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Língua Portuguesa

para docentes
Análise Linguística e Semiótica

Prof.ª Mestra Andressa Aparecida Lopes


• Unidade de Ensino: 1

• Competência da Unidade: Conceituar e abordar as competências e


habilidades relativas ao uso da língua no contexto ortográfico e semântico.

• Resumo: Nesta primeira unidade, abordaremos os aspectos básicos da


ortografia e da semântica aplicados ao uso social da língua.

• Palavras-chave: Ortografia; Análise linguística; Língua


Portuguesa
• Título da Teleaula: Análise Linguística e Semiótica

• Teleaula nº: 1
Contextualização
• Qual a importância dos saberes da Língua Portuguesa
para um professor?

• De que modo a ortografia e a semântica auxiliam no


processo de entendimento da língua e do texto?
Língua Portuguesa:
os vocábulos
próximos
O emprego dos porquês

Perguntas diretas ou
indiretas Respostas. (é uma
conjunção)

Por que estamos aqui?

Porque é importante.
Finais de frases
interrogativas
Mas por quê?

O porquê está claro!


Substantivo.
Por que: indica perguntas diretas e indiretas
A forma por que é a sequência de uma preposição (por)
e um pronome interrogativo (que). Equivale a "por qual
razão", "por qual motivo“

Exemplos:

Desejo saber por que você voltou tão tarde para casa.
Por que você comprou este casaco?
Porque: conjunção
A forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já
que, uma vez que, como. Costuma ser utilizado em
respostas, para explicação ou causa.

Exemplos:

Vou ao supermercado porque não temos mais frutas.


Você veio até aqui porque não conseguiu telefonar?
Porquê: substantivo
A forma porquê representa um substantivo. Significa
"causa", "razão", "motivo" e normalmente surge
acompanhada de palavra determinante (artigo, por
exemplo).

Exemplos:
Não consigo entender o porquê de sua ausência.
Existem muitos porquês para justificar esta atitude.
Você não vai à festa? Diga-me ao menos um porquê.
Por quê: interrogações no final das frases
Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de
um ponto (final, de interrogação, de exclamação) ou de
reticências, a sequência deve ser grafada por quê, pois,
devido à posição na frase, o monossílabo "que" passa a
ser tônico.

Exemplos:
Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê?
Será deselegante se você perguntar novamente por quê!
Palavras homônimas
e parônimas
Palavras parônimas e homônimas

As palavras homônimas são aquelas que possuem


grafia ou pronúncia iguais, mas significados diferentes.

As palavras parônimas são aquelas que se


assemelham tanto na escrita como na pronúncia,
todavia possuem significados diferentes.
Homônimos homógrafos

Escrita igual, pronúncias e sentidos diferentes.

almoço

Substantivo Verbo, conjugado


refeição na 1ª pessoa.
Homônimos homófonos
Sentidos diferentes, escrita diferente, pronúncia igual.

Acento e assento

Lugar para
Sinal gráfico
sentar
Homônimos perfeitos
Possuem a mesma grafia e o mesmo som.

Eu cedo este lugar para a professora.


(cedo = verbo)
Cheguei cedo para a entrevista.
(cedo = advérbio de tempo)
Parônimos

É a relação que se estabelece entre palavras que


possuem significados diferentes, mas são
muito parecidas na pronúncia e na escrita.

soar (produzir som) suar (transpirar)


ratificar (confirmar) retificar (corrigir)
Regras ortográficas:
acentuação e hífen
Quando e como devemos acentuar as palavras?
A acentuação possui como função demarcar a sílaba
tônica (mais forte) de uma palavra.

Os acentos em Língua Portuguesa são:


- Agudo (´);
- Grave (`);
- Circunflexo (^).
Regras de acentuação

Proparoxítonas
Sílaba tônica: antepenúltima
As proparoxítonas são todas acentuadas
graficamente. Exemplos:

trágico, patético, árvore


l fácil
n pólen
r cadáver Paroxítonas
ps bíceps Sílaba tônica:
x tórax penúltima
Acentuam-se as
us vírus
paroxítonas terminadas
i, is júri, lápis em:
om, ons iândom, íons
um, uns álbum, álbuns
órfã, órfãs,
ã(s), ão(s)
órfão, órfãos
Oxítonas
Sílaba tônica: última
Acentuam-se as oxítonas
terminadas em:

a(s): sofá, sofás


e(s): jacaré, vocês
o(s): paletó, avós
em, ens: ninguém, armazéns
Uso do hífen

entre letras iguais micro-ônibus / inter-regional

entre letras diferentes microalga / intermunicipal

antes de H super-homem

antes de R ou S autorretrato / antessala


Ensino de ortografia
Situação-problema
Imagine que você leciona para uma turma de 5º ano do
ensino fundamental I, que tem apresentado muitos
deslizes ortográficos em suas produções. Alunos que,
entre outras coisas, não acentuam devidamente oxítonas,
paroxítonas e proparoxítonas ou então acentuam termos
que não têm acento gráfico. Você já os orientou, apontou
os problemas detectados, já demonstrou possíveis
caminhos para solucionar tais problemas e, ainda assim,
eles permanecem recorrentes nos textos dos alunos.
Resolvendo a situação-problema
Como fazer para instigar nos alunos o desejo de ser
proficiente em sua língua materna, tendo domínio das
regras de acentuação, para um bom uso em situações
comunicativas diversas?

- Fazer um levantamento das palavras as quais, mais


comumente, têm sido grafada sem acento;
- Atividades lúdicas;
- Leitura em voz alta.
A acentuação e os
sinais gráficos
Você sabe qual a
principal função dos
acentos e dos sinais
gráficos na escrita
de um texto?
A língua como prática
social
A linguagem como forma de interação social
• Toda atividade humana se desenvolve na/pela
linguagem.

“[...] linguagem como atividade, como forma de


ação, ação interindividual finalisticamente orientada;
como lugar de interação que possibilita aos
membros de uma sociedade a prática dos mais
diversos tipos de atos, que vão exigir dos
semelhantes reações e/ou comportamentos, levando
ao estabelecimento de vínculos e compromissos
anteriormente inexistentes”. (Koch, 2010, p. 7-8)
Condições de produção
As condições de produção são os elementos que
permeiam todo discurso, orientando e possibilitando
construir um panorama do contexto e da situação em
que foi realizada a interação social. São responsáveis
pelo estabelecimento das relações de força no interior do
discurso, mantendo com a linguagem uma relação
necessária, constituindo com ela o sentido do texto.
Quem produz
Como?
o texto?

Para quê?

Para quem?
Onde?
Fatores extralinguísticos que impactam no uso da língua

• o mercado de trabalho
• nível de renda
• o grau de escolaridade
• idade
• gênero
• o contexto social e os papeis sociais
• as modalidades: escrita e falada
• redes sociais (não necessariamente as digitais)
Variação linguística
Variação linguística

Variedades linguísticas são os vários usos da língua


falada, conforme cada região, época, classe social. É o
efeito natural das mudanças da língua, a qual é dinâmica
e viva.

Disponível em: https://bit.ly/38WzW1e Acesso em: 22 fev.2020 .


A variação linguística pode ser:
- regional: é a - social: é a - histórica:
maneira particular semelhança entre os
acompanha a
de cada região de diversos falantes de
mudança temporal
pronunciar sons, um mesmo grupo.
utilizar Alguns dos fatores da língua.
determinadas são: o grau de
construções e educação, a idade, o
aplicar o sexo, o poder
vocabulário. econômico, entre
outros.
Variante padrão

A variante padrão está vinculada a uma língua modelo. Segue prescrições


representadas na gramática, mas é marcada pela língua produzida em certo
momento da história e em uma determinada sociedade.

Disponível em: https://bit.ly/2vYQmap Acesso em: 22 fev.2020 .


Regras linguísticas

• Entende-se por regras gramaticais as especificidades


do sistema linguístico em seus usos.

• Regras não existem apenas para regular o uso culto


da língua, ao contrário, todos os usos da língua são
submetidos à aplicação de regras.
Semântica: recursos
expressivos da Língua
Significados contextuais e efeitos de sentido

Para quem?
Qual objetivo?
Público-alvo?
Veículo/Suporte?
Exploração de polissemia
Polissemia

Poli = vários Semia = significado


Palavras polissêmicas são aquelas que possuem
significados diferentes dentro do mesmo campo de
significado.
Polissemia

Vendo pôr-do-sol!

Disponível em: https://bit.ly/2zl4LPW Acesso em: 07 mai. 2020.


Ambiguidade
Ocorre quando um trecho, uma sentença ou uma expressão linguística
apresentam mais de um entendimento possível, gerando problemas de
interpretação no enunciado e dificuldades de comunicação.
De quem?
Atlético quebra invencibilidade do São Paulo em casa.

Policial atira em assaltante com arma de brinquedo em


São Paulo.
Quem tem arma de
brinquedo?
Linguagem conotativa e denotativa
Quando falamos ou escrevemos, podemos tanto usar as palavras com seu
sentido literal – aquele que aparece no dicionário – quanto atribuir-lhes
sentidos diferentes.

Denotativo
Minha mãe é muito brava.
Minha mãe é uma fera.
Conotativo
Figuras de linguagem
São recursos expressivos empregados para gerar efeitos nos discursos.
Exemplo:

A metáfora corre quando se faz qualquer comparação


sem utilizar expressões que indiquem que uma
comparação está sendo feita.

Você tem uma pedra dentro do peito.


Os aspectos
semânticos da língua
Situação-problema
Imagine que você leciona em uma turma de 5º ano e
tem notado que seus alunos, em geral, têm produzido
textos com pouca diversificação de vocabulário, isto é,
textos com muitas repetições, os quais pecam, portanto,
no que tange à ausência de repertório ao produzir. Você
já os orientou quanto a isso nas correções dos textos e
também em aula e, ainda assim, tal problema tem sido
recorrente nas produções textuais. O que fazer para
auxiliar os alunos a fazerem mais uso de sinônimos nos
textos, a aumentarem seu repertório sociocultural e,
assim, produzirem textos mais ricos?
Resolvendo a situação-problema

- Pensar em mais
estratégias de incentivo à
leitura;

- Propor aos alunos


atividades lúdicas, como,
por exemplo, uma disputa
de sinônimos e antônimos. Disponível em: https://bit.ly/3oDmMh3 Acesso
em: 07 dez.2020.
A língua em uso
Qual o papel das
variedades linguísticas
e da semântica na
língua?
Finalizando a aula
Retomando...
- A Língua Portuguesa é sistematizada por meio da
ortografia e da gramática;
- Além dos aspectos linguísticos, os aspectos semânticos
impactam diretamente na produção de sentido;
- Além da escrita, a fala possui suas particularidades,
tais como a variação linguística;
- O uso da língua é social.
Referências
BAKHTIN, Mikhail M. Estética da criação verbal. 5 ed. São Paulo: WMF
Martins Fontes, 2010.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Manual de sociolinguística. São Paulo:
Contexto, 2014.
BRASIL, Ministério da Educação – Secretaria da Educação. Base Nacional
Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
VITRAL, Lorenzo. Gramática inteligente do português
do Brasil. São Paulo: Contexto, 2017.

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