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ESCOLA ESTADUAL BERNARDO VASCONCELOS

Data: Março/2021
Disciplina: Jogos Brinquedos e Brincadeiras na Primeira Infância
Professora: Cineida de Oliveira

A DIFERENÇA ENTRE CRIANÇA E INFÂNCIA

Claudinéia Batista Borba1

Resumo:
O tema que escolhi para desenvolver o meu artigo foi “A diferença entre criança e infância”, sendo que para
se ter bons resultados de convívio humano se faz e se constrói na infância através da capacidade de
representação e expressão dos afetos e conflitos, também da possibilidade de ser escutado e compreendido
por um adulto. Todos nós estamos envolvidos no desenvolvimento infantil e cabe a nós possibilitarmos esse
desenvolvimento sendo que a primeira coisa que necessitamos dar conta é que esse pequeno ser é um sujeito
em formação. Busquei construir o meu artigo baseado em pesquisas, documentários, slides, leituras e trocas
de experiências entre colegas e professores. Com tudo enriqueci o meu conhecimento e aprendizado sobre
este tema, pois tive a oportunidade de me aprofundar e buscar meios e soluções para poder fazer a diferença
na construção do conhecimento e personalidade do ser criança, tentando melhorar a cada dia trabalhando na
construção de uma educação mais solidária, fraterna com respeito às diversidades proporcionando espaços e
oportunidades a todos.

Introdução

A criança aprende desde que nasce que a escola é o ambiente social mais importante depois da família, esta
é a referência central para a criança e é neste meio e na relação com a escola que ela constrói o
conhecimento interagindo com outras pessoas e com o meio a qual vivem criando e dando significados a
estes. Escola e família têm os mesmos objetivos, que é ter sucesso na sua aprendizagem, de forma
significativa. Para essa parceria dar certo tem que ter como base o respeito, mas é fundamental ter coerência
entre o que a família e a escola estão interessadas em passar para estas crianças e para isso acontecer tem
que ter diálogo direto, pois como diz ABUCHAIM (2009, P. 39) “Isso representa um direito da família e
uma necessidade da escola”. Essa troca de informações é extremamente necessária e é o que traz resultados
positivos na qualidade do ensino, pois tem o principal que é a confiança na escola.
A escola aguça a curiosidade da criança e diz a ela que interessante é a vida, é ali que a mesma experimenta
o prazer pelo aprender.
O relacionamento da família com a escola apesar de manter muitos conflitos, é fonte única de muitas
aprendizagens e de educação para todos, são os apoios da família, o local onde os pais sentem tranquilidade
em relação ao seu filho, quanto aos cuidados, alimentação balanceada, desenvolvimento... Enfim a família
está por trás do sucesso escolar dos filhos, se colaborar para que isso aconteça, pois é nela que eles
encontram um espaço de afetividade e de muita segurança, mas também pode ser de medos, incertezas,
rejeições, preconceitos e até mesmo violência.
É importante que tenhamos em mente que a educação e infância são fatores essenciais no desenvolvimento
da criança, então o grande desafio desta pesquisa é desvendar cuidadosamente a concepção que tem a
criança da infância e consequentemente entender, conhecer, investigar suas ações e suas fases tanto na parte
do seu nascimento, desenvolvimento e aprendizagem.
Para Castro (2009, p 04):
Faz-se necessário lembrar que as definições de infância podem tomar diferentes formas de acordo com os
referenciais que tomamos para concebê-las. A palavra infância evoca um período da vida humana. É um
período que poderíamos chamar de construção/apropriação de um sistema de comunicação, de signos e
sinais destinados a fazer-se ouvir.
Segundo o Dicionário Aurélio criança é ser humano de pouca idade. No mesmo dicionário, a infância está
definida como um período de crescimento, no ser humano, que vai do nascimento até a puberdade. Na sua
origem, o termo “infância em latim é in-fans, que significa sem linguagem”.
Já o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) define “a criança como a pessoa até os 12 anos
de idade incompletos”. Desse modo, o significado genérico da infância está diretamente ligado às
transformações sociais, culturais, econômicas, etc. da sociedade de um determinado tempo e lugar, que
possui seus próprios sistemas de classes, de idades e seus sistemas de status e de papel social.
Segundo Manuel Jacinto Sarmento (2006): A criança é, simultaneamente, uma categoria social que
interpretam e agem no mundo.
Os surgimentos dos movimentos sociais lutaram e lutam até hoje para proteger e permitir que todas as
crianças, sejam elas ricas ou pobres, rurais ou urbanas tenham uma infância livre de qualquer exploração,
seja ela qual for onde a maior dificuldade foi e é até hoje o entendimento de que seja qual for a raça, cor,
etnia, cultura, classe social, espaço físico, ambiente ou realidade em que se vive, criança é criança, todas têm
os mesmos direitos e deveres, direitos de ir e vir, brincar, estudar, ser e de viver, agir, pensar e de se
expressar, onde não se pode podar, sacrificar, interferir ou exigir um adultos precoce, pois só assim irão
prejudicar o seu desenvolvimento físico, mental e intelectual de aprendizagem.
A criança quando se desloca para um trabalho existe uma complexidade de pensamentos, um que é no seu
trabalho e outro na necessidade que sente em brincar, correr, jogar bola, viver a fase de criança e sabendo da
consciência, se auto-reconhecer, pois com uma responsabilidade de adulto e uma necessidade infantil.
“Por outro lado, cada criança vive no interior de um sistema simbólico que administra o seu espaço social”.
(Coll Delgado; Muller, 2006, p.19).
Os tempos modernos introduziram nas famílias certo afastamento da criança do convívio coletivo devido ao
que se considera a mesma como cidadã do futuro, mas com isso às vezes o preço é alto, onde os pais, por
assim julgarem, acabam sacrificando a infância, pois entre a escola, os cursos, as aulas particulares que são
submetidas, deixam de cumprir a fase crucial para então realmente serem cidadãos do futuro, não
entendendo que existem fases e etapas sucessivas onde deverão passar tendo o direito de desfrutar de cada
uma de acordo com a necessidade de cada um.
A história das crianças se dá juntamente com a história da mulher, pois o cuidado e a educação das crianças
pequenas eram tarefas da família principalmente das mães e com a saída da mulher para o mercado de
trabalho vem aos poucos fazendo com que as famílias busquem a escola para suprir suas necessidades na
educação dos filhos.
No entanto, o que presenciamos em nossa realidade, ainda que não percebida claramente são crianças
misturando-se à vida adulta de forma precoce, devido às vestimentas, palavras e hábitos que seriam
eminentemente usados pelos adultos. A televisão sob este prisma, exerce tamanha influência nesta nova
mentalidade da infância, pois, influenciada pela vida adulta, a criança é incentivada a usar a roupa da “atora,
cantora ou apresentadora adulta”. A infância muda, não há uma distinção entre vida adulta e a vida infantil,
tudo o que pode ser dito, falado e usado, pode ser comum aos dois, tanto por meio de condições ditadas pela
TV, como condições ditadas pela moda, música, livros e revistas.
Nestas novas concepções de vida, a própria família tem pouco contato com criança, permitindo que ela
exerça responsabilidades que seriam designadas a um adulto. Isso acontece quando a própria idade adulta é
modificada, baseada pela competência de códigos escritos, permitindo que a escrita possibilite a
aproximação entre a linguagem adulta e a infância.
Para Silva e Carvalho (2009, p.20) na atualidade, não só percebemos estes traços, como nos deparamos com
o próprio termo “a reinvenção” da infância, que surge da preocupação, por meio de produções (artigos,
histórias, contos, etc.), para que de “fato” a criança viva o seu lugar, a sua inocência. No entanto, estes
trabalhos não deixam de ser imitações daquilo que os adultos utilizam, ou da maneira como os adultos
falam, vivem o que dizem. Na verdade, a própria infância é ditada ou narrada pelo adulto, “a criança não
escreve sua própria história”, permitindo que seja caracterizada como uma “idade muda”, onde o adulto
estabelece o que se diz e como se vive. “É preciso considerar a infância como uma condição da criança. O
conjunto das experiências vividas por elas em diferentes lugares históricos, geográficos e sociais é muito
mais do que uma representação dos adultos sobre esta fase da vida”. O que exige de nós o olhar sobre a
criança como ser concreto, capaz de interagir em seu meio.

Crianças invisíveis

O documentário “Crianças invisíveis” traz um recorte da realidade do continente e de como vivem as


crianças destes. Faz-nos sentir uma realidade dura e emocionante, que denunciam problemas, erros e
desordens que a infância das crianças abriga, forçando-os a ter um amadurecimento precoce através do
sofrimento Este documentário foi muito marcante e de certa forma pesado e chocante, mexendo com minhas
emoções, lembranças da infância fazendo-me pensar e refletir sobre muitas coisas da vida. .
É uma parada para abrir não só os olhos, mas nossa mente, em relação a essas infâncias que são jogadas no
lixo. São imagens fortes e a tristeza no rosto das crianças justifica o nome do documentário, mas são
histórias que trazem uma grande lição de esperança e otimismo.
As nossas crianças são tratadas de diferentes formas, não somente na parte econômica, mas também política,
social e cultural, é comum ver documentários pela televisão de crianças sofrendo e humildes, mas aqui na
nossa cidade tem crianças que vivem assim, que utilizam drogas e que sofrem opressão da sociedade e da
família. Muitas têm uma vida equilibrada e conseguem viver uma infância adequada e os que não tem acesso
a isso através da família, tem programas especiais que tentam suprir essa falta “do ser criança”, como é o
caso do Programa Primeira Infância Melhor (PIM).
O mesmo leva o nome de “Crianças Invisíveis” porque todos os episódios tratam da exclusão, não só
familiar, mas principalmente a exclusão que a sociedade impõe a todas as crianças do mundo, ignorando
seus problemas, seus sentimentos, conflitos, necessidades, seus sonhos, fantasias, a maneira em que vivem,
enfim são para o mundo “Crianças Invisíveis”.
Todas as crianças são iguais, buscam os mesmos sonhos e ideais, necessitam das mesmas coisas, uma boa
estrutura familiar, carinho, atenção, escola, correr, brincar, se divertir e se expressar. O que diferencia umas
das outras é sua cor, raça, cultura, religião, classe social e a realidade em que vivem num todo, mas a busca é
a mesma.
De certa forma em quase todos os episódios do filme as crianças se imaginavam na escola, procuravam um
lugar onde pudessem se sentir acolhidos, à vontade, livres, enfim, onde elas pudessem se sentir iguais. Neste
momento entram o papel do professor que como um bom profissional, será um pesquisador e orientador
destas diferentes situações, conflitos e dificuldades.
O mesmo deve estar preparado para se adaptar a realidade de cada um para sim receber e acolher estes
alunos, ajudando-os, respeitando suas diferenças, dando-lhes um pouco de atenção e carinho, pois muitas
vezes é no professor que as crianças buscam um amigo, um irmão e até mesmo um pai e uma mãe, e o
mesmo têm que ter a sensibilidade e a responsabilidade de pelo menos tentar ser e fazer tudo aquilo que a
criança precisa e espera da sua família e da sociedade e as não têm.
Pude observar neste documentário, crianças reais e também crianças ideais, pois em várias passagens pude
perceber que havia crianças vivendo sua infância, frequentando uma escola, tendo uma boa estrutura
familiar e financeira, podendo brincar, sorrir e se expressar, tendo assim seu tempo e espaço na sociedade, o
que seria o sonho de todos.
Já na maior parte pude ver e analisar o real objetivo que era nos mostrar a criança real, esta por sua vez
exclusa da sociedade, marcada pelo sofrimento, a fome, a miséria, o trabalho infantil onde em várias cenas
mostram as crianças sendo espancadas e obrigadas a trabalhar para ajudar e satisfazer a vontade dos pais, e
até mesmo a roubar entrando no mundo do crime, onde ao invés de aprender a ler e a escrever, as coisas
boas e certas da vida estão lutando por sobrevivência da pior maneira possível acabando assim por perder
tudo aquilo que é reservado a uma criança, deixando de viver e usufruir desta fase tão linda e importante que
é a infância.
Concordo com o episódio do documentário que se refere às crianças brasileiras, pois mostram a realidade
principalmente nas grandes metrópoles, inclusive as do sul do Brasil.
Existem muitos programas de inclusão social no país que são aplicados e desenvolvidos sejam federais,
estaduais ou até municipais, para a conscientização da sociedade para uma infância melhor, mais digna de
ser vivida, programas estes de tirar as crianças das ruas, das drogas, da fome, da prostituição e do crime,
sendo que este problema deveria ser tentado resolver por todos, cada um deveria fazer sua parte, ter sua
contribuição para um mundo melhor.
Aqui na minha cidade e região são desenvolvidos projetos como; danças folclóricas, escolinhas de futebol,
informática, coral, violão entre outros para melhor a qualidade de vida destas crianças, mas mesmo assim
não diferenciam os problemas enfrentados pelas crianças, sejam ela do sul do Brasil ou de qualquer lugar do
mundo, pois a mesma muitas vezes tem acesso a tudo isso, mas não tem uma estrutura familiar, sem contar
as milhares que estão no descaso da sociedade ainda sem família, sem um teto para morar, acessibilidade
escolar e acima de tudo o respeito e dignidade ignorado por parte de toda a sociedade.
Como é triste e frustrante para uma criança saber ler, escrever e calcular como mostra várias vezes no
documentário e ter seus sonhos e fantasias esmagadas e destruídas por consequência do destino, suas ideias,
sentimentos e perspectivas de vida sendo podadas e sacrificadas pela desigualdade social.
Existe algo em comum entre as brincadeiras apresentadas, elas percorrem em todas as regiões do mundo,
apenas mudando de nome conforme a sua cultura e região, por exemplo; brincadeiras de roda, futebol,
fliperama, jogos de botão, brincadeiras das sombras, bonecas e parque de diversão, sendo conhecidas
praticadas na minha cidade e região.
Mas no primeiro episódio o que me chama a atenção é que as diversidades da vida acabam às vezes
destruindo o ser humano, aonde vimos crianças com armas de fogo em punho e que não conseguiam deixar
para trás seu lado infantil, sua vontade de viver e se expressar, mas por uma questão de sobrevivência ao
invés de brincar, estudar e ter uma família estão jogados no descaso do mundo se matando a cada dia.
É muito fácil colocar inocente no mundo, mas para isso temos que ter consciência de que este ser precisa de
um suporte para se desenvolver, pode-se ter tudo ou pode-se não ter nada, mas o mais importante na vida é o
amor, carinho e atenção para sim termos força e coragem para enfrentar os problemas que surgirem, onde de
fato ficarão marcados na vida de cada criança os momentos bons e ruins e é nesta fase que se começa a
formar a personalidade, maneira de ser e agir de cada um.
Para mim neste momento vejo que a diferença entre criança e infância está na maneira como ela vive e
sobrevive. Todas são crianças, mas nem todas conseguem vivenciar a sua infância.
É nessa perspectiva acima que, a infância se torna esmagada, devido ao fato de que esta criança cheia de
atribuições, não possui tempo suficiente para o ócio, onde se perdem as lembranças, porque não há tempo
para brincar, criar, recriar a sua maneira de construir seu próprio pensamento, isto é, são pequenos seres que
vão produzindo em função de outros e não na construção de si mesmos. Desta maneira, acabam sendo
violadas, impedidas de construírem seu processo de emancipação humana e de luta pelo seu espaço.
“Algumas crianças não conheceram a paz, mas elas têm uma capacidade enorme de sobrevivência e extinto
de cuidar umas das outras”. (Frase dita por um dos personagens do documentário Crianças Invisíveis).
Observando todas as lâminas achei todas interessantes que condiz com a realidade das nossas crianças.
Várias delas correspondem com todo o desenvolvimento da minha temática, mas escolhi somente duas que
são; O Molde e Entre a Casa e a Escola.
As crianças num contexto geral são vistas como “invisíveis”, nós a vemos, mas não a notamos, muitas vezes
não as respeitamos, ditamos regras impondo sempre o que se deve fazer. Em certas coisas não as deixamos
fazer pelo fato de serem crianças outras vezes damos responsabilidades precocemente confundindo ainda
mais seus conceitos de direitos e deveres, estando sempre no alvo dos adultos.
As crianças são humanas, com sentimentos, sonhos e fantasias, necessitam de carinho e atenção, tendo assim
o direito de brincar, estudar e de se expressar.
Muitas vezes ocupam sua criatividade para desenvolver alguma atividade e são barradas e podadas. A
mesma imagina, cria, colore e desenvolve acreditando na sua capacidade e o professor por ditar regras e
achar que tudo tem que ser do seu jeito acaba frustrando-as e matando sua imaginação como aconteceu
comigo nos primeiros anos de aula quando eu estava pintando uma cachoeira de azul e a professora chegou
dizendo que nunca viu água azul, naquele momento me senti muito mal diante de meus colegas, pois, só
estava tentando desenvolver no papel a paisagem que eu havia guardado na minha memória e resolvi me
expressar.
A arte remete à apropriação de diversas linguagens que formam a expressividade humana. Como conta
Maria Clotilde (Revista nova escola, abril 2010) “A primeira relação com a meninada com o desenho se dá,
pelo movimento: o prazer de produzir um traço sobre o papel”, com o tempo, e após várias experiências com
materiais, suportes e técnicas diferentes, as formas se tornam mais definidas e próximas da realidade de cada
um. È por meios de desenhos que calmamente elas passam a ter controle para fazer linhas abertas, fechadas,
curtas, compridas e pontilhadas desenvolvendo assim a sua coordenação motora.
Trabalhar com desenhos usando materiais como massas de modelar, aprendem a moldar, puxar, bater e
enrolar. As tintas são espalhadas no papel por diversas formas e com vários materiais.
São formas de incentivar e motivar as crianças a deixar registrado a suas marcas, fazendo com que se sintam
importantes desenvolvendo assim sua identidade e autonomia. Trabalhando com a expressividade, as
atividades artísticas são um meio de controle motor, de compreensão do espaço e de desenvolvimento da
imaginação. Como explica Maria Clotilde (revista Nova Escola mês abril de 2010). “Contudo desenvolvem
a expressão artística, a curiosidade e a criatividade e se constroem os fundamentos das linguagens visuais
como ritmo, contraste, tamanho e cor”.
Às vezes não percebemos o mal que causamos as crianças. Em casa só ouvem a palavra “não”, isso não
pode, aquilo não pode ficando presas em seu mundo de fantasia. O fato dos pais trabalharem muito é que
leva a crucificar seus filhos, pois não tendo tempo para brincar e ensinar os mesmos passam o tempo todo
dizendo “não”. Claro que nem tudo elas podem fazer, mas deve ser explicado o porquê do “não”, pois acaba
confundindo, na escola muitas vezes as mesmas coisas que o pai e a mãe não deixam fazer em casa, na
escola são motivados a desenvolver e isso acaba frustrando-os e deixando-os agressivos complicando ainda
mais o entendimento entre pais e filhos.
As crianças que vivem num ambiente rico em interações aprendem a demonstrar desejos, sentimentos e
necessidades se expressando melhor. O processo se inicia com gestos e balbucios e se intensifica nas
situações coletivas.
Por isso tanto em casa como na escola eles devem brincar, conversar com adultos, ouvir história entre
outros. As crianças prestam muita atenção no que os adultos fazem para emita-los, então os adultos que os
rodeiam necessitam realizar ações que vão ao encontro das crianças. Se a família se interessa por leitura e
escrita, certamente as mesmas vão adquirir interesse e o hábito pela leitura e a escrita, aumentando o desejo
de dominar estas linguagens sempre respeitando o nível de desenvolvimento e os limites de cada um.
Criança precisa brincar e se sujar, pois estimula e libera o potencial das mesmas, exigindo liberdade para
aprender através das próprias experiências estimulando assim o seu desenvolvimento crescimento e
aprendizado.
Brincando a criança desenvolve a capacidade de imaginar, se insere na cultura e na sociedade e aprende a
viver em grupo. A imaginação tem uma função importante na regulação das próprias emoções e das ações,
as mesmas são meios de desenvolver a linguagem. Imaginando, a mesma se comunica, constrói historias e
expressa vontades, reforçando assim sua identidade.
De acordo com o médico e psicanalista inglês Donald Winnecott(1896-1971), a liberdade que o brincar
proporciona é fundamental para o desenvolvimento da criança por leva-las a conciliar o mundo objetivo e a
imaginação. È dele também a ideia de relação entre a ausência de brincadeiras na infância e os problemas
emocionais.
Desde que nasce a criança precisa ser estimulada e de espaços que ofereçam liberdade de movimentos,
segurança e que acima de tudo possibilitem sua socialização com o mundo e com as pessoas que a rodeiam.
Espaços estes de direito de todas as crianças. Segundo Lima (2001, p.16): “o espaço é muito importante para
a criança pequena, pois muitas, das aprendizagens que ela realizará em seus primeiros anos de vida estão
ligadas aos espaços disponíveis e/ou acessíveis a ela”.
Quando as crianças têm espaços e liberdade para se movimentar, aprendem a medir sua força e seus limites,
se exercitam até que adquirem o domínio da ação. O movimento por si só, é uma das primeiras conquistas
da criança rumo à autonomia é a formação da identidade.
Um bom desenvolvimento psicomotor, cognitivo e linguístico está intimamente ligado a progressiva
construção da personalidade e das capacidades de se relacionar e se comunicar com outras pessoas.
Mais uma vez a criança deve receber estímulos de encorajamento e definições concretas de atitudes,
deixando-as à vontade, com liberdade de expressão para fazer suas tarefas, deixando-os comer sozinhos,
brincar, pintar, produzir entre outros os tornando independentes. Devem realizar suas tarefas por conta
própria, mas não pode deixar largado de qualquer jeito, precisa da presença de um adulto para então intervir
quando necessário ajudando a entender o que é certo e o que é errado.
Os estímulos adequados, oferecidos pelos pais, são fundamentais para uma boa formação. Estímulos
adequados podem ser toques e palavras de carinho e incentivo, elogios, brincadeiras (com ou sem
brinquedos), joguinhos, música, esportes, conversas, narrativas de histórias, etc.
Muszkat afirma que para desenvolver a capacidade cerebral de uma criança não precisamos de recursos
sofisticados. É preciso oferecer um desenvolvimento emocional e cultural que ajude a construir mais do que
um cérebro. Precisamos investir no desenvolvimento da inteligência infantil sempre visando o produto final
almejado: um adulto confiante em si próprio e muito feliz.
Desde antes de nascer, as crianças estão imersas num mundo repleto de sons e são capazes de reagir a eles.
Quando nascem conseguem distingui a voz humana e, nos primeiros meses de vida, se encantam com
músicas associados aos gestos. Mesmo sem saber falar corretamente ou andar, elas tentam seguir os
movimentos com as mãos.
Neste momento cabe ao professor e aos pais fornecer ritmos e sons para garantir o acesso a este
conhecimento e entendimento da cultura. Os mesmos devem estimulá-los a cantar, dançar, pular, se
movimentar acompanhando o ritmo das palmas e pés, ruídos com a boca e tentar mostrar a eles a diferença
do nome dos sons de vários instrumentos sendo que a música é uma ferramenta importantíssima para a
aquisição da linguagem verbal.
Fonte: https://pedagogiauab1.blogspot.com/2011/10/diferenca-entre-crianca-e-infancia.html acesso em
25/03/2021

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