Organizadores
A revisão conceitual do conteúdo dos resumos destes anais bem como a responsabilidade
intelectual neles contida é de inteira responsabilidade dos autores.
Sobral, CE.
2019
2
ORGANIZAÇÃO
CURSO DE PSICOLOGIA
Coordenadora Ma. Germana Albuquerque Torres Cavalcante
Gestora de Pesquisa Ma. Bruna Clézia M. Neri
COMITÊ AVALIADOR
Profa. Ma. Germana Albuquerque Torres Cavalcante
Profa. Ma. Ana Karine Sousa Cavalcante
Profa. Ma. Ana Mara Farias Melo
Profa. Ma. Ana Ramyres Andrade de Araújo
Profa. Ma. Bruna Clézia M. Neri
Prof. Me. Francisco Eliandro S. do Nascimento
Profa. Ma. Gabriela Maria de Sousa Vieira
Prof. Me. Henrique Riedel Nunes
Prof. Me. Marcelo Franco e Souza
Profa. Ma. Nathássia Matias de Medeiros
Prof. Me. Túlio Kércio Arruda Prestes
CORREÇÃO ORTOGRÁFICA
Profa. Esp. Silvana Maria Cândido de Sousa
3
CIP - Catalogação na Publicação
Ficha Catalográfica Elaborada Pela Biblioteca –
Profa. Maria Carmelita Moura Viana Rodrigues
4
INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA – Centro universitário
INTA - UNINTA
PRODERES
PROMEO
5
PRÓ-REITORIA DE CARREIRAS DE ARQUITETURA E ENGENHARIAS –
PROAE
Pró-Reitor: -
PROCESSAMENTO TÉCNICO
6
APRESENTAÇÃO ANAIS II SEMANA DE PSICOLOGIA
7
RESUMOS
MESA- REDONDA
8
EMPREENDEDORISMO EM PSICOLOGIA: NOVAS PERSPECTIVAS DE
ATUAÇÃO PROFISSIONAL
9
ESPECTRO AUTISTA NA CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE: DIÁLOGOS
INTERDISCIPLINARES
10
POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL NO BRASIL: AVANÇOS E/OU
RETROCESSOS
11
RESUMOS
MINICURSO
12
A HISTÓRIA DA LOUCURA EM MICHEL FOUCAULT
O presente resumo faz uma breve discussão sobre a clássica obra História da Loucura
do autor Michel Foucault. O livro foi publicado pela primeira vez em 1961 com o título
Folie et Déraison pela editora Plon, depois como Histoire de la folie à l’âge classique,
em 1972, pela editora Gallimard. Em 1978, foi traduzido no Brasil por José Teixeira
Coelho Neto. O livro retrata o desejo do autor em desvendar como a loucura era
compreendida desde o século XVII ao XIX, assim nos oferece a percepção de quem era
considerado louco. Os mendigos, pobres e miseráveis e os portadores de doenças
venéreas foram os primeiros a serem enclausurados em espaços fora da cidade, o
sistema de reclusão e isolamento começam a nascer. Segundo Michel Foucault, isso
ocorria como uma forma de solucionar os problemas advindos com a situação social e
econômica. O autor dialoga como funcionava institucionalmente o internamento e quais
os procedimentos utilizados em cada época em busca do tratamento do “louco”. O
estudo apresenta quais eram os conceitos de cidadão útil e inútil, e de como a loucura no
outro é apontada por este prisma. O louco é o descontrolado, aquele sem razão, sem
lógica, o que não segue o padrão de cada período. Como lidar com as experiências da
loucura? Segundo Foucault, buscando ter o controle sobre os loucos, seja com o auxílio
da reclusão ou com o uso da medicação. Na modernidade a loucura é alvo de pesquisas,
é necessário precisar o tipo de doença, as causas e consequências, e principalmente
especificar o tratamento adequado, surge a importância da medicina, do médico e da
medicação na busca da cura da loucura.
REFERÊNCIAS
13
A POLÍTICA DE REDUÇÃO DE DANOS NO BRASIL - ÁLCOOL E
OUTRAS DROGAS, UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA
A Redução de Danos (RD) teve origem na Inglaterra em 1926 como forma mais adequada
de tratar dependentes de heroína e morfina. O primeiro programa de troca de seringas,
estratégias usadas pela RD a princípio, aconteceu na Holanda, tendo sido implantado em
1984, e logo depois se espalhou pelo resto do continente europeu. A RD estava voltada a
princípio para a prevenção de doenças de transmissão sanguínea entre usuários de drogas
injetáveis. No Brasil, a prefeitura de Santos em 1989 anunciou um serviço de troca de
seringas entre os usuários de drogas injetáveis com o objetivo de conter a disseminação do
vírus da AIDS. Somente durante a década de 90, com a atuação das organizações civis, a
RD se afirmará, gradativamente, como política governamental. Em 2005 é criada a
portaria nº 1.028 que determina as ações da RD nas políticas da saúde. Apontamos nesse
contexto três dimensões da estratégia RD: a dimensão do cuidado, da educação permanente
e das políticas públicas. Na dimensão do cuidado podemos afirmar que a RD é uma
estratégia que busca minimizar as consequências adversas do consumo de drogas onde
implica intervenções singulares, que podem envolver o uso protegido, a diminuição do uso
da droga, a substituição por substâncias que causem menos agravos ou até mesmo a
abstinência. Realizar RD enquanto prática de saúde inclui a construção dos aspectos da
autonomia, na medida em que planos de ação sejam traçados priorizando qualidade de
vida. A RD aponta a construção de vínculo do profissional com o usuário como estratégia
fundamental para elaboração do projeto terapêutico. A RD tem se apresentado como um
novo paradigma na saúde que também pode ser compreendida como uma ação do campo
da educação, inclusive na perspectiva da educação permanente em saúde. O Ministério da
Saúde em 2010 lança proposta de formação nessa área, incentivando implantação de
Escolas de Redutores de Danos do SUS em todo o País. A Escola de Redutores de Danos
do SUS constituiu-se como processo de formação profissional em serviço que procura
viabilizar a atenção à saúde dos usuários de substâncias, de populações marginalizadas ou
excluídas e cerceadas de seus direitos sociais. A formação é fundamental para a
compreensão da estratégia e consequentemente ampliação da clínica do usuário de
substâncias. Para finalizar, o aspecto política publica se apresenta para a RD enquanto
ideia de que a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as
condições indispensáveis ao seu pleno exercício ao promover para o usuário serviços de
proteção e recuperação. A RD realiza fóruns de discussão antiproibicionista, sobre o
encarceramento em massa da população negra e periférica por consequência da
desigualdade social e uso de substâncias, e o real sentido da guerra às drogas nesse
contexto no Brasil.
REFERÊNCIAS
14
BRASIL. Manual de Redução de Danos. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de
DST e Aids. Saúde e Cidadania. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
NIEL, M; SILVEIRA, D.X. Drogas e Redução de Danos: uma cartilha para profissionais
de saúde. São Paulo, 2008.
15
A PSICANÁLISE E O CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO EM
ASSISTÊNCIA SOCIAL – CREAS
REFERÊNCIAS
16
AS POSSIBILIDADES DO PSICÓLOGO NA DOCÊNCIA:
(DE)FORMAÇÃO DE SABERES, EXPERIÊNCIAS E PRÁTICAS
REFERÊNCIAS:
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos; ALVES, Leonir Pessate. (Org.) Processos
de Ensinagem na Universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula.
10 ed. Joinvile, SC: Editora Univille, 2015.
DEMO, Pedro. Pesquisa: Princípio científico e educativo 14 ed. São Paulo: Cortez,
2012.
17
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO
ORGANIZACIONAL
Ana Karine Sousa Cavalcante
REFERÊNCIAS:
18
CARTOGRAFIA E PESQUISA-INTERVENÇÃO NO TERRITÓRIO
ESCOLAR
REFERÊNCIAS
19
AGUIAR, Katia Faria; ROCHA, Marisa Lopes. Micropolítica e o exercício da pesquisa-
intervenção: Referenciais e Dispositivos em análise. Revista Psicologia Ciência e
Profissão do CFP, n. 4, ano 27, 2008.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Ed. 22. Rio de Janeiro: Edições Graal.
1979.
20
CUIDADO EM SAÚDE MENTAL NOS CENÁRIOS DA ATENÇÃO
PRIMÁRIA EM SAÚDE
REFERÊNCIAS
21
DAS MASSAS À MULTIDÃO: PSICOLOGIA POLÍTICA DAS
RESISTÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS
Michel Renan Rodrigues de Andrade
BRAGA, R. (2013). Sob a sombra do precarizado. IN. Cidades rebeldes: passe livre
e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo.
22
DARDOT, P. & LAVAL, C. (2016). A nova razão do mundo: ensaio sobre a
sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo.
FREUD, S. (2011). Psicologia das massas e analise do eu. In S. Freud, Psicologia das
massas e analise do eu e outros textos (Paulo César de Souza, trad., Vol. 15, pp. 13-
113). São Paulo, SP: Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1921)
Movimento Passe Livre. (2013). Não começou em Salvador, não vai terminar em São
Paulo. IN. Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do
Brasil. São Paulo: Boitempo.
RICCI, R. & ARLEY, P. (2014). Nas ruas: a outra política que emergiu em junho de
2013. Belo Horizonte: Editora Letramento.
23
SOLTO MAIOR, J. L. (2013). A vez do direito social e da descriminalização dos
movimentos sociais. IN. Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que
tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo.
VAINER, C. (2013). Quando a cidade vai às ruas. IN Cidades rebeldes: passe livre
e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo.
24
FITOTERÁPICOS NO TRATAMENTO DE DISTÚRBIOS
PSIQUIÁTRICOS
PSICOFARMACOLOGIA
Como o próprio nome já entrega, os antidepressivos são medicamentos que podem ser
utilizados no tratamento da depressão ou para prevenir a recorrência (retorno) da
doença. Além disso, é possível que o médico prescreva esse tipo de remédio para tratar
problemas como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de ansiedade
generalizada, transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) e dores crônicas de longo
prazo. Entretanto, alguns medicamentos antidepressivos podem trazer uma série de
efeitos colaterais para lá de desagradáveis. De acordo com a NHS, alguns deles são:
insônia, sonolência, diarreia, ansiedade, pouco desejo sexual, alterações no peso,
dificuldades para atingir o orgasmo, vertigem, problemas para urinar, problemas no
ritmo cardíaco e pensamentos suicidas (em casos raros), entre outros. Na esperança de
não sofrer tanto com as reações a esses remédios para tratar a depressão, alguns
pacientes podem solicitar ao médico o uso de antidepressivos fitoterápicos, ou seja,
aqueles que têm a composição à base de plantas. Um medicamento fitoterápico é aquele
alcançado de plantas medicinais, onde se utiliza exclusivamente derivados de droga
vegetais como: suco, cera, exsudato, óleo, extrato, tintura, entre outros. O simples fato
de coletar, secar e estabilizar um vegetal não o torna medicamento fitoterápico. Deste
modo, vegetais íntegros, rasurados, triturados ou pulverizados, não são considerados
medicamentos fitoterápicos, em outras palavras, uma planta medicinal não é um
fitoterápico. Assim como outros medicamentos, os fitoterápicos quando utilizados de
forma incorreta podem proporcionar problemas de saúde. Por isso, para regulamentar a
comunicação ao usuário, uma resolução da Anvisa em vigor desde 10 de março de 2010
padroniza regras para comercialização. Cada produto deve indicar para o que serve e
seus possíveis efeitos colaterais. Os dados devem estar em um folheto informativo na
embalagem ou no invólucro da planta. Objetivando a utilização e manipulação correta
das plantas medicinais para distúrbios psiquiátricos, foi realizada a demonstração do uso
adequado do processo de extração vegetal por infusão. Foram utilizados no minicurso as
folhas de maracujá (Passiflora edulis), hortelã (Mentha sp.), camomila (Matricaria
chamomilla) e cidreira (Melissa officinalis) secas e cortadas em pequenos pedaços. Em
seguida foram medidos cerca de 200ml de água filtrada, posta em placa aquecedora até
que entrasse em ebulição. Foram pesadas cerca de cinco gramas das folhas higienizadas
e adicionadas aos 200 ml de água aquecida para infusão por 10mim (abafou-se com
papel alumínio). Após os 10mim de infusão filtrou-se a folhagem para posterior
utilização do chá. Ao final obteve-se quatro chás para consumo e de ação terapêutica.
REFERÊNCIAS
KATZUNG, B. G. Farmacologia básica e clínica. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
26
INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO DE MICHEL FOUCAULT:
ABRINDO A CAIXA DE FERRAMENTAS FOUCAULTIANA
Túlio Kércio Arruda Prestes
O filósofo francês Michel Foucault, mundialmente conhecido por sua tese de
doutoramento intitulada “História da Loucura: na Idade Clássica” (FOUCAULT, 2017),
dedicou a sua obra a estudar temas bastante caros à psicologia, como: a própria
construção social da loucura; a história de formação do campo discursivo e prático dos
saberes “psi” (psicologia, psicanálise e psiquiatria); a invenção do sujeito; o governo da
vida através de uma anátomo-política do corpo e de uma biopolítica das populações; os
modos de subjetivação como objeto de governo; etc. É pelo próprio reconhecimento da
importância da obra foucaultiana como pelo fato deste autor tratar de tantos temas
transversais à psicologia, que este tem figurado atualmente como um dos pensadores
mais citados nas pesquisas no campo da psicologia no Brasil (FERREIRA NETO et al,
2017; CAVALCANTE et al, 2016). Nesse ínterim, dada a relevância deste autor para a
psicologia e para a análise da contemporaneidade, o minicurso intitulado “Introdução ao
pensamento de Michel Foucault: abrindo a caixa de ferramentas foucaultianas” teve
como objetivo apresentar as contribuições do pensamento de Michel Foucault, e seus
desdobramentos, para que a partir desses conceitos-ferramentas possamos indicar
algumas pistas para (re)pensar o saber-fazer da psicologia e a produção de
subjetividades na contemporaneidade. Este minicurso é também uma ação do Grupo de
Estudos Foucault e a Psicologia (GEFOUP) vinculado ao curso de psicologia do Centro
Universitário Inta – UNINTA. Quanto ao termo “caixa de ferramentas” que aparece no
título do minicurso para se referir ao pensamento foucaultiano, ressaltamos ser esta uma
alcunha inventada pelo filósofo francês Gilles Deleuze ao se referir as teorizações
foucaultianas (FOUCAULT, 2007). Essa definição utilizada por Deleuze serve para
enfatizar que um bom conceito deve funcionar como uma ferramenta, um instrumento
de que nos servimos para operar nossas próprias análises. Do mesmo modo, quando esta
ferramenta já não nos serve devemos abandoná-las e ir à caça de outras ou forjar nossas
próprias ferramentas. Entre os conceitos trabalhados no minicurso destacamos:
arqueogenealogia, poder, governo, modos de subjetivação, poder disciplinar e
biopolítica. Não obstante, com este minicurso esperamos ter dado nossa contribuição
com a apresentação de algumas ferramentas foucaultianas, e de como o autor as
utilizou, mas no intuito de que aqueles que participaram possam por si mesmo inventar
novas formas de utilização, já que o uso que se fará delas dependerá em grande medida
da engenhosidade e habilidade daquele que as manipula. Ao passo em que se estas já
não lhes servem, se são limitadas, instigamos que desenvolvam as suas próprias
ferramentas.
REFERÊNCIAS
27
FERREIRA NETO, J. L. et al. Usos de Foucault nos estudos de psicologia no brasil.
Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte , v. 29, e159930, 2017 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
71822017000100227&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 11 de junho de 2019.
http://dx.doi.org/10.1590/1807-0310/2017v29159930.
FOUCAULT, M. História da Loucura: na idade clássica. 11ª edição. São Paulo:
Perspectiva, 2017.
____. Microfísica do Poder. MACHADO, R. (org) 24º ed. Rio de Janeiro: Edições
Graal, 2007.
28
MINDFULNESS EM INTERVENÇÕES CLÍNICAS
Ana Mara Farias de Melo
Gabriela Maria de Sousa Vieira
As práticas de Mindfulness têm sido cada vez mais integradas na prática clínica
contemporânea, especialmente, no campo da psicoterapia. No Brasil, vem ganhando
espaço na literatura e nos congressos sobre clínica cognitiva comportamental e analítico
comportamental, nesta última, muito através das chamadas “terapias de terceira onda”,
as quais incorporam práticas de mindfulness em suas intervenções. O objetivo deste
minicurso foi conhecer teoricamente aspectos fundamentais do mindfulness, incluindo
práticas, e discutir seu uso em intervenções da clínica analítica comportamental. O
mindfulness pode ser entendido como um estado de “prestar atenção de uma forma
particular, com propósito, no momento presente e sem julgamento” (KABAT-ZINN,
1994/2005), vem de uma antiga prática budista e sua relevância tem a ver com o
despertar e viver em harmonia consigo mesmo e com o mundo. O estado de atenção
plena proposto pelas práticas de mindfulness é uma alternativa a um estado bastante
habitual nos dias de hoje, baseado no “piloto automático” e na reatividade excessiva em
situações do cotidiano. Para se experimentar e vivenciar o momento presente pode ser
utilizado nas práticas ou exercícios por meio de algumas “âncoras”, como a respiração,
sensações corporais e observação consciente. Com os exercícios é possível observar
mecanismos de ação, como a autorregulação da atenção, consciência corporal,
regulação emocional e perspectiva do eu. Estes exercícios, quando utilizados na prática
da clínica analítico comportamental, podem permitir ao cliente prestar atenção,
intencionalmente, às experiências do momento presente, sem se deixar ir por
pensamentos ou sensações que já aconteceram ou ainda poderão acontecer, mas que
envolve sofrimento por pensar antecipadamente. Espera-se que o cliente aprenda a
voltar ao observar seu comportamento no momento presente. Envolve também ter uma
postura de curiosidade acerca das diferentes reações corporais, sem atribuir valores a
elas e uma abertura a todo tipo de reação, aversiva ou não, permitindo promover a
aceitação e tolerância a eventos emocionais aversivos, à medida que o cliente se expõe
às contigências e ao subsequente processo de extinção da experiência aversiva. O
mindfulness pode ajudar ao terapeuta e ao cliente está mais sensível ao mundo sob a
pele, desenvolver a aceitação e a paciência aos eventos aversivos incontroláveis e
aprimorar uma postura não julgadora, fornecendo habilidades para cada um escolher
como reage aos eventos.
REFERÊNCIAS
KABAT-ZINN, J. Coming to our senses. Healing ourselves and the world through
mindfulness. New York, Hyperion, 601 p. 2005.
29
NEUROPSICOLOGIA CLÍNICA
REFERÊNCIAS
30
O CORPO NA PSICOMOTRICIDADE
Julyana Lima Vasconcelos Andrade
Ao longo da história o corpo foi construído sob olhares diferentes, mas havia uma
marcação do corpo em detrimento da alma, um paradigma científico que foi assinalado
principalmente pela lógica cartesiana que colocava o corpo versus a alma, onde a alma
ocupava posição de destaque nos estudos sobre o homem. Com o positivismo e o
surgimento das ciências médicas esse corpo passa a ganhar lugar de destaque e passa a
ser milimetricamente estudado e esquadrinhado, com o objetivo de compreender essa
estrutura e prever seus efeitos. Para a Psicomotricidade, o corpo surge como o próprio
homem, um homem que se constrói através da sua afetividade, suas emoções, suas
relações de amor e ódio, sua sexualidade, seus prazeres, dentre outros. Um homem que
se apropria do próprio corpo nas suas experiências de vida. Um homem que é o próprio
corpo e por isso se constrói enquanto sujeito através dele. Na Psicomotricidade, os
gestos, o tônus, a postura, o eixo corporal dizem sobre o sujeito, de forma que, o homem
fala através de seu corpo. Nesse contexto, essa ciência se inscreve em três eixos de
atuação: Educação Psicomotora na primeira infância; Avaliação Psicomotora;
Reeducação ou Terapia Psicomotora. Para intervir nesses eixos é preciso
compreendermos os subfatores do corpo, que compreendem desde a base de qualquer
movimento até os gestos mais precisos. Os subfatores são: Tonicidade, que compreende
a base do movimento e compreende o tônus muscular; Equilibração, que diz sobre o
controle postural e desenvolvimento da aquisição da locomoção; Lateralização, que é o
resultado da integração bilateral do corpo; Noção do Corpo, que compreende a
aquisição de informações táteis e quinestésicas, desenvolvendo padrões de movimento
específico da cada experiência corporal; Estruturação espaço-temporal, que surge
através da aquisição da lateralização como uma superestrutura que resulta da integração
de duas estruturas distintas e com desenvolvimento próprio. Essa superestrutura se
desenvolve através de diferentes modalidades sensoriais, visuais e auditivas. E no topo
dos subfatores, como movimentos mais complexos, temos as praxiais globais e finas,
onde a praxia global compreende tarefas motoras globais, complexas, que exigem a
atividade conjunta de vários grupos musculares. Já a praxia fina compreende a
micromotricidade, ou seja, a perícia manual. Diz sobre as atividades preensivas e
manipulativas mais finas e mais complexas. Esse subfator é o ultimo a ser desenvolvido,
e necessita do domínio de todos os outros subafatores para o desenvolvimento destes
movimentos. Estes subfatores devem orientar o olhar do psicomotricista que se insere
nessa proposta de tomar o corpo como campo central de observação e intervenção.
Compreendendo os aspectos subjetivos e experienciais de cada sujeito que se comunica
através do corpo, pois, para essa ciência não interessa a verificação da execução de
movimentos descontextualizados e sim de uma troca entre o sujeito e seu
psicomotricista com o olhar no corpo e para o corpo.
31
REFERÊNCIAS
32
“O(S)ENVELHE (SER)ES: A IMPORTÂNCIA DE
COMPREENDER A SINGULARIDADE DO/NO PLURAL”.
Maria de Jesus Bastos Gomes Andrade
O minicurso teve por objetivo principal trazer uma nova forma de olhar, repensar e
construir acerca do ser que envelhece e de como ele vivencia esse envelhecimento. Foi
pensado como um espaço efetivo de partilha para estudantes e/ou profissionais
psicólogos e de áreas afins interessados em compreender e obter recursos teóricos,
metodológicos e criativos na atuação com idosos. De forma reflexiva e instigadora
foram lançados os seguintes questionamentos: O que você pensa sobre o
envelhecimento? Quais as questões que atravessam o envelhe(Ser)?, Quais as possíveis
atuações com idosos? Quais os principais desafios enfrentados pelos profissionais que
estão nesse campo?. O diálogo foi embasado pelas ideias dos seguintes autores: Simone
de Beauvoir, Guita Debert, Maria Célia de Abreu, bem como autores referências da
Gestalt-Terapia como Jorge Ponciano, Terese Tellegen e outros. Trabalhar com idosos é
de fato se lançar nas questões humanas como: finitude, dependência, fragilidade,
mudanças e história de vida. Portanto, o trabalho com o idoso necessita de adaptação,
planejamento, criatividade, cuidado (autocuidado), ética, estudo aprofundado e
especializado, compreensão de que as demandas têm suas peculiaridades e cada atuação
(seja no domicílio, no consultório, em grupo ou individual) requer uma abordagem
diferenciada, focada na integralidade do sujeito e na sua singularidade.
Palavras chaves: Envelhecimento. Idoso. Singularidade.
REFERÊNCIAS
ABREU, M.C. Velhice: uma nova paisagem. São Paulo: Ágora, 2017.
33
O PAPEL DO PSICÓLOGO JURÍDICO NA ATUAÇÃO EM
DIVÓRCIO DE CASAIS COM FILHOS.
REFERÊNCIAS
34
PSICANÁLISE E PSICOLOGIA ANALÍTICA: INTERLOCUÇÕES
CONCEITUAIS
Francisco Eliandro S. do Nascimento
Henrique Riedel Nunes
35
REFERÊNCIAS
FREUD, S. A interpretação dos sonhos (1900). In: Obras Psicológicas completas de
Sigmund Freud: edição standard brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 2006. v. V e VI.
_____. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905). In: Obras Psicológicas
completas de Sigmund Freud: edição standard brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 2006.
v. VII.
_____. O Futuro de uma ilusão (1927). In: Obras Psicológicas completas de Sigmund
Freud: edição standard brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 2006. v. XXI.
_____. Mal estar na civilização (1930). In: Obras Psicológicas completas de Sigmund
Freud: edição standard brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 2006. v. XXI.
_____. Sincronicidade. 21ª ed. Trad. Mateus Ramalho Rocha. Petrópolis: Vozes, 2014.
36
Isabela Cedro Farias
37
Ninnyve Sotero de Oliveira Leitão
REFERÊNCIAS
38
AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of
Mental disorders - DSM-5. 5th.ed. Washington: American Psychiatric Association,
2014.
39
PÔSTERES
40
Eixo Temático: Atuação e reflexão em Psicologia
Caren Daniele Meneses de Maria
Ana Mara Farias de Melo
O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) é um serviço
público de abrangência municipal ou regional que tem como principal objetivo
disponibilizar acolhimento social especial, construindo-se como um lócus de referência,
para pessoas e famílias em situação de risco. Para compreender o sujeito que vai ao
CREAS, o profissional de Psicologia necessita de elementos para observar as
dificuldades vigentes no contexto de vulnerabilidade social associado a violações de
direitos, como também a maneira deste vivenciar seu contexto. Nesse sentido, o
objetivo deste trabalho é expor a visita realizada por uma aluna de Psicologia ao
CREAS, apresentando a importância do psicólogo na área de Políticas Públicas e seus
desafios. Trata-se um relato de experiência a partir da disciplina de Estágio Básico II em
Políticas Públicas, do curso de Psicologia do Centro Universitário UNINTA ao CREAS,
durante o período de setembro de 2018. A equipe do CREAS trabalha visando
proporcionar meios de melhor qualidade de vida das pessoas, contribuindo para a
eliminação de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão. Para isso oferece três serviços o Serviço de Proteção e
Atendimento Integral às Famílias e Indivíduos (PAEFI), Serviço de Medidas
Socioeducativas em Meio Aberto e Serviço de Abordagem Social. O Psicólogo neste
espaço trabalha em equipe e volta sua atividade para resgatar a autonomia, a autoestima
do sujeito vitimizado pela violência podendo utilizar-se para tanto de escuta qualificada
e de ferramentas para enfrentar os problemas sociais e pessoais que atravessam a
realidade da pessoa que busca o serviço. Na visita, pude observar que os índices de
maiores denúncias estão a violência contra o idoso, violência sexual e violência
doméstica. O CREAS não tem território fixo, assim dificultando os acompanhamentos
de todas essas demandas, pois a equipe é pequena para acompanhar todos os casos.
Pude observar que, quando chega um caso, não é só apenas o sujeito que precisa de
acompanhamento, mas todo o contexto familiar, assim, torna-se difícil trabalhar com a
aproximação da família. O sofrimento humano é ético e político e não tem origem
somente no indivíduo, mas também nas relações construídas socialmente. Assim, o
psicólogo com toda a equipe trabalha para presta maior acompanhamento das famílias,
mas que ainda representa um desafio. Essa experiência de estágio proporcionou novos
conhecimentos e aprendizagens permitindo entrar em contato direto com a realidade do
profissional inserido nas Políticas públicas e foi essencial para perceber a importância
do psicólogo no espaço do CREAS, tendo em vista, que este profissional apresenta um
olhar diferenciado, buscando atuar em equipe e proporcionar o fortalecimento das
potencialidades e autonomia do sujeito em seu contexto social.
Palavras – chave: Relato de Experiência. Políticas Públicas. CREAS.
41
Eixo temático: Atuação e reflexão em Psicologia.
Francisca Hyana Braga Vasconcelos;
Bárbara Vitória Aguiar Lima;
Sabrina Madeira Ponte;
Ana Karine Sousa Cavalcante
Atualmente o profissional de psicologia é muito solicitado no espaço escolar, porém
este especialista muitas vezes é visto apenas como um mediador de problemas
relacionados a alunos ditos “complicados” dentro da sala de aula. Todavia o papel do
psicólogo escolar vai além desta tarefa que é apontada pelo senso comum, este
profissional tem o papel de aplicar conhecimentos psicológicos na escola no que se diz
respeito ao processo de ensino-aprendizagem, além de realizar intervenções e análises
psicopedagógicas no que tange o desenvolvimento humano que estejam interligadas nas
relações sociais do aluno, família- comunidade-escola. Compreender a relação do
psicólogo escolar no processo de ensino-aprendizagem, assim como reconhecer a
importância da avaliação psicológica no ambiente escolar para uma melhor relação no
processo de ensino-aprendizagem; apontar que a avaliação psicológica não tem como
função patologizar, enquadrar ou estigmatizar o aluno. Foi realizada uma revisão de
literatura para obtenção de dados significativos da temática proposta. Para tanto, foi
utilizada a base de dados do Pepsic com os seguintes descritores: “avaliação
psicológica” e “educação”. A partir da leitura de artigos pode-se observar que ao trazer
a avaliação psicológica para o âmbito educacional abre espaço para o surgimento de
mitos sobre este processo técnico e científico que é desenvolvida pelo psicólogo.
Percebe-se, portanto, que a avaliação psicológica ainda é vista por muitos profissionais
da área educacional como um processo que vem adentrando o espaço escolar com o
objetivo apenas de enquadrar o aluno “problemático” dentro de alguma categoria e
assim “solucionar” a demanda que o mesmo apresenta. Para tanto podemos deduzir que
a metodologia da avaliação psicológica não tem como objetivo medir o grau de
mudanças do desenvolvimento do comportamento deste aluno, mas sim de avaliar de
forma mais abrangente todo o processo que o aluno vem a apresentar na esfera
educacional, com base nas relações que este está inserido. Considerando a relevância
deste trabalho de desmistificar o senso comum sobre o papel do psicólogo escolar,
podemos inferir que a avaliação psicológica busca contribuir de forma positiva para
uma ponderação menos estigmatizante e preconceituosa, devendo portanto criar
condições psicológicas favoráveis para o crescimento pessoal e escolar do referido
aluno.
Palavras – chave: Avaliação Psicológica. Psicologia. Ambiente escolar.
42
Eixo temático: Atuação e reflexão em Psicologia
Luiz Antonio Bispo Gomes
Michael da Silva Serafim
Girlene Oliveira Nunes
Nathássia Matias de Medeiros
O psicólogo hospitalar passou a ter sua atuação consolidada com o advento das equipes
multidisciplinares nos grandes hospitais, modelo esse que surgiu com o intuito de
quebrar o paradigma do modelo convencional de internação, visando proporcionar
conforto e humanização aos pacientes que já se encontram expostos a situação de dor,
sofrimento, trauma, esgotamento físico e mental, melhorando o atendimento e as
condições do ambiente de trabalho. A partir do questionamento acerca das
particularidades da psicologia hospitalar na atualidade, este trabalho visa compreender a
atuação do psicólogo na área hospitalar a partir de uma entrevista com uma profissional
da área. Esta pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, na qual utilizamos
o método da entrevista semiestruturada, que é uma entrevista em que possui um roteiro
pré-determinado, mas guarda a possibilidade de ficar aberta a alterações enquanto é
realizada. De acordo com a psicóloga hospitalar entrevistada, o psicólogo hospitalar
direciona a sua atuação a três vertentes, que são constituídas pelos pacientes, familiares
e equipe. Em relação a equipe, a entrevistada relata trabalhar orientando sobre a relação
dos profissionais com o paciente e como eles devem agir de acordo com a situação
apresentada. É necessário um trabalho de reflexão que envolva toda a equipe de saúde
para fazer com que o hospital perca seu caráter meramente curativo, para transformar-se
numa instituição que trabalhe não apenas com a reabilitação orgânica, mas também com
o restabelecimento da dignidade humana. Na interação da família com o paciente, o
profissional da psicologia hospitalar vai trabalhar a compreensão da doença e a
aceitação dos familiares perante o diagnóstico. A entrevistada relatou que o hospital
pode representar uma ameaça constante e causar situações ansiogênicas e de muito
estresse para a relação da família com o paciente, portanto, o psicólogo hospitalar
possui um papel fundamental para contornar esse tipo de situação. É necessário afirmar
que a área da psicologia hospitalar vem ganhando um grande destaque, pois o psicólogo
hospitalar acompanha o paciente durante todo o processo de adoecimento, possiblidade
de adoecimento e morte. A psicóloga comentou boa relação com a instituição em que
trabalha, mas, em alguns casos, os outros profissionais que compõem a equipe
multiprofissional não sabem descrever a real função do psicólogo hospitalar. Ela relata
que é preciso apresentar os seus limites e sua prática para que a equipe entenda o seu
propósito. Diante dessa pesquisa, pudemos averiguar a importância do profissional da
psicologia hospitalar, haja vista que suas atuações são amplas e variadas dentro do
ambiente hospitalar e todas são de suma importância. Pudemos concluir que o psicólogo
hospitalar atua na relação do paciente e da família com o processo de adoecimento, com
o fato de estar hospitalizado, diagnósticos ou até mesmo com a possibilidade de
falecimento.
Palavras – chave: Psicologia Hospitalar. Entrevista. Psicologia.
43
A PRÁTICA DOS(AS) PSICÓLOGOS(AS) EM CENTROS DE
ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS): UMA ANÁLISE DO CAPS DE
SANTA QUITÉRIA-CE
44
A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO COMO ESTRATÉGIA
PARA UM DIFERENCIAL COMPETITIVO
Eixo temático: Atuação e reflexão em Psicologia
Karla Waldienia Aves Pinto
Rosymile Andrade de Moura
Ana Karine Sousa Cavalcante
A psicologia organizacional é responsável por entender o comportamento humano no
contexto empresarial e, a partir disso, desenvolver estratégias com o objetivo de
melhorar os resultados da organização sem esquecer-se de cuidar da saúde mental dos
funcionários. Promover condições dignas de trabalho, pensando na qualidade de vida
dos colaboradores, é fundamental para manter a motivação dos mesmos e com isso, a
empresa possa atingir os resultados desejados. Analisando o indivíduo como um ser que
está constantemente passando por mudanças, pensar em estratégias para melhorar a
qualidade de vida é fundamental para manter um ambiente laboral saudável. O objetivo
desta pesquisa foi estudar as iniciativas adotadas por uma empresa de serviços de
cobrança (telemarketing) para melhorar a qualidade de vida dos seus colaboradores e
melhorar a percepção dos mesmos a esse respeito. Foi realizada uma pesquisa
exploratória e descritiva, caracterizada como estudo de caso. Participaram deste estudo
duas gerentes de diferentes setores de uma empresa de serviços de cobrança
(telemarketing). Para a coleta de dados, utilizou-se uma entrevista semiestruturada,
juntamente a todos os participantes. Quando as gerentes foram questionadas sobre o
fator que motivou a empresa a pensar na qualidade de vida dos funcionários, a gerente
de Gestão de Pessoas respondeu que o pontapé inicial foi avaliar as suas práticas e
assim, saber como estavam se posicionando no mercado em relação às outras empresas
do mesmo porte. As gerentes afirmaram que, quando o foco da empresa passou a ser
cuidar da saúde mental dos colaboradores, essa atitude refletiu diretamente na melhora
dos resultados da organização. A organização estudada desenvolveu programas
direcionados ao bem-estar dos colaboradores; entre eles estão: Projeto Cegonha (uma
rede de apoio às colaboradoras que engravidavam); Minha Vida Vale (espécie de seguro
de vida criado com o intuito de tranquilizar o colaborador e seus familiares, caso
acontecesse alguma fatalidade com o mesmo); Conte Conosco (adiantamento de salário,
integral ou parcial, em caso de situação emergencial); Feijoada Com os Melhores
(Evento trimestral onde participam todos da diretoria e colaboradores podem levar os
seus familiares). Um ano após a implantação desses programas, as gerentes comemoram
o sucesso dos resultados com uma melhora na arrecadação em 55% e as mesmas dizem
que a meta é dobrar esse resultado nos anos seguintes. A pesquisa revelou que muito do
que foi investido em Qualidade de Vida no Trabalho, estava voltado ao reconhecimento
e cuidados que envolvem aspectos intangíveis. Percebeu-se que os funcionários
necessitavam ser ouvidos e reconhecidos com bônus que não envolvam apenas dinheiro,
mas sim, emoção, bem-estar e felicidade. A implantação da Qualidade de Vida no
Trabalho trouxe, além de resultados positivos na avalição dos colaboradores, a
conquista de uma posição no ranking das melhores empresas para se trabalhar no estado
do Ceará. Diante do exposto, pode-se constatar que a Qualidade de Vida no Trabalho é
a junção de aspectos físicos e emocionais que somados podem ser usados como
estratégia para o crescimento da organização.
Palavras – chave: Psicologia Organizacional. Estratégia Organizacional. Qualidade
de Vida.
45
A RELEVÂNCIA DO SUPORTE ÀS FAMILIAS E AS PESSOAS
QUE TENTARAM SUICÍDIO
46
ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL PSICÓLOGO NO NASF DE
SANTA QUITÉRIA-CE
47
LOUCURA E HISTÓRIA NA FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA
Eixo temático: Atuação e Reflexão em Psicologia
Fernanda de Oliveira Pereira;
Nathássia Matias de Medeiros;
Principalmente desde o livro História da Loucura, de Michel Foucault, que explora as
formas como o louco é percebido pela sociedade desde a Idade Média até a
Modernidade, abrem-se portas para a discussão sobre como a loucura é historicamente
determinada. No entanto, é corriqueiro que se produza no senso comum preconceitos
acerca do que sejam as perturbações psíquicas ou acerca dos conceitos de normal e
patológico. É comum que os alunos recém-chegados em um curso de Psicologia tragam
consigo (pré) conceitos acerca da temática, a partir de óticas impregnadas de estigmas e
representações sociais. Um dos desafios do ensino em Psicologia reside justamente na
ressignificação de tais modos de pensar baseados no senso comum. A partir dessa
problemática, o presente trabalho tem como objetivo discutir a importância da reflexão
sobre a questão da loucura enquanto uma construção histórica para os alunos de
primeiro semestre de um curso de Psicologia. Este trabalho surgiu a partir da vivência
no programa de monitoria da disciplina “Introdução à Psicologia” do curso de
Psicologia do Centro Universitário INTA - UNINTA, durante a qual se apresentaram
situações semelhantes no que se refere a alunos que iniciam a graduação com
conhecimentos eminentemente baseados no senso comum sobre a temática da loucura.
Realizamos uma pesquisa qualitativa, de viés exploratório, construída a partir de uma
revisão narrativa de literatura. O levantamento de dados foi feito entre os meses de
agosto e setembro de 2018, exclusivamente no banco de dados bibliográficos de
periódicos científicos brasileiros Scientific Electronic Library Online (SciELO).
Trabalhamos com os autores: Alexandre Magno Teixeira de Carvalho, Fernando de
Almeida Silveira, Luis Claudio Figueiredo, Michel Foucault, Roberto Machado, Paulo
Amarante, Richard Theisen Simanke e Tiago Hercilio Baltazar. A partir da análise do
material bibliográfico coletado, foi possível inferir que explorar a constituição social,
cultural e histórica da loucura permite colocar em xeque os padrões de normalidade e
patologia, borrando as fronteiras entre tais conceitos. A compreensão histórica do
conceito de doença mental torna possível que os alunos recém-ingressos no curso de
Psicologia desconstruam, desde o início da graduação, os saberes trazidos do senso
comum sobre esta temática, isto é, a visão da loucura naturalizada e taxonômica.
Explorar a loucura e sua história oportuniza aos alunos entender a edificação do sujeito
louco em seus efeitos subjetivos e no seu contexto histórico, levando em consideração,
inclusive, de que houve momentos na história em que era impensável considerar a
loucura como uma patologia. Concluímos que essa reflexão é de fundamental
importância para a formação crítica e humana do psicólogo, uma vez que o permite
compreender a loucura não como uma condição inata e natural, mas sim como
construída e multideterminada.
Palavras – chave: Loucura. História. Formação do Psicólogo;
48
O USO DE REDE SOCIAL COMO FERRAMENTA PRÁTICA NO
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA MONITORIA DE
NEUROCIÊNCIAS II
49
RELATO DE EXPERIÊNCIA EM MONITORIA: ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO (2018.2)
50
REPENSANDO A RELAÇÃO ALUNO-PROFESSOR E A
PERSPECTIVA DO PAPEL DO PSICÓLOGO
51
PRAXIS DO PSICÓLOGO NO ÂMBITO SAÚDE MENTAL:
RELATO DE VIVÊNCIA DE ESTÁGIO NO CAPS AD DE SOBRAL
52
UM OLHAR INVESTIGATIVO SOBRE A ATUAÇÃO DO
PSICÓLOGO NO ÂMBITO HOSPITALAR
53
COMUNICAÇÃO
ORAL
54
A ADOÇÃO DO FASCISMO ENQUANTO ESTRATÉGIA DE
POLARIZAÇÃO NOS DISCURSOS ELEITORAIS BRASILEIROS
Eixo temático: Movimentos sociais, lutas e resistências
João Victor Moreira Lima
Socorro Taynara Araujo Carvalho
Bruna Clézia Madeira Neri
Para a compreensão dos termos polarização e fascismo é fundamental pontuar que estas
palavras que estão sendo tão utilizadas atualmente no cenário político brasileiro
possuem um teor histórico, e é importante atentar-se a essas repetições em território
brasileiro que têm emergido nos últimos tempos, mas que já ocorreram em outros
lugares no globo em épocas distintas da atual, e que de alguma maneira, voltam a ter
grande força apenas agora. Exemplos como a Alemanha nazista de Hitler, bem como o
período de Guerra Fria são exemplos de polarizações e regimes fascistas ocorridos pelo
mundo em contextos distintos. Já no cenário nacional, podemos observar fatos como a
polarização, violência e um fascismo ideológico enraizado por discursos de esquerda e
direita, que são espectros políticos ideológicos herdados desde a Assembleia Nacional
Francesa estabelecida pós-revolução. Atualmente, essas cisões têm ressurgido como um
engodo, especialmente durante o período eleitoral de 2018. Discutir como ideologias do
século passado ainda podem retornar com uma nova roupagem que geram grande
influência em pleno século XXI, e compreender como esses processos simbólicos são
naturalizados e consequentemente geram violência e segregação em todo o país. Trata-
se de um estudo qualitativo e exploratório, no qual foi utilizado levantamento
bibliográfico e análise de discursos midíaticos. As pesquisas bibliográficas foram
extraídas a partir da leitura do livro ‘Como conversar com um Fascista: Reflexões sobre
o cotidiano autoritário Brasileiro’, da filósofa Marcia Tiburi (2015). A análise de
discursos midiáticos, extraído de blogs e visualizados pela vertente da Psicologia Social.
É notável que desde os primórdios o discurso fosse usado para propagação de ideologias
e afins. No período eleitoral, notou-se que indivíduos se organizaram em verdadeiras
massas seguidoras de ideologias ditas “opostas”, mas que no fim não se divergem como
acham. Já que ambas promoveram a violência e a intolerância para partes divergentes
no espectro político. A mídia foi usada como a grande ferramenta da propagação dessas
ideias de intolerância e violência, para com os sujeitos. Por fim causando a
impossibilidade da abertura ao diálogo/debate como possível medida de resolução do
conflito. É de total importância o debate sobre tais fatos, pois somente através do
diálogo e conscientização. É possível pensar avanços e superações no que tange a
questões como violência e intolerância sobre um determinado posicionamento, escolha
sendo este político ou não. Afinal, somos um único povo, que vivemos em um país
democrático, deveríamos estar unidos com o objetivo de intensificar as lutas contra o
preconceito, contra a corrupção e para que nossos direitos sejam garantidos, o combate
deve fugir de discussões que propagam o ódio e ocorrer como processo de reeducação
política, olhar mais para o coletivo e menos para os interesses individuais.
Palavras – chave: Fascismo. Polarização. Eleições
55
A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA NA FORMAÇÃO DO
ENFERMEIRO
Eixo temático: Atuação e reflexão em Psicologia
Kécio Jhons Cunha Araújo
Maria Danielle Fontele Gomes
Nayane Cordeiro Moura
Priscila Pessoa de Sousa
Francisco Freitas Gurgel Júnior
A enfermagem por ser uma área onde quase sempre tem o primeiro contato com o
paciente, necessita que o profissional esteja capacitado para atender esse público tão
eclético. Desta forma, há a necessidade de envolvimento de outros saberes,
principalmente da área da psicologia, que traz colaborações no sentido de se expressar
de uma forma adequada e perceber no paciente algum problema que o mesmo não possa
relatar e/ou se omite em dizer por algum motivo. A análise do ensino de Psicologia na
área da Enfermagem possibilita a identificação de compostos que resultam em métodos
de disciplinarização da Psicologia. O curso é constituído por um conjunto de
professores e estudantes, vinculados em um campo de conhecimentos teóricos e práticos
completamente estruturado. Destacar a importância da contribuição da psicologia nos
profissionais de enfermagem. Trata-se de um estudo bibliográfico, de cunho descritivo.
A pesquisa foi realizada durante o mês de março de 2019 nas bases de dados da BVS.
Incluídos apenas artigos com textos completos e escritos em português. Excluídos os
textos de língua estrangeira e editoriais. Foram utilizados os seguintes descritores:
psicologia, enfermagem e ensino. Do total de 17 artigos lidos, foram selecionados 4
artigos para discussão, os quais atendiam ao propósito da pesquisa. O enfermeiro
necessita ter conhecimento da psicologia para uma melhor conversa com o paciente em
momentos tristes e difíceis, entendê-los melhor, perceber o que ele está sentido mesmo
que o outro não lhe diga nada, e dessa maneira poder fazer uma abordagem qualificada
e precisa, encaminhar para a psicologia ou outra área que julgue necessário e até mesmo
elaborar um plano de cuidado com a equipe multidisciplinar. Para tais ações é preciso
que enfermeiro aplique a psicologia no processo de cuidado e atendimento ao paciente,
seja ele em qualquer esfera de atenção, primária, secundária terciária e principalmente
em situações de cuidados paliativos. Percebeu-se com esta pesquisa o quanto a
psicologia aplicada a enfermagem faz-se necessário no acompanhamento e atendimento
ao paciente em diversas situações. Restabelecendo-se com isto, a qualidade de vida do
paciente nos aspectos psicológicos, intelectual, social, físico e emocional.
Palavras – chave: Psicologia. Enfermagem. Ensino.
56
A DOENÇA DE PARKINSON E SUA DECORRÊNCIA
PATOLÓGICA EM IDOSOS, UMA REVISÃO BIBLOGRÁFICA A
PARTIR DO ESTUDO EM NEUROPSICOLOGIA
Eixo temático: Interdisciplinaridade, questões metodológicas e epistemológicas em
Psicologia
Rosymile Andrade de Moura
Socorro Taynara Araújo Carvalho
Karla Waldienia Aves Pinto
Marcos Eduardo Azevedo Martins
O Parkinson atua no sistema nervoso central como uma doença degenerativa e
idiopática, relacionada a morte celular dos neurônios produtores de dopamina. Tem por
agravantes a degeneração e falência de estruturas no interior do cérebro, chamadas núcleo da
base, estas por sua vez, deixam de produzir o neurotransmissor dopamina. A falta de
produção da mesma acarreta o surgimento dos sintomas físicos e psicológicos. É
observado que a que a interferência da doença na realização de atividades simples
(como amarrar o cadarço ou abotoar a camisa) acaba por desestimular o paciente que é
caracterizado em sua maioria o público masculino e da terceira idade. Portanto, o idoso
é acometido de um sentimento de angústia por não conseguir viver independentemente,
porém, a doença é passível de tratamento que proporcione uma maior qualidade de vida
e potencialidade, relacionando atividades terapêuticas e fisioterapêuticas, a fim de
garantir uma melhor vivência para o indivíduo. Este trabalho é constituído de análise
bibliográfica e pautada no estudo em neurociências e estimulada em grupo de estudo de
neuropsicologia visando verificar por meio analítico a qualidade de vida do portador da
doença de Parkinson. Foi constatada, ao longo das aulas e no aprofundamento de artigos
em neuropsicologia, a dificuldade de lidar com patologias crônicas em sua totalidade e
em ressignificação de suas vidas e rotinas. Visto que processos terapêuticos como terapia
ocupacional e atividades físicas compõem importância singular e na efetivação de
resultados positivos. O estudo e investigação de potencialidades que possam permitir
maior autonomia pessoal na fase que consta maior isolamento, que é a terceira idade,
possibilita resultados eficientes no tratamento emocional e de segurança.
Palavras – chave: Terapia. Doença Degenerativa. Neurônios.
57
A EXPERIÊNCIA COM UM GRUPO DE CRIANÇAS E SEUS
CUIDADORES, NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
(CAPS), EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO CEARÁ.
Eixo temático: Atuação e reflexão em Psicologia.
Francisca Valdiane Loiola Andrade
Cirila Raquel de Araújo Mendes
Kennedy Lucas de Paulo Sousa
Morgana Barroso Gomes Bastos Martins
As ideias do projeto surgiram a partir das experiências do Estágio Supervisionado em
Saúde Mental e da inquietação causada pela epidemia de diagnósticos e regulação do
comportamento infantil, baseada na prescrição farmacológica, de interesse
inconsequente de seus cuidadores. O número de crianças diagnosticadas com
transtornos mentais tem aumentado e apenas uma pequena parcela recebe tratamento
adequado. O desejo tanto por parte da escola, como por parte da família, é silenciar a
criança e “sua agitação”. Entretanto, essa medida traz sérias consequências para a vida
social da criança. O brincar, a arte, atividades motoras, de socialização, são formas de
trabalhar a linguagem a partir da qual a criança passa a se conhecer, a se apropriar, a se
perceber e se autoconstruir. A qualidade dos cuidados parentais e a oferta de um
ambiente motivacional, muitas vezes, inexistentes, também são necessários. Daí o
porquê dos cuidadores (mães), fazerem parte do processo juntamente das crianças,
experienciando, criando e colaborando com as atividades. O grupo foi pensado por duas
vertentes: possibilitar semanalmente, ações voltadas à saúde mental das crianças, de 05
a 09 anos, que estavam em atendimento no CAPS, visando reinserção social e familiar,
através de um ambiente acolhedor com espaço para a criança se expressar, acolhendo
sua espontaneidade, estimulando suas potencialidades; e a de oferecer um suporte aos
cuidadores, tanto no sentido de mostrar atividades que possam ser feitas no ambiente
familiar, como de ser um espaço para tirar dúvidas sobre o tratamento e o manejo com o
usuário desde a reabilitação dos distúrbios físicos, mentais, emocionais e sociais, e
também um espaço para que o familiar/cuidador possa ser escutado e acolhido em suas
angústias. O início do grupo até a sua consolidação foi um processo complexo,
envolvido por mudanças de comportamento, de cultura, insegurança e resistências. No
desenvolver dos grupos, cuidadores trouxeram em seu discurso temas que se mostraram
significativos e relevantes, sendo em sua maior parte, relacionados com questões de
preconceito, cansaço, estigma e solidão. O Grupo foi um espaço de amadurecimento,
trocas, aprendizagens e permissividade. No encerramento do processo percebemos que
as crianças já tinham um maior grau de empoderamento em suas relações e
fortalecimento de suas habilidades aproximando-se do tratamento ideal. Cuidadores
traziam espontaneamente depoimentos que mostram como as ações desenvolvidas
acrescentaram positivamente no tratamento de cada um, assim como, uma experiência
significativa que o grupo deixou em suas vidas e de seus filhos. Os desafios para
superar o fenômeno da medicalização são grandes. Mas podemos concluir que, com
sensibilização e prática da humanização nas relações cuidadores-usuários-profissionais,
considerando a criança com transtorno mental sujeito de direitos, capaz, produtivo e útil
na sociedade, conseguimos mudar essa realidade, contribuindo para o sucesso do
tratamento e a melhoria da qualidade de vida dos mesmos.
Palavras – chave: Saúde mental. Criança. Grupo.
58
A EXPERIÊNCIA EM EXTENSÃO PARA A FORMAÇÃO DO
ESTUDANTE: VIVÊNCIAS NO LAEDDES
59
A IDENTIFICAÇÃO DAS MASSAS COM DISCURSOS PRODUZIDOS NO
CENÁRIO POLÍTICO BRASILEIRO DE 2018 SOB O OLHAR DA
PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA
60
A IMPORTÂNCIA DO PSICÓLOGO NO CONTEXTO ESCOLAR
DIANTE DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: UMA
REVISÃO INTEGRATIVA.
Eixo Temático: Atuação e reflexão em Psicologia
Sarah Oliveira Aguiar
Viviane Rodrigues Lima
Djully da Silva Porfirio
Georgia Bezerra Gomes
As dimensões afetivas e cognitivas encontram-se cada dia mais entrelaçadas dentro do
contexto educacional, principalmente no que tange as relações de ensino-aprendizagem
do aluno com o professor. Estudos de Henri Wallon, Jean Piaget e Lev Vygotsky são até
hoje base para compreensão das relações que se estabelecem na escola e como as
mesmas impactam o contexto de cada aluno. O que pode ser percebido em linhas atuais
é a consideração do lugar do aluno nesse processo, bem como, até que ponto suas
particularidades e potencialidades são percebidas e valorizadas. Dentro de um contexto
social em que há a necessidade de diagnósticos para justificar possíveis dificuldades,
acompanhados geralmente de medicalização, muitas vezes, a escola e a família acabam
por desconsiderar as diversas aprendizagen(s) que o aluno pode desenvolver.
Decorrente disto, o presente trabalho tem por objetivo investigar a importância da
psicologia na educação, frente as demandas de dificuldade de aprendizagem e
diagnósticos desenfreados referentes a tais dificuldades. Desta forma, realizou-se uma
revisão integrativa, utilizando a plataforma Periódicos Eletrônicos em Psicologia
PEPSIC –, a partir dos descritores: aprendizagem, psicologia escolar, publicados no
período de 2009 a 2018, sendo selecionados quatro trabalhos que contemplaram as
especificações acima. Observou-se que a psicologia da educação busca compreender o
impacto das relações entre professor e aluno, bem como, desses diagnósticos. O
psicólogo contribui para a percepção e investigação da influência de fatores intra e
extraescolares no processo de aprendizagem do aluno, indo além dos possíveis
diagnósticos referentes a dificuldades escolares. Desta forma, lança um outro olhar,
buscando investigar e compreender os motivos e eventos que circundam a vida escolar,
familiar e social do aluno, a fim de perceber se há em si uma dificuldade, como
acontece de fato a aprendizagem e os conhecimentos já adquiridos deste sujeito, já que
em muitas situações, pode haver determinados eventos que afetam o sujeito, sendo o
mesmo detentor de conhecimentos e potenciais a serem valorizados e considerados.
Nesse sentido, sendo a escola o lugar onde ocorrem as principais interações sociais no
processo de desenvolvimento e aprendizagem, o papel do psicólogo é de fundamental
importância em tal espaço, tendo em vista que há demandas que carecem de uma maior
investigação bem como um trabalho conjunto com a equipe educacional, a família e o
aluno.
Palavras – chave: Psicólogo. Escola. Dificuldades.
61
A IMPORTÂNCIA DO USO DE TESTES PSICOLÓGICOS COMO
INSTRUMENTOS DE FUNDAMENTAÇÃO NA ESCOLHA DO
PROFISSIONAL
Eixo temático: Atuação e reflexão em Psicologia.
Thaíssa Aguiar Boto Vasconcelos
Ana Karine Sousa Cavalcante
Rayane Duarte Coêlho
Um dos grandes desafios, que os profissionais que trabalham no Departamento de
Recursos Humanos possuem, é a angústia durante o processo de Recrutamento e
Seleção. Decidir qual dos candidatos mais se adequam ao perfil da vaga, tanto em
aspectos das experiências profissionais, quanto em aspectos comportamentais, é uma
decisão que requer bastante cientificidade e responsabilidade em seu ato. Desse modo, a
experiência do psicólogo organizacional durante o processo é bastante importante,
porém, a subjetividade pode acabar por comprometer os resultados durante a escolha, e
com isso, faz-se necessária a utilização de técnicas para analisar detalhes que
possivelmente não seriam possíveis identificar apenas com uma breve entrevista. Sabe-
se que a aplicação de testes psicológicos nas áreas de seleção de pessoal advém de um
grande arcabouço histórico. Com a necessidade de escolher a pessoa certa para o lugar
certo, durante o período de Recrutamento de Militares, muitas técnicas psicométricas
foram criadas e aperfeiçoadas para selecionar os candidatos que mais se adaptariam
àquela rotina, como por exemplo, o teste de Robert Yerkes, Army Alpha e Beta, que
possui o objetivo de analisar a personalidade, bem como a capacidade de liderança,
pensamentos ágeis, e que não apresentam nenhuma psicopatologia. Dessa forma, a
proposta dessa pesquisa é de investigar as dificuldades do psicólogo em escolher o
candidato que mais se adequa ao perfil do cargo mediante a aplicação dos testes
psicológicos. Foi realizada uma revisão de literatura para obtenção de dados
significativos da temática proposta. Foi utilizada a base de dados do Scielo com os
seguintes descritores: “avaliação psicológica” e “processo seletivo”. A busca foi
realizada no mês de março de 2019, apresentando como critérios de inclusão: artigos
completos e dos últimos cinco anos. Desta forma, os artigos resultaram no total de 4. É
perceptível que com o auxílio desses instrumentos de medida, o psicólogo possui uma
maior possibilidade de analisar o fenômeno psicológico, uma vez que esses testes não
são baseados em “achismo” e sim testes estruturados cientificamente e isso acaba por
dar uma maior segurança durante o processo de seleção, otimizando assim, não apenas o
tempo gasto, como também, os resultados. Os testes psicológicos foram desenvolvidos
com o maior objetivo de conhecer o homem por completo, dentro de suas
potencialidades, sua cognição e subjetividade. Todo o processo de fundamentar um teste
psicológico, é necessário passar por um processo técnico e científico. Por meio deles, os
psicólogos conseguem sair do senso comum e adentrar em condicionantes históricos
sociais que podem comprometer alguns processos psicológicos de modo científico.
Desse modo, o que tanto causa inquietude nesses profissionais é o processo de escolha
de pessoal, pois é nele que iremos determinar o perfil organizacional da empresa, o qual
lhe propiciará todo o parâmetro para alcançar os resultados. Nesse sentido, faz-se
necessário um estudo da importância desses instrumentos de medição durante o
processo seletivo.
Palavras – chave: Avaliação psicológica. Psicologia organizacional. Testes
psicológicos. Processo Seletivo.
62
A INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA NA ESCOLA REGULAR: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Eixo temático: Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade em questões metodológicas
da Psicologia.
Ana Thaís Martins Silva Pereira
Rosymile Andrade de Moura
Socorro Taynara Araújo Carvalho
Ana Mara Farias de Melo
O presente trabalho, trata-se de um relato de experiência de estágio em Psicologia
realizado em uma escola municipal de ensino fundamental localizada no interior do
Ceará, no período de fevereiro a junho do ano de 2018, no qual faço um
acompanhamento de 20h semanais com um aluno de 12 anos, que apresenta diagnóstico
de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). O principal objetivo desse trabalho é
relatar percepções relacionadas à inclusão da educação especial encontradas dentro da
comunidade escolar, apresentando os pontos positivos e os desafios notados durante o
estágio, fazendo conexão com referências bibliográficas. Aborda-se um estudo
qualitativo e exploratório, do tipo relato de experiência, no qual foi utilizado
levantamento de dados através de referências bibliográficas e pesquisa em campo. As
pesquisas bibliográficas foram a partir do artigo ‘Inclusão Escolar: representações
compartilhadas de profissionais da educação acerca da inclusão escolar’ de Gomes e
Rey (2007) e Revista da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva do Brasil (2008). A pesquisa em campo foi realizada através da
experiência de estágio, no qual se observou de forma minuciosa a educação especial na
escola em questão, especificamente uma criança com Espectro do Autismo. O sistema
educacional brasileiro passa por transformações para tornar-se sistemas educacionais
inclusivos. A escola em questão, possui auxílio de cuidadores, professoras de reforço e
salas de atendimento educacional especializado AEE, que são medidas consideradas
facilitadoras, porém ainda contam com alguns déficits nesse processo de inclusão,
principalmente relacionada à qualificação precária dos profissionais da instituição, que
por diversas vezes não sabem como lidar com os comportamentos da criança, além
disso inúmeras vezes a criança fica fora da sala de aula, apenas com cuidadores, sem
vínculo socioafetivo com os outros alunos. A educação é um direito de todos,
igualmente se faz o sistema educacional inclusivo que deve garantir pleno acesso às
crianças com deficiência uma instrução de qualidade. Apesar das dificuldades e falhas
ainda encontradas no sistema de ensino, é necessário garantir a presença desse educando
em instituições escolares, compreendendo as condições e habilidades do aluno e
proporcionar em suas bases o respeito, qualificação de professores e do ambiente para
acolher esta criança.
Palavras – chave: Inclusão. Autismo. Educação.
63
A MONITORIA COMO UMA FERRAMENTA NAS AULAS
PRÁTICAS DE LABORATÓRIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Eixo temático: Interdisciplinaridade, questões metodológicas e epistemológicas em
Psicologia.
Késsia Kimberly Bezerra do Vale Sousa
Joel Bruno Angelo Rocha
Merivalda Doroteu Silva
A neurociência é a área que estuda as estruturas, bem como as funções do sistema
nervoso central. No curso de Psicologia do Centro Universitário INTA (UNINTA), esta
se divide em Neurociências I e II, no, qual a Neurociências I estuda as estruturas
anatômicas do sistema nervoso central, para assim associar suas funções. Desta forma, o
Presente trabalho apresenta um relato de experiência na qual foi desenvolvido através
das aulas práticas de monitoria da disciplina de Neurociências I. As aulas práticas foram
realizadas no Laboratório de Anatomia do Centro Universitário INTA (UNINTA), com
propósito de estabelecer uma autonomia na demanda da docência, oportunizando
saberes adquiridos na teoria para serem especificados e indenizados na prática. O
trabalho tem por objetivos analisar o desempenho da aula prática sobre o conteúdo
Sistema Nervoso Central ministrado pelo monitor, para assim, desenvolver o incentivo à
docência. Como também, estruturar e analisar os aspectos envolvendo a disciplina de
Neurociências I. O método de pesquisa utilizado é de natureza qualitativa e explicativa,
neste sentido, utilizando ferramentas do laboratório para auxílio na demanda da prática
como as peças anatômicas, das estruturas encefálicas; e slides expondo sobre o
conteúdo, assim para realizar a prática com os alunos do segundo semestre. Desta
forma, foram analisados conceitos de MACHADO (1993). A monitoria é um projeto
excelente para o incentivo à docência preparando o aluno para o ensino, a disciplina de
Neurociência I resultou em aspectos práticos das estruturas, funções, mecanismos
moleculares, dentre outros. A prática explorava as estruturas e funções do Sistema
Nervoso Central como a medula espinhal, tronco encefálico, mesencéfalo, diencéfalo e
telencéfalo. Desta forma, tornando a prática um divisor de saberes para o entendimento
das teorias com a análise de cada elemento estrutural ou funcional observado nas peças.
Nesta Perspectiva, o ambiente influencia nas demandas exigidas para melhor
aprendizado e colaboração dos conteúdos que são, de certa forma, instigantes a pesquisa
desde um sentimento até uma doença anatômica encefálica. A experiência como
monitor ministrando a aula prática caracteriza-se por ferramentas de aprendizagem
satisfatória nas demandas exigidas, juntando toda base teórica para o entendimento das
peças com localização e entendimento funcional das mesmas. Então, a monitoria prática
é de um alcance a ser atingindo com os estudos e questionamentos que se fazem
presente dentro da disciplina.
Palavras – chave: Neurociência. Monitoria. Prática.
64
A POLÍTICA SOBRE DROGAS NO BRASIL:
65
A RELEVÂNCIA DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
66
A UTILIZAÇÃO DA ARTETERAPIA VOLTADA PARA A SAÚDE
PSICOLÓGICA DE ESTUDANTES NO ENSINO SUPERIOR
67
ANALFABETISMO POLÍTICO COMO UM FENÔMENO DE
MASSA – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS LIMITES DO
CONFORMISMO
Eixo temático: Interdisciplinaridade, questões metodológicas e epistemológicas em
Psicologia.
Joel Bruno Angelo Rocha
Zuylla Margaryda Ximenes Aragao
Josiary Albuquerque Souza
Maria Idene Marques
Bruna Clésia Madeira Neri.
O presente trabalho deriva-se de um Ensaio Crítico realizado na disciplina de Psicologia
Social II Referente à análise de um fato político contemporâneo. Escolhemos, para
compor esteve breve ensaio, o fenômeno do analfabetismo político. Estima-se que o
índice de analfabetismo atinja a 8% da população de 15 anos ou mais, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao falarmos das faces do
analfabetismo percebe-se que é constituído de várias faces que abrange toda a cultura.
Neste contexto, existem três tipos de analfabetos: o analfabeto funcional, o analfabeto
digital e o analfabeto político, este último sendo explorado de diferentes formas e
contextos. OBJETIVOS: O trabalho tem por objetivo os três tipos de analfabetos, como
também, discutir diferentes assuntos como política, alienação, manipulação e
conformismo. METODOLOGIA: O método de pesquisa utilizado é de natureza
qualitativa e explicativa, neste sentido, baseando-se em bibliografia de Guareschi e
coluna de Ruffato da revista El País. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O analfabetismo
político domina todas as esferas do Brasil, não importa o sexo, nível de escolaridade,
nível social, raça, etnia, pois o desinteresse que se apresenta é visível na face dos
cidadãos, desse jeito, tudo fica controlado pela classe dirigente que manipula e empurra
a sociedade, e assim estamos deixando de lado a habilidade de pensar e questionar, tudo
isso dar-se porque, quando o indivíduo é ignorante, ele não percebe nada e tudo para ele
está bom, assim é fácil aceitar as mazelas da sociedade e ser feliz, porque pensar dói.
No entanto, temos um dispositivo que nos controla e nos mostra apenas a confirmação
do que queremos ver, o celular constrói o mapa do nosso dia, não fazemos perguntas,
apenas confirmamos algo que às vezes nem sabemos o que realmente é através de um
simples clique compartilhando que em grande parte são as famosas fake news e
continuamos com o pensamento de ser o dono da verdade, porque o errado é sempre o
outro. Consequentemente, o pior analfabeto político é aquele que estar por dentro de
informações, mas não consegue enxergar para questionar tudo ao seu redor e cobrar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: O analfabeto político tem um grande poder para uma
brusca mudança dependendo principalmente de seus pontos de vista, contudo ele não
deve se orgulhar de dizer que odeia política ou tomar partido e se fechar cegamente,
pois mostra a vergonha da ignorância política, ignorância e conformismo cujas questões
sociais são pulsadas, a pobreza extrema, menor abandonado, a violência banalizada,
desvalorização da educação e saúde e o pior de tudo é o político vigarista e corrupto que
não estabelece o papel de representatividade do povo. Enfim, rotulamos tal
comportamento como uma atitude que aborrece as nossas vidas, esquecendo-nos que o
que causa, efetivamente e verdadeiramente, o mal-estar social e cultural, é exatamente o
desinteresse pelo que acontece no mundo político.
Palavras – chave: Analfabetismo. Conformismo. Política.
68
ANÁLISE DA COMUNICAÇÃO FAMILIAR NA PROMOÇÃO DE
RELAÇÕES REFORÇADORAS
69
ANÁLISE DO FILME HAROLD E MAUDE: UMA CONCEPÇÃO
DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
70
AS CONTRIBUIÇÕES DOS INSTRUMENTOS PROJETIVOS NA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
71
AS POSSÍVEIS MUTABILIDADES DO SER: UMA ANÁLISE A
PARTIR DA PERSPECTIVA HEIDEGGERIANA DIANTE DA
IDEIA HODIERNA DE SUBJETIVIDADE
72
ATENDIMENTO PSICOLÓGICO ONLINE: PERCEPÇÃO DOS
ESTUDANTES DE PSICOLOGIA DO UNINTA SOBRE A
RESOLUÇÃO 11/2018
73
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E SUAS FERRAMENTAS
PSICOMÉTRICAS COMO FATOR IMPORTANTE NA
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL
74
BACKLASH CONTRA O MOVIMENTO FEMINISTA: UMA
ANÁLISE DOS ATAQUES AO FEMINISMO NO FACEBOOK
75
COMPORTAMENTO DE AUTOMUTILAÇÃO UMA
EXPERIÊNCIA DE SOFRIMENTO NA ADOLESCÊNCIA: UM
OLHAR REFLEXIVO E ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO
76
DOGMATISMO OU ECLETISMO: A PERCEPÇÃO DOS
ESTUDANTES DE PSICOLOGIA SOBRE A ESCOLHA DA
ABORDAGEM
77
qualquer forma de reflexão e, dentre tantas outras questões, auxiliar no
autoconhecimento.
Palavras – chave: Dogmatismo. Ecletismo. Psicologia.
78
ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO CONTO “A TERCEIRA
MARGEM DO RIO” RELACIONADOS À MELANCOLIA NA
PERSPECTIVA PSICANALÍTICA
79
FASES PSICOSSEXUAIS: UMA ANÁLISE PSICANALÍTICA
SOBRE A CONSTRUÇÃO DO SUJEITO
Eixo temático: Atuação e reflexão em Psicologia.
Josiary Albuquerque Souza
Joel Bruno Angelo Rocha
Socorro Taynara Araújo Carvalho
Zuylla Margaryda Ximenes Aragão
Nathássia Matias de Medeiros
São múltiplas as teorias sobre como ocorre o desenvolvimento das estruturas psíquicas
no sujeito. Dentre as várias abordagens existentes, temos a Psicanálise, que aposta no
papel da sexualidade enquanto balizadora da estruturação do psiquismo. O presente
trabalho tem como objetivo explorar teoricamente as fases do desenvolvimento
psicossexual infantil na teoria psicanalítica, buscando compreender a constituição do
sujeito. Este trabalho trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e explicativa,
realizada a partir de uma Revisão Narrativa de Literatura. Neste sentido, tivemos como
base escritos de autores da Psicanálise como Freud, Klein, Lacan e Couto. Foi possível
observar que, na Psicanálise, a noção de sujeito se associa à pulsão sexual. A criança
alcança prazer com atividades que ocorrem diariamente, tais como, a sucção, a
defecação e a masturbação. O prazer da criança é polimorfo, pode ser obtido de várias
formas, pois não têm relação com a reprodução e nem com um objeto sexual. A forma
de obter prazer não é encontrado em um objeto externo, e sim no próprio corpo. O
desenvolvimento psicossexual infantil divide-se, para fins mais didáticos do que
realistas, em fases: Fase Oral, Fase Anal, Fase Fálica, Fase de Latência e Fase Genital.
A Fase Oral dá início à organização infantil. Através da boca o bebê tem o
conhecimento do que está ao seu redor e do seio da mãe, sendo a primeira pulsão
sexual. A Fase Anal tem início quando a criança começa a controlar os músculos
estriados, obtendo prazer ao defecar. A Fase Fálica se dá pela organização infantil
através da libido, quando ocorrerá a supervalorização dos órgãos genitais e o processo
do Complexo de Édipo. Na fase de Latência, o investimento aos objetos sexuais auto
eróticos diminui e a criança volta-se às atividades ligadas à cultura e socialização. Por
último, a Fase Genital que ocorre quando os objetos de excitação sexuais são as zonas
genitais, tais como, pênis e vagina, o sujeito busca o objeto de prazer fora de si. Tendo
em vista as fases psicossexuais e relacionando-as a construção do sujeito, configura-se
como a posição de objeto de desejo de outro sujeito. Em virtude da sexualidade
proposta por Freud, quando ele trouxe essas teorias no começo do século XX,
ocorreram alguns rumores que permanecem ate os dias de hoje, pois há uma dificuldade
de aceitação da sexualidade infantil. A sexualidade na infância não está ligada à
genitalidade, mas ao prazer que é obtido com atividades que acontecem diariamente.
Para a sociedade a infância é um momento de imaturidade e inocência, que fortalece a
ideia do conservadorismo das famílias tradicionais. Portanto, o desenvolvimento
psicossexual de Freud, relaciona-se que nos primeiros anos de vida, a criança tenha as
experiências sexuais infantis, para um melhor desenvolvimento. A vivência dessas fases
é inevitável, essas fases fazem parte do desenvolvimento físico e psicológico do sujeito.
Observa-se que a construção do sujeito está relacionada a si mesmo e ao outro,
cambiando a depender de cada fase psicossexual.
Palavras – chave: Psicanálise. Desenvolvimento. Sujeito.
80
IMPACTOS PSICOSSOCIAIS DAS FACÇÕES CRIMINOSAS EM
ADOLESCENTES: UMA REVISÃO DA LITERATURA ATUAL
81
INFLUÊNCIA DO FUNDO DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL
(FIES) NO DESEMPENHO ACADÊMICO DOS ALUNOS DOS
CURSOS DE PSICOLOGIA, ODONTOLOGIA E DIREITO: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
82
INTERVENÇÃO GRUPAL INFORMATIVA COM ÊNFASE NA
REUTILIZAÇÃO DE ÁGUA NA CIDADE DE IPU-CE: UMA
PROPOSTA DE REARRANJO DE METACONTINGÊNCIAS
Eixo temático: Atuação e reflexão em Psicologia.
Ana Beatriz Barros Oliveira
Antônio Francisco Soares Araújo
Fernanda de Oliveira Pereira
Maria Joiciele Pereira Carlos
Túlio Kercio Arruda Prestes
O presente trabalho se dedicou à questão do desperdício de água, pois apesar de
existirem muitas discussões acerca da importância desta na vida humana, poucas se
atentam a instruir didaticamente como evitar o seu gasto exagerado. Além disso,
pretendemos analisar o desperdício de água como uma prática cultural por meio do
conceito de metacontingência. Desta forma, este trabalho se aproxima do campo da
Análise do Comportamento Aplicada, uma vez que tenta através da Análise do
Comportamento intervir sobre a realidade. O objetivo desta intervenção é propor
estratégias para diminuir o gasto de água na cidade de que Ipu-Ceará, por meio de
palestras informativas em bairros da cidade. Destarte, o propósito das palestras é de
orientar estratégias simples e eficazes para a reutilização de água. Para dar suporte
científico à argumentação apresentada neste trabalho, foi utilizado o conceito de
metacontingência de Sigrid Glenn, este nos ajuda a analisar e propor intervenções em
práticas sociais e culturais. Fundamentou nossa hipótese a partir de sua concepção de
entrelaçamento de contingências individuais, pois nosso comportamento não é
determinado apenas por ações individuais e sim por nossa convivência com outros seres
humanos. Observou-se que a cidade de Ipu – Ceará apresenta uma falta de
abastecimento regular de água pelo motivo da cidade ser abastecida por um açude que
em épocas de ausência de chuvas apresenta insuficiência para prover água para a
população. Foi também realizado um estudo a partir do qual foram identificadas as
principais formas de desperdício de água, tais como: lavar calçadas ou carros, bem
como a não reutilização da água. Através da grade de análise que utilizamos, estas
práticas são entendidas como antecedentes, que têm como consequência a falta de água,
caracterizando-se este como um problema social a ser mudado. Com base neste
contexto, planejamos as ações a serem executadas de forma que as pessoas aprendessem
formas novas e simples de economia de água, que teriam como consequência evitar o
gasto excessivo, e como produto agregado dessas práticas a não escassez de água nos
reservatórios da cidade. Ao nos disponibilizarmos a fazer palestras informativas em
cada bairro alcançaríamos um número maior de pessoas, e este fato poderia ser crucial
para o projeto. Nestas informaríamos que hábitos simples podem ser mudados, que a
água poderia ser inclusive reutilizada, e orientaríamos formas de fazê-lo. Como
antecedentes tínhamos pessoas que desperdiçavam água em hábitos simples que
poderiam ser mudados, nossa ação seria informar e instruir a mudar os hábitos e como
consequência estas pessoas gastariam menos água, além de economizar nas suas contas
mensais. A água é fundamental para a sobrevivência, sendo, pois, necessário
analisarmos de que forma a utilizamos, já que determinados comportamentos
individuais de desperdício, em longo prazo, causam como consequência problemas para
toda uma comunidade. Dessa forma é muito importante que a informação esteja ao
alcance da maioria, para que as pessoas entendam que conseguem fazer algo que terá
consequências boas para toda a coletividade apenas mudando pequenos hábitos
cotidianos.
Palavras – chave: Desperdício. Água. Metacontingência.
83
INTERVENÇÕES E ESTUDOS EM AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA:
RELATO DE EXPERIÊNCIA ACERCA DA IMPORTÂNCIA DA
EXTENSÃO PARA A FORMAÇÃO ACADÊMICA
84
LIBERTAÇÃO É UM ATO SOCIAL: EMPODERAMENTO E LUTA
FEMINISTA
85
LUGAR DE FALA DA MULHER E O FEMINISMO
86
MACHISMO E NORDESTINIDADE EM MÚSICAS DE FORRÓ
ESTILIZADO
87
MACHISMO E OBJETIFICAÇÃO DA MULHER NA TELEVISÃO
BRASILEIRA
88
MACHISMO NA PUBLICIDADE BRASILEIRA: A
OBJETIFICAÇÃO DO CORPO FEMININO EM PROPAGANDAS
TELEVISIVAS
89
NEOLIBERALISMO E POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO:
ALGUMAS PONDERAÇÕES SOBRE A COMPETITIVIDADE
INDUZIDA NO CONTEXTO ESCOLAR-EDUCACIONAL
Eixo temático: Atuação e Reflexão em Psicologia.
Josiary Albuquerque Souza
Joel Bruno Angelo Rocha
Zuylla Margaryda Ximenes Aragão
Rayane Duarte Coêlho
Túlio Kércio Arruda Prestes
O presente trabalho analisou como alguns aspectos do modus operandi neoliberal
adentram o terreno do campo escolar-educacional. Este trabalho consiste em algumas
ponderações iniciais sobre o processo de neoliberalização das políticas públicas, tendo
sido motivado durante a disciplina de “Psicologia e Políticas Públicas” e as visitas de
Estágio básico. O neoliberalismo é entendido como corrente de pensamento que retoma
algumas teses centrais do liberalismo, como a ideia de Estado mínimo, a defesa da
iniciativa individual como base na atividade econômica, justificando o mercado como
regulador das relações sociais. Autores neoliberais como Milton Friedman, reorientam a
atividade do Estado como um agente produtor da competitividade social. Nesse ínterim,
uma das grandes diferenças do modus operandi neoliberal é que este utiliza como
técnica de governo a produção e incitação da competitividade entre as pessoas e
organizações como forma de regulação social. O pressuposto defendido por estes
autores é que a competitividade deve ser produzida ainda que artificialmente, como
forma de obrigar os indivíduos e organizações a competir e melhorar seus resultados. O
trabalho tem por objetivo analisar como o modus operandi neoliberal permeia e
organiza políticas públicas voltadas à educação, especificamente nas escolas públicas
municipais. O método da pesquisa utilizado é de natureza qualitativa e explicativa, neste
sentido, baseando-se em artigos, com o tema Estado e Política (públicas) Sociais, de
Eloisa de Mattos, e Neoliberalismo e Educação: Manual do usuário, de Pablo Gentili.
No modelo liberal de governo, o Estado deve regular o mínimo possível a vida das
pessoas, entendendo que uma não-intervenção do Estado na economia, irá fazer com
que o mercado possa tomar seu curso livre e natural de desenvolvimento, e de forma
quase espontânea induzirá a competitividade de forma natural. De modo diferente, a
estratégia de governo neoliberal é intervir produzindo a competitividade entre as
pessoas e organizações. No desenvolvimento neoliberal a lógica competitiva é induzida
e é incitada no contexto escolar-educacional através da realização de avaliações
contínuas e sistemáticas que promovem um sistema de premiações e recompensas
baseado na retórica da meritocracia. As escolas são ranqueadas a partir das notas
obtidas, e aquelas que ficarem nas melhores posições receberão um maior
financiamento. Este tipo de estratégia promove um ambiente de disputa entre as escolas
públicas, que se organizam em função destas avaliações, de tal forma que a competição
passa a ser a tônica da estruturação das atividades: prioriza-se como conteúdo aquilo
que será computado e avaliado, e se menospreza as outras atividades curriculares que
não adentram no sistema de avaliação. Desta forma, podemos perceber que o modus
operandi neoliberal tem atravessado as políticas públicas educacionais, transformando a
realidade cotidiana das escolas públicas municipais. Este tipo de configuração tem
incitado a competitividade entre as escolas públicas, que pode ser analisada como
mecanismo que de alguma forma retira autonomia tanto pedagógica como dos atores
coletivos da escola, já que estas atividades escolares são organizadas muito em função
das avaliações externas.
Palavras – chave: Neoliberalismo. Políticas Públicas. Escola.
90
Nota técnica n° 11/2019: desafios da atenção psicossocial aos usuários
de drogas do Brasil
91
O ESPAÇO ESCOLAR COMO UM FACILITADOR NO
DESENVOLVIMENTO INFANTIL: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Eixo temático: Atuação e reflexão em Psicologia.
Zuylla Margaryda Ximenes Aragão
Joel Bruno Angelo Rocha
Josiary Albuquerque Souza
Socorro Taynara Araújo Carvalho
Gabriela Maria de Sousa Vieira
Um dos aspectos da atuação do psicólogo escolar contemporâneo é o de auxiliar no
desenvolvimento das crianças no contexto educacional, incluindo a pré-escola. Nesse
sentido, o trabalho em questão corresponde a um relato de experiência que foi realizado
por meio de um estágio em psicologia escolar no Centro Educacional Infantil Prof Arry
Rocha de Oliveira na cidade de Sobral- CE, na turma do berçário com crianças de faixa
etária de seis meses a um ano, no período de agosto a dezembro de 2018. Apresentar
vivências e percepções encontradas durante o estágio já citado, relatando a importância
da estimulação precoce no desenvolvimento infantil (motor, cognitivo, emocional,
social). Trata-se de um estudo qualitativo e descritivo, do tipo relato de experiência. A
experiência ocorreu com uma observação minuciosa durante o estágio em uma escola
municipal de Sobral. No início do semestre, quando recebemos os bebês, eles
demonstraram toda uma insegurança, choravam muito, não comiam adequadamente,
não interagiam uns com os outros, fator que é natural acontecer já que as crianças estão
sendo inseridas em um novo espaço social. Só depois de 6 semanas que eles começam a
entrar na rotina e se adaptar. A partir disso, tudo foi se estabelecendo melhor, as
brincadeiras de socialização começam a ter efeitos, a hora da música para estimular a
comunicação já trazia respostas e interações das crianças, com palmas, risos, e
balbucios, atraindo a concentração deles, com o passar dos dias, os bebês já se
alimentavam bem e já desenvolviam um vínculo com as professoras do berçário. No
decorrer do tempo dentro do berçário, eles já desenvolveram habilidades de
reconhecimento do próprio nome e do nome dos colegas, além da busca por interação
com o outro para brincar, fazendo “gracinhas” para as professoras, compreendia as
indicações da professora e imitavam comportamentos, como acenar para dar tchau,
soltar beijos e falar algumas palavras. Fundamental perceber as mudanças que ocorrem
durante o processo de aprendizagem, que a criança passa ao frequentar a escola, pois o
conjunto de influências e estimulações ambientais alteram os padrões de
comportamentos, fator que foi perceptível durante o estágio, além disso, essa idade é
marcada também pelo período chamado de pré-operatório, que ocorre o
desenvolvimento da linguagem, e modificações intelectuais, afetivas e sociais da
criança, é visível a evolução da criança nesses aspectos, nas quais são influenciados
pelos reforços e estímulos que estes encontram dentro do ambiente escolar. Dessa
forma, é notória a importância da escola dentro do desenvolvimento infantil, expondo a
criança a outros ambientes que vão para além do familiar, pois dentro desse contexto a
criança é permitida a viver o novo, e aprender com isso, desenvolvendo a linguagem, os
aspectos motores através do brincar e a maturação fisiológica que torna possível
determinados comportamentos específicos.
Palavras – chave: Escola. Aprendizagem. Psicologia do Desenvolvimento.
92
O FAZER DA PSICOLOGIA DENTRO DO CONTEXTO DAS
POLÍTICAS PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
93
de direitos socioassistenciais e contribuindo com a concretização das políticas públicas
no contexto brasileiro.
Palavras – chave: Políticas Públicas. Psicólogo. Assistência.
94
O FENÔMENO DA PÓS-VERDADE NO CENÁRIO POLÍTICO BRASILEIRO:
UMA ANÁLISE NO DISCURSO DE FAKE NEWS
95
O MEDO SOB UMA PERSPECTIVA EMOCIONAL DO
COMPORTAMENTO EM RELAÇÃO COM O SISTEMA LÍMBICO
Eixo temático: Interdisciplinaridade, questões metodológicas e epistemológicas em
Psicologia.
Joel Bruno Angelo Rocha
Rayane Duarte Coêlho
Josiary Albuquerque Souza
Cristiany David Marque Alves
Merivalda Doroteu Silva
A natureza das emoções é um dos temas bastante discutido e polemizado no cenário
atual, sendo tematizada em diferentes manifestações da cultura como a arte, a religião, a
filosofia e a ciência, desde tempos imemoriais. Nos últimos anos, o avanço das
neurociências possibilitou a construção de hipóteses para a explicação das emoções,
especialmente a partir dos estudos envolvendo o sistema límbico e a forma expressada
no comportamento humano. O principal objetivo desse trabalho é apresentar uma
discussão atualizada acerca das neurociências dos processos relativos às emoções,
especialmente do medo, fazendo conexões com referências bibliográficas. O presente
estudo trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo e exploratório. Para alcançar o
objetivo proposto, foi realizada uma coleta de dados através de referências
bibliográficas retiradas do artigo “Neurobiologia das emoções” dos autores Esperidião-
Antônio et al. (2008), além de pesquisas de literatura por busca eletrônica em revistas
online indexadas. Utilizaram-se como estratégias de investigação os seguintes
descritores: fisiologia, emoção, sistema límbico, comportamento, psicologia,
neurociências e medo. Com o levantamento de informações pode-se compreender as
principais estruturas neurais relativas ao medo, bem como suas vias e circuitos de maior
relevância, os neurotransmissores implicados, para a construção de uma discussão sobre
o medo. Desde as descrições iniciais sobre o sistema límbico, o mesmo é reconhecido
como projeções da amígdala para o córtex, no qual contribuem para importância da
situação do medo e outros aspectos cognitivos do processo emocional. Ele relaciona-se
com a percepção semiconsciente, padroniza comportamentos emocionais referentes a
um conjunto de reações frente a uma sensação apropriada para cada ocasião. Logo está
relacionada com a memória emocional que os indivíduos possuem. É formidável para o
reconhecimento, formação e manutenção das emoções envolvidas com o medo. A lesão
desta região é responsável pela redução na capacidade de detecção do medo, diminuição
da emocionalidade, ao passo que seu estímulo excessivo o leva a um estado de
ansiedade, medo e aumento da atenção. Portanto, o estudo desenvolvido pela
neurociência sobre as estruturas do cérebro responsáveis pela emoção do medo,
suscitam-se respostas comportamentais diferentes em cada indivíduo. E assim,
acionando mecanismo de defesa no corpo humano, ou seja, algumas respostas
inesperadas explicadas pelas conexões acionadas do cérebro, outras respostas
condicionadas através da experiência, na qual ocorreu com o indivíduo, e assim, o
mesmo através da cognição pode esquivar-se de eventos em que pode ocorrer o medo.
Enfim o estudo preza em difundir ideias sobre o sistema das emoções, especialmente o
medo, para então motivar discussões relativas às respostas ocorridas no corpo humano e
a forma de como é expressada.
Palavras – chave: Medo. Comportamento. Neurociência.
96
O PLANTÃO PSICOLÓGICO E A POTÊNCIA DO
ACOLHIMENTO EM UMA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Eixo temático: Interdisciplinaridades, questões metodológicas e epistemológicas em
Psicologia
Milena Fontenele de Oliveira
Ana Cecilia Carvalho Soeiro
Iago Cavalcante Araújo
Pretende-se por meio deste trabalho discutir a inserção do psicólogo em um contexto de
plantão psicológico, a partir de uma compreensão da Abordagem Centrada na Pessoa –
ACP -, com enfoque na importância intrínseca ao ato de acolher o sujeito em uma
situação emergencial. O sofrimento psíquico tem demandado cada vez mais
intervenções em âmbitos diferentes das clínicas tradicionais, a exemplo dos hospitais
gerais e os demais dispositivos que integram a rede de atenção psicossocial. Nesse
sentido, o plantão psicológico surgiu como um mecanismo fundamental no que diz
respeito à promoção de saúde, destacando-se, principalmente, pela sua abrangência e
flexibilidade no atendimento, o qual diverge em muitos aspectos de um setting
terapêutico. A revisão sistematizada da bibliografia foi adotada como metodologia para
a realização do presente estudo, possuindo como critério a escolha de autores que
discutem, primeiramente, os conceitos basilares da abordagem centrada na pessoa,
perpassando pela literatura que traz como discussão os principais desafios enfrentados
pelos profissionais psicólogos diante de situações emergenciais, finalizado com autores
que apresentam o plantão psicológico como uma estratégia potente de promoção de
saúde mental aos sujeitos que se encontram nas instituições hospitalares. Ao todo,
foram analisados nove artigos, encontrados em plataformas de publicações de caráter
científico, basilares na articulação entre teoria e prática do profissional psi. Dessa
forma, a partir do levantamento teórico podemos identificar as principais diferenças
entre a prática psicológica central do estudo e as demais tradicionais, desde a
disponibilidade de tempo em um atendimento até as demandas características da própria
instituição. Também podemos afirmar que o plantão psicológico detém de uma
caraterística potente no que concerne ao acolhimento imediato do sofrimento em
situação de urgência, sendo uma ferramenta essencial no processo de alívio do
sofrimento psíquico. Podemos concluir, ainda, que elementos teóricos enfatizados por
Carl Rogers, tais como a valorização da escuta e foco na experiência, configuram-se
como totalmente aplicáveis à prática psicológica supracitada. Por fim, é possível
concluir que é de fundamental importância a inserção dos profissionais psi em
instituições com maior abrangência populacional, visto que auxilia na deselitização do
acesso aos cuidados em saúde mental, bem como firmando uma articulação
interdisciplinar com os demais profissionais da saúde. Entretanto, é necessário
reconhecer o caminho longo que ainda precisa ser trilhado para que esse serviço seja
expandido e descentralizado, a fim de alcançar uma parcela maior da população.
Palavras – chave: Saúde. Emergência. Plantão psicológico.
97
PARA ALÉM DA LINGUAGEM: CONSIDERAÇÃO DO SURDO
EM SUA SUBJETIVIDADE
Eixo temático: Atuação e reflexão em Psicologia.
Viviane Rodrigues Lima
Sarah Oliveira Aguiar
Djully da Silva Porfírio
Maria Luisa Feijão
Na atualidade, numa sociedade em constantes mudanças e processos onde cada vez
mais valoriza-se a comunicação e a fala frente ao mundo globalizado, aparece como
diferente, ainda hoje, a figura dos surdos. Em meio à linguagem oral como a principal
forma de comunicação e expressão considerada na sociedade, os surdos destacam-se por
sua luta para estabelecerem seus próprios padrões e formas para tais, desde seu
nascimento em seu desenvolvimento linguístico e intelectual. Observa-se, ainda hoje,
certos ideais acerca da restrição desta capacidade por parte do surdo, que se apresenta
nestes padrões alguém fora do considerado “comum”, na comunicação, colocado de
forma homogênea como apenas alguém deficiente, de comunicação diferente. Adentra-
se, a partir deste ponto, o olhar de individualidade do surdo, que tem próprias formas de
linguagem enquanto expressão e comunicação, mas não tão somente isto, também sofre,
é um ser de relações e contextos próprios, tal como visões sobre o mundo e si mesmo,
sendo constituintes em conjunto de sua própria subjetividade. O presente resumo busca,
desta forma, estabelecer relações e exemplificar as formas de consideração da
subjetividade do surdo para além de sua forma de comunicação e linguagem enquanto
formas de expressão, além do visto e universalizado pela sociedade. Para tal, realizou-
se uma revisão integrativa de literatura, a partir da pesquisa de artigos especificamente
publicados de 2011 a 2017, sob descritores: “surdez”, “linguagem” e “psicologia”,
sendo obtidos e selecionados um total de três artigos. A partir da leitura aprofundada e
articulação com a realidade em que se vive hoje, observa-se mesmo diante da constante
luta pela igualdade, o modo que o surdo é colocado pela sociedade, como indivíduo
diferente e mais difícil para comunicação. A linguagem de sinais, por exemplo, pode
transmitir através de seu aspecto gesto-visual uma série de símbolos e expressões
linguísticas, mas ainda é restrita a uma minoria na sociedade e por vezes nem tão
conhecida, o que reforça esse ideal, tal como o de que existe apenas esta forma de
comunicação entre os surdos. No entanto, considerando o olhar do próprio, uma série
de aspectos podem ser observados e apresentados. São eles o contexto individual de
aprendizagem que este pode ter ao longo da vida e como internaliza os símbolos e
formas de comunicar-se, as potencialidades para outras formas de comunicação e sua
própria visão acerca de sua condição. Há a visão de si próprio como em desvantagem,
bem como, a felicidade diante da percepção de igualdade. A visão de sua expressão
enquanto ser que pode ser entendido e compreendido de forma normal, como também
de si próprio como diferente. Assim, sua relação com a sociedade e a formação de
conceitos próprios sobre ela, ocorre através de suas experiências vividas, considerando
o surdo não apenas sob um aspecto universal de conceitos homogêneos criados pela
sociedade, restrito a sua própria linguagem, mas como um indivíduo em suas diferenças
e particularidades tanto sobre si quanto sobre o outro e seu próprio contexto em suas
próprias formas de ver e comunicar-se.
Palavras – chave: Surdos. Subjetividade. Linguagem.
98
PERCEPÇÃO SOBRE O QUE É FAMÍLIA PARA AS DIFERENTES
GERAÇÕES NO SÉCULO XXI: ESTABILIDADE E AVANÇOS
Eixo temático: Atuação e reflexão em Psicologia.
Francisca Isabelly Araújo Sousa
Francisca Telma Vasconcelos Freire
Amanda de Oliveira Falcão Medeiros
99
PRECONCEITO: UM APRENDIZADO SÓCIO-HISTÓRICO
ATRAVÉS DOS PROCESSOS PSICOLÓGICOS
100
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NAS METACONTINGÊNCIAS:
APRIMORAMENTO DA SEPARAÇÃO DE LIXO E RECICLAGEM
NO ASSENTAMENTO NOVA ESPERANÇA – TIANGUÁ (CE)
Eixo temático: Atuação e Reflexão em Psicologia.
Antônio Francisco Soares Araújo
Emiliana Vale Machado
Sângela Teles Azevedo Chaves
Ana Beatriz Barros Oliveira
Túlio Kércio Arruda Prestes
É de conhecimento de todos que a má organização do lixo pode causar danos para a
sociedade e para o meio ambiente como a degradação do solo, doenças, e proliferação
de pragas. Observou-se que este problema é bastante comum no assentamento Nova
Esperança em Tianguá, cidade do interior do Ceará, e ainda mais candente pelo fato de
quase inexistir coleta de lixo neste assentamento. Desta forma, a preocupação com a
organização do lixo deveria tornar-se um ponto importantíssimo para a organização
coletiva naquela comunidade. O presente trabalho teve como objetivo apresentar uma
possível proposta de intervenção de aprimoramento da separação de lixo e reciclagem
no assentamento Nova Esperança localizada na cidade de Tianguá, interior do Ceará.
Utilizamos como metodologia para o projeto o conceito de metacontingência, proposto
por Sigrid Glenn, que é um método de estudo do comportamento cultural, que irá
analisar como se formam e se mantêm determinadas práticas culturais, com vistas a
intervir sobre estas. Desta forma, este conceito funciona tanto para a análise de práticas
culturais, como para intervenção nas mesmas, e tem se apresentado como um
interessante campo de estudos em Análise Aplicada do Comportamento. A partir da
análise feita temos como problema social a coleta e separação indevida do lixo, que
como sabemos é um problema de saúde pública, e a falta de informação dos moradores
perante os riscos que o lixo pode causar para a população do assentamento como
antecedente; assim realizaríamos encontros disponibilizados pela associação
comunitária ensinando como separar corretamente o lixo e como reutilizá-lo seja na
produção de sabão caseiro, na venda de materiais recicláveis ou na produção de adubo
orgânico. Esperaríamos que essa intervenção tivesse como consequência a diminuição
da degradação do solo e da proliferação de doenças. O óleo que contamina o solo
poderia ser reutilizado para a fabricação de sabão caseiro; materiais como plástico e
latas que acumulam água e proliferam doenças poderiam ser vendidos ou reaproveitados
como vasos de plantas; e os restos de comida através da compostagem poderiam ser
utilizados como adubo para produção de novos alimentos. Desta forma, esperamos que
essa intervenção pudesse sensibilizar aos moradores sobre o risco que o lixo pode
causar para a população do local. Além disso, buscaríamos rearranjar as contingências
culturais de modo que obtivéssemos como consequência a diminuição de doenças, e a
transformação do próprio lixo como algo que poderia ser utilizado em prol da
comunidade, através das estratégias de reciclagem e de compostagem. Podemos, pois,
perceber uma possível aplicação do conceito de metacontingências nos nossos contextos
do dia a dia, de forma a nos ajudar a compreender e intervir sobre comportamentos
sociais e culturais da nossa sociedade.
Palavras – chave: Metacontingência. Separação de lixo. Reciclagem.
101
PSICOLOGIA DAS MASSAS E LINCHAMENTOS: UMA ANÁLISE
CRÍTICA DE FAKE NEWS E SEUS EFEITOS SOBRE A VIDA E A
MORTE DO OUTRO
102
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: UM ESTUDO SOBRE O
ASPECTO BIOPSICOSSOCIAL NA CONSTRUÇÃO SOCIAL DA
ADOLESCÊNCIA
Eixo temático: Atuação e Reflexão em Psicologia.
Benedita Nádia Silva Pereira
Francisca Telma Vasconcelos Freire
Maria Aparecida de Paulo Gomes
Ana Ramyres Andrade de Araújo
O presente trabalho apresenta uma discussão sobre a construção social do adolescente
com base em autores da teoria do desenvolvimento, bem como da sociologia,
apresentando elementos ligados à construção da identidade, a fim de entender como se
formam as representações sociais do adolescente na sociedade. É possível afirmar que o
contexto social influencia o modo como o adolescente é entendido em diferentes
culturas e que se tornou objeto de estudo no início do século XX com Stanley Hall, pois
ficou evidente que o adolescente é um ser pensante e capaz de construir uma história e
sua identidade. Entender como a adolescência é parte de uma construção social e como
o adolescente constrói suas representações sociais. A partir de estudos na disciplina
Psicologia do Desenvolvimento foi realizada uma pesquisa bibliográfica visando
investigar a interação entre adolescência e a construção social. O contexto social exige
desse adolescente várias posições, dentre essas exigências podemos evidenciar a entrada
no mercado de trabalho, a definição de orientação sexual, etc. As obras utilizadas foram
de Erik Homburger Erikson intitulada “Identidade, Juventude e Crise” e do psicólogo
Alexei Leontiev: “O Homem e a Cultura”. Para os autores citados, a adolescência é uma
fase do desenvolvimento que pode ser facilitada ou dificultada pelo meio externo, social
e cultural e sempre apresentam em sua constituição, conflitos.Com intuito de
compreender o aspecto biopsicossocial e a construção social da adolescência foi
necessária leitura, sendo possível a partir de estudo aprofundado afirmar que a
adolescência sofre certas pressões pela sociedade atual no que se refere à normalidade
da fase, sendo vista como uma fase semi-patológica e conflituosa. A relação indivíduo e
sociedade é uma relação dialética onde existem trocas de experiência no processo de
aprendizagem e transformação de valores. Sendo o adolescente um sujeito que é criador
de sua própria história e capaz de construir sua identidade ao construir sua realidade no
mundo. Foi possível compreender que a cultura tende a valorizar o sujeito produtivo,
desvalorizando as fases da infância, adolescência e velhice por serem estigmatizadas
como compostas por sujeitos não produtivos. A concepção de fase natural limita as
práticas do Psicólogo no processo de criar possibilidades de intervenção e construção de
saberes envolvendo políticas públicas de atenção aos adolescentes como agentes que
constroem uma sociedade. Os adolescentes são parceiros sociais que aprendem valores e
identificação a partir das relações sociais.
Palavras – chave: Adolescência. Construção Social. Cultural.
103
PSICOLOGIA E FEMINISMO: DISCUSSÕES SOBRE OPRESSÃO
E VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
104
RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O PROJETO TECENDO
AFETOS: EDIÇÃO PAIS
Eixo temático: Atuação e reflexão em Psicologia.
Maria Aparecida de Paulo Gomes
Amanda de Oliveira Falcão Medeiros
O presente é um relato de experiência obtido por meio da participação no Projeto
Tecendo Afetos: edição pais, ofertado pelo curso de Psicologia do Centro Universitário
INTA. Esta experiência que ocorreu durante o segundo semestre de 2018 surgiu a partir
do Projeto Laços de Família que tem como escopo a assistência extrajudicial às famílias
em conflito. O Projeto Tecendo Afetos originou-se a partir da percepção de que uma
parcela considerável dos assistidos do Laços de Família são casais divorciados ou em
vias de divórcio que têm filhos. A partir disso, a proposta do grupo de extensão foi a de
desenvolver e implantar uma oficina para este público. O projeto contou com a
participação de quatro acadêmicos de Psicologia do UNINTA sob a orientação da
professora Amanda Falcão. O objetivo da primeira edição foi construir um grupo para
pais e mães divorciados que enfrentam conflitos relacionais no âmbito da conjugalidade
e parentalidade. Como objetivo específico buscou-se promover a interação entre os
participantes e a acessibilidade dos alunos às questões pertinentes à formação
acadêmica. A proposta deste trabalho é relatar a experiência vivenciada no Projeto de
Extensão Tecendo Afetos: edição pais. O projeto realizou-se no período de quatro
meses, por meio de encontros quinzenais. Nos encontros realizavam-se as tarefas:
revisão de literatura e discussão dos textos; divisão de tarefas entre os acadêmicos;
elaboração dos encontros; recrutamento de participantes e divulgação da oficina. A
etapa posterior consistiu na intervenção. Nesta etapa uma temática era abordada por
encontro, realizava-se dinâmica e um momento de discussão. Os temas abordados
referiam-se à alienação parental, empatia, assertividade, habilidades de comunicação e
expectativas para o futuro. Ao final dos encontros os alunos realizaram entrevistas com
os participantes cujo objetivo era obter a percepção dos mesmos sobre a oficina. A
partir da análise das discussões acerca das atividades realizadas e dos relatos dos
convidados foi possível identificar alguns pontos contemplados na literatura, dentre
eles: (a) a presença de comportamentos que apontavam para alienação parental; (b)
assistidos que evidenciavam certa dificuldade em estabelecer diálogos entre filhos e
cônjuges; (c) participantes que exerciam práticas educativas autoritárias ou muito
permissivas com os filhos. Na entrevista pós-intervenção os participantes relataram uma
mudança significativa no relacionamento com os filhos apresentando maior disposição
para ouvir e exercer empatia. Um resultado inesperado que surgiu a partir da
intervenção foi a reconciliação de um casal, segundo eles esta decisão de retorno da
relação foi tomada após reflexões realizadas nas reuniões. No encontro final
identificaram-se relatos de gratidão pelo acolhimento recebido. A participação nesse
Projeto de Extensão foi de suma importância para minha formação acadêmica diante da
possibilidade de vivenciar uma metodologia de aprendizagem teórico-prática com
ênfase na temática das relações sociais no contexto familiar. A experiência favoreceu a
ampliação na percepção sobre o reconhecimento das questões pertinentes aos conflitos
familiares envolvendo pais divorciados, parentalidade e coparentalidade.
Palavras – chave: Projeto de extensão. Psicologia. Família.
105
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS REACIONÁRIAS SOBRE O
FEMINISMO: UMA ANÁLISE DOS USOS DO TERMO
“FEMINAZE” NO TWITTER
106
luta das mulheres para obter direitos igualitários. Fica então evidente a necessidade das
lutas sociais em prol da equidade de gêneros.
Palavras – chave: Representações Sociais. Feminismo. Análise de Conteúdo.
107
SAÚDE MENTAL E A PRÁXIS PSICOLÓGICA: DIÁLOGOS
ENTRE A PSICOLOGIA E A PSIQUIATRIA SOBRE O CUIDADO
PERANTE O TRANSTORNO MENTAL
Eixo temático: Interdisciplinaridade, questões metodológicas e epistemológicas em
Psicologia.
Íris dos Santos Timbó
Roberta de Fátima Rocha Sousa
Edmilson Correia Timbó
O referente trabalho procura abordar a relação dialógica entre a práxis psicológica e
psiquiátrica do cuidado em saúde mental, na qual se evidencia a relação da teoria e da
prática em prol de um núcleo integrativo comum. Para isso, é contextualizada e
questionada a noção do saber psiquiátrico e seus desdobramentos com aspectos éticos e
transdisciplinares de se trabalhar. Assim, faz-se valer o Código de Ética Profissional do
Psicólogo (2005), em que trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida
das pessoas e das coletividades, e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Compreender a
relação teórica e prática na constituição do saber na saúde mental na relação entre
psicologia e psiquiatria, pautadas no processo saúde-doença, das dimensões individual,
familiar e profissional. Por meio de pesquisa qualitativa, este trabalho que se constitui
numa pesquisa exploratória de dados literários, que possibilite a consideração dos mais
variados aspectos relativos ao fato estudado, tendo com descritores: Saber Psiquiátrico
do cuidado, Práxis Psicológica, Cuidado em Saúde Mental. Assim foram feitas
pesquisas por meio de análise de resumos bibliográficos, em bibliotecas e por auxílio de
artigos, dentro de bases de busca como Scielo, PepsiCo e o Portal de Periódicos
CAPES/MEC. Durante as leituras, é evidenciado, a importância de um saber
transdisciplinar do cuidado, tanto nos aspectos psicológicos e psiquiátricos, quanto nos
demais profissionais que estão em volto do cuidado com o paciente, como por exemplo,
terapeutas ocupacionais. Para isso é convocado o diálogo sobre as dimensões físicas,
psicológicas e emocionais em uma relação mútua entre família, sujeito e práticas
profissionais de cuidado, que visem não só uma adesão efetiva ao tratamento, mas
também uma qualidade de vida e bem-estar para quem é foco de cuidado e quem cuida.
Constatou-se que faz valer uma construção das relações de cuidado e atuação dos
saberes em torno deste paciente, para caminhar em uma transdisciplinaridade dos
processos, tendo em vista um sofrimento existente tanto do paciente quanto do familiar
e como estes se apresentam aos cuidadores, por vezes viram foco de cuidado. Porém, o
que por vezes ocorre é uma hierarquização do saber médico psiquiátrico sobrepondo os
demais saberes e formas profissionais de se trabalhar e atuar, fato que fica perceptível
também em relação aos cuidados tanto dos pacientes, quanto na confiabilidade de
relações entre os profissionais e familiares. Partindo para o olhar mais humanizado para
as pessoas que estão sendo assistidas pelo Sistema da Saúde Mental, que foi
reestruturado a partir dos novos moldes, propostos pela Luta Antimanicomial, Reforma
Psiquiátrica e Sanitária.
Palavras – chave: Cuidado em Saúde Mental. Práxis Psicológica. Saber Psiquiátrico.
108
SUICÍDIO: POSSIBILIDADES FUNCIONAIS E ESTRATÉGIAS
PREVENTIVAS
Eixo temático: Atuação e reflexão em Psicologia.
Maria Aparecida de Paulo Gomes
Antônia Misterly de Sousa Farias
Orientadora: Ana Mara Farias de Melo
O suicídio é tema complexo que afeta indivíduos em diferentes classes, idades e demais
fatores classificatórios do sujeito. Pode ser definida com um ato previamente pensado e
executado pelo próprio sujeito, cujo propósito seja a morte, de forma consciente e
intencional, mesmo que com grau de incerteza, usando um meio que pode ser letal.
Difere da ideação suicida, pois esta é um termo médico para se referir a pensamentos
sobre como dar fim à própria vida. Por isso, esta pesquisa se faz pertinente por se tratar
da existência humana, sendo este o tema central de estudo da Psicologia. Segundo o
Ministério da Saúde, entre 2007 e 2016 foram registrados no Sistema de Informações
sobre Mortalidade (SIM) 103.374 óbitos por suicídio e em 2016, a taxa chegou a 5,8 por
100 mil habitantes. Diante do exposto, o presente trabalho retrata a temática do suicídio
na perspectiva da abordagem analítico-comportamental sobre as possibilidades
funcionais e estratégias de prevenção da referida temática. Trata-se de uma pesquisa
descritiva a partir da análise de artigos e monografia encontrados em bases eletrônicas.
Entre as possibilidades funcionais encontramos o reforço positivo ou promessas verbais
de reforço positivo, mantido por afeto, carinho e regras, como é o caso do terrorismo; O
comportamento de fuga-esquiva, neste caso o suicídio tem mais probabilidade de
ocorrer em situações em que o sujeito tenha sido exposto a eventos aversivos, como
exemplo menciona-se histórias de perda; outra possibilidade refere-se à esquiva
experiencial a eventos privados, tais como, pensamentos, sentimentos, sensações, etc, o
exemplo é uma pessoa que diante de diagnóstico de doença crônica comete o ato numa
tentativa de não se expor ao pensamento sobre o sofrimento da doença; E como última
possibilidade funcional, o desamparo aprendido, o qual se apresente como fator de
predisposição que implica na redução da responsividade do organismo ao ambiente,
além da dificuldade de aprendizagem, demonstrada por sujeitos previamente expostos a
eventos aversivos incontroláveis, exemplo disto é um indivíduo que exposto
frequentemente a eventos incapacitantes percebe-se impotente diante dos desafios da
vida. Esse comportamento é amplamente associado ao modelo analítico-
comportamental da depressão. É relevante enfatizar o caráter idiográfico da
apresentação do comportamento suicida, pois cada sujeito tem sua singular forma de
lidar com os eventos da vida. Dentre as Intervenções Preventivas pode-se citar
comportamentos como retirada de aversivos do ambiente e a inserção de reforçadores
positivos a respostas gradativamente incompatíveis à tentativa de suicídio; relação
terapêutica mediada pela confiança e terapia de aceitação e compromisso(ACT). Diante
deste estudo foi possível ter uma maior clareza sobre a função de alguns
comportamentos que podem predispor ao suicídio. Evidencia-se desse modo a
compreensão da abordagem análise do comportamento sobre este assunto tendo em
vista a importância do manejo clínico na abordagem do indivíduo com ideação suicida.
Palavras – chave: Suicídio. Análise do Comportamento. Possibilidades funcionais.
109
SUJEITOS AUTISTAS SOB À LUZ DA PSICANÁLISE: UMA
DISCUSSÃO TEÓRICO-PRÁTICA ACERCA DA AFFINITY
THERAPY
Eixo temático: Atuação e Reflexão em Psicologia.
Milena Fontenele de Oliveira
Luis Achilles Rodrigues Furtado
Camilla Araújo Lopes Vieira
O presente trabalho trata-se de um relato de experiência oriunda de um projeto de
extensão universitária da Universidade Federal do Ceará, denominado “Água de
Chocalho”, vinculado à liga de Psicanálise e Psicopatologia da UFC. Ele é coordenado
pelo professor Dr. Luis Achilles Rodrigues Furtado, com a professora Dra. Camilla
Araújo Lopes Vieira como docente colaboradora, o qual é destinado para crianças ditas
autistas e outras com demais sofrimentos psíquicos graves, e tem como sede uma sala
de permanência localizada no Serviço de Psicologia Aplicada da UFC, S.P.A. O projeto
supracitado beneficia, atualmente, cerca de dez crianças, configurando-se como um
importante dispositivo de saúde mental, na cidade de Sobral-CE. Dessa maneira,
pretende-se discutir acerca da prática extensionista – a qual se norteia por meio da ética
psicanalítica, pautada no desejo do sujeito -, sob à luz de um novo modelo terapêutico,
denominado de Affinity Therapy, apresentado por Michel Vives no seu texto intitulado
“Oficinas terapêuticas: uma mediação para cada um”. Assim, objetiva-se refletir sobre a
potência de inverter a lógica do tratamento terapêutico, o qual é, em muitas das
ocasiões, guiado pelo desejo do terapeuta em detrimento do desejo do sujeito assistido.
Nesse sentido, foi possível observar a relevância presente no ato de atender à afinidade
das crianças assistidas com os objetos lúdicos presentes na sala, permitindo o
desenvolvimento da autonomia de tais sujeitos. Nesse ínterim, o extensionista
transforma o seu posicionamento, o qual não mais é de um oficineiro tradicional, mas
de um mediador entre o seu próprio objetivo e a afinidade do paciente, criando um
espaço onde os interesses do mediador se mistura com o desejo da criança atendida.
Portanto, é possível concluir que o projeto de extensão possibilita uma transformação no
que se refere ao desenvolvimento das atividades, visto que as próprias crianças são
protagonistas no processo de decisão do viés o extensionista precisa seguir, sendo este
último um mediador prático entre o desejo do sujeito autista e os objetivos concernentes
à atividade de extensionista, contribuindo de forma significativa para a promoção de
saúde mental.
Palavras – chave: Saúde mental. Psicanálise. Affinity therapy.
110
TECER E PROMOVER AFETOS
111
TRANSGENITALIZAÇÃO: UM ESTUDO SOBRE OS CONCEITOS
E PRECONCEITOS EM TORNO DA MUDANÇA DE SEXO
112
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA, EDUCAÇÃO
INCLUSIVA E ESTIGMA SOCIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
SOBRE A PRÁXIS PSICOLÓGICA NO CONTEXTO
EDUCACIONAL
113
TREVO DE QUATRO FOLHAS: DESAFIOS E
POTENCIALIDADES NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DE MÃES EM
RISCO SOCIAL
114
TRILHANDO CAMINHOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO
ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL PARA PESSOAS EM
SITUAÇÃO DE RUA EM SOBRAL - CE EM 2018
115
UMA ANÁLISE PSICANALÍTICA DO POEMA “TRADUZIR-SE”
DE FERREIRA GULLAR
Eixo temático: Atuação e reflexão em Psicologia.
Socorro Taynara Araújo Carvalho
Josiary Albuquerque Souza
Zuylla Margaryda Ximenes Aragão
Thaíssa Aguiar Boto Vasconcelos
Nathássia Matias de Medeiros
Nós, seres humanos, durante toda nossa história evolutiva, buscamos respostas para
entender quem nós realmente somos e tentamos nos definir, mas parece que sempre
falta algo em nossas definições. A resposta para a pergunta “Quem sou eu?” parece
sempre incompleta e causa-nos inquietude, por percebermos que não temos domínio e
conhecimento completo de nosso próprio ser. Nesse sentindo, Ferreira Gullar, grande
poeta brasileiro, traz profundas reflexões com seu famoso poema “Traduzir-se”, que
como o próprio nome sugere, o eu lírico traz traduções do “eu”, fazendo uma auto-
análise, de um autoconhecimento de si mesmo. O presente trabalho pretende fazer uma
análise do poema “Traduzir-se” de Ferreira Gullar à luz da teoria psicanalítica
freudiana. Este trabalho trata-se de um estudo teórico, descritivo e bibliográfico, que
utiliza primordialmente conceitos de Freud (1930). Desde o início do poema, é notória a
vertente paradoxal do texto quando o autor cita “Uma parte de mim pesa, pondera: outra
parte delira”. Podemos analisar o ser humano como este que vai da sobriedade ao
devaneio, do consciente ao inconsciente, da sanidade à loucura, esse indivíduo que,
como a psicanálise nos alerta, conscientemente pesa e pondera, mas inconscientemente
recalca conteúdos conflituosos. No entanto, esse mesmo indivíduo encontra espaço para
delirar, para trazer à tona aquilo que parece impossível de ser expressado. “Uma parte
de mim é permanente: outra parte se sabe de repente”: aqui podemos notar, mais uma
vez o consciente e o inconsciente, a parte que é permanente é o consciente, que é aquele
que não muda, que geralmente é previsível, e a parte do de repente, é aquilo que aparece
de forma súbita, instantânea, enquanto que aquilo que é desconhecido para si mesmo,
que chega de surpresa, é a voz do inconsciente, que aparece através dos atos falhos. Por
fim, podemos indicar que tais oposições colocadas no poema “Traduzir-me” nos fazem
pensar em como temos inúmeras partes dentro do nosso ser e como somos esses seres
dicotômicos, e por este motivo temos tanta dificuldade de traduzir-nos, de definirmos-
nos. Então a vida é sim uma arte, o ser humano é uma arte, não importa qual a parte,
todas as partes se traduzem em outra parte, a luz e a escuridão, o melhor e o pior, o ser
ou o não ser, o consciente e o inconsciente. É quase impossível se descrever, porém,
uma conclusão temos, somos todos um “traduzir-se”.
Palavras – chave: Traduzir-se. Psicanálise. Arte.
116
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, FEMINICÍDIO E CULTURA
MACHISTA NO BRASIL
117
RESUMO
ATIVIDADE DE
EXTENSÃO
118
ATIVIDADE DE EXTENSÃO DIÁLOGOS PSI
EXPERIÊNCIAS EM PSICOLOGIA ESCOLAR NA CIDADE DE
SOBRAL
A psicologia possui diversos campos de atuação, dentre eles a área escolar. Essa
vertente da psicologia engloba o aluno, a família e a instituição. Atuar em uma escola
requer uma dinâmica diferente. Apesar da pouca experiência que tenho na área, já
passei por algumas situações que envolvem o cuidado com o aluno, o diálogo com a
família, as relações entre os profissionais da escola com as turmas, acompanhamento de
alunos com transtornos de aprendizagem, mediação de possíveis conflitos, dentre
outros. Atuar nesse campo é um desafio, principalmente pela psicologia estar se
consolidando nos espaços. Sobral é uma cidade localizada no interior do Ceará e está se
destacando por abrir caminhos para o psicólogo escolar. A escola a qual trabalho
consolida o espaço do psicólogo, meu setor é o SOP (Serviço de Orientação
Psicopedagógica), apesar de ser vinculada a coordenação dos segmentos, os
profissionais sabem diferenciar e solicitar quando necessário à atuação do coordenador
ou do psicólogo. Meu trabalho é voltado para os alunos do ensino médio (1º, 2º e 3º
anos) e pré-vestibular (cursinhos). Algumas das atividades realizadas são: projetos
voltados para melhorar a convivência entre os alunos, diálogos sobre temas importantes
como ansiedade, grupo de convivência com momentos de relaxamento e dinâmicas,
orientação com horário de estudo, acompanhamento de rendimento escolar, diálogo com
o aluno e a família, orientação profissional, atendimento quando necessário e possíveis
encaminhamentos para outros profissionais. A psicologia escolar é um trabalho árduo
que une vários temas e vertentes, está se consolidando nos espaços e ganhando
notoriedade, é um campo vasto, dinâmico e importante. Apesar dos esforços, nossa
atuação está apenas começando, faz-se necessária a ampliação dos psicólogos nas
escolas, cada vez mais temos jovens adoecidos que precisam de cuidado e
acompanhamento, podendo esses ser realizados dentro do ambiente escolar, além do
familiar.
REFERÊNCIAS
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