2.1 Todos os materiais necessários à pintura devem ser armazenados em local coberto
e ventilado, onde a temperatura ambiente não ultrapasse 45 °C. Devem ser mantidos em
suas embalagens originais, afastados de, no mínimo, 10 cm do solo, de modo a se evitar
danos, e longe de eventuais fontes de calor.
6.1.2.2 Além das condições estabelecidas no item 6.1.2.1, devem ser consideradas as
recomendações do fabricante da tinta.
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6.1.2.3 Todos os materiais devem ser armazenados de forma que possam ser utilizados
primeiramente aqueles com data de fabricação mais antiga.
6.1.3 Transporte
6.2.1 Recebimento
6.2.1.2 O manuseio dos tubos deve ser feito de modo a se evitar danos aos biseis.
6.2.2 Armazenamento
6.2.2.1 O armazenamento deve ser feito de modo a se evitar qualquer tipo de dano ou
contaminação.
6.2.2.2 Os tubos cuja relação diâmetro/espessura seja superior a 120 devem ter cruzetas
instaladas em suas extremidades, de modo a serem evitadas ovalizações.
6.2.2.3 As extremidades dos tubos devem estar permanentemente protegidos para evitar
danos aos biseis.
6.2.3 Transporte
6.2.3.1 Os tubos devem ser transportados de maneira a se evitar ovalizações e danos nos
biseis.
6.2.3.2 As extremidades dos tubos devem estar permanentemente protegidos para evitar
danos aos biseis.
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7.1.1 Limpeza
7.1.1.1 Para realizar a inspeção, deve haver iluminação adequada nas instalações fabris,
para que as comparações com padrões visuais da norma ISO 8501-1 não sejam falseadas.
7.1.1.3 A superfície interna dos tubos deve estar livre de graxa, óleo, gordura, rebarbas ou
camadas de óxido solto e demais materiais estranhos. Quando a superfície apresentar
contaminação com óleo, graxa ou gordura deve ser limpa com solvente recomendado pelo
fabricante da tinta.
7.1.1.4 A contaminação por cloretos deve ser verificada de acordo com a norma
NACE 5/SSPC-SP 12, tabela 2, condição SC-2 e o valor máximo de cloretos aceitável é de
7 μg/cm2, medidos por instrumento eletrônico1).
7.1.2 Jateamento
7.1.2.1 A superfície a ser revestida deve ser submetida a jateamento executado por um
equipamento turbinado, pressurizado ou similar, utilizando granalhas de aço, até chegar ao
metal quase branco, segundo a norma NACE SSPC-SP10 ou, no mínimo, a uma das
gravuras Sa 2 1/2 da norma ISO 8501-1. Não devem ser executados trabalhos de
jateamento quando a temperatura da superfície estiver menos de 3 °C acima do ponto de
orvalho, ou quando a umidade relativa for maior do que 85 %.
7.1.2.3 A superfície jateada deve ser limpa com aspirador ou ar comprimido limpo e seco,
de modo a remover toda a granalha e poeira.
7.1.2.4 Os tubos jateados, limpos e aceitos para pintura devem ser revestidos no menor
prazo possível e enquanto a superfície jateada estiver atendendo ao padrão especificado.
Quando houver oxidação, ou qualquer outra contaminação o tubo deve ser novamente
jateado.
1)
O instrumento Elcometer 130-SCM 400 atende a este requisito. Esta informação é dada para facilitar aos
usuários desta Norma e não significa uma recomendação do produto citado por parte da PETROBRAS. Podem
ser utilizados produtos equivalentes, desde que conduzam a resultados iguais.
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7.1.2.5 A superfície jateada do tubo deve estar isenta de contaminação por pó, que não
deve exceder o padrão da FIGURA 3, conforme a norma ISO 8502-3.
7.2.1 Deve ser aplicada, em toda a superfície, uma demão de tinta, com pistola especial
centrífuga ou pistola sem ar, de modo a alcançar uma espessura de película seca de, no
mínimo, 60 μm. O colarinho (extremidade não revestida) deve ser de 30 mm ± 3 mm a partir
da extremidade externa do tubo.
7.2.2 Havendo defeitos na pintura, tais como cor e aparência não uniformes, fraturas,
empolamentos, entalhes, riscos, escorrimentos, descascamentos, o tubo defeituoso deve
ser totalmente repintado caso tais defeitos correspondam a uma área maior que 1 % da área
total interna do tubo. Defeitos superficiais, tais como rugas e protuberâncias, devem ser
corrigidos.
7.2.3 A máxima rugosidade final do filme seco, considerando o parâmetro Rq, deve ser de
7 μm. Rq é a raiz quadrada da média aritmética do quadrado dos desvios do perfil (Yi) da
linha média, obtida através da seguinte fórmula:
∑
1 N
Rq = i=1
Yi 2
N
Onde:
N = número de leituras;
Yi = desvio do perfil de rugosidade da linha média.
As tintas devem ser inspecionadas de acordo com o item 6.1 desta Norma. As tintas que
não atenderem a esse item devem ser rejeitadas.
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Notas: 1) Os tubos com qualquer tipo de dano ou deterioração que possa comprometer o
desempenho do pintura não podem ser revestidos até serem reparados.
2) Os tubos que não estiverem limpos não podem ser pintados.
3) Quando o perfil de rugosidade estiver fora dos limites especificados, a granalha
deve ser trocada e os equipamentos utilizados no processo devem ser limpos.
4) O tubo deve ser rejeitado quando não atender o item 7.1.2.1.
5) Se houver falha, o tubo deve ser rejeitado e um procedimento de verificação
deve ser iniciado. Isto deve envolver o exame de todos os tubos até o primeiro
tubo precedente que foi considerado aceitável.
6) Conforme acordado entre a PETROBRAS e a empresa aplicadora do sistema
de pintura.
7) Os tubos não podem ser liberados sem a identificação.
8) O tubo deve ser lavado com água doce ou com ácido fosfórico até ter o nível de
cloreto estabelecido no item 7.1.1.4.
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9.2 Após a inspeção, a área defeituosa deve ser demarcada com tinta, giz de cera ou
similar, para facilitar a sua localização.
9.3 Se a área a ser reparada for maior que 1 % da área interna total do tubo, este deve ser
totalmente repintado.
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9.4 Quando os danos atingirem a superfície metálica, deve ser aplicado jateamento
abrasivo ao metal quase branco, grau Sa 2 1/2, segundo a norma ISO 8501-1 ou, na
impossibilidade deste, tratamento com ferramenta mecânica, grau St3 da norma
ISO 8501-1, seguido da limpeza com solventes indicados pelo fornecedor da tinta e
aplicação da tinta na espessura especificada.
9.6 As áreas onde foram fixados os painéis para testes devem ser reparadas.
A identificação nos tubos deve ser feita externamente, em posição previamente acordada
entre a PETROBRAS e a empresa aplicadora da pintura. A identificação deve conter as
seguintes informações:
Nota: A identificação original interna, feita pelo fabricante do tubo, deve ser transferida
para a superfície externa do tubo. Se durante o processo de pintura interna a
identificação externa for danificada, esta deve ser refeita.
11.1 Manuseio
O manuseio dos tubos revestidos deve ser feito de modo a se evitar danos aos biseis e à
pintura.
11.2.2 Os biseis dos tubos revestidos não devem ter contato com cobre e suas ligas.
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11.2.3 Os tubos revestidos, cuja relação diâmetro nominal/espessura seja superior a 120,
devem ter cruzetas instaladas em suas extremidades, de modo a serem evitadas
ovalizações, seja no seu armazenamento ou durante seu transporte.
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Membros
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