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Frederico Romanoff do Vale DRE:118104372

Resposta da questão formulada pela professora com base no texto “DA UBERIZAÇÃO À
YOUTUBERIZAÇÃO: a precarização do trabalho docente em tempos de pandemia” de
Amanda Moreira da Silva

A autora Amanda Moreira da Silva em seu texto “Da uberização à youtuberização: a


precarização do trabalho docente em tempos de pandemia” faz uma análise do trabalho
docente resgatando os ataques que a classe vem sofrendo desde a década de 90 e ressalta
as implicações que o período de pandemia trouxe para o processo.

De acordo com a autora, o precariado professoral são aqueles professores, em geral


ligados aos Estados da federação, mas não só, que são tratados como servidores públicos,
no entanto não gozam dos direitos relativos a essa categoria. São trabalhadores
contratados em regime temporário e os eventuais que são responsáveis por cobrir a falta
dos professores. Ambos os grupos sofreram muito com a pandemia porque em vários
Estados seus contratos de trabalho não foram renovados.

A autora recorre aos conceitos de uberização e de youtuberização para caracterizar a


situação do precariado professoral nos últimos anos no Brasil. O primeiro conceito faz
alusão a um aplicativo virtual que multiplicou e consolidou uma forma de trabalho sem
vínculo empregatício e com um sistema de gerenciamento coletivo onde os próprios clientes
avaliam o trabalho do profissional. Já a youtuberização diz respeito ao processo de
virtualização do trabalho ocasionado pela pandemia onde muitas atividades passaram a ser
desenvolvidas em formato remoto a partir de diferentes plataformas digitais, o precariado
docente também sofre com essa virtualização compulsória de suas atividades.

Os elementos que caracterizam o aprofundamento da precarização docente estão visíveis


através das formas de contratação vigentes atualmente em vários Estados da federação
brasileira. Os contratos de trabalho temporários são a ferramenta pela qual o Estado exerce
o processo de precarização da classe docente brasileira. Essa precarização se manifesta
através de menores salários, da retirada de direitos anteriormente garantidos para os
profissionais do Estado (como por exemplo o direito a férias remuneradas e outros) e mais
atualmente pela demissão em massa dos trabalhadores na pandemia deixando-os em uma
situação mais precária ainda em relação aquela em que se encontravam antes do período
pandêmico. Esses profissionais continuam sendo vistos pelo Estado como servidores
públicos, no entanto não estão recebendo nenhum tipo de pagamento, o status que o
Estado atribui a eles os impede de receber o auxílio emergencial que foi oferecido à classe
trabalhadora em momentos-chave da crise de COVID no Brasil.

O processo de precarização do trabalho docente no Brasil através da uberização e da


youtuberização de suas atividades ocasionou um aprofundamento da vulnerabilidade que o
precariado professoral (aqueles professores não-concursados contratados em regime
temporário ou de trabalho eventual) já vinha sofrendo. Com o avanço da pandemia a
situação desses trabalhadores passa a ser de extrema precariedade uma vez que eles não
são pagos pelo Estado e não têm acesso às políticas emergenciais de assistência social.

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