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Conceitos gerais
sobre pontes
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
De uma forma geral, pontes são obras executadas com o objetivo de
transpor obstáculos com presença de água, enquanto viadutos são es-
truturas que têm como finalidade a transposição de vales e outras vias
que não tenham a presença de água. Outras nomenclaturas podem ser
identificadas, como os pontilhões, normalmente utilizados para descrever
pontes de pequenos vãos, com divergência entre os engenheiros para
a definição dos valores limites desses vãos. Entretanto, tal fato não é
relevante, uma vez que, como veremos adiante, essas estruturas seguem
procedimentos de concepção e definição bastante parecidos.
Assim, a construção de conhecimentos fundamentais sobre as divisões
das pontes, atentando-se para o seu funcionamento e suas respectivas
funções, é primordial para o correto entendimento das etapas posteriores
de projeto e execução dessas estruturas. Neste capítulo você vai estudar
os conceitos que fundamentam as estruturas de uma ponte, utilizados
para a adequada concepção dessas obras de arte presentes em nosso
cotidiano. Você também vai aprender a diferenciar os viadutos de meia
encosta e a identificar as principais funções de cada elemento das pontes.
14 Conceitos gerais sobre pontes
Ponte
Rio
Mesoestrutura
Infraestrutura
Direção do lançamento
Vãos de
lançamento
Vãos executados
Superestrutura
Aparelho de apoio
Encontro
Pilar
Fundação
Tipos de viadutos
Viadutos, por definição, são estruturas que transpõem vales ou outras vias sem
presença de água, enquanto pontes são os elementos utilizados para transpor
obstáculos formados por cursos de água ou outras superfícies líquidas, como
os rios, lagos ou braços de mares, por exemplo. Segundo Pfeil (1979), quando
esses cursos de água estão situados em vales muito abertos, tem-se a necessi-
dade, em alguns projetos, da construção de obras complementares de acesso,
que podem ser constituídas por aterros ou por viadutos. Nesses casos, esses
viadutos são denominados viadutos de acesso (Figura 5).
N.A.
Encosta Encosta
Estrada
Viaduto
Muro de
arrimo
Pilar
Figura 6. Viaduto de meia encosta com (a) estrado completo na largura e (b) muro de
arrimo para estrada.
Fonte: Pfeil (1979); El Debs e Takeya (2010).
20 Conceitos gerais sobre pontes
Figura 8. Viaduto com pilares de espessura variável e vãos grandes em vales profundos.
Fonte: Brasil (1996).
Figura 10. Viaduto com vãos pequenos e iguais, sem impressão de leveza.
Fonte: Brasil (1996).
Com base na sua função principal, os viadutos podem ser utilizados para
fins rodoviários e ferroviários, ou ainda para pedestres, sendo denominados
de passarelas.
Figura 11. Exemplo de seção transversal de pista de rolamento com duas faixas e acos-
tamentos laterais.
Fonte: Brasil (1996).
Guarda-corpo 300
Passarela Barreira de
proteção
Obs.:
A separação entre os pedestres
e ciclistas deverá ser efetuada
por pintura no pavimento
150 150
Pedestres Ciclistas
87
Pintura de
separação
8
2
2
40
Figura 12. Detalhe da seção transversal de uma via compartilhada (pedestres e ciclistas).
Fonte: Adaptada de Brasil (1996).
40
17 6 17
2 2
2
47
87
25
15
Figura 14. Detalhe de transição entre defensa metálica (rodovia) e barreira (ponte).
Fonte: Brasil (1996).
Outra função dos elementos das pontes, de caráter mais técnico, é a função
estática, que tem como objetivo conduzir as cargas atuantes sobre a estrutura
(superestrutura e mesoestrutura) até a fundação (infraestrutura), no contato
com o solo ou a rocha. Para cumprir essa função, os principais elementos
estruturais da obra devem ser devidamente dimensionados, como lajes, vigas
secundárias (longitudinais ou transversais), vigamento principal, pilares, blocos
de transição e fundações, como expõe Pfeil (1979).
Conceitos gerais sobre pontes 25
A laje tem como função receber diretamente as cargas dos veículos que
transitam no tabuleiro. Em algumas situações, podem ser projetadas e execu-
tadas em conjunto com as vigas “T”, como em pontes de concreto armado e
protendido, contribuindo para a resistência à flexão das vigas, ainda conforme
Pfeil (1979).
As vigas secundárias servem de apoio para as lajes, recebendo e dire-
cionando as reações destas para o vigamento principal. Com a utilização
de modelos computacionais mais avançados e teorias modernas, pode-se
dimensionar, atualmente, lajes de grandes vãos, reduzindo a necessidade de
vigas secundárias.
Na sequência, tem-se o vigamento principal, cujo objetivo é vencer os
obstáculos que determinam o projeto da obra, recebendo os carregamentos
das vigas secundárias e transferindo-os para os pilares, na região dos apoios
de contato, conforme Pfeil (1979).
Os pilares são os elementos que recebem as cargas verticais e horizontais
da superestrutura, transferindo-as para os elementos de fundação (estacas,
sapatas, etc.) e, posteriormente, para o terreno. De forma a buscar uma melhor
distribuição das tensões e compatibilizar a geometria dos pilares com a da
fundação, executam-se blocos de transição entre esses elementos.
Por fim, a ligação da ponte com a estrada é feita pelos elementos de
extremidade, como encontros, cortinas, muros auxiliares, entre outros (PFEIL,
1979).
AEC Web. Aparelho de apoio de neoprene fretado para pontes. [2018]. Disponível em:
<https://www.aecweb.com.br/prod/e/aparelho-de-apoio-de-neoprene-fretado-
-para-pontes_32449_34134>. Acesso em: 27 jun. 2018.
BRASIL. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DAER). Diretoria de De-
senvolvimento Tecnológico. Divisão de Capacitação Tecnológica. Manual de projeto
de obras de arte especiais. Rio de Janeiro: DAER, 1996.
EL DEBS, M. K.; TAKEYA, T. Introdução às pontes de concreto: texto provisório de apoio
à disciplina de pontes SET 412. São Carlos, 2010. (Apostila).
MAPA DA OBRA. Concretagem submersa exige soluções adequadas. 2016. Disponível
em: <http://www.mapadaobra.com.br/negocios/concretagem-submersa-exige-
-solucoes-adequadas/>. Acesso em: 27 jun. 2018.
MARCHETTI, O. Pontes de concreto armado. São Paulo: Blucher, 2008.
PFEIL, W. Pontes em concreto armado: elementos de projetos, solicitações, dimensio-
namento. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1979.
Leituras recomendadas
CHIMUAGA, L. P. B. Estudo do comportamento estrutural dos aparelhos de apoio da ponte
Rio-Niterói. 2015. 115 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Programa de Pós-
-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2015.
LEONHARDT, F. Construção de concreto: princípios básicos da construção de pontes
de concreto. Rio de Janeiro: Interciência, 1979. v. 6.
RODRIGUES, G. J. O.; VICENTE, J. A. O. Estudo comparativo entre aço e concreto protendido
no dimensionamento da superestrutura de uma ponte ferroviária. São Paulo: ABCEM, 2012.