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Contexto da Sociologia
Compreender a Sociologia
Contudo, afirma Giddens, a sociologia não deve ser implementada tal como as
ciências naturais, ainda que concentre seus estudos nas relações humanas.
Logicamente o ser humano integra a natureza, mas apresenta um relevante diferencial:
seus pensamentos e práticas são, em muitos casos, dificilmente previsíveis. Ainda
assim, a sociologia conserva relações estreitas com as ciências biológicas, físicas,
químicas, etc, uma vez que sua perspectiva dominante é transdisciplinar.
Nesse sentido, pensar sociologicamente exige uma sensibilidades de ordem
histórica, antropológica e crítica. Uma imaginação sociológica, capaz de convergir a
experiência individual de cada um de nós com as instituições sociais sob as quais
convivemos, buscando compreender nosso próprio lugar na história da humanidade.
Fatos sociais são valores sociais que formam a consciência coletiva dos
indivíduos, e se constituem como os objetos de estudo da sociologia. Por exemplo:
regras de conduta - éticas, estéticas, morais, culturais, econômicas, políticas, jurídicas -
estabelecidas pela sociedade e que são externas ao indivíduo e atuam sobre ele.
São as "pressões" do meio social que tendem a modelar os processos de
constituição dos sujeitos. A adequação à certos padrões de existência, que ocorre quase
que naturalmente desde nossa infância, pertence à vida coletiva, não especificamente a
um indivíduo.
Não se trata de um elementos individuais - como os mecanismos de defesa do
indivíduo, por exemplo -, ainda que esteja em contato constante com eles, partindo do
pressuposto de que são os indivíduos que desencadeiam as ações na sociedade. Trata-se
de um processo orgânico e dialético.
Imaginação sociológica
Desenvolvido pelo estadunidense Charles Wright Mills (1916 -1962) em 1959,
trata-se da habilidade que os sociólogos desenvolvem para compreender a relação
entre os sujeitos e seus problemas sociais, ou seja, um pensamento que estabelece
conexões entre o indivíduo e a sociedade. Assim, a visão imediatista e superficial
adquirida através de nossas relações com familiares, amigos, vizinhos e demais redes de
relacionamento, deve ceder lugar a uma visão mais ampla e distanciada.
Olhar além da restrita esfera da vida privada nem sempre é um desafio simples.
A sociologia é, na visão de Mills, uma prática criativa. Nesse sentido, para
exercitar a imaginação sociológica, o indivíduo deve distanciar-se de sua cultura, ou
seja, abster-se de suas noções pessoais, uma vez que cada um de nós está carregado de
valores culturais obtidos ao longo de sua vida, para colocar-se no lugar do outro. Trata-
se de estabelecer uma relação entre as questões individuais e as estruturas sociais.
Somente assim será capaz de analisar os fatos sociais, que devem ser contextualizados
num determinado período, num certo quadro histórico e realidade social.
Referencia:
GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012.