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Data: Março/2021
Disciplina: Jogos Brinquedos e Brincadeiras na Primeira Infância
Professora: Cineida de Oliveira
Resumo:
O tema que escolhi para desenvolver o meu artigo foi “A diferença entre criança e infância”, sendo que para
se ter bons resultados de convívio humano se faz e se constrói na infância através da capacidade de
representação e expressão dos afetos e conflitos, também da possibilidade de ser escutado e compreendido
por um adulto. Todos nós estamos envolvidos no desenvolvimento infantil e cabe a nós possibilitarmos esse
desenvolvimento sendo que a primeira coisa que necessitamos dar conta é que esse pequeno ser é um sujeito
em formação. Busquei construir o meu artigo baseado em pesquisas, documentários, slides, leituras e trocas
de experiências entre colegas e professores. Com tudo enriqueci o meu conhecimento e aprendizado sobre
este tema, pois tive a oportunidade de me aprofundar e buscar meios e soluções para poder fazer a diferença
na construção do conhecimento e personalidade do ser criança, tentando melhorar a cada dia trabalhando na
construção de uma educação mais solidária, fraterna com respeito às diversidades proporcionando espaços e
oportunidades a todos.
Introdução
A criança aprende desde que nasce que a escola é o ambiente social mais importante depois da família, esta
é a referência central para a criança e é neste meio e na relação com a escola que ela constrói o
conhecimento interagindo com outras pessoas e com o meio a qual vivem criando e dando significados a
estes. Escola e família têm os mesmos objetivos, que é ter sucesso na sua aprendizagem, de forma
significativa. Para essa parceria dar certo tem que ter como base o respeito, mas é fundamental ter coerência
entre o que a família e a escola estão interessadas em passar para estas crianças e para isso acontecer tem
que ter diálogo direto, pois como diz ABUCHAIM (2009, P. 39) “Isso representa um direito da família e
uma necessidade da escola”. Essa troca de informações é extremamente necessária e é o que traz resultados
positivos na qualidade do ensino, pois tem o principal que é a confiança na escola.
A escola aguça a curiosidade da criança e diz a ela que interessante é a vida, é ali que a mesma experimenta
o prazer pelo aprender.
O relacionamento da família com a escola apesar de manter muitos conflitos, é fonte única de muitas
aprendizagens e de educação para todos, são os apoios da família, o local onde os pais sentem tranquilidade
em relação ao seu filho, quanto aos cuidados, alimentação balanceada, desenvolvimento... Enfim a família
está por trás do sucesso escolar dos filhos, se colaborar para que isso aconteça, pois é nela que eles
encontram um espaço de afetividade e de muita segurança, mas também pode ser de medos, incertezas,
rejeições, preconceitos e até mesmo violência.
É importante que tenhamos em mente que a educação e infância são fatores essenciais no desenvolvimento
da criança, então o grande desafio desta pesquisa é desvendar cuidadosamente a concepção que tem a
criança da infância e consequentemente entender, conhecer, investigar suas ações e suas fases tanto na parte
do seu nascimento, desenvolvimento e aprendizagem.
Para Castro (2009, p 04):
Faz-se necessário lembrar que as definições de infância podem tomar diferentes formas de acordo com os
referenciais que tomamos para concebê-las. A palavra infância evoca um período da vida humana. É um
período que poderíamos chamar de construção/apropriação de um sistema de comunicação, de signos e
sinais destinados a fazer-se ouvir.
Segundo o Dicionário Aurélio criança é ser humano de pouca idade. No mesmo dicionário, a infância está
definida como um período de crescimento, no ser humano, que vai do nascimento até a puberdade. Na sua
origem, o termo “infância em latim é in-fans, que significa sem linguagem”.
Já o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) define “a criança como a pessoa até os 12 anos
de idade incompletos”. Desse modo, o significado genérico da infância está diretamente ligado às
transformações sociais, culturais, econômicas, etc. da sociedade de um determinado tempo e lugar, que
possui seus próprios sistemas de classes, de idades e seus sistemas de status e de papel social.
Segundo Manuel Jacinto Sarmento (2006): A criança é, simultaneamente, uma categoria social que
interpretam e agem no mundo.
Os surgimentos dos movimentos sociais lutaram e lutam até hoje para proteger e permitir que todas as
crianças, sejam elas ricas ou pobres, rurais ou urbanas tenham uma infância livre de qualquer exploração,
seja ela qual for onde a maior dificuldade foi e é até hoje o entendimento de que seja qual for a raça, cor,
etnia, cultura, classe social, espaço físico, ambiente ou realidade em que se vive, criança é criança, todas têm
os mesmos direitos e deveres, direitos de ir e vir, brincar, estudar, ser e de viver, agir, pensar e de se
expressar, onde não se pode podar, sacrificar, interferir ou exigir um adultos precoce, pois só assim irão
prejudicar o seu desenvolvimento físico, mental e intelectual de aprendizagem.
A criança quando se desloca para um trabalho existe uma complexidade de pensamentos, um que é no seu
trabalho e outro na necessidade que sente em brincar, correr, jogar bola, viver a fase de criança e sabendo da
consciência, se auto-reconhecer, pois com uma responsabilidade de adulto e uma necessidade infantil.
“Por outro lado, cada criança vive no interior de um sistema simbólico que administra o seu espaço social”.
(Coll Delgado; Muller, 2006, p.19).
Os tempos modernos introduziram nas famílias certo afastamento da criança do convívio coletivo devido ao
que se considera a mesma como cidadã do futuro, mas com isso às vezes o preço é alto, onde os pais, por
assim julgarem, acabam sacrificando a infância, pois entre a escola, os cursos, as aulas particulares que são
submetidas, deixam de cumprir a fase crucial para então realmente serem cidadãos do futuro, não
entendendo que existem fases e etapas sucessivas onde deverão passar tendo o direito de desfrutar de cada
uma de acordo com a necessidade de cada um.
A história das crianças se dá juntamente com a história da mulher, pois o cuidado e a educação das crianças
pequenas eram tarefas da família principalmente das mães e com a saída da mulher para o mercado de
trabalho vem aos poucos fazendo com que as famílias busquem a escola para suprir suas necessidades na
educação dos filhos.
No entanto, o que presenciamos em nossa realidade, ainda que não percebida claramente são crianças
misturando-se à vida adulta de forma precoce, devido às vestimentas, palavras e hábitos que seriam
eminentemente usados pelos adultos. A televisão sob este prisma, exerce tamanha influência nesta nova
mentalidade da infância, pois, influenciada pela vida adulta, a criança é incentivada a usar a roupa da “atora,
cantora ou apresentadora adulta”. A infância muda, não há uma distinção entre vida adulta e a vida infantil,
tudo o que pode ser dito, falado e usado, pode ser comum aos dois, tanto por meio de condições ditadas pela
TV, como condições ditadas pela moda, música, livros e revistas.
Nestas novas concepções de vida, a própria família tem pouco contato com criança, permitindo que ela
exerça responsabilidades que seriam designadas a um adulto. Isso acontece quando a própria idade adulta é
modificada, baseada pela competência de códigos escritos, permitindo que a escrita possibilite a
aproximação entre a linguagem adulta e a infância.
Para Silva e Carvalho (2009, p.20) na atualidade, não só percebemos estes traços, como nos deparamos com
o próprio termo “a reinvenção” da infância, que surge da preocupação, por meio de produções (artigos,
histórias, contos, etc.), para que de “fato” a criança viva o seu lugar, a sua inocência. No entanto, estes
trabalhos não deixam de ser imitações daquilo que os adultos utilizam, ou da maneira como os adultos
falam, vivem o que dizem. Na verdade, a própria infância é ditada ou narrada pelo adulto, “a criança não
escreve sua própria história”, permitindo que seja caracterizada como uma “idade muda”, onde o adulto
estabelece o que se diz e como se vive. “É preciso considerar a infância como uma condição da criança. O
conjunto das experiências vividas por elas em diferentes lugares históricos, geográficos e sociais é muito
mais do que uma representação dos adultos sobre esta fase da vida”. O que exige de nós o olhar sobre a
criança como ser concreto, capaz de interagir em seu meio.
Crianças invisíveis