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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DA PARAÍBA

CAMPUS CAJAZEIRAS

Curso: Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial

Disciplina: Máquinas Elétricas

Professor: Marcéu Adissi

Aluno:

Apostila sobre:

Motor Síncrono

Cajazeiras, fevereiro de 2014


SUMÁRIO

1. Introdução
2. Campo Girante
3. Princípios de Funcionamento
4. Características de Funcionamento
4.1. Conjugado
4.2. Inércia
4.3. Partida
5. Vantagens
5.1. Alto rendimento
5.2. Correção do fator de potência
5.3. Características especiais de partida
5.4. Velocidade constante
6. Tipos de Excitação
6.1. Excitatriz estática (com escovas)
6.2. Excitatriz brushless (sem escovas)
7. Partida do Motor
7.1. Motor auxiliar
7.2. Redução de Frequência
7.3. Enrolamentos amortecedores
8. Partes Construtivas
8.1. Estator
8.2. Excitatriz
8.3. Rotor
8.4. Eixos
8.5. Enrolamento amortecedor
8.6. Mancais
9. Aplicações
1. Introdução
O termo SÍNCRONO tem sua origem no Grego, onde o prefixo SIN significa “com” e
CRONOS é uma palavra que denota “tempo”. Um motor síncrono literalmente opera “em
tempo com” ou “em sincronismo com” o sistema de alimentação. O rotor deste motor é
sincronizado com o campo girante estabelecido no estator.
Trata-se de um motor elétrico muito útil e confiável, com ampla aplicação na
indústria. Entretanto, pelo fato do motor síncrono ser raramente usado em pequenas
potências, muitos que se sentem acostumados com o motor de indução se surpreendem
quando se deparam com a instalação de um motor síncrono nos processos.
Os motores síncronos estão sendo utilizados com maior frequência pelas indústrias,
devido ao fato de possuírem características especiais de funcionamento vantajosas para
diversas aplicações.
Os principais motivos que resultam na escolha dos motores síncronos para
acionamento de cargas são: alto rendimento, fator de potência controlável, altos torques,
baixo custo de manutenção e velocidade constante mesmo nas variações de carga.

2. Campo Girante
Quando uma bobina é percorrida por uma corrente elétrica, é criado um campo
magnético dirigido conforme o eixo da bobina e de valor proporcional à corrente.
Na Figura 1a está indicado a forma de onda de um sistema trifásico equilibrado
constituído por três conjuntos de bobinas dispostas simetricamente no espaço formando um
ângulo de 120º.
A Figura 1b está representando o enrolamento de um motor trifásico. Se este
enrolamento for alimentado por um sistema trifásico, as correntes I1, I2 e I3 criarão, do
mesmo modo, os seus próprios campos magnéticos H1, H2 e H3. Estes campos são espaçados
entre si de 120º. Além disso, como são proporcionais às respectivas correntes, serão defasados
no tempo, também de 120º entre si.
O campo total H resultante, a cada instante, será igual à soma gráfica dos três
campos H1, H2 e H3 naquele instante.
Na Figura 1c, está representada esta soma gráfica para seis instantes sucessivos.
No instante (1), a Figura 1b mostra que o campo H1 é máximo e que os campos H2 e
H3 são negativos e de mesmo valor, iguais a metade de H1.
Os três campos representados na Figura 1c (parte superior), levando em conta que o
campo negativo é representado por uma seta de sentido oposto ao que seria normal; o campo
resultante (soma gráfica) é mostrado na parte inferior da Figura 1c posicão (1), tendo a mesma
direção do enrolamento da fase 1.
Repetindo a construção para os pontos 2, 3, 4, 5 e 6 da Figura 1a, observa-se que o
campos resultante H tem intensidade “constante”, porém sua direção vai “girando”,
completando uma volta no fim de um ciclo.

a)
b)

c)
Figura 1 - a) Tensão trifásica; b) Bobinas do estator; c) Campo girante

3. Princípio de Funcionamento
Os motores síncronos polifásicos têm estatores e enrolamentos de estator chamados
de enrolamentos de armadura. A circulação de corrente no enrolamento distribuído do estator
produz um fluxo magnético com polaridade alternada norte e sul que progride em torno do
entreferro numa velocidade diretamente proporcional à frequência da fonte de alimentação e
inversamente proporcional ao número de pares de polos do enrolamento.
O princípio de funcionamento do motor síncrono trifásico com dois polos está
ilustrado na Figura 2. Uma corrente contínua de campo If produz um campo magnético Br no
rotor. Um sistema trifásico de tensões é aplicado aos enrolamentos estatóricos produzindo um
campo magnético girante Bs. O campo Bs tende a se alinhar com o campo Br. No entanto, estes
dois campos magnéticos nunca ficam perfeitamente alinhados, pois, mesmo sem carga, o rotor
possui uma determinada inércia e, portanto, haverá sempre um defasamento entre os dois
campos, embora rodando à mesma velocidade. Este defasamento é medido pelo ângulo δ,
apelidado de ângulo de binário, que é tanto maior quanto maior for o conjugado da carga
(Figura 3).
Figura 2 - Princípio de Funcionamento

Figura 3 – Ângulo de binário δ

Se imaginarmos que o rotor é puxado pelo campo girante através de uma cola
elástica, quando se aumenta a carga, e para manter o sincronismo, o que sucede é que a cola
se vai deformar (esticando-se), isto é, aumentando o ângulo de binário δ e mantendo a
velocidade igual à do campo girante.
O binário (conjugado) induzido é:

= ×

Na Figura 4 pode ver-se melhor, como se cria o campo magnético no rotor. Uma
fonte de tensão contínua alimenta um enrolamento que cria um campo magnético
permanente, como se o rotor fosse um ímã permanente.

Figura 4 - Campo magnético do rotor


4. Características de Funcionamento
4.1. Conjugados
O projeto do motor síncrono sempre deve ser feito levando-se em consideração as
características da carga a ser acionada e com isto os conjugados e momentos de inércia têm
grande importância na especificação do motor.
a) Conjugado de partida
É o conjugado que o motor deve desenvolver para vencer o conjugado resistente da
carga parada ou seja, é o conjugado de partida da carga.
b) Conjugado de Sincronização
É o conjugado que o motor deve desenvolver para atingir a velocidade adequada
onde a aplicação do campo de excitação levará o motor ao sincronismo.
c) Conjugado Máximo em Sincronismo
É o conjugado que o motor deve desenvolver para manter o motor em sincronismo
no caso de sobrecargas momentâneas.

4.2. Inércia
Motores Síncronos para acionar cargas de alta inércia são construídos em carcaças
maiores para atender as condições de aceleração.
O tempo que o motor leva para acelerar provoca aquecimento no enrolamento
amortecedor e, portanto, este deve ser projetado para atender as condições de partida.
A definição correta da inércia da carga, juntamente com as análises dos conjugados
do motor e da carga são imprescindíveis para que o motor atenda as condições de partida e
aceleração.

4.3. Partida
O enrolamento amortecedor é o responsável pela partida e aceleração do motor
síncrono. Desta forma, os conjugados de partida e sincronização variam com o quadrado da
tensão aplicada e a corrente de partida é proporcional à tensão aplicada.
O motor síncrono parte acelerando a carga até o ponto onde o conjugado do motor
iguala o conjugado resistente da carga. Usualmente este ponto ocorre com 95% da rotação
síncrona ou acima e nesta situação a tensão de excitação é aplicada no motor e o rotor
sincroniza, ou seja, irá acelerar a inércia combinada do rotor do motor mais a da carga até
rotação síncrona precisa.
As características das cargas a serem acionadas determinam as condições de
aceleração e sincronismo. Em cargas com alto de conjugado resistente, o enrolamento
amortecedor deve levar o conjunto carga e motor a acelerar em um tempo maior do que para
um conjugado resistente menor.
Figura 5 - Curva característica de partida

5. Vantagens
As aplicações dos Motores Síncronos na indústria, na maioria das vezes, resultam em
vantagens econômicas e operacionais consideráveis ao usuário devido a suas características de
funcionamento. Dentre as vantagens econômicas da utilização dos motores síncronos, as
principais são:
- Alto rendimento.
- Corrigir o fator de potência da rede
Ainda podemos citar as vantagens operacionais específicas dos motores síncronos:
- Características de partida especiais.
- Velocidade constante sob variações de carga.

5.1. Alto Rendimento


Além de considerarmos o custo inicial na aquisição do motor síncrono, devemos
considerar os ganhos que podem ser obtidos pelos baixos custos operacionais.
Quando basicamente se considera o rendimento na escolha do motor, um motor
síncrono com FP=1.0 é usualmente a solução.
Sendo a potência reativa (kVAr) desnecessária, e aplicável somente a potência real
(kW), a corrente de linha é minimizada, resultando em menor perda I2R no enrolamento do
estator.
Uma vez que a corrente de campo requerida é a mínima praticável, haverá menor
perda I2R no enrolamento de campo da mesma forma. Com exceção das situações onde um
alto conjugado é requerido, a baixa perda nos enrolamentos do estator e de campo permitem
que o motor síncrono com FP=1.0 seja construído em tamanho inferior aos motores síncronos
com FP= 0.8 de mesma potência.
Assim, os rendimentos do motor síncrono com FP=1.0 são geralmente superiores aos
do motor de indução de mesma potência.
Figura 6 - Comparativo entre a eficiência nos motores síncronos (FP = 1 e 0,8) e indução

5.2. Correção do Fator de Potência


Os sistemas de potência de energia elétrica são baseados não somente em potência
ativa em kW gerada, mas também no fator de potência na qual ela é fornecida.
Penalidades podem ser aplicadas ao consumidor, quando o fator de potência da
carga está abaixo de valores especificados. Estas penalidades (multas) ocorrem devido ao fato
de que baixo fator de potência representa um aumento da potência reativa (kVAr) requerida e
consequentemente, um aumento da capacidade dos equipamentos de geração e transmissão
de energia elétrica.
Nas indústrias, geralmente predominam as cargas reativas indutivas, que são os
motores de indução de pequeno porte ou de rotação baixa, as quais requerem considerável
quantidade de potência reativa (kVAr) consumida como corrente de magnetização.
Para suprir a necessidade da rede de potência reativa, além da possibilidade de
utilização de bancos de capacitores, os motores síncronos são frequentemente utilizados com
esta finalidade.
O fator de potência dos motores síncronos pode ser facilmente controlado devido ao
fato de possuírem uma fonte separada de excitação, e desta forma, podem tanto aumentar a
potência sem geração de potência reativa (motor com fator de potência unitário), ou também
gerar potência reativa necessária (motor com fator de potência 0,8 em avanço, ou sobre-
excitado).
Sob condições sem carga, a corrente solicitada por um motor síncrono é pequena.
Quando a carga é aplicada, o rotor responde com um ângulo de fase em relação ao campo.
Observe que a velocidade ainda é síncrona, mas a fase entre o rotor e o campo varia. Nessas
condições, o fator de potência é comumente em atraso. À medida que aumenta a corrente CC
de excitação, o fator de potência torna-se unitário e a seguir adiantado. Assim, para uma dada
carga, o fator de potência do motor síncrono é determinado pela CC de excitação. Isto é
mostrado graficamente nas curvas da Figura 7 e 8.
Desta forma, o motor síncrono, dependendo da aplicação, pode fornecer a potência
útil de acionamento necessária com redução benéfica da potência total do sistema.
Figura 7 - Variação do fator de potência com a carga

Figura 8 - Variação do fator de potência com a variação da corrente no campo e na armadura

Em resumo, controlando a corrente de campo, controla-se o consumo ou a produção


de energia reativa, isto é, tem-se uma forma controlada de variar o fator de potência com uma
máquina síncrona.
Os dois tipos de operações possíveis estão resumidos no quadro seguinte.
5.3. Características Especiais de Partida
Grandes moinhos de bolas para minério de ferro e moagem de cimento e
compressores são alguns exemplos de aplicações onde é requerido alto conjugado de partida
(150 a 200 % do conjugado nominal).
Devido às limitações do sistema de alimentação, normalmente se desejam baixas
correntes de partida (rotor bloqueado).
A combinação de alto conjugado com baixa corrente de partida pode ser melhor
atendida pelo motor síncrono sem afetar as características de funcionamento em regime. A
redução da corrente de partida, normalmente pode ser alcançada por um projeto especial dos
enrolamentos do estator e amortecedor.
A opção de partida com redução de tensão, também é uma alternativa utilizada para
reduzir a corrente, porém com redução do conjugado.

5.4. Velocidade Constante


Independentemente das variações de carga e desde que a carga se mantenha dentro
da limitação do conjugado máximo do motor, a rotação média do motor síncrono se mantém
constante.
Isto se verifica pelo fato dos polos do rotor permanecerem travados em relação ao
campo magnético girante produzido pelo enrolamento do estator.
Desta forma o motor síncrono mantém a velocidade constante tanto nas situações
de variação de cargas como também durante momentos de queda de tensão, respeitando-se
os limites do conjugado máximo.
Em certas aplicações, essa característica é fundamental e necessária. Como, por
exemplo, em máquinas de moinho de polpa de papel, a velocidade constante resulta na
uniformidade superior e qualidade do produto produzido.
Existe ampla gama de velocidades dos motores síncronos. A tabela a seguir
exemplifica algumas possibilidades de projeto.
Motores Síncronos de Alta Velocidade
60 Hz 50 Hz 25 Hz
Nº Polos
Velocidade de Rotação (rpm)
2 3600 3000 1500
4 1800 1500 750
6 1200 1000 500
10 720 600 300
12 600 500 250
Motores Síncronos de Baixa Velocidade
14 514 428,5 215
16 450 375 187,5
18 400 333.3 168
20 360 300 150
30 240 200 100
40 180 150 75

6. Tipos de Excitação
Os motores síncronos necessitam de uma fonte de corrente contínua para alimentar
o enrolamento de campo (enrolamento do rotor), que usualmente é suprido através de anéis
coletores e escovas (excitatriz estática) ou através de uma excitatriz girante sem escovas
(brushless).

6.1. Excitatriz estática (com escovas)


Motores Síncronos com excitatriz do tipo estática são constituídos de anéis coletores
e escovas que possibilitam a alimentação de corrente dos polos do rotor através de contato
deslizante.
A Corrente Contínua para alimentação dos polos deve ser proveniente de um
conversor e controlador estático CA/CC.
A excitatriz estática atualmente está sendo muito utilizada em aplicações com
variação de velocidade através de Inversores de Frequência.

Figura 9 - Excitatriz estática com escovas e anéis coletores


6.2. Excitatriz brushless (sem escovas)
Motores Síncronos com sistema de excitação brushless possuem uma excitatriz
girante, normalmente localizada em um compartimento na parte traseira do motor.
A excitatriz funciona como um gerador de corrente alternada onde o rotor que fica
localizado no eixo do motor, possui um enrolamento trifásico e o estator é formado por polos
alternados norte e sul alimentados por uma fonte de corrente contínua externa.
O enrolamento trifásico do rotor é conectado a uma ponte de diodos retificadores. A
tensão gerada no rotor é retificada e utilizada para a alimentação do enrolamento de campo
do motor. A amplitude desta corrente de campo pode ser controlada através do retificador
que alimenta o campo do estator da excitatriz. Os motores síncronos com excitação brushless
possuem um custo de manutenção reduzido devido ao fato de não possuírem escovas.
Por não possuírem contatos elétricos deslizantes, eliminando a possibilidade de
faísca, os motores síncronos com excitação do tipo brushless são recomendados para
aplicações em áreas especiais com atmosfera explosiva.

Figura 10 - Excitatriz sem anéis coletores e sem escovas

7. Partida do Motor
Como é feito para o rotor rodar à velocidade síncrona? Na figura abaixo, vê-se um
esquema do motor síncrono no momento em que a tensão é aplicada aos enrolamentos
estatóricos. Como o rotor está inicialmente parado, o seu campo magnético é estacionário e,
portanto, vê o campo magnético estatórico (campo girante) passar por ele 60 vezes por
segundo.

Figura 11 - Campo magnético estatórico e rotórico na partida

Assim, durante um ciclo elétrico, o binário induzido teve um sentido direto e depois
de um sentido indireto, sendo o binário médio induzido nulo, ao longo de um ciclo. O efeito
prático é que a máquina vibra – tenta rodar pra um lado, depois para o contrário – não arranca
e depois, sobre-aquece.
A seguir são explicadas as soluções existentes para o arranque (partida) do motor.

7.1. Motor auxiliar


Acoplando um motor auxilar, faz-se rodar o rotor até a velocidade de sincronismo.
Seguidamente, ligam-se os enrolamentos estatóricos à tensão da rede e desacopla-se o motor
auxiliar.

7.2. Redução de frequência


Reduzir a frequência, e consequentemente, a velocidade de rotação do campo
girante, de forma a que o rotor possa acelerar e acoplar-se magneticamente com ele, no
intervalo de meio ciclo da rotação do campo girante. Seguidamente aumenta-se a frequência
da tensão de alimentação até aos seus 60Hz habituais.

7.3. Enrolamentos amortecedores


É o meio mais popular. Os enrolamentos amortecedores são barras especiais,
encastradas nas faces do rotor e curto circuitadas nas extremidades por anéis. A forma de
funcionamento está representada na figura abaixo, quando se aplica a tensão aos
enrolamentos estatóricos, com os enrolamentos rotóricos desligados, gera-se um campo
magnético girante que induz uma tensão nas barras do enrolamento amortecedor.

Figura 12 - Enrolamentos amortecedores

Refira-se que o rotor acelera, mas não até à velocidade de sincronismo, o que é fácil
de enteder pelo princípio da indução da fem, que obriga que haja movimento relativo entre o
campo girante e o rotor. No entanto a velocidade de rotação que atinge, é próxima da de
sincronismo, o que permite que a alimentação CC normal dos enrolamentos do rotor possa ser
ligada e conseguindo o campo magnético do rotor prender-se ao campo girante, acelerando o
rotor para a velocidade de sincronismo.
8. Partes Construtivas
8.1. Estator
8.1.1. Carcaça
Sua função principal é apoiar e proteger o motor, alojando também o pacote de
chapas e enrolamento do estator. Podem ser construídas nos tipos horizontais e verticais e
com grau de proteção de acordo com as necessidades do ambiente.
A carcaça é construída em chapas e perfis de aço soldados, formando um conjunto
sólido e robusto que é a base estrutural da máquina. Tal construção proporciona excelente
rigidez estrutural de maneira a suportar esforços mecânicos e vibrações, capacitando o motor
a atender as mais severas solicitações.
Normalmente a carcaça é apoiada sobre uma base metálica rígida, e esta por sua vez
apoiada sobre a base de concreto.

Figura 13 - Carcaça do estator

8.1.2. Estator bobinado


É constituído de partes magnéticas estacionárias, incluindo o pacote laminado de
chapas de aço silício e o enrolamento do estator, que opera com alimentação de potência em
corrente alternada para gerar o campo magnético girante.

Figura 14 – Estator bobinado

8.1.3. Pacote de chapas


É formado por lâminas de aço silício com baixas perdas, prensadas, e o conjunto fixo
através de viga metálica ou sistema de longarinas.
8.2. Excitatriz
Sua função é fornecer corrente magnetizante para o bobinado de campo do motor. A
excitatriz brushles (sem escovas) é composta pelo rotor, estator, diodos retificadores e circuito
de disparo. A excitatriz estática é composta de anéis coletores e escovas e depende de uma
fonte externa para alimentação do campo do motor.

Figura 15 - Excitatriz a) com escovas; b) sem escovas

8.3. Rotor
O rotor pode ser construído com polos lisos ou salientes dependendo das
características construtivas do motor e da aplicação.
Consistem nas partes ativas giratórias compostas da coroa do rotor, o enrolamento
de campo e o enrolamento amortecedor. Os polos de campo são magnetizados através da
corrente direta da excitatriz ou diretamente por anéis coletores e escovas; eles engrenam
magneticamente pelo entreferro e giram em sincronismo com o campo girante do estator.
O rotor do motor síncrono de polos salientes compreende em eixo, roda polar e
polos. Os polos são fabricados com chapas de aço laminado que são fixadas através de barras
de aço que são soldadas nas extremidades. As bobinas de campo são feitas de fios de cobre
esmaltados ou barras de cobre planas.

Figura 16 - Rotor de polos salientes

Depois de bobinados e impregnados, os polos são fixados ao eixo ou a roda polar,


através de parafusos, por cima ou por baixo do polo. O enrolamento amortecedor está alojado
nos polos e é feito de barras de cobre ou outro material.
Após a montagem final e impregnação, o rotor completo é balanceado
dinamicamente em 2 planos. O rotor do motor síncrono de polos lisos compreende em eixo,
pacote de chapas laminado e enrolamento dos polos.
O enrolamento é alojado nas ranhuras do rotor formando os polos.
Figura 17 - Rotor de polos lisos

8.4. Eixos
Os eixos são fabricados de aço forjado ou laminado e usinados conforme as
especificações. A ponta de eixo normalmente é cilíndrica ou flangeada.

8.5. Enrolamento amortecedor


Está alojado em ranhuras localizadas nas sapatas polares do rotor de polos salientes
ou a superfície externa do rotor de polos lisos. É constituído de barras que atravessam a
ranhura e são curto-circuitadas nas extremidades formando uma gaiola.
O enrolamento amortecedor atua na partida do motor síncrono, como também
garante estabilidade de velocidade perante a variações bruscas de carga.

Figura 18 - Enrolamento amortecedor

8.6. Mancais
Em função da aplicação, os motores síncronos podem ser fornecidos com mancais de
rolamentos lubrificados a graxa ou mancais de deslizamento com lubrificação a óleo.
Os mancais de deslizamento podem ter lubrificação natural (auto lubrificáveis) ou
lubrificação forçada (lubrificação externa).
9. Aplicações
Os motores síncronos são utilizados em praticamente todos os tipos de indústria. A
tabela abaixo não esta completa, mas sugere alguns exemplos no emprego desses motores.

Indústria Aplicação
Água e Saneamento Estações de Bombeamento
Papel e Celulose Refinadores, Batedores, Desfibradores, Bombas
Centrifugas, Compressores, Picadores, Moedores
Madeira Serras, Bombas, Compressores
Têxtil Bombas, Compressores, Conjuntos Motor-Gerador
Siderurgia Conjuntos Motor-Gerador, Laminadores, Ventiladores,
Bombas, Compressores
Construção Civil Bombas, Compressores para Ar Condicionado
Máquinas Operatrizes Acionamento de Prensas, Compressores
Britagem Moinhos de Bola, Moinhos de Rolos, Esmagadores,
Bombas, Compressores
Química Bombas, Compressores
Borracha Moinhos de Borracha, Bombas, Misturadores de
Borracha, Extrusoras
Geração de Energia Bombas de Fornecimento de Água e de Resfriamento
Mineração Grupos Motor-Gerador, Escavadeiras, Equipamento para
Guindastes, Bombas, Compressores, Ventiladores

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