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PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA TRIBUTÁRIA
I. DA DECISÃO AGRAVADA
No processo de origem, em trâmite na 1a Vara de Família e Sucessões
da Comarca de Aparecida de Goiânia, sob a forma de inventário judicial dos bens de
João Batista da Silva, foi proferida decisão interlocutória constante do Evento n.º 60,
que negou o pedido da Fazenda Pública para avaliação do único imóvel inventariado,
com base no laudo de avaliação judicial juntado no Evento n.º 46, bem como
homologou referida avaliação.
A decisão objurgada traz, textualmente, a seguinte redação:
“Neste ponto, em relação à impugnação apresentada pela Fazenda
Pública, tenho que a mesma não merece prosperar. Primeiro
porque inexiste na petição apresentada qualquer fundamentação
acerca do motivo pelo qual o órgão fazendário não concorda com o
laudo pericial juntado ao processo, limitando-se a dizer que o
impugna, sem aos menos apresentar qualquer fundamentação para
tanto; e segundo, porque, via de regra, as avaliações dos bens
inventariados são feitas por perito do Juízo, seja ele nomeado ou
servidor público com as atribuições de avaliador judicial, e não pela
própria Fazenda Pública beneficiária do imposto que será recolhido.
Mesmo que fosse possível referida avaliação administrativa, como
já ocorreu em outros processos, no caso dos autos deveria ter sido,
no mínimo, demonstrado pela Administração Pública os motivos
pelos quais haveria necessidade de realização de nova perícial no
imóvel. Se não são apresentadas razões que justifiquem a
necessidade de nova perícia no bem inventariado, ou seja, se
inexistem fundamentos que invalidem ou tornem divergente a
perícia realizada pelo perito judicial, a manutenção do laudo técnico
apresentado é medida que se impõe. Em sendo assim, INDEFIRO
o pedido feito pela Fazenda Pública de avaliação do imóvel pela
própria AGENFA, e, por consequência, HOMOLOGO o laudo de
avaliação apresentado no evento 57.”
II.1 – DA TEMPESTIVIDADE
O Estado de Goiás considera-se intimado da decisão agravada por meio
de intimação eletrônica lida em 10.05.2019, com a vista dos autos (artigo 183, §1º, do
CPC/2015), conforme Evento n.º 63.
Logo, a contagem do prazo recursal teve início no primeiro dia útil
subsequente, ou seja, em 13.05.2019.
Assim, considerando o prazo em dobro de que goza a Fazenda Pública, o
prazo legal e a sistemática de contagem de prazo introduzidos pelo CPC/2015, o
presente recurso tem por termo final o dia 24.06.2019.
O recurso é, portanto, tempestivo.
II.2 – DO CABIMENTO
O Código de Processo Civil de 2015 prevê como recurso adequado para
impugnar decisões interlocutórias a espécie recursal do agravo de instrumento. O
referido recurso encontra previsão expressa no artigo 1.015, do Diploma Processual
Civil, o qual prevê hipóteses taxativas para a sua interposição.
Por oportuno, transcrevo o mencionado preceito legal:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões
interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
XII - (VETADO);
(Grifo nosso)
(...)
Termos em que
Pede deferimento.