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TECNOLOGIA DA PARAÍBA
CAMPUS CAJAZEIRAS
Aluno:
Apostila sobre:
Motor Síncrono
1. Introdução
2. Campo Girante
3. Princípios de Funcionamento
4. Características de Funcionamento
4.1. Conjugado
4.2. Inércia
4.3. Partida
5. Vantagens
5.1. Alto rendimento
5.2. Correção do fator de potência
5.3. Características especiais de partida
5.4. Velocidade constante
6. Tipos de Excitação
6.1. Excitatriz estática (com escovas)
6.2. Excitatriz brushless (sem escovas)
7. Partida do Motor
7.1. Motor auxiliar
7.2. Redução de Frequência
7.3. Enrolamentos amortecedores
8. Partes Construtivas
8.1. Estator
8.2. Excitatriz
8.3. Rotor
8.4. Eixos
8.5. Enrolamento amortecedor
8.6. Mancais
9. Aplicações
1. Introdução
O termo SÍNCRONO tem sua origem no Grego, onde o prefixo SIN significa “com” e
CRONOS é uma palavra que denota “tempo”. Um motor síncrono literalmente opera “em
tempo com” ou “em sincronismo com” o sistema de alimentação. O rotor deste motor é
sincronizado com o campo girante estabelecido no estator.
Trata-se de um motor elétrico muito útil e confiável, com ampla aplicação na
indústria. Entretanto, pelo fato do motor síncrono ser raramente usado em pequenas
potências, muitos que se sentem acostumados com o motor de indução se surpreendem
quando se deparam com a instalação de um motor síncrono nos processos.
Os motores síncronos estão sendo utilizados com maior frequência pelas indústrias,
devido ao fato de possuírem características especiais de funcionamento vantajosas para
diversas aplicações.
Os principais motivos que resultam na escolha dos motores síncronos para
acionamento de cargas são: alto rendimento, fator de potência controlável, altos torques,
baixo custo de manutenção e velocidade constante mesmo nas variações de carga.
2. Campo Girante
Quando uma bobina é percorrida por uma corrente elétrica, é criado um campo
magnético dirigido conforme o eixo da bobina e de valor proporcional à corrente.
Na Figura 1a está indicado a forma de onda de um sistema trifásico equilibrado
constituído por três conjuntos de bobinas dispostas simetricamente no espaço formando um
ângulo de 120º.
A Figura 1b está representando o enrolamento de um motor trifásico. Se este
enrolamento for alimentado por um sistema trifásico, as correntes I1, I2 e I3 criarão, do
mesmo modo, os seus próprios campos magnéticos H1, H2 e H3. Estes campos são espaçados
entre si de 120º. Além disso, como são proporcionais às respectivas correntes, serão defasados
no tempo, também de 120º entre si.
O campo total H resultante, a cada instante, será igual à soma gráfica dos três
campos H1, H2 e H3 naquele instante.
Na Figura 1c, está representada esta soma gráfica para seis instantes sucessivos.
No instante (1), a Figura 1b mostra que o campo H1 é máximo e que os campos H2 e
H3 são negativos e de mesmo valor, iguais a metade de H1.
Os três campos representados na Figura 1c (parte superior), levando em conta que o
campo negativo é representado por uma seta de sentido oposto ao que seria normal; o campo
resultante (soma gráfica) é mostrado na parte inferior da Figura 1c posicão (1), tendo a mesma
direção do enrolamento da fase 1.
Repetindo a construção para os pontos 2, 3, 4, 5 e 6 da Figura 1a, observa-se que o
campos resultante H tem intensidade “constante”, porém sua direção vai “girando”,
completando uma volta no fim de um ciclo.
a)
b)
c)
Figura 1 - a) Tensão trifásica; b) Bobinas do estator; c) Campo girante
3. Princípio de Funcionamento
Os motores síncronos polifásicos têm estatores e enrolamentos de estator chamados
de enrolamentos de armadura. A circulação de corrente no enrolamento distribuído do estator
produz um fluxo magnético com polaridade alternada norte e sul que progride em torno do
entreferro numa velocidade diretamente proporcional à frequência da fonte de alimentação e
inversamente proporcional ao número de pares de polos do enrolamento.
O princípio de funcionamento do motor síncrono trifásico com dois polos está
ilustrado na Figura 2. Uma corrente contínua de campo If produz um campo magnético Br no
rotor. Um sistema trifásico de tensões é aplicado aos enrolamentos estatóricos produzindo um
campo magnético girante Bs. O campo Bs tende a se alinhar com o campo Br. No entanto, estes
dois campos magnéticos nunca ficam perfeitamente alinhados, pois, mesmo sem carga, o rotor
possui uma determinada inércia e, portanto, haverá sempre um defasamento entre os dois
campos, embora rodando à mesma velocidade. Este defasamento é medido pelo ângulo δ,
apelidado de ângulo de binário, que é tanto maior quanto maior for o conjugado da carga
(Figura 3).
Figura 2 - Princípio de Funcionamento
Se imaginarmos que o rotor é puxado pelo campo girante através de uma cola
elástica, quando se aumenta a carga, e para manter o sincronismo, o que sucede é que a cola
se vai deformar (esticando-se), isto é, aumentando o ângulo de binário δ e mantendo a
velocidade igual à do campo girante.
O binário (conjugado) induzido é:
= ×
Na Figura 4 pode ver-se melhor, como se cria o campo magnético no rotor. Uma
fonte de tensão contínua alimenta um enrolamento que cria um campo magnético
permanente, como se o rotor fosse um ímã permanente.
4.2. Inércia
Motores Síncronos para acionar cargas de alta inércia são construídos em carcaças
maiores para atender as condições de aceleração.
O tempo que o motor leva para acelerar provoca aquecimento no enrolamento
amortecedor e, portanto, este deve ser projetado para atender as condições de partida.
A definição correta da inércia da carga, juntamente com as análises dos conjugados
do motor e da carga são imprescindíveis para que o motor atenda as condições de partida e
aceleração.
4.3. Partida
O enrolamento amortecedor é o responsável pela partida e aceleração do motor
síncrono. Desta forma, os conjugados de partida e sincronização variam com o quadrado da
tensão aplicada e a corrente de partida é proporcional à tensão aplicada.
O motor síncrono parte acelerando a carga até o ponto onde o conjugado do motor
iguala o conjugado resistente da carga. Usualmente este ponto ocorre com 95% da rotação
síncrona ou acima e nesta situação a tensão de excitação é aplicada no motor e o rotor
sincroniza, ou seja, irá acelerar a inércia combinada do rotor do motor mais a da carga até
rotação síncrona precisa.
As características das cargas a serem acionadas determinam as condições de
aceleração e sincronismo. Em cargas com alto de conjugado resistente, o enrolamento
amortecedor deve levar o conjunto carga e motor a acelerar em um tempo maior do que para
um conjugado resistente menor.
Figura 5 - Curva característica de partida
5. Vantagens
As aplicações dos Motores Síncronos na indústria, na maioria das vezes, resultam em
vantagens econômicas e operacionais consideráveis ao usuário devido a suas características de
funcionamento. Dentre as vantagens econômicas da utilização dos motores síncronos, as
principais são:
- Alto rendimento.
- Corrigir o fator de potência da rede
Ainda podemos citar as vantagens operacionais específicas dos motores síncronos:
- Características de partida especiais.
- Velocidade constante sob variações de carga.
6. Tipos de Excitação
Os motores síncronos necessitam de uma fonte de corrente contínua para alimentar
o enrolamento de campo (enrolamento do rotor), que usualmente é suprido através de anéis
coletores e escovas (excitatriz estática) ou através de uma excitatriz girante sem escovas
(brushless).
7. Partida do Motor
Como é feito para o rotor rodar à velocidade síncrona? Na figura abaixo, vê-se um
esquema do motor síncrono no momento em que a tensão é aplicada aos enrolamentos
estatóricos. Como o rotor está inicialmente parado, o seu campo magnético é estacionário e,
portanto, vê o campo magnético estatórico (campo girante) passar por ele 60 vezes por
segundo.
Assim, durante um ciclo elétrico, o binário induzido teve um sentido direto e depois
de um sentido indireto, sendo o binário médio induzido nulo, ao longo de um ciclo. O efeito
prático é que a máquina vibra – tenta rodar pra um lado, depois para o contrário – não arranca
e depois, sobre-aquece.
A seguir são explicadas as soluções existentes para o arranque (partida) do motor.
Refira-se que o rotor acelera, mas não até à velocidade de sincronismo, o que é fácil
de enteder pelo princípio da indução da fem, que obriga que haja movimento relativo entre o
campo girante e o rotor. No entanto a velocidade de rotação que atinge, é próxima da de
sincronismo, o que permite que a alimentação CC normal dos enrolamentos do rotor possa ser
ligada e conseguindo o campo magnético do rotor prender-se ao campo girante, acelerando o
rotor para a velocidade de sincronismo.
8. Partes Construtivas
8.1. Estator
8.1.1. Carcaça
Sua função principal é apoiar e proteger o motor, alojando também o pacote de
chapas e enrolamento do estator. Podem ser construídas nos tipos horizontais e verticais e
com grau de proteção de acordo com as necessidades do ambiente.
A carcaça é construída em chapas e perfis de aço soldados, formando um conjunto
sólido e robusto que é a base estrutural da máquina. Tal construção proporciona excelente
rigidez estrutural de maneira a suportar esforços mecânicos e vibrações, capacitando o motor
a atender as mais severas solicitações.
Normalmente a carcaça é apoiada sobre uma base metálica rígida, e esta por sua vez
apoiada sobre a base de concreto.
8.3. Rotor
O rotor pode ser construído com polos lisos ou salientes dependendo das
características construtivas do motor e da aplicação.
Consistem nas partes ativas giratórias compostas da coroa do rotor, o enrolamento
de campo e o enrolamento amortecedor. Os polos de campo são magnetizados através da
corrente direta da excitatriz ou diretamente por anéis coletores e escovas; eles engrenam
magneticamente pelo entreferro e giram em sincronismo com o campo girante do estator.
O rotor do motor síncrono de polos salientes compreende em eixo, roda polar e
polos. Os polos são fabricados com chapas de aço laminado que são fixadas através de barras
de aço que são soldadas nas extremidades. As bobinas de campo são feitas de fios de cobre
esmaltados ou barras de cobre planas.
8.4. Eixos
Os eixos são fabricados de aço forjado ou laminado e usinados conforme as
especificações. A ponta de eixo normalmente é cilíndrica ou flangeada.
8.6. Mancais
Em função da aplicação, os motores síncronos podem ser fornecidos com mancais de
rolamentos lubrificados a graxa ou mancais de deslizamento com lubrificação a óleo.
Os mancais de deslizamento podem ter lubrificação natural (auto lubrificáveis) ou
lubrificação forçada (lubrificação externa).
9. Aplicações
Os motores síncronos são utilizados em praticamente todos os tipos de indústria. A
tabela abaixo não esta completa, mas sugere alguns exemplos no emprego desses motores.
Indústria Aplicação
Água e Saneamento Estações de Bombeamento
Papel e Celulose Refinadores, Batedores, Desfibradores, Bombas
Centrifugas, Compressores, Picadores, Moedores
Madeira Serras, Bombas, Compressores
Têxtil Bombas, Compressores, Conjuntos Motor-Gerador
Siderurgia Conjuntos Motor-Gerador, Laminadores, Ventiladores,
Bombas, Compressores
Construção Civil Bombas, Compressores para Ar Condicionado
Máquinas Operatrizes Acionamento de Prensas, Compressores
Britagem Moinhos de Bola, Moinhos de Rolos, Esmagadores,
Bombas, Compressores
Química Bombas, Compressores
Borracha Moinhos de Borracha, Bombas, Misturadores de
Borracha, Extrusoras
Geração de Energia Bombas de Fornecimento de Água e de Resfriamento
Mineração Grupos Motor-Gerador, Escavadeiras, Equipamento para
Guindastes, Bombas, Compressores, Ventiladores