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UNIDADE 1

Conceitos gerais
sobre pontes
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Expressar os elementos constituintes das pontes.


„„ Diferenciar os viadutos de meia encosta dos demais.
„„ Identificar as principais funções dos elementos constituintes das
pontes.

Introdução
De uma forma geral, pontes são obras executadas com o objetivo de
transpor obstáculos com presença de água, enquanto viadutos são es-
truturas que têm como finalidade a transposição de vales e outras vias
que não tenham a presença de água. Outras nomenclaturas podem ser
identificadas, como os pontilhões, normalmente utilizados para descrever
pontes de pequenos vãos, com divergência entre os engenheiros para
a definição dos valores limites desses vãos. Entretanto, tal fato não é
relevante, uma vez que, como veremos adiante, essas estruturas seguem
procedimentos de concepção e definição bastante parecidos.
Assim, a construção de conhecimentos fundamentais sobre as divisões
das pontes, atentando-se para o seu funcionamento e suas respectivas
funções, é primordial para o correto entendimento das etapas posteriores
de projeto e execução dessas estruturas. Neste capítulo você vai estudar
os conceitos que fundamentam as estruturas de uma ponte, utilizados
para a adequada concepção dessas obras de arte presentes em nosso
cotidiano. Você também vai aprender a diferenciar os viadutos de meia
encosta e a identificar as principais funções de cada elemento das pontes.
14 Conceitos gerais sobre pontes

Elementos constituintes das pontes


Segundo Pfeil (1979) e Marchetti (2008), as pontes podem ser divididas em
três partes principais, segundo a sua função: infraestrutura, mesoestrutura e
superestrutura. Essa divisão é apresentada na Figura 1.

Aterro Viaduto Superestrutura Viaduto Aterro


de acesso de acesso de acesso de acesso

Ponte

Rio
Mesoestrutura

Infraestrutura

Figura 1. Elementos de uma ponte: infraestrutura, mesoestrutura e superestrutura.


Fonte: Adaptada de Marchetti (2008).

A infraestrutura ou fundação é a parte da ponte constituída por elementos


que se apoiam no terreno de implantação (rocha ou solo), recebendo as cargas
ou os esforços da mesoestrutura e transmitindo-os para o terreno. Constituem
a infraestrutura os blocos, sapatas, estacas, tubulões, etc., bem como outros
elementos de ligação entre si ou entre estes e a mesoestrutura, como os blocos
de cabeça de estacas e as vigas de enrijecimento de blocos, conforme Pfeil
(1979). Em alguns casos, em trechos secos de pontes, quando tem-se solos ou
maciços rochosos resistentes próximos à superfície do terreno, e em pontes
com arranjos estruturais com pequenos vãos, pode-se considerar a execução
de fundações diretas, como as sapatas ou blocos de concreto armado. Caso
contrário, recorre-se às fundações profundas, como as estacas, tubulões,
caixões, etc.
O antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem — DNER
(BRASIL, 1996), atual Departamento Nacional de Infraestrutura de Trans-
porte — DNIT, estabelece que, de acordo com a carga proveniente dos pilares
da mesoestrutura e com base nos resultados dos ensaios realizados com o
material do terreno de apoio da estrutura, a escolha do tipo de fundação terá
como referência o seguinte:
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„„ o carregamento proveniente da mesoestrutura deve ser transmitido às


camadas de solo ou subsolo com capacidade suficiente de suporte com
segurança, evitando rupturas indevidas;
„„ as deformações das camadas da fundação devem ser compatíveis com
as aceitáveis pela superestrutura, ou seja, são admissíveis recalques
diferenciais mínimos;
„„ a execução das fundações adotadas não deve causar danos às estruturas
vizinhas ou comprometer a estabilidade de encostas ou maciços.

Você sabe como podem ser feitas as concretagens submersas de estruturas de


pilares e fundações de pontes? Um método bastante utilizado tem o auxílio de uma
tubulação conhecida como tremonha. Esse dispositivo tem o formato de pirâmide
invertida, que leva o concreto até a parte inferior da forma de concretagem, sendo
esta preenchida de baixo para cima, até o seu transbordamento. Outra função desse
dispositivo é a concretagem em alturas maiores que 2,0 m, que pode ser efetuada sem
provocar a segregação do concreto. Para evitar a mistura do solo, da lama ou da água
com a argamassa do concreto, pode-se utilizar lama bentonítica para o preenchimento
e a estabilização das paredes das perfurações, com posterior substituição durante a
concretagem.

Fonte: Adaptada de Mapa da obra (2016).

A mesoestrutura é a parte da ponte constituída pelos pilares, que recebem


as cargas ou os esforços da superestrutura e os transmitem à infraestrutura.
16 Conceitos gerais sobre pontes

No dimensionamento do carregamento transmitido, outras forças solicitantes


sobre a ponte podem ser consideradas, de acordo com os critérios adotados pelo
projetista, como pressões de vento e de água dos cursos de água em movimento.
Ainda com relação à mesoestrutura, pode-se citar os aparelhos de apoio,
que são elementos inseridos entre os pilares e a superestrutura, com a função
de transmitir as reações de apoio e também permitir certos movimentos da
superestrutura (Figura 2).

Figura 2. Exemplo de aparelho de apoio em neoprene.


Fonte: AECweb ([2018]).

Segundo o DNER (BRASIL, 1996), dependendo da sua altura, a mesoes-


trutura pode ser executada de quatro maneiras distintas:

„„ com peças pré-moldadas: em passarelas e obras de pequenos vãos;


„„ com uso de concreto convencional e formas completas: concretagem
efetuada de baixo para cima, de forma contínua, com concreto lançado
ou bombeado e posteriormente vibrado;
„„ com concreto convencional e formas deslizantes: formas desmontáveis
de cerca de 1,0 m de altura, empurradas continuamente para cima,
acompanhando a concretagem, de forma contínua e com posterior
vibração; e
„„ com concreto convencional e formas trepantes: formas desmontáveis
de cerca de 3,0 m de altura e concretagem em segmentos, com vibração
e interrupção.

A superestrutura é a parte da ponte que tem como objetivo vencer o


obstáculo, sendo considerada a parte útil da ponte, sob o ponto de vista de sua
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função. Esse elemento suporta imediatamente o estrado, composto de lajes e


vigas principais e secundárias. Para El Debs e Takeya (2010), a superestrutura
ainda pode ser dividida em duas partes:

„„ estrutura principal (ou sistema estrutural principal): tem a função de


vencer o vão livre; e
„„ estrutura secundária (ou tabuleiro ou estrado): recebe a ação direta
do carregamento, transmitindo-o para a estrutura principal.

Com relação aos processos construtivos de superestruturas, pode-se rela-


cionar alguns, conforme o DNER (BRASIL, 1996):

„„ Execução sobre escoramentos: sistema mais antigo, constituído por


escoramentos fixos ou pela combinação de escoramentos móveis com
formas deslizantes. Como são considerados de caráter provisório durante
uma obra, induzindo a configurações econômicas e pouco seguras,
seu dimensionamento deve ser criteriosamente efetuado por meio de
projetos de escoramento.
„„ Lançamento por treliças: para os casos de execução de estruturas em
vigas pré-moldadas de peso elevado, o uso de treliças de lançamento é
de grande aplicação, pois utiliza um sistema composto por guinchos e
pares de treliças capazes de içar e posicionar esses elementos (Figura 3).

Direção do lançamento

Vãos de
lançamento
Vãos executados

Figura 3. Fases do lançamento por treliças.


Fonte: Brasil (1996).
18 Conceitos gerais sobre pontes

Segundo Pfeil (1979), podendo ser considerados por alguns engenheiros


tanto como partes da mesoestrutura quanto da infraestrutura, os encontros
são elementos situados nas extremidades das pontes, na transição destas com
os aterros das vias. Têm a função de suporte e arrimo do solo, recebendo
os esforços de empuxo do solo (aterro de acesso, Figura 1), evitando sua
transmissão para os demais elementos da ponte. Quando os aterros de acesso
não apresentam perigo de erosão devido à passagem dos cursos de água,
os encontros podem ser dispensados em viadutos e pontes, situações nas
quais os estrados possuirão extremos em balanço, ficando os pilares sujeitos
aos empuxos dos aterros de acesso. Segundo o DNER (BRASIL, 1996), os
encontros, dependendo do seu porte, das fundações e do tipo de contenção
proporcionado, podem ser classificados em dois tipos:

„„ encontros leves: quando as solicitações de empuxo dos taludes são


relativamente pequenas sobre os encontros, buscando-se alternativas
de redução ou anulação desses esforços sobre essas estruturas;
„„ encontros de grande porte: quando as solicitações de empuxo dos
taludes são grandes e a estabilidade de aterros de acesso não pode ser
garantida por dificuldades de execução, solapamentos ou erosões; são
normalmente adotados em pontes longas, que transmitem grandes
forças horizontais, ou em aterros altos.

Assim, de forma mais detalhada e explicativa, pode-se ter como exemplo


o arranjo da ponte apresentada na Figura 4.

Superestrutura

Aparelho de apoio
Encontro
Pilar

Fundação

Figura 4. Exemplo de um arranjo de ponte: infraestrutura (fundação), mesoestrutura (pilares


e aparelho de apoio), superestrutura e encontro.
Fonte: El Debs e Takeya (2010).
Conceitos gerais sobre pontes 19

Tipos de viadutos
Viadutos, por definição, são estruturas que transpõem vales ou outras vias sem
presença de água, enquanto pontes são os elementos utilizados para transpor
obstáculos formados por cursos de água ou outras superfícies líquidas, como
os rios, lagos ou braços de mares, por exemplo. Segundo Pfeil (1979), quando
esses cursos de água estão situados em vales muito abertos, tem-se a necessi-
dade, em alguns projetos, da construção de obras complementares de acesso,
que podem ser constituídas por aterros ou por viadutos. Nesses casos, esses
viadutos são denominados viadutos de acesso (Figura 5).

N.A.

Viaduto de acesso Ponte Viaduto de acesso

Figura 5. Indicação de viadutos de acesso para uma ponte em vale aberto.


Fonte: El Debs e Takeya (2010).

Em estradas construídas ao longo de taludes com elevadas inclinações


transversais, é comum adotar-se a solução de construção de muros de arrimo ou
de viadutos, denominados viadutos de meia encosta. Essa solução é adotada
devido ao alto volume requerido para a formação dos aterros e à dificuldade de
manutenção da sua estabilidade local ou global, aliando, ainda, condições de
economia e segurança. De acordo com a seção transversal da estrada projetada,
seja ela totalmente em aterro ou em aterro e corte, o viaduto terá estrado
completo na sua largura ou estrado de largura parcial, respectivamente,
conforme Pfeil (1979) (Figura 6).

Encosta Encosta
Estrada
Viaduto
Muro de
arrimo
Pilar

(a) Alternativa em viaduto (b) Alternativa em aterro

Figura 6. Viaduto de meia encosta com (a) estrado completo na largura e (b) muro de
arrimo para estrada.
Fonte: Pfeil (1979); El Debs e Takeya (2010).
20 Conceitos gerais sobre pontes

Quando são adotados arranjos estruturais com o uso de vigas para a


construção de viadutos, considerando-se conceitos de estética e proporção
adequada das peças e sua esbeltez, a viga contínua se torna o elemento preferido
para a construção dessas estruturas, resultando em alguns tipos, elencados
pelo DNER (BRASIL, 1996):

„„ viadutos em vale profundo, em forma de V, com pilares esbeltos, pouco


espaçados, ressaltando a altura da obra (Figura 7);

Figura 7. Viaduto com pilares esbeltos e pouco espaçados em vales profundos.


Fonte: Brasil (1996).

„„ viadutos em vale profundo, em forma de V, com vãos grandes e pilares


de espessura variável (Figura 8);

Figura 8. Viaduto com pilares de espessura variável e vãos grandes em vales profundos.
Fonte: Brasil (1996).

„„ viadutos em vale não muito pronunciado, com vãos variáveis e apa-


rência harmoniosa (Figura 9);
Conceitos gerais sobre pontes 21

Figura 9. Viaduto com vãos variáveis e aparência harmoniosa.


Fonte: Brasil (1996).

„„ viadutos em vale não muito pronunciado, com vãos pequenos e iguais,


sem transmitir impressão de leveza (Figura 10).

Figura 10. Viaduto com vãos pequenos e iguais, sem impressão de leveza.
Fonte: Brasil (1996).

Com base na sua função principal, os viadutos podem ser utilizados para
fins rodoviários e ferroviários, ou ainda para pedestres, sendo denominados
de passarelas.

Para a passagem de águas pluviais ou de águas perenes de pequenos cursos, nor-


malmente são utilizados bueiros sob a área de terraplenagem das estradas, traçados
geralmente na direção transversal aos seus eixos. As seções de bueiros podem ser
manilhas de concreto armado, estruturas abobadadas ou quadros rígidos de concreto
armado. Esses bueiros, quando em grandes dimensões, ainda podem ser utilizados
para a passagem de pedestres, gado, ferrovias, rodovias e vias urbanas, conforme
expõe Pfeil (1979).
22 Conceitos gerais sobre pontes

Funções dos elementos constituintes de pontes


A função primária e básica de uma ponte é a viária, que tem como objetivo
dar continuidade à uma estrada durante a transposição de um determinado
obstáculo. Essa função tem uma ligação mais próxima com o usuário da via
e pode ser executada com o uso de elementos da ponte, como faixa de rola-
mento (com ou sem acostamento), linha férrea (com ou sem lastro), passeios
laterais, guarda-corpos, barreiras de proteção, defensas metálicas, entre outros,
conforme leciona Pfeil (1979).
A faixa de rolamento é o contato direto do veículo com a ponte, pro-
porcionando a sua passagem. Sua largura, de modo geral, é determinada
adicionando-se à largura do veículo de projeto a largura de uma faixa de
segurança, que tem como base a sua velocidade e o nível de conforto que se
deseja proporcionar, que, por sua vez, também se baseia na categoria da via.
Em geral, para pistas pavimentadas, esses valores situam-se entre 3,00 m e
3,60 m (Figura 11).

Figura 11. Exemplo de seção transversal de pista de rolamento com duas faixas e acos-
tamentos laterais.
Fonte: Brasil (1996).

Os passeios laterais têm a função de possibilitar a passagem de pedestres


e ciclistas com segurança pelas pontes, possuindo larguras mínimas recomen-
dáveis de 1,50 m para passeios predominantemente de pedestres e de 3,00
m para vias compartilhadas (pedestres e ciclistas em conjunto) (Figura 12),
conforme o DNER (BRASIL, 1996).
Conceitos gerais sobre pontes 23

Guarda-corpo 300
Passarela Barreira de
proteção
Obs.:
A separação entre os pedestres
e ciclistas deverá ser efetuada
por pintura no pavimento
150 150
Pedestres Ciclistas

87
Pintura de
separação
8
2

2
40

Figura 12. Detalhe da seção transversal de uma via compartilhada (pedestres e ciclistas).
Fonte: Adaptada de Brasil (1996).

As barreiras de proteção são dispositivos rígidos, em geral de concreto


armado, com função de proteção lateral para os veículos, devendo ter altura,
capacidade resistente e perfil interno corretamente dimensionados para im-
pedirem a queda de um eventual veículo desgovernado, absorverem o choque
lateral e propiciarem sua recondução à faixa de tráfego. No Brasil, o DNER
adotou e padronizou o tipo New Jersey, testado em outros países, principal-
mente nos Estados Unidos (Figura 13, à esquerda) (BRASIL, 1996).
Os guarda-corpos serviram como sistemas de proteção lateral de antigas
pontes do DNER, mostrando-se pouco eficazes. Nas pontes mais recentes, os
guarda-corpos somente existem quando há passeios laterais. Com o objetivo
de garantir uma proteção adequada a pedestres e ciclistas, os guarda-corpos
são instalados nos extremos da seção transversal, com os passeios laterais
localizados entre estes e as barreiras rígidas de concreto. Os guarda-corpos
devem ser projetados para serem econômicos, proporcionarem leveza à obra
e desestimularem o seu roubo (Figura 13, à direita) (BRASIL, 1996).
24 Conceitos gerais sobre pontes

40
17 6 17

2 2

2
47
87

25
15

Figura 13. Exemplos de barreira de proteção em concreto armado (à esquerda) e de


guarda-corpo metálico de pontes (centro e à direita).
Fonte: Adaptada de Brasil (1996).

As defensas metálicas, com função de proteção lateral para as rodovias,


não são partes integrantes, propriamente ditas, das pontes. Porém, a transição
entre as defensas metálicas das rodovias, que são flexíveis, e as barreiras
de concreto das pontes, que são rígidas, deve ser realizada sem superfícies
salientes (Figura 14) (BRASIL, 1996).

Figura 14. Detalhe de transição entre defensa metálica (rodovia) e barreira (ponte).
Fonte: Brasil (1996).

Outra função dos elementos das pontes, de caráter mais técnico, é a função
estática, que tem como objetivo conduzir as cargas atuantes sobre a estrutura
(superestrutura e mesoestrutura) até a fundação (infraestrutura), no contato
com o solo ou a rocha. Para cumprir essa função, os principais elementos
estruturais da obra devem ser devidamente dimensionados, como lajes, vigas
secundárias (longitudinais ou transversais), vigamento principal, pilares, blocos
de transição e fundações, como expõe Pfeil (1979).
Conceitos gerais sobre pontes 25

A laje tem como função receber diretamente as cargas dos veículos que
transitam no tabuleiro. Em algumas situações, podem ser projetadas e execu-
tadas em conjunto com as vigas “T”, como em pontes de concreto armado e
protendido, contribuindo para a resistência à flexão das vigas, ainda conforme
Pfeil (1979).
As vigas secundárias servem de apoio para as lajes, recebendo e dire-
cionando as reações destas para o vigamento principal. Com a utilização
de modelos computacionais mais avançados e teorias modernas, pode-se
dimensionar, atualmente, lajes de grandes vãos, reduzindo a necessidade de
vigas secundárias.
Na sequência, tem-se o vigamento principal, cujo objetivo é vencer os
obstáculos que determinam o projeto da obra, recebendo os carregamentos
das vigas secundárias e transferindo-os para os pilares, na região dos apoios
de contato, conforme Pfeil (1979).
Os pilares são os elementos que recebem as cargas verticais e horizontais
da superestrutura, transferindo-as para os elementos de fundação (estacas,
sapatas, etc.) e, posteriormente, para o terreno. De forma a buscar uma melhor
distribuição das tensões e compatibilizar a geometria dos pilares com a da
fundação, executam-se blocos de transição entre esses elementos.
Por fim, a ligação da ponte com a estrada é feita pelos elementos de
extremidade, como encontros, cortinas, muros auxiliares, entre outros (PFEIL,
1979).

Diferentemente das pontes comumente encontradas, as pontes pênsil, ou pontes


de suspensão, são aquelas em que o tabuleiro fica pendurado, sustentado por cabos
de suspensão vertical. Nesse tipo de estrutura, são utilizadas torres verticais com
a função de conexão da ponte com o solo, que suportam o peso do tabuleiro. O
peso do tabuleiro, na sequência, é distribuído para as torres por meio dos cabos de
suspensão. Em geral, esse tipo de solução é utilizada em regiões montanhosas. Os
primeiros exemplos desse tipo de ponte foram construídos no início do século XIX,
com seu ápice na construção da ponte Golden Gate, já no século XX.
26 Conceitos gerais sobre pontes

1. De acordo com a vista lateral c) Ambas as regiões, (a) e


da ponte apresentada abaixo, (b), podem apresentar
assinale a alternativa correta. variações do nível do rio
sem comprometimento da
estabilidade da estrutura.
d) Nas regiões (a) e (b) ocorrem
esforços de empuxo
iniciados na fundação.
a) O ponto (1) é denominado e) Apenas na região (b) pode-se
de mesoestrutura e o ponto ter variações do nível do rio
(2) de infraestrutura. e empuxos na interface da
b) O ponto (1) é denominado estrutura simultaneamente.
de encosto e o ponto (2) 3. Com função estática em uma ponte,
de mesoestrutura. o elemento da superestrutura
c) O ponto (1) é denominado de responsável por receber diretamente
aterro de acesso e o ponto os carregamentos provenientes das
(2) de mesoestrutura. lajes é denominado:
d) O ponto (1) é denominado a) encontro.
de infraestrutura e o ponto b) laje secundária.
(2) de superestrutura. c) laje primária.
e) Os pontos (1) e (2) são d) vigamento secundário.
denominados de infraestrutura. e) vigamento principal.
2. Ainda com base na figura do 4. Pontes rodoviárias localizadas em
exercício anterior, assinale a regiões urbanas, que possuem
alternativa correta, referente passeios laterais, devem apresentar
às regiões indicadas abaixo. dispositivos que proporcionem
a proteção física para o trânsito
de pedestres. Assinale a
alternativa que apresenta esse
elemento de proteção.
a) A região (a) deve ser isenta a) Defensas metálicas, instaladas
de variação do nível do nos extremos da seção
rio e na região (b) há a transversal da ponte.
atuação de empuxos na b) Guarda-corpos, instalados
interface com a estrutura. nos extremos da seção
b) A região (a) pode apresentar transversal da ponte.
variações do nível do rio e a c) Guarda-corpos, instalados
região (b) pode apresentar somente entre o passeio
esforços cisalhantes e a faixa de rolamento.
sobre a estrutura.
Conceitos gerais sobre pontes 27

d) Barreiras de proteção, instaladas proporcionar proteção lateral


somente entre o passeio para evitar a queda de eventuais
e a faixa de rolamento. veículos desgovernados durante
e) Defensas metálicas, instaladas o tráfego sobre essas estruturas
em ambos os lados do passeio. é denominado de:
5. As vias para o tráfego de veículos, a) guarda-corpo.
como as pontes e os viadutos, são b) encontro de grande porte.
dimensionadas para situações c) encontro leve.
padronizadas de utilização e d) tabuleiro.
com condições mínimas de e) barreira de proteção.
segurança. O elemento que pode

AEC Web. Aparelho de apoio de neoprene fretado para pontes. [2018]. Disponível em:
<https://www.aecweb.com.br/prod/e/aparelho-de-apoio-de-neoprene-fretado-
-para-pontes_32449_34134>. Acesso em: 27 jun. 2018.
BRASIL. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DAER). Diretoria de De-
senvolvimento Tecnológico. Divisão de Capacitação Tecnológica. Manual de projeto
de obras de arte especiais. Rio de Janeiro: DAER, 1996.
EL DEBS, M. K.; TAKEYA, T. Introdução às pontes de concreto: texto provisório de apoio
à disciplina de pontes SET 412. São Carlos, 2010. (Apostila).
MAPA DA OBRA. Concretagem submersa exige soluções adequadas. 2016. Disponível
em: <http://www.mapadaobra.com.br/negocios/concretagem-submersa-exige-
-solucoes-adequadas/>. Acesso em: 27 jun. 2018.
MARCHETTI, O. Pontes de concreto armado. São Paulo: Blucher, 2008.
PFEIL, W. Pontes em concreto armado: elementos de projetos, solicitações, dimensio-
namento. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1979.

Leituras recomendadas
CHIMUAGA, L. P. B. Estudo do comportamento estrutural dos aparelhos de apoio da ponte
Rio-Niterói. 2015. 115 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Programa de Pós-
-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2015.
LEONHARDT, F. Construção de concreto: princípios básicos da construção de pontes
de concreto. Rio de Janeiro: Interciência, 1979. v. 6.
RODRIGUES, G. J. O.; VICENTE, J. A. O. Estudo comparativo entre aço e concreto protendido
no dimensionamento da superestrutura de uma ponte ferroviária. São Paulo: ABCEM, 2012.

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