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INTERVALO é nome dado à diferença de altura entre duas notas musicais. As notas podem ser tocadas
simuntaneamente (INTERVALO HARMÔNICO) ou sucessivamente (INTERVALO MELÓDICO).
O estudo dos intervalos é muito importante, pois através deles é que obtemos ferramentas para o estudo da
harmonia, construção e análise de melodias e elaboração de arranjos. Cada intervalo tem sua função,
nomenclatura e principalmente sonoridade específica.
O intervalo pode ter significados diferentes para muitos, pois mesmo tendo sempre as mesmas
propriedades físicas, pode soar diferentemente em meio ao contexto onde está inserido. Teóricos têm
classificado os intervalos de diversas formas, porém duas são de grande importância, o consonante e o
dissonante, mas até isso pode mudar, na nossa sensação sonora, dependendo da maneira como o intervalo
é utilizado.
De acordo com os estudos da Física sabemos que o som é uma onda mecânica que se propaga num campo
ondulatório (meio material), como o ar, numa diferenciação de pressão desse meio, que só se torna audível
se esta onda apresentar intensidade suficiente e se sua frequência encontrar-se dentro daquilo que nossos
ouvidos são capazes de reconhecer. Cada nota ou harmônico é definida por uma frequência diferente, por
isso conseguimos distingui-las. Como intervalo é formado por duas notas, ele é então composto de duas
frequências. A soma destas duas ondas sonoras nos dá a sensação de consonância ou dissonância. E é por
esse motivo que um intervalo consonante pode soar dissonante se executado juntamente com outra nota
ou outro intervalo, pois no fim das contas, o que vale é a somatória de todas elas.
Como sabemos, as alturas são representadas fisicamente por frequências de vibração (La=440 Hz, por
exemplo). Calcular um intervalo, fisicamente falando, é dividir as frequências das duas notas envolvidas
f2/f1. Desta forma, a razão (divisão) de uma nota e sua oitava superior é 2, isto é, a frequência da nota mais
aguda é exatamente o dobro da frequência da nota grave.
O menor intervalo usado na Música Ocidental é o SEMITOM (ou meio-tom), que entre as NOTAS NATURAIS
(sem acidentes) está localizado apenas entre MI-FÁ e SI-DÓ. Todos os outros intervalos entre duas notas
naturais consecutivas são de 1 TOM.
Observe a escala de dó a dó (que só usa notas naturais):
O intervalo também pode ser simples ou composto, dependendo da distância entre uma e outra nota:
Assim sendo os intervalos simples (dentro de uma oitava), podem ser de:
Segunda (do-re; mi-fa; la-si ...)
Terça (do-mi, sol-si, re-fa ...)
Quarta (do-fa; mi-la; sol-do ...)
Quinta (do-sol; re-la; si-fa ...)
Sexta (do-la; mi-do; fa-re ...)
Sétima (do-si; mi-re; sol-fa ...)
Oitava (do-do; re-re; sol-sol)
Alguns autores consideram o intervalo de dois sons iguais como de PRIMEIRA, mas costumamos dizer que
não há intervalos entre dois sons idênticos, já que não a distância entre eles. Chamam isto de UNÍSSONO.
Os intervalos que ultrapassam uma oitava são chamados de intervalos compostos, e seguem a mesma
forma de denominação.
Podemos ainda QUALIFICAR os intervalos de acordo com o número de tons e semitons existentes entre
eles. Podem ser MAIORES, MENORES ou JUSTOS, e ainda AUMENTADOS e DIMINUTOS. A denominação de
Justo (J) é aplicável apenas aos intervalos de 4ª. 5ª e 8ª. As denominações de Maior (M) e menor (m),
aplica-se aos intervalos de 2ª, 3ª, 6ª e 7ª. Todos os intervalos podem receber a qualificação de Aumentados
(aum) ou Diminutos (dim). A direfença entre cada um deles é sempre um semitom. Quadro dos Intervalos
INTERVALO DISTÂNCIA NOME
Dó - /Réb ½ tom 2ª menor
Dó - Ré 1 tom 2ª Maior
Dó - Ré# 1 tom e ½ 2ª Aumentada
Dó - Mib 1 tom e ½ 3ª menor
Dó - Mi 2 tons 3ª Maior
Dó - Fá 2 tons e ½ 4ª Justa
Dó - Fá# 3 tons 4ª Aumentada
Dó - Solb 3 tons 5ª Diminuta
Do - Sol 3 tons e ½ 5ª Justa
Dó - Sol# 4 tons 5ª Aumentada
Dó - Láb 4 tons 6ª menor
Dó - Lá 4 tons e ½ 6ª Maior
Dó - Sibb 4 tons e ½ 7ª Diminuta
Dó - Sib 5 tons 7ª menor
Dó - Si 5 tons e ½ 7ª Maior
Dó - Dó 6 tons 8ª Justa
As demoninações Justo ou Maior e menor estão relacionadas com a razão entre as freqüências de vibração
de cada uma das notas do intervalo. Os intervalos são considerados consonantes, quanto mais simples for a
razão entre as suas frequências. Antigamente eram consideradas consonâncias apenas os intervalos de 8ª,
5ª e 4ª (os chamados Justos), cujas razões de suas freqüências são 2:1, 3:2 e 4:3, respectivamente. Hoje o
conceito de consonância está muito mais abrangente, mas continua valendo a regra: quantos mais simples
a razão entre as freqüências, mas “agradável” aos ouvidos será o intervalo.
Pensando em termos de tons e semitons, observe e, se possível, memorize a seguinte tabela:
Entretanto, ficar contando os tons e semitons nem sempre é o melhor caminho. Existe um meio mais
racional e fácil de saber a qualidade de um dado intervalo sem ter de contar o número de semitons entre
as notas!!
Basta estar atento para o fato de que, na escala diatônica ou natural, a distância entre duas notas
sucessivas é sempre de um tom, exceto entre as notas MI-FA e SI-DO, onde o intervalo é de um semitom -
são os chamados semitons naturais.
Lembrando então da escala de DÓ MAIOR, nossa conhecida, que só possui notas naturais, podemos
“decorar” que todas as SEGUNDAS existentes são MAIORES, com exceção daquelas entre as notas MI-FA e
SI-DO, que são MENORES.
DO RE MI FA SOL LA SI DO
2ª M 2ª M 2ª m 2ª M 2ª M 2ª M 2ª m
Da mesma forma, as TERÇAS que não passam pelo semitom natural, também serão MAIORES.
GENERALIZANDO:
Uma vez identificado onde se localizam esses semitons naturais, basta levar em conta que:
• Nos intervalos de SEGUNDA e TERÇA, são MAIORES os que não possuem, isto é, não "passam por"
nenhum semitom natural.
• Nos intervalos de SEXTA e SÉTIMA, são MAIORES os que possuem APENAS UM semitom natural.
• Os intervalos de QUARTA e QUINTA (OITAVA E UNÍSSONO) são todos JUSTOS, com EXCEÇÃO DO
TRÍTONO (3 tons: quarta aumentada ou quinta diminuta).
Alguns intervalos podem ter a mesma quantidade de tons e semitons, mas possuir classificações diferentes.
Estes são chamados de intervalos enarmônicos. Compare os intervalos Dó-Réb (um semitom) e Dó-Dó# (um
semitom). Na hora de classificar, o primeiro seria uma SEGUNDA MENOR e o outro um UNÍSSONO (OU
PRIMEIRA) AUMENTADO.
É importante saber os graus, os nomes e principalmente sua sonoridade. A dica é tocar cada um dos
intervalos e deixar o ouvido absorver a frequência associando-a a sua nomenclatura, pois isso facilitará
tanto a análise de uma melodia ou harmonia simplesmente ao ouvi-las, como também na elaboração das
mesmas.
Primeira
Eis a- qui este sambinha, feito numa nota só ... (Samba de Uma Nota Só, Tom Jobim)
Céu, tão grande é o céu... (Dindi, Tom Jobim)
O- lha que coisa mais linda... (Garota de Ipanema, Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
Intervalos Ascendentes
Segunda Menor
Segunda Maior
Terça Menor
Terça Maior
Eu sei que vou te amar... (Eu Sei Que Vou Te Amar, Tom Jobim)
Eu Eu sou pobre, pobre (cantiga infantil: eu sou pobre, pobre, pobre, de marré, marré, marré)
Quarta Justa
...que só teu amor procurou... (no meio de Manhã de Carnaval, Luiz Bonfá)
The Sim – psons … (tema do desenho “Os Simpsons”)
Quinta Justa
Sexta Maior
Sétima Menor
Sétima Maior
Oitava Justa
Ó meu amigo, meu herói (Meu Amigo, Meu Herói, Gilberto Gil)
Não, não pode mais meu coração... (Modinha, Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
Intervalos Descendentes
Por ser de lá, do sertão, lá do cerrado... (Lamento Sertanejo, Dominguinhos e Gilberto Gil)
Mi- nha alma canta, vejo o Rio de Janeiro... (Samba do Avião, Tom Jobim)
Man-guei-ra, estou aqui na plataforma da estação... (Piano na Mangueira, Tom Jobim e Chico
Buarque)
...u- ma canção pelo ar... (no meio de Se todos Fossem Iguais a Você, Tom Jobim e Vinicius de
Moraes)
Dei- xa, fale quem quiser falar, meu bem... (Deixa, Baden Powell e Vinicius de Moraes)
INVERSÃO DE INTERVALOS
Na inversão, coloca-se a nota mais baixa uma oitava acima ou a nota mais alta uma oitava abaixo:
Intervalos – Exercícios
Para uma boa assimilação dos conceitos acima, procure responder as questões a seguir:
8. Qual é o número que resulta da soma do intervalo original com sua inversão?