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Liberdade,
Ordem, Progresso
e Corrupção
Trabalho de Décimo Nono Grau
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Supremo Conselho do Brasil do Grau 33 para o Rito Escocês Antigo e Aceito
Ilustre Conselho Filosófico de Kadosch “nº 6”
lembramos que a omissão do Amor no lema inscrito na Bandeira Nacional é sintoma de desordem e
atraso. Quem leu Os sertões, de Euclides da Cunha, sabe que os republicanos não o excluíram
apenas da bandeira. A imposição da Ordem através da violência seguiu vitoriosa. Em Canudos
alcançou seu apogeu.
No Brasil, no início do século XX a instituição modificou sua posição nos espaços de
lutas, não sendo mais uma atuação periférica do Brasil-Colônia lutando por liberdade, mas de
agentes que faziam uma política realizada a partir da perspectiva de uma posição dominante no
campo do poder, pois a maioria dos dirigentes do país era de maçons. Muitas das lojas de então
adotaram a tática de cristianizar a ordem através da adoção do REAA – em substituição ao
Moderno, iluminista – e atração de inúmeros padres para seus quadros na tentativa de minimizar os
conflitos entre católicos e maçons, no sentido de manter-se uma ordem institucional
Vários fatos no início do Século XX e até a primeira guerra mundial em 1917, indicam a
preponderância com os negócios da política. Todos os agentes estavam bem colocados no campo do
poder, em uma posição dominante. Não havia maçom de origem humilde naquela época; todos
eram de famílias capitalizadas e alguns tinham até títulos de nobreza. Relatos históricos registrados
nas diversas imprensas pelo país, dão conta da grande influência política da maçonaria na
sociedade, de seu papel bem definido, com fins políticos e sociais. Tinha-se uma maçonaria unida
em torno de idéias, visto que somente havia uma potência, o GOB, o que permitiu que a
comunidade se mantivesse como um bloco sólido em prol do Progresso alcançado neste período,
quando o Brasil viveu uma de suas melhores épocas de desenvolvimento.
Entretanto após o final da guerra os lugares de interesse que enformam a instituição
entram em crise, a partir da vontade de parte de seus quadros em resgatar o iluminismo como
princípio régio da maçonaria, tomando-se lugares de incerteza - um campo de embates. Uma
corrente defensora de que quem gera o Progresso sem dúvida são os criadores, os inovadores, as
pequenas empresas e os pequenos empresários, os artistas que quebram paradigmas, os que
destroem a "Ordem" e a visão reinante, os que se arriscam e mostram o exemplo começa a tomar
corpo e a maçonaria, agora dividida no Brasil, precisa de uma pausa para respirar e de membros da
sociedade preocupados em consolidar as conquistas geradas. Nosso erro fundamental, portanto, foi
inverter o processo. A Ordem sucede ao Progresso. Não o antecede, como reza nossa bandeira.
Passadas as duas grandes cisões na maçonaria brasileira, hoje já se percebe um esforço no
sentido das três potências brasileiras confluírem para uma atuação mais homogênea e conjunta em
muitos orientes, como é o caso da maçonaria catarinense. Mais recentemente a corrupção tem sido o
grande desafio que tem atraído os maçons em prol de uma ação uníssona como defensora da
Liberdade, da Ordem e do Progresso. Repercutiu em centenas de lojas maçônicas do país a
divulgação do manifesto da loja “Simon Bolívar” de Belo Horizonte, MG, aprovada em reunião
plenária de seus membros no dia 24 de julho de 2008, a propósito da conjuntura político-
administrativa da República. O documento chama à consciência da sociedade maçônica e dos
cidadãos em geral para a corrupção e a irresponsabilidade pública que se alastram no país,
desmoralizando as suas instituições, dilapidando os cofres da nação, favorecendo o crime,
desprestigiando a polícia judiciária e desmoralizando o judiciário. O manifesto foi difundido em
todas as organizações maçônicas durante o mês de agosto de 2008, e teria chegado ao conhecimento
de cerca de 160.000 “irmãos” e mais de 500.000 políticos, intelectuais, jornalistas, religiosos,
servidores civis e militares. Observamos que constituiu uma raridade a divulgação ostensiva de
posições da maçonaria mais recente a respeito de conjunturas políticas.
Combater a corrupção em todas as suas formas é um dever maçônico e uma exigência da
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sociedade, acabando com essa epidemia social que subtrai do povo a possibilidade de uma vida
digna e o pleno exercício da cidadania, negando a todos o direito à esperança de um futuro melhor,
enfim, colocando sob ameaça a Liberdade, a Ordem e o Progresso do país.
Conclusões
Uma vez preparados, os Grandes Pontífices, cavaleiros do Grau 19, devem se esforçar
para levantar o edifício da instituição social, de modo a obrigar cada um a cumprir seus deveres,
garantido a todos os seus direitos. São eles os responsáveis pela condução da Arte Real de forma a:
1º) – Atuar a Maçonaria de maneira homogênea, exigindo dos maçons que se acham
investidos em funções públicas, um comportamento ainda mais austero e compatível com o rigor da
filosofia maçônica;
2º) Estimular todos os maçons para que se transformem em focos permanentes de luta
contra a corrupção na sociedade, trabalhando ainda para difundir essa luta junto a todos os cidadãos
com quem convivem;
3º) Desenvolver um cadastro de restrição maçônica onde constem todos os nomes de
pessoas envolvidas nas condenáveis práticas de corrupção e improbidade administrativa, mantendo
tais indivíduos vigiados e afastados de qualquer contato maçônico, e sempre que possível, mantê-los
fora do serviço publico;
4º) Promover a construção de uma sociedade revigorada em seus princípios morais e
sociais, baseando-nos para tanto na trilogia Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Uma vez aptos a discernir e a propugnar pela Liberdade, pela Ordem e pelo Progresso e a
combater a Corrupção, estarão eles, ao combater de forma eficaz a Corrupção que assola o país,
cumprindo seu papel social propiciando o justo desenvolvimento da nação brasileira.
Referência Bibliográfica
CASTELLANI, José. Dicionário de Termos Maçônicos. Londrina: Ed. A Trolha, 2ª ed., 1995.
FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de. Dicionário de Maçonaria, Seus Mistérios, Ritos, Filosofia,
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