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Poder Executivo
LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL Nº 061, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2020.
CAPÍTULO I
DA FINALIDADE
Art. 1º Nos termos do art. 4º, Inciso III da Lei Orgânica Municipal e atendendo às
disposições do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, fica regulamentado o Plano de
Uso e Ocupação do Solo Urbano de Três Passos, RS.
§ 1º Esta Lei regulamenta o ordenamento físico territorial, o zoneamento de uso
e ocupação e estabelece o regime urbanístico da cidade de Três Passos em consonância
com os objetivos e as diretrizes do Plano Diretor.
§ 2º Integram esta Lei os seguintes anexos:
I – ANEXO I – Mapa de Uso e de Ocupação do Solo Urbano;
II – ANEXO II – Mapa do Sistema Viário;
III – ANEXO III – Mapa das Áreas Especiais;
IV – ANEXO IV – Tabela do Regime Urbanístico;
V – ANEXO V – Quadro Referencial de Atividades Econômicas.
CAPÍTULO II
DAS DEFINIÇÕES
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Município de Três Passos
Poder Executivo
I – o índice de aproveitamento consiste na relação entre a área total da
construção ou edificação e a área total do lote ou terreno:
Índice de aproveitamento = área da edificação
ÁREA TOTAL DO LOTE
II – A taxa de ocupação consiste na relação percentual entre a área da projeção
horizontal da (s) edificação (ões) e a área total do terreno ou lote:
Taxa de ocupação = área de projeção horizontal das edificações x 100
ÁREA TOTAL DO LOTE
III – A Taxa de permeabilidade consiste na relação percentual entre a área do
terreno livre de qualquer construção ou edificação e a área total do terreno ou lote:
Taxa de permeabilidade = área livre para infiltração x 100
ÁREA TOTAL DO LOTE
IV – O percentual (%) de áreas verdes consiste na relação entre a área do
terreno recoberta com vegetação permanente em contato direto com o subsolo e a área
total do terreno ou lote:
O percentual (%) de áreas verdes = área com cobertura vegetal permanente
ÁREA TOTAL DO LOTE
V – A altura da edificação é a medida efetuada a partir do nível natural do
terreno até o topo da edificação e deve ser tomada no ponto médio da fachada situada na
menor cota altimétrica do terreno natural até o ponto de maior elevação no topo da
edificação.
VI – Os afastamentos consistem nas medidas tomadas desde o alinhamento do
lote ou terreno, com o passeio público ou com os lotes lindeiros, até a edificação ou
construção.
VII – A testada é a medida frontal do lote sempre voltada para via pública.
VIII – O lote é a fração de terreno resultante de parcelamento do solo para fins
urbanos.
IX – A caixa da via é a medida em seção transversal, incluindo a pista de
rolamento e os passeios.
TÍTULO II
DO ORDENAMENTO FÍSICO TERRITORIAL
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Município de Três Passos
Poder Executivo
CAPÍTULO I
DO MAPEAMENTO
Seção I
Da zona rural
Seção II
Da zona urbana
TÍTULO III
DAS ÁREAS DE USOS URBANOS
CAPÍTULO I
DA DESIGNAÇÃO DAS ÁREAS
Art. 8º As áreas de usos indicados no art. 7º têm seus limites graficados no mapa
do Anexo I desta Lei, estando definidas por logradouros públicos, acidentes naturais ou
divisas de lote.
§ 1º No caso de logradouros públicos, a área é constituída de todos os lotes com
frente para os mesmos, nela incluídos.
§ 2º No caso de lote com frente para logradouros públicos compreendidos em
áreas diferentes, prevalecem as normas das Áreas Mistas.
§ 3º Em casos especiais, os limites das áreas de usos podem ser designados
por legislação específica.
CAPÍTULO II
DAS ÁREAS INSTITUCIONAIS COMUNITÁRIAS
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Município de Três Passos
Poder Executivo
§ 2º Nas Áreas Institucionais – Comunitárias, os usos estão relacionados
exclusivamente ao funcionamento da instituição e a sua estrutura básica.
§ 3º Se as instituições forem extintas ou sofrerem alterações que
descaracterizam sua finalidade precípua deixam de ser legislados segundo a presente
classificação, desde que resguardado o bem público.
SEÇÃO I
DAS ÁREAS VERDES DE LAZER E RECREAÇÃO
Art. 11. Nas áreas verdes de lazer e recreação somente podem ser instaladas
quadras de esporte, campos de futebol e playgrounds, equipamentos que não
descaracterizem a sua finalidade, além de sanitários, vestiários, quiosques e
dependências necessárias aos serviços de conservação.
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Município de Três Passos
Poder Executivo
40% (quarenta por cento) e percentual de áreas verdes de no mínimo 30% (trinta por
cento);
III – nas áreas maiores de 5.000m² (cinco mil) até 10.000m² (dez mil metros
quadrados): taxa máxima de ocupação de 40% (quarenta por cento), taxa de
permeabilidade de no mínimo 40% (quarenta por cento) e percentual de áreas verdes de
no mínimo 20% (vinte por cento);
IV – nas áreas maiores de 10.000m² (dez mil metros quadrados): taxa máxima
de ocupação de 10% (dez por cento), taxa de permeabilidade de no mínimo 60%
(sessenta por cento), e percentual de áreas verdes de no mínimo 30%.
CAPÍTULO III
DAS ÁREAS INDUSTRIAIS
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Município de Três Passos
Poder Executivo
resíduos, assegurando que não sejam lançados esgotos ou qualquer tipo de resíduos nos
corpos d´àgua naturais;
II – Devem ser previstas áreas verdes de isolamento, que contornem a Área
Industrial, em largura de, no mínimo, 30 metros, com o objetivo de proteger as zonas
circunvizinhas contra possíveis efeitos residuais e acidentes;
III – Devem ser respeitadas as Áreas de Preservação Permanente como
previstas nesta Lei;
IV – Deve ser elaborado um plano de controle dos cortes e barrancos,
colocando-se em prática antes da ocupação dos lotes.
Parágrafo único. As indústrias já instaladas, em qualquer local da cidade devem
adequar-se à legislação ambiental atendendo o Decreto-Lei nº 1.413, de 14 de agosto de
1975; o Decreto Federal nº 76.389, de 3 de outubro de 1975; a Lei Federal nº 6.803, de 2
de julho de 1980; a Portaria do Ministério do Interior nº 053, de 1 de março de 1979; a
Portaria GM nº 092, de 19 de julho de 1980; e a Portaria Ministerial nº 100, de 14 de julho
de 1980.
Art. 15. O poder público municipal deve manter controle, ou manter convênio
com entidade que o faça, sobre a emissão de ruídos ou quaisquer resíduos, sejam
sólidos, líquidos ou gasosos, em condições que possam agredir o meio físico, a saúde ou
a segurança da coletividade.
Parágrafo Único. A manutenção de controle público sobre a emissão de ruídos
ou quaisquer resíduos estende-se para todas as áreas urbanas e para todos as
atividades industriais ou comerciais.
CAPÍTULO IV
DAS ÁREAS MISTAS
Art. 16. As Áreas Mistas são destinadas a múltiplos usos, incluindo, o residencial
e as atividades econômicas que, para coexistirem, devem estar adequadas à capacidade
instalada ou projetada de infraestrutura, sem prejuízos da utilização compatível com a
qualidade ambiental, com a segurança, e a saúde da coletividade e dividem-se em:
I – Áreas Mista I;
II – Áreas Mistas II.
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Município de Três Passos
Poder Executivo
§ 1º Na área Mista II é vedado a construção para fins residenciais, sendo apenas
permitido construções industriais e comerciais.
§ 2º A largura da zona denominada área mista II, abrangerá uma faixa mínima
de 30 (trinta) metros, conforme demarcado no mapa I, integrante desta Lei.
CAPÍTULO V
DAS ÁREAS RESIDENCIAIS
Art. 18. Nas Áreas Residenciais, se a edificação tiver mais de dois pavimentos,
os usos não residenciais permitidos somente podem estar localizados no pavimento
térreo, que compreende loja e sobreloja, havendo sempre acesso independente para as
unidades residenciais.
Art. 19 As Áreas Residenciais já ocupadas e servidas por vias são prioritárias
para a instalação da infraestrutura e dos serviços públicos.
Seção I
Dos condomínios unifamiliares
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Município de Três Passos
Poder Executivo
Art. 21. Os condomínios residenciais unifamiliares são constituídos na forma da
legislação federal, com unidades autônomas formadas por residências térreas ou
assobradadas, sendo discriminadas a porção do terreno a ser ocupada pelas edificações
e a porção de uso exclusivo, bem como aquela fração da área total do terreno e as partes
comuns correspondentes a cada unidade.
§ 1º As áreas verdes de lazer e recreação não podem estar incluídas em Áreas
de Preservação Permanente, de Contenção Urbana ou de Preservação do Patrimônio
Histórico e Cultural.
§ 2º Os limites de ocupação das áreas de uso exclusivo dos condomínios
residenciais unifamiliares são iguais àqueles estabelecidos para as Áreas Residenciais
em que se localizam, inclusive no tocante às dimensões mínimas do lote de uso
exclusivo.
§ 3º A aprovação do projeto de condomínio residencial unifamiliar está sujeita às
disposições estabelecidas na Lei do Parcelamento do Solo para Fins Urbanos de Três
Passos e às desta Lei.
Seção II
Dos condomínios multifamiliares
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Município de Três Passos
Poder Executivo
Art. 23. Os condomínios residenciais multifamiliares obedecem à legislação
federal, bem como as normas previstas nesta Lei e no Código de Obras de Três Passos.
Parágrafo único. O condomínio residencial multifamiliar com número de unidades
autônomas maior de 50 (cinquenta) deve prever áreas verdes de lazer e de recreação na
proporção mínima de 35% (trinta e cinco por cento) do total da área do terreno onde está
localizado.
CAPÍTULO VI
DAS ÁREAS DO SISTEMA VIÁRIO
Art. 27. A largura de uma nova via que se constituir em prolongamento de outra
já existente ou prevista em plano aprovado pelo poder público municipal não pode ser
inferior à largura desta última, ainda que, pela sua função, possa ser considerada de
categoria inferior.
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Município de Três Passos
Poder Executivo
II – da largura total das vias excluída a pista de rolamento e o canteiro central, se
o caso, o restante é destinado, em parte iguais, aos passeios ou calçadas, que não
podem ter largura inferior à estabelecida para cada categoria, observado o declive de 3%
(três por cento) no sentido transversal;
III – a largura mínima do acostamento, se necessário, é de 2,50m (dois metros e
cinquenta centímetros).
Art. 31. Nas interseções e nos acessos entre vias de hierarquia diferente, devem
ser obedecidos os seguintes critérios:
I – as interseções entre as Vias Principais e as Vias Estruturais são detalhadas
pelo órgão técnico municipal, ouvido o órgão federal competente;
II – é vedado o acesso direto de Vias Secundárias a Vias Estruturais;
III – os acessos das Vias Secundárias às Vias Estruturais são realizados
somente através de vias marginais e as interseções são detalhadas pelo órgão técnico
municipal, ouvido o órgão federal competente.
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Município de Três Passos
Poder Executivo
Art. 32. Os terrenos lindeiros às Vias Estruturais somente podem ser edificados
se tiverem acesso por via independente ou marginal, excetuando-se aquelas atividades
de relevância para a circulação viária intermunicipal após aprovação do órgão federal
competente, sempre respeitando a faixa non aedificandi.
Art. 33. Os acessos de veículos ao interior dos lotes devem obedecer aos
critérios mínimos representados nos esquemas desenhados a seguir:
I – acesso de automóveis, com rebaixamento de meio-fio;
II – acesso de caminhões ou ônibus, com rebaixamento de meio-fio.
Art. 34. O acesso direto aos imóveis situados nas interseções de vias deve
respeitar a distância mínima de 10 (dez) metros medida a partir do ponto de tangência,
conforme desenho a seguir.
§ 1º Se a interseção das vias não for por curva de concordância, deve ser
respeitada a mesma distância, simulando-se um arco de círculo imaginário e obedecendo
o raio de curvatura definido o art. 30 desta Lei.
§ 2º No caso de lote localizado na interseção de Via Principal com Estrutural, a
distância mínima para o acesso deve ser definida em conjunto com o órgão municipal
competente, nunca sendo inferior a 20 (vinte) metros do ponto de tangência.
§ 3º Nos seguintes casos, os projetos de acesso a estacionamento devem ser
definidos em conjunto com o órgão municipal competente:
I – estacionamento de automóveis cujo número de vagas é superior a 30 (trinta);
II – se o lote é frontal à Via Principal ou Estrutural;
III – terminais rodoviários de transporte coletivo ou de carga;
IV – os acesso que forem projetados com curva horizontal de concordância.
Art. 35. As vias de circulação sem saída, para receber tráfego de veículos, são
autorizadas se providas de praça de retorno no seu término e se seu cumprimento,
incluído o espaço de manobras, não exceder a 20 (vinte) vezes a sua largura.
§ 1º As praças de retorno para o tráfego de automóveis devem possuir raio
mínimo igual à largura da via e nunca inferior a 8 (oito) metros, com o passeio
contornando todo o perímetro do retorno com largura igual à dos passeios da via de
acesso, conforme o exemplo da figura a seguir.
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Município de Três Passos
Poder Executivo
§ 2º As praças de retorno para o tráfego de caminhões ou ônibus devem possuir
raio mínimo de 20 (vinte) metros.
§ 3º As vias de circulação podem terminar nas divisas de gleba a arruar, no caso
de seu prolongamento estar previsto no plano viário da cidade ou a juízo do órgão
competente municipal, se interessar à coletividade.
Art. 36. A rampa máxima permitida nas vias de circulação de veículos é de 30%
(trinta por cento), devendo apresentar abaulamento necessário para direcionar as águas
pluviais às sarjetas.
Art. 37. Nos casos em que a abertura de vias implicar em cortes e aterros
significativos, os taludes devem ser executados de acordo com o estabelecido no Título
IV, Capítulo IV, Seção II desta Lei.
Seção I
Das áreas de circulação de pedestres
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Município de Três Passos
Poder Executivo
III - rebaixamento de meio-feio ou curva horizontal de concordância nos acesso e
estacionamento;
IV - inexistência de degraus e desníveis.
§ 1º Os passeios devem ter, nas esquinas, o meio-fio rebaixado para facilitar o
acesso de deficientes físicos.
§ 2º O habite-se das edificações e o licenciamento das atividades ficam
condicionados à execução dos passeios exigidos neste art..
Art. 41. O Poder Executivo municipal pode criar vias de circulação exclusiva de
pedestres, utilizando-se do sistema viário existente ou projetado.
§ 1º Nas vias de circulação exclusiva de pedestres resultantes da transformação
de vias urbanas já existentes, os usos a serem licenciados devem atender aqueles
fixados para as referidas áreas onde se localizarem.
§ 2º Os usos de que trata o § 1º deste art. devem atender as disposições desta
Lei e as determinações do Código de Meio Ambiente e de Posturas de Três Passos.
Art. 42. Os passadouros são de uso público irrestrito, estando sob a guarda e a
conservação do poder público municipal.
§ 1º Os passadouros obedecem à largura mínima de 4 (quatro) metros.
§ 2º Os passadouros, em novos parcelamentos, não podem se constituir em
acesso a qualquer lote.
§ 3º Excetuam-se da aplicação deste art. ás vias internas ou caminhos
integrantes das áreas de uso exclusivo dos condomínios residenciais e as servidões que
ligam terrenos encravados.
Seção II
Do estacionamento
Art. 43. A fim de garantir o estacionamento de veículos particulares fora das vias
públicas, são exigidas vagas de estacionamento em garagens, abrigos ou áreas
descobertas em conformidade com o disposto no Código de Obras de Três Passos.
§ 1º Se no mesmo terreno coexistirem mais de um uso ou atividade, o número
de vagas exigido é igual à soma das vagas de cada uso ou atividade.
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Município de Três Passos
Poder Executivo
§ 2º O número de vagas para o uso ou as atividades não especificadas no
Código de Obras de Três Passos é calculado por similaridades, respeitando o mínimo de
uma vaga para cada duas unidades construídas.
Art. 46 Não são exigidas vagas de estacionamento para atividades que utilizam
área construída inferior a 80 (oitenta) metros quadrados se localizadas em Áreas Mistas
ou inferior a 100 (cem) metros quadrados se localizadas no restante da Zona Urbana.
Seção III
Das áreas de circulação regional
Art. 48. Às margens das faixas de domínio das rodovias federais e estaduais,
devem ser garantidas as faixas non aedificandi estabelecidas nas normas estaduais e
federais.
§ 1º O poder público municipal deve planejar vias paralelas às faixas de domínio,
determinando uma faixa non aedificandi para este fim.
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Município de Três Passos
Poder Executivo
§ 2º Deve ser instalada a sinalização por meio de placas, junto aos trevos,
indicando o acesso mais conveniente.
CAPÍTULO VII
DAS ÁREAS DE SERVIÇOS ESSENCIAIS
Art. 49. As Áreas de Serviços Essenciais são as porções do território urbano que
têm por objetivo garantir padrões específicos de uso e ocupação do solo necessário ao
desenvolvimento de atividades essenciais, de caráter público, destinadas a:
I - coleta, tratamento e destinação final de resíduos urbanos;
II - distribuição de energia elétrica e de iluminação;
III - captação, tratamento e distribuição de água potável;
IV - coleta, tratamento e destinação final de esgotos sanitários e de águas
pluviais, em separado;
V - cemitérios;
VI - telecomunicações;
VII - outras que vierem a ser designadas.
§ 1º As Áreas de Serviços Essenciais são regidas por normas técnicas e
legislação específica, ou ambas, a cargo dos órgãos competentes das diferentes esferas
de governo.
§ 2º Desaparecendo o motivo que determinou o estabelecimento de Área de
Serviço Essencial, o regime urbanístico fica imediatamente compatibilizado com o da
Área onde está localizada.
Art. 51. As áreas das redes de Alta tensão e das subestações da concessionária
responsável pelo fornecimento e distribuição de energia elétrica, incluem as faixas de
domínio de 15 (quinze) metros de largura, que são non aedificandi e onde não podem ser
plantadas árvores ou instalados quaisquer objetos que interfiram em altura.
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Município de Três Passos
Poder Executivo
Parágrafo Único. As faixas de domínio devem ser adequadamente sinalizadas,
visando a segurança, e obedecem as normas técnicas e a legislação específica.
Art. 53. Deve ser planejada a implantação da rede de drenagem pluvial em toda
a Zona Urbana, dando primazia às ruas sem pavimentação e às em processo de
repavimentação.
Art. 54. As áreas dos cemitérios estão sujeitas às normas do Código de Saúde e
do Código de Meio Ambiente e de Posturas do Município de Três Passos.
TÍTULO IV
DAS ÁREAS ESPECIAIS
CAPÍTULO I
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Município de Três Passos
Poder Executivo
DA FINALIDADE
Art. 56. As Áreas Especiais são aquelas áreas da Zona Urbana que ficam
regidas por legislação superior e por normas ou requisitos especiais de proteção ao
equilíbrio dos ecossistemas e aos recursos hídricos, às condições de segurança da
população e ao Patrimônio Histórico e Cultural.
§ 1º Nestas áreas, o direito de propriedade subordina-se às restrições de
ocupação e de uso determinadas por legislação municipal, em conformidade com as
normas técnicas e legislação federal e estadual.
§ 2º O poder público municipal deve criar mecanismos de incentivo à
desapropriação, se o caso, e de estímulo ao repovoamento vegetal, à contenção de
encostas e barrancos e à proteção dos ecossistemas.
§ 3º O repovoamento vegetal deve ser feito com espécies que têm papel
regulador dos processos erosivos, da variação microclimática e de qualidade do ar.
§ 4º A contenção de encostas compreende procedimentos técnicos de
prevenção de desabamentos, deslizamentos, enxurradas e outros processos erosivos
envolvendo o estabelecimento de padrões técnicos mínimos exigidos pelo órgão
municipal quanto a muros de arrimo, dispositivos de drenagens profunda e superficial,
contenção de taludes, cortes e barrancos.
CAPÍTULO II
DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
Art. 59. São declaradas Áreas de Preservação Permanente aquelas áreas que
se enquadrem na descrição e características estabelecidas nas normas estaduais e
federais vigentes.
CAPÍTULO III
DA ÁREA DE PROTEÇÃO AOS MANANCIAIS
Art. 62. Para garantir a qualidade dos recursos hídricos do Lajeado Herval Novo,
devem ser realizados, sob a responsabilidade da empresa prestadora dos serviços de
captação e distribuição de água:
I - instalação de postos de observação, munidos de instrumentos de medição da
vazão em pontos distintos no território do município e pelo menos um dos postos deve
estar imediatamente a montante da Estação de Captação da CORSAN;
II - coleta de amostras da água junto aos postos de observação, quinzenalmente,
para análise de condições físico-químicos dentre as quais: conteúdo orgânico,
agrotóxicos, indicadores microbiológicos da qualidade sanitária, coliformes fecais;
III - divulgação das informações obtidas a partir dos dados coletados nos
diferentes postos, como forma de alertar a população para o cuidado com os recursos
hídricos.
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Município de Três Passos
Poder Executivo
Art. 63. No aproveitamento das áreas superficiais e subterrâneas, é considerado
de absoluta prioridade o abastecimento das populações.
CAPÍTULO IV
DAS ÁREAS DE CONTENÇÃO URBANA
Seção I
Das áreas de controle adicional
Art. 68. Controle Adicional corresponde a restrições de uso que têm por objetivo
minimizar os riscos decorrentes das modificações das condições naturais e que requerem
índices especiais no que se refere a: taxa de ocupação, índice de áreas verdes, taxa de
permeabilidade e número máximo de pavimentos.
§ 1º Dentro das Áreas de Contenção Urbana, classificam-se como de Controle
Adicional todas aquelas em que o parcelamento do solo materializou o desenvolvimento
urbano, até o início da vigência desta Lei.
§ 2º Incluem-se, também, nesta classe as áreas de encostas com declividades
entre 20 e 30% (vinte e trinta por cento).
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Município de Três Passos
Poder Executivo
IV - áreas com fragilidade morfodinâmica, que devem obedecer a
obrigatoriedade de repovoamento vegetal, de obras de contenção e da manutenção de
índice de áreas verdes igual a 0,6 (zero vírgula seis);
V - outras que vierem a ser designadas.
Parágrafo único. Para as Áreas de Controle Adicional, devem ser
regulamentados em lei:
I - o controle e a manutenção técnica da pavimentação e do escoamento pluvial
nas vias e passeios;
II - o controle de segurança para as construções e para a infraestrutura
instalada;
III - o controle permanente através de campanhas de esclarecimento para a
população residente e de programas de repovoamento vegetal.
Seção II
Dos barrancos, cortes, taludes e aterros
Art. 72. Nas vias de circulação de veículos cujo leito não estiver no mesmo nível
dos terrenos marginais, são obrigatórios taludes com declividade máxima de 100% (cem
por cento) e altura máxima de 1,5m (um metro e cinquenta centímetros), com
espaçamentos mínimo de 0,50m (cinquenta centímetros) entre cada dois níveis ou
degraus.
§ 1º São permitidas alturas de até 3 (três) metros para taludes com declividade
máxima de 60% (sessenta por cento).
§ 2º Todos os taludes devem ser recobertos por gramíneas.
§ 3º Os taludes podem ser substituídos por muros de arrimo ou proteção, com
drenagens, às expensas do loteador ou proprietário.
Art. 73. O Poder Executivo Municipal deve estabelecer as exigências legais para
a implantação dos sistemas de drenagem, terraplenagem e aterro nas zonas urbana e
rural em conformidade com as normas técnicas vigentes.
§ 1º É vedada a ocupação urbana com uso residencial em terrenos de aterro
sanitário sem prévio saneamento, estudo de impacto ambiental e após decorrido o prazo
mínimo de vinte anos de cessamento da atividade de deposição.
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Município de Três Passos
Poder Executivo
§ 2º A ocupação urbana em áreas aterradas somente pode ocorrer após o
controle técnico específico das condições de compactação e drenagem profunda, ou
decorrido o prazo mínimo de cinco anos do cessamento da atividade de aterramento.
CAPÍTULO V
DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL
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Município de Três Passos
Poder Executivo
II - os parâmetros da edificação demolida caso tenham sido inferiores aos limites
de ocupação, determinadas por esta Lei.
§ 2º O imóvel declarado de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural, ao ser
objeto de obra de restauração devidamente aprovada e licenciada pelos órgãos
competentes da Prefeitura Municipal, fica isento de incidência do Imposto Predial e
Territorial Urbano e Contribuição de Melhoria pelo prazo de 10 (dez) anos, podendo ser
renovado.
§ 3º Consideram-se obras de restauração, para efeitos desta Lei, as
intervenções que restituam ao imóvel as suas feições significativas, utilizando-se técnicas
compatíveis com as características do imóvel, de modo a permitir perfeitas condições de
habitabilidade ou aproveitamento conforme a sua tipologia.
CAPÍTULO VI
DAS ÁREAS DE INTERESSE TURÍSTICO, DE ESPORTES E DE LAZER
TÍTULO V
DO REGIME URBANÍSTICO
CAPÍTULO I
DA ADEQUAÇÃO DOS USOS
Art. 79. Para a adequação dos usos às áreas urbanas são adotadas as
seguintes definições:
I - Uso permitido é o uso compatível com a área de uso urbano designada,
cumpridas as exigências de controle, de segurança e de saúde da coletividade e de
preservação da qualidade ambiental;
II - Uso proibido é o uso compatível com a destinação da área de uso urbano
designada.
§ 1º A classificação dos usos baseia-se nos setores de atividades econômicas
aplicados ao meio urbano, que são: indústria, comércio, prestação de serviços e
administração, além da função habitacional.
§ 2º O Anexo V desta Lei apresenta a relação referencial por classe de atividade
econômica.
§ 3º As atividades estão agrupadas em classes a seguir designadas:
I - Classe 1 é o conjunto de atividades de administração pública ou privada.
II - Classe 2 é o conjunto de atividades de prestação de serviços, subdividido
em:
a) pessoais, sociais, comunitários e de telecomunicações;
b) demais serviços.
III - Classe 3 é o conjunto de atividades econômicas de subsistência, que
envolvem comércio, indústrias e prestação de serviços, desde que exercidas junto à
habitação do agente executor e respeitando sempre a legislação pertinente, em especial
o Código de Meio Ambiente e de Posturas de Três Passos, subdividido em:
a) prestação de serviços;
b) comércio;
c) indústria.
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Município de Três Passos
Poder Executivo
IV - Classe 4 é o conjunto de atividades de comércio, subdividido em:
a) vicinal;
b) varejista;
c) atacadista.
V - Classe 5 é o conjunto de atividades industriais ou de fabricação.
VI - Classe 6 é o conjunto de atividades relacionadas a função habitacional.
VII - outras que vieram a ser designadas.
§ 4º Os usos permitidos e os proibidos nas diversas áreas urbanas, segundo a
classificação adotada, estão designados no Anexo IV desta Lei.
§ 5º Os usos não designados são autorizados somente após ouvido o Conselho
Municipal de Desenvolvimento - COMUDE, e mediante prévio parecer técnico a cargo do
órgão competente, resguardando o disposto nesta Lei.
Art. 82. Para o licenciamento de novo uso que altere o uso existente, devem ser
obedecidos os limites de ocupação e demais exigências aqui estabelecidas, bem como
as da Lei do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, do Código de Obras e do Código
de Meio Ambiente e de Posturas de Três Passos.
CAPÍTULO II
DOS LIMITES DE OCUPAÇÃO
Seção I
Do índice de aproveitamento
Art. 84. O índice de aproveitamento em cada área urbana está incluído no Anexo
IV, excetuando-se os casos previstos no texto desta Lei.
Seção II
Da taxa de ocupação
Art. 86. A Taxa de ocupação em cada área urbana está incluída no Anexo IV,
excetuando-se os casos previstos no texto desta Lei.
Seção III
Da altura das edificações
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Município de Três Passos
Poder Executivo
Art. 88. A altura máxima das edificações é determinada pela aplicação conjunta
do índice de aproveitamento, da taxa de ocupação e dos afastamentos mínimos.
§ 1º Não são computáveis no cálculo da altura das edificações as chaminés,
casas de máquinas reservatórios d`água e demais equipamentos de serviços
implantados na cobertura, desde que a sua altura não ultrapasse 7,20m (sete metros e
vinte centímetros).
§ 2º A distância máxima entre os pisos é fixada em 3,60m (três metros e
sessenta centímetros), com exceção do pavimento térreo, que pode ter altura de 5,50m
(cinco metros e cinquenta centímetros) se destinado a uso comercial ou de serviços.
§ 3º Na ocorrência de alturas entre os pisos maiores que as indicadas no § 2º
deste art., a soma dos excessos contará como um ou mais pavimentos, dependendo do
valor obtido.
§ 4º A altura máxima da edificação está estabelecida em número máximo de
pavimentos para as Áreas de Controle Adicional.
Art. 96. Nas Áreas Mistas, os 4 (quatro) primeiros pavimentos da edificação, têm
permitida a sua edificação até as divisas laterais, sem prejuízo dos demais limites de
ocupação.
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Município de Três Passos
Poder Executivo
Art. 97. As edificações com mais de 4 (quatro) pavimentos devem manter
afastamentos laterais e de fundo em medida não inferior a 1/6 (um sexto) da altura
máxima da edificação, respeitando sempre o afastamento mínimo de 2 (dois) metros.
Art. 99. Toda fachada construída das divisas laterais não poderá ter vãos de
iluminação e ventilação ou caimento de águas pluviais.
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Art. 102. As rampas de acesso ou escadarias devem ser construídas dentro dos
terrenos, iniciando-se a pelo menos 1 (um) metros do alinhamento frontal do lote ou
terreno, excetuando-se as rampas de acesso para automóveis.
Art. 103. Os espaços resultantes dos afastamentos exigidos são non aedificandi,
ressalvado o direito à realização das seguintes obras:
I - muro de arrimo e de vedação do terreno, obras de contenção ou de
sustentação, cercas, escadarias e rampas de acesso necessárias em virtude da
declividade natural do terreno;
II - abrigo com capacidade máxima para dois veículos se em terreno com alta
declividade e com desnível em relação à rua, no caso de edificação residencial de até
dois pavimentos.
§ 1º O afastamento frontal deve ser usado com ajardinamento, sendo permitida a
impermeabilização do solo apenas nos acessos à edificação.
§ 2º Em todos os casos referidos, deve ser respeitada a taxa mínima de
permeabilidade designada para a respectiva área.
Seção V
Da taxa de permeabilidade
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Art. 105. O índice de áreas verdes permite que a área de terreno recoberta com
vegetação permanente mantenha a estabilidade das camadas de solo e a infiltração das
águas superficiais, de modo a evitar a intensificação dos processos erosivos.
Parágrafo único. O índice de áreas verdes está definido para aquelas áreas da
cidade que apresentam riscos e fragilidade aos processos morfodinâmicos, bem como
para as áreas verdes de lazer e recreação, conforme as disposições especiais constantes
nesta Lei.
TÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
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autorização legislativa, em cada caso e desde que obedeçam o disposto nesta Lei e na
legislação específica.
Art. 110. A licença para construir ou parcelar pode ser recusada, independente
das disposições esta Lei, se a ocupação ou o uso do solo urbano:
I - contrariar os objetivos e as diretrizes do Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano do Município de Três Passos e desta Lei;
II - atentar contra o patrimônio Histórico e Cultural, a paisagem natural ou
urbana, bem como contra a saúde e a segurança dos usuários e da coletividade;
Art. 111. As infrações a esta Lei constatadas pelo órgão competente, mediante
fiscalização e Auto de Infração, dão ensejo à interdição da atividade, à cassação do ato
de licença ou de aprovação, ao embargo administrativo ou à demolição das obras,
conforme o caso, bem como à aplicação de multas que variam de 10 (dez) a 100 (cem)
unidades fiscais de referência municipal, conforme a gravidade da infração, renovável a
cada 30 (trinta) dias, até regularização, independente de outras sanções legais cabíveis.
Parágrafo Único. Havendo omissão do(s) proprietário(s) na realização de obras e
melhorias exigidas por esta Lei, o poder público pode executá-las, cobrando(s) os custos
acrescidos de multa correspondente a 50 (cinquenta) unidades fiscais de referência
municipal.
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Art. 112. Esta Lei não se aplica às obras cujas licenças tenham sido autorizadas
até a data de sua publicação, desde que as obras ou instalações sejam iniciadas em
prazo máximo de um mês.
§ 1º Considera-se iniciado o parcelamento do solo para fins urbanos aquele que
comprove o registro público e que apresente, no mínimo, a demarcação dos lotes e o
arruamento efetivados.
§ 2º Considera-se iniciada a edificação que estiver aprovada e licenciada nos
órgãos competentes e que apresente, no mínimo, as obras de fundação concluídas.
Art. 113. Esta Lei não se aplica aos projetos cujos pedidos de aprovação tenham
sido protocolados até a data de sua publicação, desde que a obra seja licenciada ou
autorizada no prazo máximo de dois meses.
Art. 114. Os casos omissos a esta Lei são julgados pelo Conselho Municipal de
Desenvolvimento de Três Passos - COMUDE, que define as normas a serem obedecidas
em cada caso, mediante parecer técnico do órgão competente.
Art. 115. Esta Lei somente pode ser alterada pelo voto da maioria absoluta dos
membros da Câmara Municipal, em regime de dois turnos de votação.
§ 1º A iniciativa de proposta que altere esta Lei deve ser subscrita por ao menos
1/3 (um terço) dos membros da Câmara de Vereadores ou por proposta do Prefeito
Municipal.
§ 2º As propostas de que trata o § 1º deste art. devem, obrigatoriamente, receber
parecer prévio, detalhado e com posicionamento do Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano de Três Passos.
Art. 116. O recurso de decisão originado da aplicação desta Lei é feito em duas
instâncias:
I - ao Poder Executivo Municipal, da decisão do órgão de execução e
fiscalização;
II - ao Conselho Municipal de Desenvolvimento de Três Passos - COMUDE, da
decisão do Poder Executivo Municipal.
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Parágrafo Único. O recurso e seu despacho são feitos por escrito e entre um e
outro o prazo máximo a ser observado é de 30 (trinta) dias.
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