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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA De santo André/ ES


 
 
 
 
 
Ação de Indenização por Danos Morais    
Proc. nº.  1007542-44.2020.8.26.0554
Autora: GABRIELA antunes
Réu: Matheus Dutra 
 
                         Intermediado por seu mandatário ao final firmado, causídico
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado, sob o nº. xxx
comparecem as Autoras para, na forma do art. 364, § 2º, da Legislação Adjetiva
Civil, oferecer, no prazo fixado por Vossa Excelência, as presentes
ALEGAÇÕES FINAIS
 
nos quais, da apreciação ao quadro fático e probatório inserto, pede-se o que se
segue.
(1) – SÍNTESE DOS FATOS
A Promovente ajuizou ação de danos morais em desfavor do Réu, motivada
pela publicação em uma plataforma do requerido na internet (twitter) de um
suposto emoji que ultilizava a imagem da mesma e  em conta disso, sustentou
que aquela imagem haveria lhe exposto de forma vexatória.

2 – PROVAS INSERTAS NOS AUTOS

2.1. Depoimento pessoal do Réu


O promovido, afirmou que não foi o autor da imagem em questão, mas que apenas a divulgou
em sua plataforma, não havendo ter reconhecido a senhora Gabriela como parte daquele
emoji, que a pretensão não era de expor nem vexar ninguém e que tem na sua plataforma a
sua forma de mantimento, que não viu na imagem nenhum cunho sexual, que não consegue
se responsabilizar pelo alcance que é dado aos compartilhamentos que publica em sua rede
social, Ademais, reconhece que chegou a discutir virtualmente com a senhora Gabriela, que
não conhece a mesma, apenas exporam suas ideias sobre posicionamentos opostos acerca de
um assunto, mas que dali nada prosseguiu, tendo acabado o debate de forma amigável,
respeitando por fim, todas as partes, suas opiniões.

2.2. Prova testemunhal


As testemunhas arroladas pela senhora Gabriela, foram tidas apenas
como informantes pelo Juiz que presidiu a audiência de instrução e
julgamento, visto que a senhora Ana é amiga intima da autora, sendo
suspeita como prevê o Art. 447, § 3, I CPC e tendo considerado também o senhor
Gabriel como Impedido, conforme o referido art 447, § 2, I, por este ser namorado da
requerente. Ademais é valido ressaltar que a senhora Ana disse em audiência que não
chegou a ver a referida imagem na plataforma do réu e que viu apenas através de print e
que só reconheceu que se tratava de uma imagem de Gabriela por recordar do fundo da
imagem que a mesma postou em uma pagina sua da internet, o instagram, visto que na
imagem haveriam sido feitas modificações em todo seu rosto, so permanecendo o plano
de fundo sem alterações. A informante ainda falou que tinha conhecimento de
envolvimentos de Gabriela em discursões com outras pessoas na Internet por a autora
sempre expressar sua opiniões. O informante Gabriel, namorado da requerente, por sua
vez, disse que Gabriela só achou vexatória a imagem por ter cunho sexual e sua
plataforma permitir acesso a crianças. Gabriel ainda informou que os comentários feitos
de formas maldosas, foram feitos pelo seguidor do réu e não pelo mesmo, e que não há
como controlar esse fato e ainda que é possível que qualquer pessoa adicione uma
imagem que não seja de sua autoria em sua rede social.

2.3 Prova documental


Às fls. 134, dormitam uma prova concernentes às manifestações do Réu. Na prova em
questão a autora, em uma live, fala não ter se incomodado com o emoji feito pelo
requerido, por não se tratar de algo de cunho sexual, e que eram apenas reflexos de sua
“fama”. Tendo a informante Ana, em audiência, reconhecido a voz e a imagem da
senhora Gabriela no presente vídeo anexado.

3 – NO ÂMAGO DA LIDE 
3.1. Dano moral inexistente
Nesse diapasão, diante o exposto, fica obvio a inexistência de algum tipo de dano moral
causado pelo autor no simples compartilhamento do emoji em sua plataforma, visto que como
dito pela própria autora em vídeo público, que autorizava o uso de sua imagem no caso do
senhor Matheus, que a mesma só não permitiria se nele contivesse fins de cunho sexuais,
como ela mesma afirmou no referida prova que não havia no emoji em questão. Ademais
como dito pelas informantes da autora, o requerido não foi autor da montagem, apenas
publicou em uma página sua, mas que nem sequer daria para reconhecer a mesma, por estar
sua imagem totalmente desconfigurada por aplicativos, sendo reconhecida apenas por pessoas
intimas que haviam visto a foto da mesma em sua rede social e identificaram pelo fundo da
mesma, que não sofreu modificações. Em síntese, tem-se que a proteção à imagem tem sim
assento constitucional no sistema jurídico brasileiro. A sua violação enseja dever de reparação
pelo próprio uso indevido. E as circunstâncias do caso concreto, uso pertinente e continência
da narração em que a imagem é usada, os sujeitos envolvidos, e meio empregado, são
fundamentais para definir o uso abusivo ou não da imagem de terceiros no caso concreto.
Ademais no Brasil, todos têm o direito de expressar suas ideias, opiniões e
sentimentos das mais variadas formas, sem que essa expressão seja submetida
a um controle prévio, por censura  ou licença, como previsto no Art. 5°, IX da
Cf/88:

“IX – É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de


comunicação, independentemente de censura ou licença;”

No ponto, com a sensibilidade aguçada, Sérgio Cavalieri vaticina que: Dor, vexame,


sofrimento e humilhação são consequência, e não causa. Assim como a febre é o efeito
de uma agressão orgânica, dor, vexame e sofrimento só poderão ser considerados
dano moral quando tiverem por causa uma agressão à dignidade de alguém. [ ... ]

3 Dos pedidos

Pelo exposto, requer que sejam julgados improcedentes os pedidos da


parte Autora, conforme contestação.
   Ademais, a Autora pediu, sem demonstrar qualquer parâmetro, indenização, para
reparar dano moral, a quantia de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Acaso superados os
fundamentos de defesa, direta e indireta, o que se diz apenas a título ilustrativo, nota-se
que a pretensão condenatória é extravagagante, como veda a Legislação Substantiva
Civil em seu art. 884 Refuta, pois, o enriquecimento sem causa.

Local, data

NOME

OAB

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