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MICROBIOLOGIA – AULA 01

 MICROOGANISMOS: reciclam elementos químicos (O2 e NO2 no solo e na atmosfera)


 PATOGENICIDADE: potencial de causar doença em seres humanos, animais e plantas.
Refere-se aos mecanismos de infecção e desenvolvimento da doença e expressa a
possibilidade de uma contaminação gerar uma infecção.
 VIRULÊNCIA: mede a intensidade da patogenicidade, ou seja, os microrganismos
patogênicos podem ser mais virulentos ou menos virulentos.
 Bactérias e fungos necessitam de comida, calor e presença ou ausência de O2.
 CÉLULAS PROCARIÓTICAS: bactérias, algas verde-azuis. Não possuem membrana
nuclear, nucléolo, organelas envolvidas por membrana. Parede celular normalmente
presente e complexa. A membrana citoplasmática não tem carboidratos e esteróis. O
cromossomo é único, circular e sem histonas.
 Exemplos de protozoários: Tripanosoma cruzi, Trichomonas vaginalis.
 Exemplos de fungos: Candida albicans, Cryptococcus neoformans.
 Bactéria anaeróbica: tétano.
 Vírus: 20 a 300 nm
 HIV1 e menos patogênico que o HIV2. HIV positivo quando começa a ter infecções
passa a ter AIDS. Tem muita infecção intestinal.
 Chances de contrair com o uso de agulha: HIV 1/300; hepatite C 1/100; hepatite B
1/30. A hepatite B deve ser tratada e curada em 6 meses, caso contrário pode virar
uma doença crônica. São doenças transmitidas pelo sangue. Somente a hepatite B tem
vacina, dividida em 3 doses. Para confirmar deve ser feita a sorologia, confirmando a
presença de anticorpo anti hbs. Se o resultado for positivo, a vacina dura a vida inteira.
 A vacina contra o tétano dura 10 anos.

BACTERIOLOGIA

 O tipo DE MEIO DE CULTURA utilizado para cultivar depende de vários fatores: Origem
do material a ser analisado; A espécie que se imagina estar presente nesta amostra; As
necessidades nutricionais dos organismos. ÁGAR: polissacarídeo complexo indigerível.
não-tóxico, derrete somente a 100ºC, mas solidifica-se a cerca de 45ºC, mantêm-se
estável mesmo sob temperaturas de esterilização (120ºC); fisiologicamente inerte
(muito poucas bactérias expressam enzimas capazes de digeri-lo). Algumas bactérias
não crescem bem em meio de cultura, ou ainda, não foi elaborado ainda um meio de
cultura ideal para seu crescimento. Ex: Bacilo de Koch, bacilo de Hansen, Treponema
pallidum.
 CRESCIMENTO BACTERIANO: muitas têm tempo de geração (população dobra –
crescimento exponencial) médio de 20 minutos. Utiliza distintas fontes de carbono e
nitrogênio. Sucesso = grau de adaptação. Uma população bacteriana é um sistema
dinâmico, com células se dividindo e morrendo todo o tempo. FATORES QUE AFETAM
O CRESCIMENTO BACTERIANO: tipo de ambiente, população, presença de outros
microrganismos predadores, nutrientes essenciais (***CARBONO E NITROGÊNIO,
glicose, Fe, Ca, Mg, K, P, Na, Cl, etc...), temperatura, pH, osmolaridade, oxigênio, luz,
presença de agentes antimicrobianos (antibióticos).
 COLÔNIAS são agregados de centenas a milhares de células bacterianas, da mesma
espécie. Cooperação x competição.
 MORFOLOGIA BACTERIANA: flagelos, fímbrias ("Pili" são organelas filamentosas mais
curtas e delicadas que os flagelos, constituídas por uma proteína chamada pilina e
presentes em muitas bactérias – troca material genético na conjugação e adere às
mucosas), cápsula (camada viscosa, geralmente polissacarídea, relacionada à
virulência – resistência à fagocitose).
 ESPOROS: parede celular espessa; Altamente resistentes a agentes físicos (dessecação
e aquecimento) e químicos (antisépticos); Capaz de permanecer em estado latente por
longos períodos e de germinar dando início a nova célula vegetativa – sobrevivência
em condições desfavoráveis. Forma de sobrevivência -> permanecem latentes. Mais
em fungo que em bactéria. Exemplo bacteriano: tétano.
 ENTRADA DE MICROORGANISMOS: Ingestão (salmonela); Inalação (pneumococo);
Penetração direta (leptospirose, sífilis); Traumatismo; Picada de agulha; Picada de
artrópodes (carrapato); Transmissão sexual; Transplacentária (HIV, sífilis).
 PATOGENIA BACTERIANA: Adesão, colonização e invasão: Presença de adesinas
presentes na parede celular bacteriana que se ligam a receptores presentes nas
membranas das células epiteliais; Fímbrias (PILI); Secreção de substâncias
(polissacarídeos) que facilitam a adesão; Capacidade de enganar o sistema imune.
 Sempre que tem pus é doença bacteriana. Deve ser feita cultura e escolhido o melhor
antibiótico.
 Bactérias e fungos tornam líquidos transparentes em turvos.
 Sinusite: secreção purulenta. Coriza é meio natural de cultura.
 Produção de gás é indicativo de bactéria.
 Uso de álcool prejudica a absorção do antibiótico já que seu receptor no intestino é o
mesmo.
 Normalmente infecções são causadas por apenas uma espécie de bactéria, que pode
ter bactericidas para evitar que outras ocupem seu lugar.
 PH!!
 Urina, liquor, musculatura: devem ser estéreis – não pode ter bactéria
 Bactérias flageladas têm maiores chances de sucesso.
 Pili: ganchinhos que possibilitam a locomoção, aderindo a mucosa.
 90% das infecções urinárias são causadas pela bactéria Escherichia coli, e ela tem pili.
Muito presente nas fezes. Infecção urinária de repetição: deve tomar muita água,
evitar deixar a bexiga muito cheia, fazer correta limpeza.

AULA 02 – FLORA NORMAL

 ANTAGONISMO BACTERIANO: A presença de um determinado microrganismo num


local do corpo interfere na implantação de outros. Ocorre competição por nutrientes
essenciais ou produção de substâncias que eliminam as espécies competidoras.
Forma-se uma microbiota que se mantém em equilíbrio impedindo a implantação de
outras espécies.
 FORMAÇÃO DE ANTICORPOS: Animais criados em ambiente livres de germes têm um
pouco dos tecidos linfóides, baixos níveis séricos de Igs e não têm imunoglobulinas
para antígenos da microbiota normal. Esses Ac formados fazem reações cruzadas
contra antígenos de organismos patogênicos.
 SÍNTESE DE SUBSTÂNCIAS ESSENCIAIS: As bactérias da microbiota normal do intestino
são responsáveis pela produção de vitaminas como o complexo B (B2 , B5, B6) e
biotina. A vitamina K, essencial ao organismo humano, é obtida quase que
exclusivamente da síntese pelos coliformes intestinais.
 SÍTIOS ESTÉREIS: Normalmente, sangue, fluídos corporais (líquor, urina, liquído pleural,
pericárdico, sinovial, ascítico) e tecidos são estéreis. O sistema nervoso central é
altamente protegido anatomicamente e só apresenta microrganismo quando há
quebra de barreiras.
 DESEQUILÍBRIO DA FLORA NORMAL: Antibioticoterapia prolongada; Corticoterapia;
Quimioterapia.
 Uma otite pode virar meningite. Bactérias normais do trato respiratório superior
podem causar pneumonite.

COLORAÇÃO DE GRAM:

 É um exame rápido, que permite melhor visualização da bactéria e sua forma,


corando-a. Podem ser positivo ou negativo, dependo da estrutura de sua parede
celular.
 Modo de execução:
1. Corante cristal violeta por 1 minuto
2. Lugol (aumenta a potência do corante) por 1 minuto
3. Descoramento com solução álcool / acetona – bactérias com parede mais fina perdem
o corante, ficando as negativas rosa e as positivas roxo.
4. Fucsina (rosa) 30 segundos
5. Lavar
 Gram positivas: sua membrana é mais espessa e apresenta peptídeoglicano (piogênico,
chama neutrófilo, faz pus) e ácido teicóico (substâncias pirogênicas). São mais
resistentes ao meio e menos a antibióticos.
 Gram negativas: membrana dupla, mas 20 vezes menos espessa. É mais seletiva, mais
resistente a antibióticos. A principal toxina é o LPS (lipopolissacaríde). Troca
plasmídeo.
 Uretrite: cocos gram + -> gonorréia (Neisseria ghonorreae).
 Punção liquórica: Neisseria meningitides – coco gram -. Se fosse gram + seria outra,
mais inofensiva.
 Bacilos gram – e coco gram + causam mais doenças.

AULA 03 – COCOS GRAM POSITIVOS:

 Bactérias em forma de cocos que retêm a coloração de cristal violeta quando tratadas
pelo método de Gram. PUS!!!!
 Os clinicamente importantes pertencem à família micrococcaceae ou
streptococcaceae, determinadas pela prova da catalase (bactéria em contato com
peróxido de hidrogênio, forma bolhas ou não). Micro é positiva e Strepto é negativa.

FAMÍLIA MICROCOCCACEAE – GÊNERO STAPHYLOCOCCUS:

 Cocos Gram-positivos, imóveis, agrupados em massas irregulares ou em cachos de


uva. Aeróbios ou anaeróbios facultativos, catalase positivos. Piogênicas por excelência.
 EPIDEMIOLOGIA: Os estafilococos possuem ampla distribuição na natureza e não são
essencialmente parasitas humanos, podem também ser encontrados em objetos
inanimados, outros animais e alimentos (leite bovino). As vias de transmissão podem
ser de pessoa para pessoa, de objetos para pessoa (ou vice-versa), de animais para
pessoas (ou vice-versa)etc...
 As principais espécies de estafilococos encontrados em seres humanos são os S.
aureus, S. epidermidis e S.saprophyticus. O S. epidermidis (colônias brancas) é
encontrada primariamente como residente da pele, tendo um baixo potencial
patogênico, assim como o S. saprophyticus, que faz parte da microbiota normal da
região periuretral do homem e da mulher e da pele. O S. aureus é um patógeno em
potencial e pode ser encontrado na região da nasofaringe e também nas fossas nasais.
 Staphylococcus aureus: De todas as espécies do gênero, o S. aureus é o mais
importante. É responsável pelo segundo maior número de infecções em seres
humanos. Está presente no trato respiratório superior, especialmente nas narinas, de
aproximadamente 60% da população em geral, e assim permanece sem causar doença
em condições normais. Antigamente respondia a Metilcilina, hoje sendo MRSA
(resistente. Se presente em infecções hospitalares, caracterizam quadros graves, e só
podem ser tratados com Vancomicina. Apesar disso, já foram relatados 4 casos de
VRSA (resistente a vancomicina). Quando cultivada apresenta pigmento amarelado.
 Prova da coagulase: diferencia estafilococos. As positivas geralmente são S. aureus. O
plasma citrato de coelho ou de humano,diluído a 1:5 é misturado com um volume
igual de caldo de cultura ou crescimento de colônias em ágar e incubado a 37°C. Um
tubo de plasma misturado com caldo estéril é incluído como controle. Se houver
formação de coágulos em 1-4 horas,o teste é positivo. Os estafilococos coagulase-
negativos são membros da microbiota humana normal. Algumas vezes causam
infecções em idosos e imunocomprometidos.

coagulase + S.
aureus
catalase +
micrococos coagulase -
Staphilococcus
Cocos gram + spp

catalase -
estreptococo
 PATOGENICIDADE DO S.AUREUS: As enzimas extracelulares também são conhecidas
como invasinas. Promovem a invasão da bactéria ao tecido hospedeiro. Estes fatores
de virulência são suficientes para causar várias infecções em inúmeros sítios. As
infecções focais da pele causadas por S. aureus podem ocorrer em praticamente
qualquer região do corpo.
 ESTAFILOCOCIA: Em pacientes hospitalizados, recém nascidos e crianças abaixo de um
ano de idade, as manifestações clínicas tendem a ser de maior importância. As
infecções estafilococicas da pele tais como impetigo, contaminação de feridas
cirúrgicas ou em queimados, podem levar à septicemia e complicações graves como
osteomielite e outros focos metastáticos no coração, pulmão, sistema nervoso central,
rins. O furúnculo é uma pústula que acomete um Folículo piloso, causado por infecção
por S. aureus (exclusivamente). Trata com antibiótico. Um abcesso estafilocócico
profundo é uma pústula grande encistada que não supurou – deve fazer drenagem.
Ponto infectado na pele: 90% é causado por S. aureus. Síndrome da pele escaldada:
mais em crianças, parece que a pele está queimada.
 Superantígenos: outra categoria de toxinas de S. aureus. Moléculas altamente
potentes estimuladoras do sistema imune (proliferação de linfócitos T não específicos).
Mecanismo bem conhecido mediado por citocinas. Enterotoxinas estafilocócicas (SEs)
causa uma síndrome extremamente comum caracterizada por emese dentro de
aproximadamente 4 horas após a ingestão, dor abdominal e MUITA diarréia. É
autolimitante, e dura em média 24 horas – não precisa antibiótico. Outras
enterotoxinas são a TSST-1 e as toxinas esfoliativas (ETs).
 Fatores envolvidos em intoxicação alimentar: refrigeração inadequada; preparo do
alimento com muita antecedência; higiene inadequada do manipulador; cocção ou
processamento térmico inadequado; manutenção dos alimentos em T favoráveis à
sua multiplicação.
 Síndrome do Choque Tóxico (TSS) é uma condição sistêmica grave caracterizada por
febre, hipotensão e choque. Pode ocorrer num evento menstrual ou não menstrual.
Ambos são causados pela infecção por cepas de S. aureus produtoras de TSST. P. ex: o
uso de OB por mais de 6 horas tampa o canal vaginal e forma um meio de cultura para
o S. aureus.
 Estafilococia: Colonização das superfícies cutâneo-mucosas; (portadores
transitórios/permanentes); Doença aguda ou crônica, supurativa, localizada ou
disseminada; benigna, grave ou mesmo fatal, causada pela presença do estafilococo
ou pela ação de suas enzimas ou à distância, sem a presença do agente, por meio de
suas toxinas. Relaciona-se a condições de higiene precárias e fatores debilitantes da
imunidade do hospedeiro.
 Fatores de virulência (potencial de escapar do sistema imunológico): Cápsula: camada
frouxa de polissacarídeos que protege as bactérias ao inibir a quimiotaxia e a
fagocitose.Também facilita a aderência à materiais sintéticos; PROTEÍNA A: se
encontra na parede da bactéria, covalentemente ligada ao peptideoglicano. Ela
impede que anticorpos interajam com as células fagocitárias. Leucocitina destrói
leucócitos. ADESINAS: Estão ancoradas no peptideoglicano e promovem a colonização
dos tecidos pelo S. aureus. ENZIMAS; TOXINAS.
FAMÍLIA STREPTOCOCCACEAE

 Os estreptococos são bactérias Gram positivas em forma de cocos que se dividem em


apenas um plano. Tendem a formar cadeias (rosário) ou em pares e assim podem se
diferenciar dos estafilococos. Catalase-negativos. Amplamente distribuídos na
natureza. Muitas espécies. Fazem parte da microbiota normal do TR, TGI, TGU.
 CLASSIFICAÇÃO: Grupo bastante heterogêneo; Sistemas isolados são insuficientes para
classificá-los, portanto são usados dois padrões: 1 –Características das colônias e
padrões de hemólise:αhemólise; βhemólise; γhemólise; 2 -Composição antigênica da
parede celular (Lancefield).
 PADRÕES DE HEMÓLISE:
o β hemólise: Hemólise completa dos eritrócitos; Forma-se uma área clara ao
redor das colônias; Streptococcus pyogenes, Streptococcus agalactiae.
o α hemólise: Hemólise incompleta dos eritrócitos; Forma-se uma área
esverdeada ao redor das colônias; Streptococcus pneumoniae;Streptococcus
do grupo viridans.
 COMPOSIÇÃO ANTIGÊNICA DA PAREDE CELULAR (LANCEFIELD): Especificidade
sorológica do carboidrato da PC. Reações de precipitação com anti-soros específicos:
Distribuição em grupos A-H e K-U. Tipagem apenas para os grupos A, B, C, F e G - que
estão relacionados com infecções em humanos.

 S. pyogenes: maior causador de amidalite. Presença do polissacarídeo do grupo A.


Pode ser dividido em grupos sorológicos, graças à presença de duas proteínas na sua
parede celular, a proteína M (febre reumática) e a proteína T. Responsável por mais de
90% das faringoamigdalites bacterianas. A doença é caracterizada por febre alta (39 a
40ºC), calafrio, dor de cabeça e, frequentemente, vômitos. As tonsilas ficam
avermelhadas podendo apresentar exudado supurativo e os nódulos linfáticos
cervicais aumentam de tamanho tornando-se doloridos. Fazem parte do grupo das
piodermites estreptocócicas a erisipela (mancha na perna que queima e se alastra) e o
impetigo. Fascilite: grave, necrotizante, fatal.

 S. pneumoniae: pneumococo, maior causador de pneumonia em crianças e idosos.

AULA 04 – ANTIBIÓTICOS

 Substância produzida por microorganismos (bactérias, fungos), QUE IMPEDE


desenvolvimento ou a vida de outros microorganismos. Competição para impedir o
desenvolvimento de outras espécies.
 Agente ANTIMICROBIANO: Composto químico que mata ou inibe o crescimento de
microrganismos. Pode ser natural ou sintético (a maioria é semi-sintético – molécula
natural modificada).
 Histórico: Lister, 1860, fenol. Fleming, 1929, penicilina (beta-lactâmicos).
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS DROGAS ANTIMICROBIANAS:
o Toxicidade Seletiva: desenvolvidas para serem as mais tóxicas possíveis contra
o microrganismo infeccioso e as mais seguras possíveis para as células
humanas.
o Espectro de ação: Refere-se à diversidade de organismos afetados pelo
agente. Podem ser de pequeno ou amplo espectro. Atualmente, se busca
isolar e purificar antimicrobianos de espectro restrito. Os antibióticos
comercializados enquadram-se nas categorias de pequeno (mais indicado) e
amplo (afeta a flora normal, facilitando a proliferação de espécies patogênicas)
espectro de ação.
o Quanto à síntese: Microbiana - geralmente feita por uma ou poucas espécies
de bactérias (actinomicetos) e vários tipos de fungos. Química - Sulfonamidas,
Trimetoprim, Cloranfenicol, Isoniazida. Semi-sintéticos - são antibióticos
naturais, modificados pela adição de grupamentos químicos, tornando-os
menos suscetíveis à inativação pelos microrganismos.
 Cada uma das ações dos antibióticos está relacionada à sua estrutura química. Essas
características químicas de cada substância modificam a sua absorção em nosso corpo.
P. ex: um antibiótico para infecção urinária deve chegra na bexiga em concentração
ótima. Poucos antibióticos conseguem chegar ao SNC.
 Classificação de acordo com a potência: bactericidas matam as bactérias – resposta
rápida. Bacteriostáticos impedem a sua multiplicação, ficando a cargo do organismo
eliminar as bactérias remanescentes – relacionado com o sistema imune. Podem ainda
ser os dois, muitas vezes dependendo da dose / concentração ou do tipo da bactéria.
Quando o sistema imune encontra-se comprometido ou quando a infecção é grave
(p.ex., endocardite ou meningite bacteriana), um antibiótico bactericida é mais eficaz.
 Podem atuar sobre: Inibição da síntese da parede celular; Inibição da síntese protéica;
Inibição da síntese de ácidos nucléicos; Antimetabólitos. Se um antibiótico não
funcionar, deve-se mudar para outra classe, que ataque outra porção da bactéria.
 Inibição da síntese da parede celular:
1. Beta-lactâmicos (penicilina e cefalosporinas – mais utilizados). Ativos contra a
parede celular bacteriana. Possuem em comum a estrutura de anel beta-lactâmico. Ex:
carbapenens, monobactâmicos, vancomicina (coco gram +, tóxica para células renais –
não funciona com GN), bacitracina. Para ser efetivo, o antibiótico deve se ligar a
proteínas de ligação da penicilina (PLPs) – tem que estar na membrana da bactéria. A
ligação do antibiótico à enzima promove a inibição da síntese de peptideoglicano (bom
para gram +) pela bactéria e induz a liberação de enzimas autolíticas no citoplasma –
morte bacteriana. Resistência aos Beta-lactâmicos: 1. Prevenção da ligação entre o
antibiótico e a PLPs (membrana externa das BGN); 2. Modificação na estrutura do
antibiótico ou da enzima ou da membrana da bactéria; 3. Hidrólise do antibiótico pelas
betalactamases produzidas pela bactéria. Todo antibiótico beta-lactâmico se liga a
enzimas que participam da síntese da parede celular, chamadas PBPs (Proteínas
Ligadoras de Penicilina). O MRSA desenvolveu uma outra PBP, chamada PBP2' ou
PBP2a. Esta PBP é plenamente funcional mas não tem afinidade por beta-lactâmicos.
BETA-LACTAMASES: Foram descritas mais de 200 tipos. Podem ser específicas para
penicilinas ou para cefalosporinas. Podem ser de amplo espectro de atividade e
capazes de inativar vários antibióticos (ESBL – produtoras de beta lactamase de
espectro estendido - multiresistentes). Enzimas codificadas por plasmídeos e podem
ser transferidas entre bactérias. Polimixina: muito tóxica, ataca KPC (quebra anel beta-
lactâme). Presença da beta-lactamase, mudança nas PLPs, mudança nas proteínas,
conferem resistência a antibióticos. Pode haver uma bomba de efluxo que bombeia
para fora todo o antibiótico que entra. O clavulamato de K+ auxilia antibióticos ao
inibir a ação da beta-lactamase.
2. Carbapenens (mais em hospital) Amplo espectro, Ativos contra GP ou GN. Apenas
bactérias multi-resistentes não são sensíveis. Ex: iminipem, monobactâmicos,
Aztreonam.
3. Vancomicina (mais em hospital) Glicopeptídeo complexo, não é absorvido VO.
Interrompe a síntese de parede celular de gram-positivos. Usada para S.aureus MRSA
e outras GP resistentes à beta-lactâmicos. Inativa contra BGN porque molécula é muito
grande para atravessar a membrana celular.
 PENICILINAS: antibióticos beta-lactâmicos; interferem na síntese da parede celular
bacteriana; Baixo custo e toxicidade; É mal absorvida no intestino, por isso a via oral não é
utilizada (usa mais intramuscular). Desvantagens: muitas pessoas t6em alergia, podendo
causar choque anafilático. Bom para tratar sífilis. A Penicilina G ou benzilpenicilina, foi a
primeira descoberta e é de uso injetável (intravenosa ou intramuscular). Penicilinas
resistentes à penicilase: oxacilina (meticilina – MRSA é resistente, tem que tratar direto
com vancomicina), cloxacilina. É a primeira escolha para infecções bacterianas causadas
por organismos Gram-positivos e outros que não sejam suspeitos de resistência (como o S.
aureus). Derivados de penicilina: Amoxicilina (baixa toxicidade, pouca alergia, via oral),
Ampicilina.
 CEFALOSPORINAS: Descoberto em 1961; Modificações em R1; Espectro de ação;
Estabilidade às beta-lactamases; Afinidade da molécula pelo alvo; Modificações em R2;
Aumento da meia vida (paciente pode tomar de menos em menos tempo). Produzida por
fungos, mais utilizada em hospitais. Bactericidas; beta-lactâmicos semi-sintéticos; Mais
resistentes as beta-lactamases; Atualmente 4 gerações (a quarta tem pouca
disponibilidade, é muito cara). Ataca bactéria gram + e -. Interferem na síntese da parede
celular de peptidoglicano - mesmo mecanismo de atuação da penicilina. Apresentam
maior espectro bacteriano, mais resistentes à beta-lactamases e melhor farmacocinética.
10% dos alérgicos a penicilina são alérgicos a cefalosporina também.
o Primeira Geração: agentes de pequeno espectro (E.coli, Klebsiella e Proteus).
Cefazolina, Cefalotina (profilático pós-cesárea, utilizado em hospitais por via
intramuscular), Cefapirina, Cefalexina (Queflex? É a principal), Cefadroxil.
o Segunda Geração: mais eficazes contra as demais bactérias Gram-negativas e mais
resistentes à beta-lactamase: Cefuroxima (só intramuscular), Ceforanide, Cefaclor
(principal), Cefprozil, Cefotetam.
o Terceira geração: Eficazes contra Gramnegativas e em infecções hospitalares.
Ceftriaxona (prejudicial para a flora normal, sendo que as bactérias resistentes
aproveitam para se reproduzir), Cefotaxima, Ceftizoxima, Ceftazidima, Cefixima (só
em hospitais).
o Quarta Geração: Atividade contra Gram negativas e potentes para Gram-positivas.
Mais resistentes à degradação por betalactamase. Cefipima (KPC resistente),
Cefpiroma.
 Inibidores de beta-lactamase: São moléculas usadas associadas aos antibióticos beta-
lactâmicos. Se ligam irreversivelmente com as betalactamases produzidas pela bactéria.
Permite que o fármaco seja efetivo. Ex: ácido clavulânico/Amoxacilina,
sulbactam/ampicilina, tazobactam.

AULA 05 – CONTINUAÇÃO ANTIBIÓTICOS

 Inibidores da síntese protéica


1. Aminoglicosídeos: indicados para Septicemia por Gram-negativos. Eficazes, mas
raramente usadas em bactérias Gram-positivas, devido à menor toxicidade de outros
antibióticos igualmente eficazes. Ex: gentamicina (injetável), tobramicina (colírio),
neomicina (pomada – nebacetin), amicacina. Inibem a síntese de proteínas nas bactérias;
Atravessam a membrana externa da BGN e chegam ao citoplasma onde se ligam às
proteínas ribossomais; Bactericidas utilizados em infecções graves, porém com efeitos
colaterais acentuados (nefro e ototoxicidade).
2. Tetraciclinas: Inibição da síntese de proteínas na bactéria, impedindo a replicação -
bacteriostáticos. Amplo espectro, porém usada de forma específica para algumas
infecções devido à resistência e pouca penetração do antibiótico na bactéria.
Ex:Tetraciclina ,Doxiciclina,Minociclina.
3. Cloranfenicol: Amplo espectro, porém uso restrito (colírio). Tóxico para medula óssea
(aplasia de medula).Pouco usado atualmente.
4. Macrolídeos: Amplo espectro, uso em IVAS. Sua ação pode ser bactericida ou
bacteriostática, dependo da concentração, da fase e do tipo de microorganismo.
Representantes: Eritromicina, Azitromicina, Claritromicina, e Roxitromicina. Atividade
contra Gram-positivos, Gram-negativos e anaeróbios. Por apresentar concentração
intracelular em várias células, como PMN e macrófagos, podem tratar infecções
provocadas por patógenos intracelulares.
6. Clindamicina
 Inibição da síntese de ácidos nucléicos:
1. Quinolonas: bactericida, inibindo a ação da DNAgirase, enzima responsável pela divisão
da dupla cadeia do DNA cromossômico. Principal uso: infecções de trato genitourinário
(BGN). Rápido aparecimento de resistência. Ac. Nalidíxico (Primeira geração); Acido
Pipemídico (Segunda geração); Norfloxacina (segunda geração); Ciprofloxacina (terceira
geração); Ofloxacina (terceira geração); Levofloxacina (terceira geração); Temafloxacina
(quarta geração).
2. Rifampina (spray) e Rifabutina: Inibe a iniciação da síntese de RNA. Bactericida e
principal uso no tratamento de M.tuberculosis. Ativa contra CGP. Não atua contra BGN.
3. Metronidazol (flagil): Originalmente, tratamento de tricomoníase. Amebíase, giardíase.
Fármaco de escolha no tratamento de infecções bacterianas anaeróbias graves. Não atua
bem sobre bactérias aeróbicas. Produz compostos citotóxicos que rompem o DNA
bacteriano.
 Antimetabólitos:
1. Sulfonamidas: Competem com o ácido p-aminobenzóico, impedindo a síntese de ácido
fólico necessário para certas bactérias. Eficazes para bactérias GN e GP. Em alguns casos,
não atravessa a membrana externa das BGN. Bactrin: bactérias tinham criado resistência
mas voltaram a ser sensíveis.
2. Trimetoprim: Usado associado às sulfas. Inibe a formação de timidina, metionina e
glicina pela célula bacteriana. A associação com as sulfas aumenta o potencial de ambas
substâncias interferindo no metabolismo bacteriano.
 POLIMIXINA – B: Altera as membranas celulares das bactérias, destruindo as membranas
(atividade semelhante a detergente). Molécula grande (decapeptídeo cíclico). Altamente
nefrotóxica. Ativo contra BGN, especialmente espécies de Pseudomonas multirresistente.
Última escolha por ser muito tóxica. Os idosos dificilmente suportam o tratamento.
 Resistência Microbiana: Falta de informação: pacientes consomem doses insuficientes do
antibiótico e suspendem o tratamento quando se sentem melhor. Drogas falsificadas
(5%de todos os antibióticos vendidos no mundo são falsificados - OMS - 1992-1994): 51% -
nenhum ingrediente ativo; 17% - ingrediente errado; 11% - concentrações baixas do
princípio ativo; 70% dessas ocorrências foram em países desenvolvimento.
 Antibóticos são muito instáveis – deve-se atentar a validade e a temperatura, se não não
funciona.

AULA 06 – BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS:

 A membrana externa impede a entrada de determinadas drogas e antibióticos na célula,


sendo possivelmente razão pela qual são MUITO MAIS RESISTENTES aos antibióticos do
que as Gram positivas.
 A membrana externa é rica em lipopolissacarídeo (LPS), molécula extremamente tóxica.
Quando invadem a corrente sangüínea, o LPS pode desencadear uma série de sintomas,
incluindo a febre alta e a queda da pressão arterial (choque) – é uma endotoxina.
 Grande facilidade para trocar material genético (DNA) entre cepas da mesma espécie e
mesmo entre espécies diferentes (troca de plasmídeos).
 COCOS GRAM-NEGATIVOS: Principal família: Neisseria sp, relacionado a meningites
(N.meninigitidis)e com DST (N. gonorrhoeae).
 BACILOS GRAM-NEGATIVOS (BGN): Bartonella, Brucella, Campylobacter, Enterobacter,
Escherichia, Hemophilus, Klebsiella, Morganella, Proteus, Pseudomonas, Salmonella,
Shigella, Vibrio, Yersinia.
 FAMÍLIA ENTEROBACTERIACEAE = ENTEROBACTÉRIAS = maior coleção de BGN =
COLIFORME: Mais de 30 gêneros e 150 espécies (importância clínica 10 gêneros e 25
espécies), distribuição ubíqua (universal). Muitas GN no trato gastrointestinal. A presença
de poucos coliformes na análise da água é aceitável, porém muito indica que está sendo
liberado esgoto. Reduzem nitrato a nitrito e fermentam carboidrato – AMPLA PRODUÇÃO
DE GÁS! Nitrito positivo em exame de urina indica infecção urinária por BGN (causam 90%
das infecções urinárias). Esta família é identificada pela fermentação de açúcares. Presente
em infecções nosocomiais.
 Causam 30% dos casos de septicemia e 70% dos casos de infecção urinária, além de
Infecções intestinais. Não formam esporos.
 São classificadas e diferenciadas de acordo com: Propriedades bioquímicas (fermentação
de acúcares); Estrutura antigênica; Ácidos nucleicos (DNA).
 FATORES DE VIRULÊNCIA: Endotoxina (LPS), Cápsula, Resistência à destruição sérica,
Resistência a antibióticos.
 CARACTERÍSTICAS GERAIS: Bastonetes gram negativos; Habitat natural : trato intestinal de
seres humanos e animais; Bactérias aeróbias ou anaeróbias facultativas; Fermentam
grande quantidade de carboidratos; Produzem várias toxinas e fatores de virulência.
Possuem estrutura antigênica complexa. Fermentam glicose com produção de ácido ou
ácido e gás. São oxidase negativas.
 PATOGENIA: Enterobactérias - principal componente da flora intestinal normal do homem.
Causam Infecções -intestinal, feridas e trato urinário, Abcessos, pneumonia, meningites,
Infecções nosocomiais.
 CULTURA E CARACTERÍSTICAS DE CRESCIMENTO: Cultura em meios diferenciais (Eosina
azul de metileno - EMB, meio de Mac Conkey); Visualização de colônias fermentadoras
(coloridas) de não-fermentadoras (não pigmentadas) da lactose.
 INFECÇÕES INTESTINAIS: normalmente na comunidade; doença transmitida por alimento;
surtos / casos isolados; hospitalar. Patógenos entéricos clássicos: Salmonella spp; Shigella
spp; E.coli - categorias diarreiogênicas.
 ESTRUTURA ANTIGÊNICA:
o Antígenos O - Constituem a parte mais externa do lipopolissacarídeo da parede
celular; São resistentes ao calor e ao álcool; São detectados por aglutinação
bacteriana.
o Antígenos K: São externos aos Ag O em algumas bactérias entéricas. Podem ser
polissacarídeos ( E.coli ) ou proteínas. Estão associados à virulência da bactéria. As
cepas de E.coli produtoras de K1 estão associadas a meningite neonatal. Os Ag K
da E.coli promovem a fixação da bactéria a células do trato gastrointestinal e do
trato urinário.
o Antígenos H: Localizam-se nos flagelos. São desnaturados ou removidos pelo calor
ou álcool.
 ESCHERICHIA COLI: Infecção das vias urinárias. 90% das ITU em mulheres jovens. A
Pielonefrite está associada ao Pili (paciente tem cistite também), paciente tem 40
graus de febre, forte dor lombar, sendo o próximo passo a sepse. Cistite assintomática
é indicativa de bom sistema imunológico. É a bactéria mais presente no trato
gastrointestinal – maior representante dos coliformes fecais. Pode causar sepse,
meningite (principalmente em lactentes), pneumonia... Algumas cepas podem causar
diarréia. Papel crucial nas áreas de contaminação fecal de alimentos. Causadoras de
diarréia são divididas em grupos:
o EPEC (E. coli enteropatogênica – diarréia em lactentes. Adere ao epitélio do
intestino delgado, provocando a perda das microvilosidades e penetra nas
mucosas. Provoca diarréia aquosa, geralmente autolimitada).
o ETEC (E. coli enterotoxigênica – diarréia do viajante. Adere por fatores de
colonização específicos, com liberação de enterotoxina termolábil que se liga
às células epiteliais).
o EIEC – E. coli enteroinvasiva. Mais em crianças, semelhante a shiguelose.
o EHEC – E. coli êntero-hemorrágica. Produz toxina, associada a colite
hemorrágica.
o EAEC – E. coli enteroagregativa. Diarréia aguda e crônica em indivíduos de
países em desenvolvimento.
 KLEBSIELLA PNEUMONIAE: É encontrada nas vias respiratórias e nas fezes de cerca de
5% dos indivíduos normais. Pode provocar extensa pneumonia. Provoca infecção das
vias urinárias e bacteremia em pacientes debilitados.
 ENTEROBACTER AEROGENES: Pode ser encontrado em vida livre ou no trato intestinal.
Provoca infecção das vias urinárias e sepse.
 SERRATIA MARCESCENS: Patógeno oportunista em pacientes imunossuprimidos. Causa
pneumonia, bacteremia e endocardite em viciados em drogas.
 PROTEUS: As espécies provocam infecções em humanos apenas quando deixam o
trato intestinal. Provocam ITU, bacteremia, pneumonia e lesões focais em pacientes
debilitados ou que recebem infusões intravenosas.
 PROVIDENCIA: São membros da microbiota intestinal normal. Causam infecções das
vias urinárias.
 CITROBACTER: Podem causar infecções urinárias e sepse.
 EPIDEMIOLOGIA, PREVENÇÃO E CONTROLE: As bactérias entéricas estabelecem-se no
trato intestinal normal dentro de poucos dias após o nascimento, passando a constituir
parte da microbiota normal. Em hospitais essas bactérias são transmitidas pela equipe,
pelos instrumentos ou pela medicação parenteral. O controle depende: da lavagem
das mãos, de assepsia vigorosa, da esterilização do equipamento, de desinfecção, da
restrição acessos venosos.
 Respirador facilita pneumonia por infecção hospitalar.
 Paciente colonizado: bactéria presente, doença não. Paciente infectado: bactéria e
doença.
 Bactérias hospitalares muitas vezes apenas colonizam.

AULA 07 – SALMONELOSE E SHIGUELOSE

 Sobrevivem em pH ácido do estômago. Penetram a barreira de muco e o sítio da


infecção em estado viável. Estabelecimento no TGI ou outro tecido do corpo.
Capacidade de colonização no intestino. Fatores de agressão: toxinas, invasinas,
adesinas.

SALMONELA

 Família: Enterobacteriaceae. Forma de bastão. Gram –. Aeróbicos, Anaeróbicos


facultativos. Flagelo peritríquico. Não produtor de esporos. Homenagem ao cientista
americano Daniel Salmon, que associou a doença à bactéria pela primeira vez. Tem
mais chances de matar que shiguelose. É extremamente móvel, com morfologia de
gram -. Fezes muito fétidas!
 Duas principais espécies: Salmonella enterica, com as seguintes subespécies:
S.enterica, S.salamae, S.arizonae, S.diarizonae, S.houtenae, S.indica. Salmonella
bongori. A maioria causa salmonelose.
 HABITAT: Trato Intestinal; Indica provável contaminação fecal de fontes humanas ou
animais (carne de frango, ovo, leite); Razão suficiente para que a amostra seja
condenada. Gosta muito de água. Muito pouco na flora normal. Tem virulência baixa,
sendo necessária a ingestão de grande quantidade para ser patogênica.
 CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS: Reduzem nitratos a nitritos; Quase todos os
sorotipos produzem H2S.
 COMO SE ADQUIRE: ingestão de alimentos contaminados com fezes animais;
Alimentos contaminados (carne de gado, galinha, ovos – colocar em hipoclorito - e
leite); Manipulação de alimentos por pessoas contaminadas. Muitos casos são
adquiridos por ingestão de água contaminada.
 CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA: É uma toxinfecção alimentar. Genericamente se
enquadra no grupo de doenças designadas por Salmoneloses. Duração de 4 a 7 dias.
 TRANSMISSÃO: Indivíduos contaminados secretam a salmonella nas fezes, podem
contaminar suas mãos e transmitir a salmonella na preparação de alimentos.
 PATOGENICIDADE: Em todas as formas de infecção por Salmonela, os germes
penetram por via oral podendo causar tanto infecções clínicas, como subclínicas.
 SINTOMATOLOGIA: 48 horas após a ingestão de alimentos contaminados, pacientes
apresentam: súbita dor abdominal acompanhada por diarréia aquosa, fezes com muco
ou sangue, náusea e vômito, febre de 38 a 40 C. Apesar disso, alguns indivíduos podem
ser assintomáticos.
 MECANISMOS PATOLÓGICOS das diarréias causadas por infecção alimentar:
Transporte de água e eletrólitos anormais com permeabilidade e mucosa normal:
Secreção estimulada por enterotoxinas bacterianas e endotoxinas. Permeabilidade da
mucosa anormal: aumento da permeabilidade a fluidos e metabólitos, bactérias
invasivas e/ou enterotoxinas, dano estrutural.
 PATOGENICIDADE: Irritação local das mucosas; Geralmente não ocorre invasão da
corrente sanguínea nem disseminação para outros órgãos. Isso pode ocorrer em
pacientes imunodeprimidos (idosos, crianças, pacientes em quimioterapia), podendo ir
para o fígado e vias biliares, causando sepse ou meningite.
 PROGNÓSTICO: Gastroenterite - a doença dura de 4 a 7 dias e a maioria das pessoas
recupera sem tratamento. Pacientes imunossuprimidos – risco aumentado de sepse
 Infecções causadas por Salmonella: Gastroenterite, Sepse, Febre tifóide (Salmonella
tif, sai do intestino e causa hiperplasia e necrose do tecido linfóide, necrose focal do
fígado, inflamação da vesícula biliar e ocasionalmente de outros lugares, podendo
causar abscessos, meningites, osteomielites, pneumonia, endocardite e sepse), Febre
entérica, Portador assintomático (só vai descobrir se contaminar outras pessoas).
 EPIDEMIOLOGIA: Conhecida a mais de 100 anos; 20 casos por 100.000 pessoas por
ano; Nos últimos cinco anos, o Brasil registrou 749 surtos de infecção por salmonela;
Mais freqüente nos países ocidentais desenvolvidos; Afeta mais crianças pequenas e
idosos. Pessoas que utilizam antiácidos; Indivíduos imunossuprimidos (AIDS).
 MEDIDAS DE PREVENÇÃO: Ovos, carnes e galinhas não devem ser ingeridas cru, mal-
passada ou mal-cozidas; Evitar pratos como maionese caseira, molhos, sorvete caseiro;
Leite não pasteurizado deve ser evitado; Todos os produtos devem ser bem lavados
antes de sua preparação e consumo; Evitar contaminação entre alimentos; Lavar
adequadamente os utensílios de cozinha; Lavar as mãos antes de manipular os
alimentos; Lavar as mãos após contato com répteis e não criar répteis como animais
de estimação. Cozimento adequado dos alimentos de origem animal - DESTRUIR A
SALMONELLA; Conservar alimentos a temperaturas adequadas - EVITAR
MULTIPLICAÇÃO; Proteger os alimentos contra roedores, moscas e outros animais.
Análise periódica de fezes de manipuladores de animentos - DETECTAR PORTADORES.
Boas práticas pessoais higiênicas e sanitárias.
 DIAGNÓSTICO: Relacionado a história alimentar recente; Pesquisa microbiológica em
fezes; Cultura das fezes; Análises microscópicas e Análises bioquímicas. DIAGNÓSTICO
LABORATORIAL: É feito o isolamento da bactéria das fezes do paciente. Os
microrganismos isolados são identificados por métodos bioquímicos e sorológicos –
Sorotipagem – permite reconhecer a espécie de Salmonella.
 TRATAMENTO: Freqüentemente não é necessário tratamento. Reidratação oral e/ou
através da administração endovenosa de soro. Antibióticos (primeiro ciprofluoxacina,
mas se for um antibiótico que não afetar a bactéria pode haver uma superinfecção.

SHIGELLA:

 Bacilos não-móveis (não invade outros tecidos), Gram-, Anaérobios facultativos,


Família Enterobacteriaceae.
 O gênero Shigella é constituído de 4 espécies: S. dysenteriae (+ grave); S. flexneri
(países pobres); S. boydii, (- comum); S. sonnei. (países desenvolvidos).
 Causa shigelose ou disenteria bacilar (sempre tem sangue e muco nas fezes). O
período de incubação é de 12 a 50 horas. É muito mais patogênica e virulenta que a
salmonella.
 EPIDEMIOLOGIA: ocorre principalmente em países pouco desenvolvidos, porque a sua
transmissão é eficazmente combatida pelas medidas de higiene básicas. Humanos são
o único reservatório.
 TRANSMISSÃO: Pessoa-pessoa via oral-fecal; água e alimentos contaminados COM
FEZES HUMANAS; Alto risco em creches, enfermarias, asilos, prisões.
 FATORES DE VIRULÊNCIA: Altamente infecciosos (pequena quantidade causa doença);
Endotoxinas; Exotoxina (S. dysenteriae) toxina de shiga – provoca lesões epiteliais
(DESTRÓI O EPITÉLIO DA MUCOSA); Colite hemorrágica – associada à shigelose.
 SHIGELOSE: localiza-se no íleo terminal e cólon, caracterizando-se por invasão e
destruição da camada epitelial da mucosa, com intensa reação inflamatória. O
paciente geralmente apresenta leucócitos, muco e sangue nas fezes.
 SINTOMAS: Febre; Dor abdominal; Diarréia aquosa (no início); Náusea; Vômitos; Dor
de cabeça; Dor muscular; Espasmos dolorosos na musculatura do reto, disinteria. Esses
sintomas típicos facilitam o diganóstico.
 DIAGNÓSTICO: isolamento da Shigella das fezes em meios cultura. Identificação por
meio de provas bioquímicas e sorológicas.
 TRATAMENTO: Reidratação; Antibioticoterapia: penincilina, quinolonas,
cefalosporinas.
 PREVENÇÃO: Identificação dos portadores; Lavagem das mãos; Descarte apropriado
dos fômites (lençol, fraldas, toalha – apetrechos de higiene); Higiene.

AULA PRÁTICA – STREPTOCOCUS PNEUMONIAE

 Catalase negativos, Alfa-hemolítico. Colônias puntiformes. Agrupados aos pares


(diplococos). Formato de chama de vela (oval ou lanceolada). Também chamado de
pneumococo. Não apresenta classificação de Lancefield. Portador assintomático na
nasofaringe (flora normal em adultos e crianças). Anaeróbios facultativos,
requerimento nutricional fastidioso. Maioria das cepas com capa externa.
 FATORES DE VIRULÊNCIA: Cápsula: propriedade antifagocitária, natureza
polissacarídica, principal fator de virulência. Somente as cepas capsuladas têm a
capacidade de provocar doença no homem ou em animais. Acido teicóico:
(polissacarídeo C) é rico em colina – importante para autólise, mediada pela amidase
de agentes no centro da colónia, e reage com proteína C reativa- sinal de doença
inflamatória aguda. Pneumolisinas: tóxico para células eucarióticas, destrói células
ciliadas das mucosas. Adesinas: fixa a bactéria a receptores glicoprotéicos existentes
nas células epiteliais dos aparelhos respiratório e auditivo. IgA1 protease: degrada
imunoglobulina da subclasse A1. Estas fazem parte importante no mecanismo de
defesa do hospedeiro nas mucosas. Neuraminidase: tem a capacidade de dissolver
uma substância fundamental do tecido conjuntivo. Peróxido de hidrogênio: tóxico.
Fosforilcolina: permite entrada do patógeno.
 MECANISMOS DE PATOGENICIDADE: Colonização e migração: Proteínas de adesão;
Protease IgA secretora- impede que a bactéria seja excretada com muco; Pneumolisina
– destroi as células ciliadas.
 IMPORTÂNCIA CLÍNICA: Pertence à flora normal do trato respiratório superior de 25%
a 50% das crianças pré-escolares e aproximadamente 20% dos adultos, chamados
portadores. Sua disseminação é aumentada pelas infecções do trato respiratório
superior e pela aglomeração de pessoas, sendo o mais comum causador de
pneumonia comunitária, tendo origem endógena.

 Pode causar: pneumonias (40 a 60%), meningites, septicemias, otite média, infecções
oculares, sinusites, bacteremias.
 Frequentemente associado a doença vírica prévia ou outras como DPOC, alcoolismo, I.
cardíaca, diabetes ou IRC
 DIAGNÓSTICO: Critérios clínicos: taquipnéia, surgimento abrupto, calafrios, tremores,
febre persistente de 39-41. Geralmente apresenta sintomas de infecção viral de trato
respiratório 1-3 dias antes do aparecimento dos sintomas. Tosse produtiva com
escarro sanguinolento, pleurisia, gte nos lóbulos inferiores dos pulmões. Critérios
radiológicos: O padrão alveolar caracteriza-se por infiltrado lobar (condensações). O
padrão intersticial mostra espessamento peribrônquico, infiltrado intersticial difuso.
Critérios laboratoriais: Colônias ά-hemolíticas; Sem aglutinação com anti-soros
específicos; Sensíveis à Optoquina – diidrocloreto de etil-hidrocupreina ( halo >
15mm); Lise em presença de sais biliares – o resultado é positivo se houver lise
completa das colônias 30 min (teste da bile solubilidade). Existem ainda exames
inespecíficos somente para identificar se se trata de doença bacteriana ou viral.
 TRATAMENTO: Maioria sensível à Penicilina; Resistência à eritromicina é freqüente;
resistência às penicilinas por altertação das PBP baixo nível e alto nível, cefalosporinas
de 3ªgeração, vancomicina. Procaína – atua nas VAI.
 VACINA: 23 valente (antiga, só para pneumococos e pessoas com mais de 2 anos);
conjugada (polissacarídeo + proteína - além de produzir anticorpos, possui agentes
que induzem à sua grande formação, impedindo a pessoa até de ser portadora e
protege por 2-3 anos); heptavalente; decavalente; trezevalente (mais recente).
 A bacteremia na pneumonia por pneumococo que ocorre entre 20 e 30% dos casos. O
surgimento dos sintomas da pneumonia por este agente, geralmente são precedidos
de sintomas de infecção viral do trato respiratório.

AULA ENTEROBACTÉRIAS:

 Gantroenterite – infecção: rotavírus e noravírus, salmonella. 24 horas de sintomas,


com sangue e muco nas fezes. Tem febre.
 Intoxicação alimentar: só toxina da bacteria – não tem febre, os sintomas inicam 4 hrs
depois da ingestão.

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