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Material Teórico
Fim da Bipolaridade
Revisão Textual:
Profª. Ms. Rosemary Toffoli
Fim da Bipolaridade
·· Introdução
·· Os Modelos Capitalistas
·· A Nova Ordem Mundial
·· A Periferia
·· Estado-Nação
·· Focos de Tensão e de Conflito
Esta unidade sobre Geopolítica tem o objetivo de destacar a Nova Ordem Mundial e seus
modelos capitalistas, além do novo conceito de subdesenvolvimento, após o fim da Guerra
Fria. Estudaremos também os conceitos de Estado, Nação e Estado-Nação e os focos de
tensão e de conflito que assolam o mundo neste século.
É importante que você leia todo material teórico com atenção e assista às videoaulas para
que possa construir o conhecimento acerca do tema.
Ao final, as referências bibliográficas poderão ser utilizadas, caso você queira, para que se
aprofunde no tema.
Lembro também que, esta disciplina faz parte da grade curricular do seu curso, portanto, é
importante ao seu processo de formação.
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Unidade: Fim da Bipolaridade
Contextualização
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Introdução
Como foi visto na unidade anterior, no período entre o final da Segunda Guerra Mundial
e até a década de 1990, o mundo foi dominado por uma ordem bipolar que o dividia em
capitalista e socialista. O principal símbolo desta divisão era o Muro de Berlim que separava a
Europa em dois blocos. Com a sua queda, em 1989, podemos considerar que tenha sido este
o fim do marco desta divisão, já que, alguns anos mais tarde, a União Soviética e o próprio
socialismo deixariam de existir.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, ocorrido em 1945, várias alterações geopolíticas
ocorreram, principalmente na Europa. A Inglaterra, por exemplo, que mantinha um forte
domínio sobre várias regiões do globo durante os séculos anteriores, perdeu esta hegemonia,
principalmente na década de 1950, com o fim de sua dominação colonial. A nova potência
hegemônica que surgia, em decorrência dessa situação, foram os EUA (Estados Unidos da
América) que consolidou seu domínio capitalista, através de investimentos e implementação
do comércio com todos os continentes.
Em meados da década de 1950, o Produto Nacional Bruto1 dos EUA era equivalente ao
PNB de todos os países capitalistas desenvolvidos. Com a URSS não era diferente, pois o
valor anual de produção econômica era superior à soma de todos os países com economia
planificada.
1 Produto Nacional Bruto (PNB) refere-se a soma de todas as riquezas produzidas por uma nação em um determinado período, considerando
o que é produzido em território nacional ou em territórios de outros países (empresas multinacionais).
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Unidade: Fim da Bipolaridade
1980
País PNB / TOTAL RENDA / PER CAPITA
EUA 2590 bilhões 11.360
URSS 1205 bilhões 4.550
Japão 1157 bilhões 9.890
Alemanha Ocidental 828 bilhões 13.590
França 633 bilhões 11.730
Reino Unido 443 bilhões 7.920
1992
País PNB / TOTAL RENDA / PER CAPITA
EUA 5686 bilhões 22.560
Japão 3338 bilhões 26.920
Alemanha 1517 bilhões 23.650
França 1161 bilhões 20.600
Itália 1072 bilhões 18.580
Reino Unido 964 bilhões 16.750
Canadá 569 bilhões 21.260
Espanha 487 bilhões 12.460
Rússia 480 bilhões 3.220
Tabela 1 - Fonte: VESENTINI, 1996, P.19
Obviamente, o desenvolvimento demonstrado, que não foi uniforme nos países citados,
teve fundamentos: com a Guerra Fria, os gastos das duas superpotências (EUA e URSS)
na área militar foram assombrosamente altos, com a corrida armamentista e a instalação e
manutenção de bases militares nos mais diversos países. Para se ter uma ideia do volume de
gastos, no início da década de 1990, os EUA e a URSS tinham, cada um, um contingente de
500 mil soldados alocados e instalados em bases militares fora de seus respectivos territórios.
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Tal fato provocou situações que beneficiaram a outros países, como, por exemplo, o Japão
e a Alemanha Ocidental, já que, por uma imposição do pós-Segunda Guerra, não tiveram
gastos militares significativos, já que tinham tropas estrangeiras em seus territórios. Além disso,
a necessidade de se manter uma posição geopolítica pelos EUA ou pela URSS, praticamente
os obrigou a assinar acordos ou alianças que não eram vantajosos economicamente, mas
somente do ponto de vista do domínio geopolítico, tal como aconteceu, por exemplo, com
Cuba, localizada próximo aos EUA, na América Central, tendo sido um país beneficiado, com
veemência, pela URSS, com a aquisição de petróleo subsidiado pela superpotência socialista
ou, até mesmo, pelos EUA que, através do Plano Marshall, fizeram financiamentos a fundo
perdido (não recuperável) à Europa Ocidental ou ao Japão, através do Plano Colombo2 , na
década de 1950.
Após a recuperação da economia europeia, para continuar a garantir a expansão industrial
da Europa, os EUA continuaram a importar produtos manufaturados que, por consequência,
promoveu várias falências no setor industrial norte-americano, já que ocorreu em várias
situações, a prática de dumping 3 que promovia aos produtos manufaturados na Alemanha e
do Japão, um custo bem menor do que o similar manufaturado nos EUA.
2 Plano Colombo foi, em seu início, um programa destinado a auxiliar economicamente os países do continente asiático em decorrência a
devastação ocorrida como resultado da Segunda Guerra Mundial.
3 Dumping é o termo utilizado para uma prática de concorrência industrial em que o preço final do produto é praticado em um valor abaixo
do custo para produzi-lo.
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Unidade: Fim da Bipolaridade
Os Modelos Capitalistas
4 Margareth Thatcher (1925-2013) foi a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha. Assumiu o posto em em
1979, tendo seu governo, durado por 11 anos.
5 Ronald Wilson Reagan (1911 -2004) foi o 40º Presidente dos Estados Unidos da América (1981-1989). Antes de assumir a Presidência
dos EUA, Reagan foi ator de Hollywood e Governador da California.
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A Nova Ordem Mundial
Após o fim da Guerra Fria, ou da Ordem Bipolar, portanto, de duas ideologias que coexistiam,
o cenário geopolítico mundial adotou um novo conceito de relações entre os Estados Nacionais.
Com o fim da URSS, a soberania capitalista e dos EUA se disseminou por todo o planeta e a
OTAN passou a ser a maior força militar do planeta. Tais situações permitiram o aparecimento
de várias expressões para definir esta Nova Ordem Mundial.
··Unipolaridade – os EUA passaram a ter total soberania, do ponto de vista militar, já
que nenhuma outra nação tem o mesmo poderio de confronto;
··Multipolaridade – o poderio militar deixa de ser o principal quesito para definir a soberania
de um Estado sobre outro. Aparece nesta situação o poder econômico, com o surgimento de
outras forças capazes de competir com os EUA, a saber, a União Europeia, Japão e a China.
··Unimultipolaridade – este termo abrange os outros dois conceitos citados, tanto do
ponto de vista militar, quanto na esfera econômica.
Vimos, na unidade anterior, que o mundo era dividido em primeiro mundo (capitalistas
desenvolvidos), segundo mundo (socialistas desenvolvidos) e terceiro mundo (países
subdesenvolvidos). A partir da nova situação geopolítica, o mundo passa a ser “dividido” em países
do Norte, que são os países desenvolvidos e os países do Sul, que são os países subdesenvolvidos.
No entanto, esta divisão Norte-Sul não obedece integralmente à divisão cartográfica.
Figura 2 – O MUNDO UNIMULTIPOLAR DO INÍCIO DO SÉCULO XXI
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Unidade: Fim da Bipolaridade
Os EUA não têm mais o mesmo poder econômico que tinha na década de 1950. A União
Europeia, atualmente, tem sua produção econômica superior a dos EUA; a China cresce
anualmente em um ritmo muito acima ao dos EUA, prevendo-se que, na década de 2020,
deva ter a maior produção econômica anual do planeta, no entanto, vale a pena observar que
sua renda per capta não deverá sofrer qualquer mudança significativa, devendo se manter
baixa.
Outros países também se destacaram no cenário econômico internacional, diminuindo a
diferença de suas economias em relação aos EUA, como, por exemplo, a Índia e o Brasil.
Todas estas situações corroboram a construção da nova ordem mundial, muito diferente da
ordem bipolar existente durante, praticamente, toda a segunda metade do século XX.
A Periferia
Não são países isolados, ou seja, têm forte integração com os países desenvolvidos no
âmbito tecnológico e econômico, como ocorrem com os chamados tigres asiáticos7 , o
6 Vesentini, José William, doutor em Geografia, professor e pesquisador do Departamento de Geografia da FFLCH/USP
7 Tigres Asiáticos são países como a Coréia do Sul, a Malásia, a Tailândia, Taiwan, Singapura ou Indonésia, que, desde a década de 80,
beneficiaram-se do crescimento da vizinha economia japonesa e promoveram um intenso processo de industrialização (Ferreira, 1998).
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México (que já está integrado ao Nafta8 ) e alguns países, principalmente na parte Oriental,
do continente Europeu.
Uma outra identificação seria em relação aos países mais pobres, definidos, na época
da bipolaridade, como os do terceiro mundo. Englobam, neste grupo, os países da África
Subsaariana (excetuando-se a África do Sul), da América Central, grande parte da América
do Sul (como o Brasil, por exemplo), do sul do continente Asiático e os que estão a Leste da
Oceania, tendo em comum o fato de não terem forte integração tecnológica e/ou econômica
com os demais países, ou seja, não “se modernizaram”. Suas economias baseiam-se,
principalmente, em atividades primárias de extração de minério, fornecimento de produtos
agrícolas e pouco variados, e força de trabalho com baixíssimos custos e sem qualquer formação
técnica, inclusive, com escolarização baixa.
A África, talvez possa ser definida como a região mais pobre do planeta, já que várias de suas
nações têm altas taxas de mortalidade infantil, além de serem vítimas da subnutrição.
Seus países foram colonizados, por séculos, pelos europeus, promovendo a exploração de
seus recursos naturais e humanos (com o próprio tráfico de escravos) gerando, nos dias atuais,
uma economia dependente. Além desse fator, na Conferência de Berlim, ocorrida entre 1844
e 1845, os países europeus traçaram um mapa geopolítico do continente, inicialmente como
Colônias que, posteriormente, transformaram-se em Estados, sem considerar os povos que
viviam nesses territórios, em vários Figura 3 - Continente Africano
casos, inimigos históricos, com idiomas
e costumes diferentes. Em outros casos,
os europeus promoveram a ruptura de
povos, com a demarcação de fronteiras,
cuja passagem era proibida. O resultado
desta situação foi a eclosão de conflitos
étnicos.
Atualmente, a África pode ser regionalizada,
utilizando critérios geográficos, étnicos e
culturais em duas grandes regiões:
África setentrional, que é constituída por
nove Estados (ao Norte do Continente
Africano);
África Subsaariana, que é constituída
pelos outros 44 Estados do continente.
Fonte: infoescola.com
Entre os dois grupos citados, no entanto, existe o que se chama de periferia intermediária,
composta por países tidos anteriormente como subdesenvolvidos, mas que se industrializaram
e buscam o aperfeiçoamento nas áreas econômica e social, como ocorre com alguns países
da América do Sul, da Ásia (como a Índia e a Turquia, esta última, com parte do território
localizado na Europa) e na África do Sul.
8 NAFTA (North American Free Trade Area) foi o primeiro acordo de integração regional entre um países em desenvolvimento, no caso o
México, e nações desenvolvidas (Estados Unidos e Canadá), tendo, o início da eliminação das barreiras, ocorrido em janeiro de 1994.
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Unidade: Fim da Bipolaridade
Enfim, este grupo de países tem todas as condições econômicas e tecnológicas para
que se aproximem dos países desenvolvidos, mas precisam de ajustes internos. A demora
ou a indiferença a essa questão poderá resultar, futuramente, que eles acabem por se
aproximarem dos países mais pobres que, para alguns autores, são tidos como os do Quarto
Mundo, fazendo alusão às antigas nações desenvolvidas do Terceiro Mundo no período da
ordem mundial bipolar.
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Estado-Nação
O “Estado”, ao contrário do que possa parecer a primeira vista, não é algo de simples
definição. É muito mais complexa e abrangente do que se imagina.
O Estado pode ser definido simplesmente como uma instituição social organizada que
emana poderes sobre uma determinada porção de terra, nesse caso o território e tudo o que
nele contém (pessoas, meios de produção, serviços etc.).
De acordo com o professor Luiz Carlos Bresser Pereira, a definição de Estado está associada
a uma definição político administrativa, independente desta ou daquela concepção.
Já o termo “Nação”, segundo outros autores, está ligado às questões inerentes à cultura,
identidade e aspectos históricos devidamente agrupados em uma sociedade, habitualmente
através de uma tradição histórica, podendo partilhar de costumes, cultura, idioma, enfim,
características semelhantes.
Segundo o geógrafo Milton Santos, a atuação do Estado-nação acaba por ter uma
abrangência, inclusive, bem maior, já que, com o passar do tempo, aliado à própria evolução
da lógica capitalista e norteado pela mudança no uso do território, o conceito anterior de um
território limitado pelas suas fronteiras, sucumbiu a uma nova realidade, acrescentando as
atividades concentradas no território e nos demais territórios interligados por fronteiras ou por
processos e intercâmbios (comerciais, econômicos etc.):
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Unidade: Fim da Bipolaridade
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Europa
Na Europa, os bascos9 lutam pela autonomia territorial há mais de 40 anos em relação,
principalmente, ao governo da Espanha. Estão distribuídos ao Nordeste da Espanha e ao
Sudoeste da França. O movimento separatista conhecido como ETA (Euskadi ta Askatsuna ou
Pátria Basca e Liberdade) utiliza-se desde sua criação, em 1959, de artifícios violentos, como
atentados, principalmente em relação às autoridades espanholas.
Outra região de conflito na Europa ocorre no Reino Unido formado pelo País de Gales,
Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte. Especificamente na Irlanda do Norte, há mais de 30 anos,
os católicos buscam a unificação com a República da Irlanda em uma luta contra os protestantes
que, por sua vez, sendo maioria, querem continuar na situação atual de pertencimento ao Reino
Unido. O IRA (Irish Republican Army) ou Exército Republicano Irlandês, fundado em 1919,
iniciou uma ofensiva terrorista dotada de grande intolerância religiosa, tendo seu fim em 2005
oficialmente, quando pôs fim à luta armada e adotou uma premissa pacífica reivindicatória.
Alguns dissidentes, no entanto, ainda tentam realizar atentados, mas sem grande significância.
Ainda na Europa, outro foco de conflitos acontece na Península balcânica, localizada
a sudeste do continente europeu. A principal desavença entre os povos se concentra em
decorrência às questões étnicas e nacionalistas, por alguns dos povos que habitam esta região,
tais como, os sérvios, croatas, eslovenos, montenegrinos, macedônicos, bósnios e albaneses.
África
Os conflitos que ocorrem no continente africano têm relação direta com o colonialismo
ocorrido ao final do século XIX e início do século XX pelos europeus. O primeiro ponto
que originou os conflitos foi a divisão do território africano em estados sem, no entanto,
considerar-se as diferentes etnias ou culturais dos habitantes locais que, em muitos casos, eram
rivais históricos ou, ainda, pela separação de grupos de mesma etnia.
Uma outra situação se iniciou durante a guerra fria através da instalação de ditaduras locais,
com o financiamento de armamentos, inclusive, para grupos guerrilheiros que, por sua vez,
através de princípios ideológicos, induzem, até hoje, as crianças ao ódio a diferentes etnias.
Um outro ponto que promove os conflitos naquele continente é o baixo nível socioeconômico.
Ásia
O continente asiático tem vários conflitos pelos mais diversos motivos. Um destes conflitos,
tido por muitos estudiosos como o principal, localiza-se no oriente médio e ocorre entre
os palestinos e israelenses. O principal motivo do confronto está relacionado à questões
históricas, culturais, religiosas, além de territoriais. Ambos os lados reivindicam áreas que têm
grande simbolismo no que tange ao sagrado.
Os palestinos reivindicam a criação de um Estado, sendo que grande parte dos israelenses
e dos palestinos entendem que a Cisjordânia e a faixa de Gaza poderão pertencer ao Estado
9 Os bascos são um gupo social que, provavelmente, tenha se instalado na península Ibérica há, aproximadamente, 2 mil anos, tendo
preservado seus costumes e tradições, além de suas línguas (euskara ou vaconço).
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Unidade: Fim da Bipolaridade
10 Hamas, acrônimo de Harakat al-Muqãwamah al-Islãmiyyah (Movimento de Resistência Islâmica) é um movimento islâmico militante
palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, que é dedicado à destruição de Israel e a criação de um Estado islâmico na Palestina.
Fundado em 1987, o Hamas se opôs aos 1993 acordos de paz entre Israel ea Organização de Libertação da Palestina (OLP). A partir do
final dos anos 1970, os ativistas islâmicos ligados à Irmandade Muçulmana pan-islâmico estabeleceram uma rede de instituições de
caridade, clínicas e escolas, e tornaram-se ativos nos territórios (Faixa de Gaza e Cisjordânia) ocupados por Israel depois de 1967 Guerra
dos Seis Dias.
11 Fatah, também escrito Fath é a sigla invertida de Harakat al-Tahrīr al-Waṭanī al-Filasṭīnī (Movimento de Libertação Nacional da Palestina),
organização política e militar dos palestinos árabes, fundada no final dos anos 1950 por Yasser Arafat e Khalīl al-Wazir (Abu Jihad) com
o objetivo de retirar a Palestina de controle israelense travando uma guerrilha terrorista.
12 Estado Islâmico no Iraque e do Levante (ISIL), em árabe al-Dawlah al-Islamiya al-Fi’Irāq wa al-Sham, abreviatura árabe Dā’ash, também
chamado Estado Islâmico no Iraque e na Síria (ISIS) trata-se de um grupo insurgente sunita (transnacional) operando principalmente no
oeste do Iraque e leste da Síria. Tendo aparecendo pela primeira vez sob o nome ISIL em abril de 2013, o grupo lançou uma ofensiva
no início de 2014 que expulsou as forças do governo iraquiano de cidades ocidentais, enquanto na Síria combateram simultaneamente
em as forças do governo e facções rebeldes na guerra civil síria. Seu objetivo é o de estabelecer um Califado, que é um modelo político
(do século VII) em que o califa é o sucessor do profeta, o chefe da nação e tem o poder de aplicar a sharia (a lei islâmica).
13 Osama Bin Laden, nasceu em 1957 e era filho de um magnata da construção civil saudita. Após a morte de seu pai, Osama Bin Laden
dedicou altas quantias para financiar guerrilheiros afegãos e construiu campos de treinamento para treinamento de guerrilheiros,
cujo nome era Al Qaeda (em árabe: a base). Financiou também a criação de forças paramilitares fiéis ao regime Taliban, que controlava
politicamente o Afeganistão.
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O Timor Leste é uma ex-colônia portuguesa, anexado à Indonésia logo depois da saída
de Portugal da região. A Frente Revolucionária do Timor Leste Independente luta pela
independência da região, no entanto, o governo da Indonésia fez uma forte repressão militar,
tendo forçado a adoção da língua indonésia e a islamização da população local, em sua maioria
católicos, mantendo a situação de conflito.
América do Sul
Na Colômbia, desde a década de 1960, movimentos guerrilheiros de ideologia marxista,
dentre eles as FARC14 , dominam a zona rural do País. A partir da década de 1980, passaram a
receber dinheiro dos traficantes a fim de promover o autofinanciamento. Após várias tentativas
de negociações com o governo colombiano e, em decorrência ao narcotráfico e produção de
drogas, as negociações estão paralisadas. Os rebeldes, que utilizam a produção de cocaína
para se financiar, pedem a liberação de zonas de produção legal da droga para fins medicinais,
o que o governo central reluta em concordar.
América do Norte
O narcotráfico no México tem suas origens no final do século XIX e início do século XX,
com a chegada dos chineses em áreas de mineração de Sinaloa, como mão de obra barata.
Eles plantaram flores de papoula usada como uma forma de adorno em pátios e jardins.
Durante a década de 1920, no entanto, a crise de mineração no norte do país fez o uso da
papoula como droga, crescendo o uso de ópio nestas áreas o que causou a expansão das
plantações no famoso triângulo dourado da droga, Sinaloa, Chihuahua, Durango, estados
produtores de heroína para o consumo dos americanos que retornavam da II Guerra Mundial.
Atualmente, o México combate diferentes grupos comandados por narcotraficantes, com
confrontos intensos nas regiões próximas à fronteira com os Estados Unidos, local em que
grupos rivais lutam pela ocupação e expansão de zonas de influência, já que é um local de
altíssima rentabilidade pelo contrabando de drogas.
14 As FARC, foram criadas em 1964, pelo ex-combatente liberal Pedro Antonio Marín, tendo surgido como um grupo de ideologia marxista-
leninista e atuando no meio rural com a adoção de táticas de guerrilha. Em seu discurso ideológico tem como premissa a implantação do
socialismo na Colômbia, promovendo a distribuição igualitária de renda, a reforma agrária, entre outros aspectos sociais.
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Unidade: Fim da Bipolaridade
Material Complementar
Neste texto, o autor aborda o nacionalismo como ideologia e sua relação com o estado-
nação, bem como com os países centrais e da periferia e, porque não dizer, com o próprio
capitalismo.
Trata-se de um material complementar interessante para,não só complementar o
conhecimento, mas também, como objeto de reflexão.
Site:
O texto de Luiz Carlos Bresser Pereira, faz parte de uma obra chamada “Dossiê
Nação Nacionalismo” e está disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142008000100012
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Referências
GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1979.
MAGNOLI, Demétrio (Org). História das guerras / 3. Edição. São Paulo: Contexto, 2006.
MELLO, Leonel Itassu Almeida. Quem tem medo da Geopolítica? - São Paulo: Hucitec/
Edusp, 1999.
MORAES, Marcos Antonio. FRANCO, Paulo Sergio Silva. Geografia Econômica: Brasil de
Colônia a Colônia. Campinas: Editora Átomo, 2010.
SANTOS, Milton. SOUZA, Maria Adélia. SILVEIRA, Maria Laura (Org). Território,
Globalização e Fragmentação. São Paulo: Editora Hucitec/ANPUR, 1998.
VESENTINI, José William. A Nova Ordem Mundial. São Paulo: Ática, 1995.
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Anotações
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