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GERADORES NO INTERIOR DA EDIFICAÇÃO

Atualmente os empresários do ramo alimentício, em especial os supermercadistas, assim


como outros que possuem geradores de energia no interior de suas edificações, têm sofrido
com os excessos de processos trabalhistas devido a legislação não estar definida
adequadamente em relação ao tanque de combustível deste. Grande parte dos prédios
comerciais, em especial aos de comércio de perecíveis, possuem geradores, onde nem sempre
há como atender as exigências legais atualmente impostas.

Hoje temos pelo menos três referencias com requisições diferentes entre si usadas para
regulamentar esta questão, sendo estas a CLT e as Normas Regulamentadoras Nº 16 e a 20 do
Ministério do Trabalho e Emprego. Embora a periculosidade esteja regulamentada na NR-16, é
comum a utilização complementar das outras normas para caracterizar o respectivo adicional
deixando os empresários vulneráveis a pareceres tendenciosos.

A CLT considera perigosa a atividade que implique risco acentuado em virtude da exposição
permanente do trabalhador a inflamáveis, o que, em uma situação normal, não se aplicaria ao
gerador já que este deve ser instalado em local isolado e é acionado automaticamente, apenas
quando há ausência de energia elétrica, ou seja não há o que se falar em exposição
permanente.

A NR-16 da Portaria 3.214/78 do MTe, descreve de forma mais direcionada as atividades e as


áreas de risco consideradas perigosas, onde no caso do armazenamento de inflamáveis
líquidos, em tanques, considera perigosa quaisquer atividades executadas dentro da bacia de
segurança dos tanques.

Atualmente é comum em perícias trabalhistas o Perito do Juiz, alterar tendenciosamente, o


entendimento do “tanque” para “vasilhame”, a fim de ampliar a área de risco para além da
bacia de contenção, já que neste caso considera-se perigoso quaisquer atividades executadas
dentro do prédio de armazenamento de inflamáveis, vinculando o entendimento a toda uma
edificação, que muito embora não seja “de armazenamento de inflamáveis”, possuam em seu
interior um tanque e não um vasilhame com combustível para funcionamento de equipamento
de emergência. Com esta incorreta interpretação está cada vez mais comum a concessão de
adicionais de periculosidade pelo simples fato da permanência em edifícios que possuam
geradores, mesmo que o colaborador nunca tenha tido acesso ao recinto onde este se localiza.

A NR-20, estabelece como devem ser instalados os tanques para armazenamento de líquidos
inflamáveis e diz que: somente poderão ser instalados no interior dos edifícios sob a forma de
tanque enterrado e destinados somente a óleo diesel, e no caso da impossibilidade de enterrar
ou instalar o tanque fora da projeção horizontal da edificação, o local deverá obedecer a
alguns critérios, entre eles deverá localizar-se no pavimento térreo, subsolo ou pilotis. Esta
norma não estipula uma quantidade mínima permitida equiparando as exigências de
contenção de risco de um tanque com 250L, considerado pequeno a um de 3.000L.
Estas requisições atingem severamente as edificações que são compartilhadas por empresas
independentes e os pontos comerciais que não têm como escolher o andar para instalarem
seus equipamentos e nem enterrá-los, não levando em consideração os modelos de geradores
que possuem tanques acoplados a própria estrutura de base, ou seja, para enterrar o tanque
seria necessário alterar a conformação do equipamento, que já foi construído para ser mais
seguro e que pela sua própria projeção deveria dispensar tais exigências.

Com base no que foi exposto, é de extrema necessidade que sejam revistas e reeditadas, de
forma mais objetiva, as exigências associadas aos tanques de combustíveis dos geradores,
conciliando as condições de segurança, as particularidades de cada edificação e os modelos de
geradores, além de eliminar a possibilidade de interpretações dúbias da legislação pertinente a
periculosidade, de forma a simplificar a permanência do equipamento e eliminar a
vulnerabilidade jurídica em que os empregadores atualmente estão expostos.

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