Você está na página 1de 39

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

LUCÉLIA SANDY DA SILVA OLIVEIRA

CONSUMO PROTEICO POR PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

LUCÉLIA SANDY DA SILVA OLIVEIRA

CONSUMO PROTEICO POR PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Colegiado do Curso
de Graduação em Nutrição do Centro
Acadêmico de Vitória da Universidade
Federal de Pernambuco em
cumprimento a requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em
Nutrição

Orientador: Profa Dra. Cybelle Rolim


Co orientador:

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

2016
Catalogação na Fonte
Sistema de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV.
Bibliotecária Jaciane Freire Santana, CRB4: 2018

O48c Oliveira, Lucélia Sandy da Silva


Consumo proteico por praticantes de exercícios físicos / Lucélia Sandy da
Silva Oliveira. Vitória de Santo Antão, 2016.
37 folhas: tab.

Orientadora: Cybelle Rolim de Lima


TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco, CAV, Bacharelado
em Nutrição, 2016.
Inclui referências e anexo.

1. Dietética. 2. Atividade física. 3. Proteína. I. Lima, Cybelle Rolim de


(Orientadora). II. Título.

613.2 CDD (23.ed.) BIBCAV/UFPE-04/2017


LUCÉLIA SANDY DA SILVA OLIVEIRA

CONSUMO PROTEICO POR PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

TCC apresentado ao Curso de Nutrição


da Universidade Federal de Pernambuco,
Centro Acadêmico de Vitória, como
requisito para a obtenção do título de
Bacharel em Nutrição

Aprovado em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Profº. Dr. Cybelle Rolim de Lima (Orientadora)
Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________
Profº. Dr. Luciana Gonçalves de Orange (Examinador Interno)
Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________
Profº. Ms. Sheylane Pereira de Andrade (Examinador interno)
Universidade Federal de Pernambuco
AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus, palavras não são suficientes para descrever tudo que Ele fez
em minha vida até aqui, sua bondade e fidelidade me acompanharam por toda essa
trajetória, e tenho certeza, que assim continuará sendo.

Agradeço em especial a minha amada mãe, Mauricélia Maria, por todo apoio
e todas as orações feitas à Deus em meu favor, pois sem elas, com certeza, eu não
teria chegado até aqui. Ao meu pai, Luiz Carlos, por todo apoio, conselhos e orações
e aos demais familiares, pela torcida e incentivo.

Aos meus amigos/irmãos de turma, que tornaram esses quatro anos de


graduação mais leves e agradáveis, além de sempre me incentivar e motivar a
crescer cada vez mais.

Aos professores e alunos integrantes do Projeto de Extensão “Nutrição Em


Movimento” pelo acolhimento e por todo aprendizado e amadurecimendo alcançado
durante esses dois anos. Como também pelo apoio e competência na coleta de
dados para realização deste trabalho.

À minha amiga, conselheira, professora e orientadora Cybelle Rolim, por todo


conhecimento transmitido, não só sobre a ciência da Nutrição, mas também sobre a
vida. Sou grata a Deus, por ter colocado uma pessoa tão iluminada em meu
caminho, a qual conduziu primorosamente minha vida acadêmica ao centro da
vontade de Deus. Aos demais professores do núcleo de Nutrição do Centro
Acadêmico de Vitória, por todos os conhecimentos, inspirações e exemplos de
excelentes profissionais, que exerceram notavelmente o honroso processo de
educação.
"Saberás, que o Senhor, teu Deus, é Deus, o Deus fiel”

Deuteronômio 7:9a
RESUMO

Introdução: a nutrição influencia de forma substancial no rendimento físico. Entre os


nutrientes da dieta, a proteína é imprescindível para a resíntese proteica
intramuscular e atenuação dos mecanismos proteolíticos, que ocorrem durante as
fases de recuperação pós-exercício, atuando como substrato e ocasionando,
consequente, hipertrofia muscular. Nesse sentido, as necessidades de proteínas são
ligeiramente aumentadas em pessoas ativas, no entanto, mesmo que a
recomendação diária total seja atingida, o consumo regular desse macronutriente
deve ser distribuído em vários momentos do dia. Objetivo: analisar o consumo
proteico de praticantes de exercícios físicos. Métodos: o estudo incluiu os
praticantes de exercícios físicos que procuraram atendimento nutricional no Projeto
de extensão “Nutrição em Movimento” no período de novembro de 2014 a agosto de
2016. A composição nutricional da dieta e da refeição pós-treino foi conhecida
utilizando-se o Recordatório de 24 horas. Resultados: foram analisados 24
indivíduos, sendo 12 mulheres (50,0%) e 12 homens (50,0%), a amostra obteve
média de idade de 22,4±5,2 anos, apresentando consumo médio de 1,53±0,6g de
proteína por quilograma de peso por dia, com distribuição irregular ao longo do dia, e
tendência ao maior consumo proteico na refeição do almoço. No momento pós-
treino, registrou-se uma média de consumo de 22,27±13,75g, no qual a maioria
apresentou consumo proteico de qualidade nutricional insatisfatória. Conclusões: a
população estudada apresentou, consumo proteico quantitativamente adequado,
porém com distribuição irregular por refeição e inadequação qualitativa,
evidenciando assim, a necessidade de atividades de educação nutricional e ajustes
dietéticos nas dietas dos indivíduos avaliados.
Palavras-chave: Atividade Física. Proteína. Treinamento.
ABSTRACT

Introduction: Nutrition has a substantial influence on physical performance. Among


dietary nutrients, protein is essential for intramuscular protein synthesis and
attenuation of proteolytic mechanisms, which occur during the post-exercise recovery
phases, acting as substrate and consequently causing muscle hypertrophy. In this
sense, protein requirements are slightly increased in active people, however, even if
the total daily recommendation is reached, regular consumption of this macronutrient
should be distributed at various times of the day. Objective: to analyze the protein
consumption of physical exercise practitioners. Methods: The study included exercise
practitioners seeking nutritional care in the Nutrition in Motion Extension Project from
November 2014 to August 2016. The nutritional composition of the diet and the post-
workout meal were known using the 24-hour Reminder. Results: Twenty-four women
(50.0%) and 12 men (50.0%) were analyzed. The mean age of the sample was 22.4
± 5.2 years, with an average intake of 1.53 ± 0.6 g of protein per kilogram of weight
per day, with an irregular distribution throughout the day and a trend towards higher
protein intake In the lunch meal. At the post-training moment, an average intake of
22.27 ± 13.75 g was recorded, most of which presented low protein quality of
nutritional quality. Conclusions: the population studied presented adequate
quantitative protein consumption, but with irregular distribution per meal and
qualitative inadequacy, evidencing the need for nutritional education activities and
dietary adjustments in the diets of the individuals evaluated.

Keywords: Physical activity. Protein. Training.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Evidências científicas sobre a oferta proteica por refeição e seu impacto
muscular. 20

Tabela 2 – Valores médios de consumo calórico e proteico de praticantes de


exercíos físicos. 27
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 09
2 REVISÃO DE LITERATURA 11
2.1 Efeitos do exercício físico sobre o músculo esquelético 11
2.2 Proteínas da dieta e exercício físico 14
2.3 Quantidade, qualidade e momento de ingestão proteica no exercício 15
físico
3 OBJETIVOS 21
4 METODOLOGIA 22
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 24
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 29
REFERÊNCIAS 30
ANEXO A 35
APÊNDICE A 37
9

1 INTRODUÇÃO
Está bem documentado na literatura científica que a nutrição influencia de
forma substancial no rendimento físico. Não há dúvida de que, a ingestão alimentar,
afeta a saúde, composição corporal, disponibilidade de substratos durante o
exercício, tempo de recuperação pós-esforço, e, em última análise, o desempenho
físico (RODRIGUEZ; DI MARCO; LANGLEY, 2009).
A American Dietetic Association, Dietitians of Canada e o American College of
Sports Medicine ressaltam que o exercício físico, o desempenho atlético e a
recuperação são reforçados por uma nutrição ideal. Estas instituições concordam
que, uma seleção adequada de alimentos e líquidos, tempo de ingestão dos
mesmos, e as escolhas de suplementos nutricionais são determinantes para uma
ótima saúde e desempenho físico (RODRIGUEZ ; DI MARCO; LANGLEY, 2009).
Entre os nutrientes da dieta, a proteína é imprescindível para a resíntese
proteica intramuscular e atenuação dos mecanismos proteolíticos, que ocorrem
durante as fases de recuperação pós-exercício (RENNIE et al, 2006, BIOLO, 1995)
atuando como substrato e ocasionando, consequente, hipertrofia muscular
(RODRIGUEZ; DI MARCO; LANGLEY, 2009). Segundo Bacurau (2000) e Uchida et
al (2006) a alimentação contribui com cerca de 60% para o ganho de massa
muscular.
As proteínas são as macromoléculas biológicas mais abundantes, ocorrendo
em todas as células, caracterizadas por polímeros de aminoácidos, unidos por
ligações covalentes. Vinte aminoácidos diferentes são comumente encontrados
nessa macromolécula, tendo como característica comum um grupo carboxila e um
grupo amino ligados a um mesmo átomo de carbono, diferindo uns dos outros em
suas cadeias laterais. Proteínas são moléculas dinâmicas, cujas funções dependem
das interações com outras moléculas, interações essas que são afetadas de
maneira fisiológica por mudanças sutis na conformação estrutural das mesmas
(NELSON; COX, 2014).
Segundo Pires et al (2006), esse macronutriente pode ser proveniente de
origem animal ou vegetal, sendo a proteína animal, considerada completa, de alto
valor biológico e com digestibilidade superior a 95% e a vegetal, de baixo valor
biológico e com digestibilidade entre 60 e 80%. A qualidade da proteína refere-se à
sua capacidade de satisfazer os requerimentos nutricionais do homem por
aminoácidos essenciais e não essenciais para fins de síntese proteica (BLANCO E
10

BRESSANI 1991 apud PIRES et al, 2006). De acordo Tipton e Wolfe (2007) fontes
comuns de proteínas incluem leite, soro de leite, caseína, ovo e produtos à base de
soja, e segundo McArdle, Katch e Katch (2001) as proteínas consideradas
completas, incluem ovos, leite, carnes, peixes e aves. As diferentes fontes desse
macronutriente e métodos de purificação podem afetar a biodisponibilidade e
concentração de aminoácidos no sangue, bem como a sua entrega ao tecido alvo.
Afirmando a necessidade de um planejamento de ingestão proteica para otimizar o
balanço nitrogenado e cinética de proteína muscular.

Nesse sentido, as necessidades de proteínas são ligeiramente aumentadas


em pessoas ativas (RODRIGUEZ; DI MARCO; LANGLEY, 2009). Muitos fatores
devem ser considerados para se determinar uma quantidade ideal de proteínas na
dieta de indivíduos praticantes de exercício físico. Esses fatores incluem a qualidade
da proteína, a ingestão de energia, a ingestão de carboidratos, o tipo e a intensidade
do exercício e o momento da ingestão proteica (CAMPBELL et al, 2007). No entanto,
mesmo que a recomendação diária total seja atingida, estudo demonstra a
relevância do consumo regular desse macronutriente, distribuído ao longo do dia
(BURD et al, 2009).
Sabendo da importância do consumo proteico por praticantes de exercícios
físicos, não só no que diz respeito à quantidade total ingerida por dia, mas também a
relevância da ingestão contínua de proteína, este estudo é pertinente e relevante na
perspectiva da identificação de comportamentos de riscos/inadequados no que
concerne ao consumo deste nutriente por parte destes indivíduos, com vista à
implementação de intervenções nutricionais eficientes para essa população.
11

2.REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Efeitos do exercício físico sobre o músculo esquelético

A musculatura esquelética representa aproximadamente 50% do peso corporal


total (NADER, 2005). As diferentes funções musculares são controladas por vias de
sinalização, as quais permitem que a fibra muscular responda as alterações nas
demandas metabólica e funcional do organismo. Logo, a musculatura esquelética é
reconhecida por sua alta capacidade adaptativa, frente a estímulos fisiológicos e
ambientais, com variações no tipo de fibra, tamanho e metabolismo, desta maneira é
considerado um tecido altamente responsivo a mudanças em demandas funcionais
(STEWART; RITTWEGER, 2006 apud FERNANDES et al, 2008).
O músculo esquelético é fundamental para manter a homeostasia bioenergética
de repouso e do exercício, sendo o principal tecido de transformação e
armazenamento de energia, responsável, principalmente, pela geração de força para
fins de locomoção e respiração (SANTOS, 2004). As interações sugerem que a
dinâmica na regulação da massa muscular esquelética não é apenas um balanço
entre síntese e degradação proteica, mas um processo de regulação complexa
ainda pouco conhecido (FERNANDES et al, 2008).
Importante estímulo à síntese proteica muscular é a pratica regular de exercício
físico. O treinamento de força é uma modalidade de exercícios resistidos no qual
indivíduo realiza movimentos musculares contra uma força de oposição, como por
exemplo, a musculação (BADILLO; AYESTARÁN, 2001; PROGRAMAS..., 1997). Já
o treinamento de endurance ou aeróbio consiste na realização de exercícios que
predominantemente necessitam do oxigênio para a produção de energia, tais como
corrida, ciclismo e remo, os quais são fundamentais para aprimorar as capacidades
pulmonar e cardiovascular (WILMORE; COSTILL, 2001). Porém, o exercício
resistido é mais efetivo no aumento da massa muscular esquelética, processo
denominado de hipertrofia muscular (FRY, 2004).
A hipertrofia muscular esquelética é caracterizada pelo aumento da área de
secção transversa do músculo esquelético, como também da fibra muscular, em
resposta ao aumento da síntese proteica, aumento do número e tamanho das
miofibrilas e adição de sarcômeros no interior da fibra muscular, processo que
acontece através do ciclo do dano e regeneração muscular. A biossíntese de novas
estruturas envolvidas na contração é uma das principais adaptações geradas no
12

músculo em decorrência do treinamento físico (MELONI, 2005; GLASS, 2005) e se


dá quando a síntese de proteína muscular excede a de degradação (BIESEK;
ALVES; GUERRA, 2010). Tal musculatura responde a estímulos fisiológicos como o
exercício físico, remodelando-se para se adaptar as novas demandas impostas por
esse estímulo. Esta adaptação é feita por estímulos extracelulares que interagem
com receptores de membrana ativando vias de sinalização intracelular, as quais
resultam em alterações na transcrição gênica e síntese proteica, e
consequentemente, promovem o remodelamento do tecido (FERNANDES et al,
2008).
Um das principais vias envolvidas nesse processo envolve as células satélites,
que são pequenas células miogenicas, localizadas entre o sarcolema e a lamina
basal das fibras musculares. Dependendo de certos estímulos, como o miotrauma,
que acontece no exercício, essas células são ativadas, e sintetizam diversas
proteínas que contribuem para modificar a característica do tecido. A partir disso
elas podem se diferenciar em mioblastos, os quais irão dividir-se, migrar e fundir-se,
contribuindo para a regeneração e crescimento do tecido muscular. Postula-se que
essas células são protagonistas no processo de reconstituição do tecido muscular
lesionado. (PARTRIDGE, 2003; ANDERSON, 2006; TAJIKA et al. 2007)
A síntese proteica é regulada em muitos níveis, e também envolve vários
mecanismos de sinalização intracelular, a via sinalizada pela serina/treonina quinase
- Akt (também conhecida como proteína quinase B - PKB) apresenta um papel
chave neste processo (FERNANDES et al, 2008). A Akt fosforila uma sequência de
substratos, incluindo mTOR, um componente chave da via de sinalização desses
mecanismos induzidos por fosforilação, e que é uma proteína quinase denominada
alvo da rapamicina em mamíferos (“mammalian Target of Rapamycin” – mTOR). A
leucina age na regulação da atividade do mTOR e, consequentemente, atua na
modulação da função de proteínas envolvidas tanto na tradução global, quanto na
seleção do RNA mensageiro especifico a ser traduzido (NABHOLZ, 2007).
13

Figura 1: Mecanismo molecular de iniciação da tradução de RNAm envolvendo o aminoácido


leucina. FONTE: Ra e Zemel, 2003 apud NABHOLZ, 2007.

Deste modo, o exercício representa significativo impacto sobre o


metabolismo, e os principais fornecedores de energia para o músculo durante o
esforço são as proteínas ingeridas através da alimentação, o pool corporal de
aminoácidos livres e a proteína tecidual. Todavia, observa-se que a proteína tecidual
é a fonte principal no fornecimento de aminoácidos para a oxidação e conversão de
glicose pela gliconeogênese (BIESEK; ALVES; GUERRA, 2010). As alterações no
turnover proteico ocorrem principalmente no período de pós-exercício de forma que
a ingestão de proteína é capaz de tornar o balanço proteico muscular positivo, por
14

meio da oferta de aminoácidos ao músculo e aumento de síntese proteica


(NABHOLZ, 2007).

2.2 Proteínas da dieta e exercício físico

O consumo de alimentos em quantidade e qualidade adequada é fundamental


para preservar a composição e função correta do organismo. A proteína dietética é
um macronutriente essencial para a manutenção das proteínas codificadas no
genoma humano, assim como outros compostos nitrogenados, os quais juntos
formam um sistema dinâmico no corpo para a troca de nitrogênio com o ambiente. A
quantidade de proteína a ser ingerida faz parte de uma dieta adequada para
alcançar as necessidades nutricionais de um indivíduo (WHO, 2002).
Desde a antiguidade o papel do consumo de proteínas no exercício físico vem
sendo observado, documentos gregos e romanos comprovam a evolução do
interesse na nutrição e na ingestão proteica no desporto olímpico, no sentido de que,
a introdução da carne na alimentação dos atletas potencializava a performance
desportiva e garantia vitórias (GRIVETTI e APPLEGATE, 1997)
As proteínas da dieta, após digestão e subsequente absorção intestinal,
fornecem aminoácidos ao organismo, que terão três destinos principais, o
anabolismo, o catabolismo e a síntese de compostos de pequeno peso molecular e
através dessas vias os aminoácidos auxiliarão na construção e manutenção dos
tecidos (BIESEK; ALVES; GUERRA, 2010). Os aminoácidos de cadeia ramificada
(ACR), leucina, isoleucina e valina, tem maiores efeitos anabólicos sobre o
metabolismo proteico, sendo a leucina, o mais importante para o ganho de massa
magra, por apresentar oxidação cerca de 25 vezes maior do que outros
aminoácidos. A administração de ACR aumenta a fosforilação de proteínas
envolvidas na regulação do processo de crescimento muscular e na inicialização do
processo de tradução de proteínas. Portanto, diversos mecanismos contribuem para
o efeito estimulatório da leucina sobre a síntese proteica, o qual é mediado pela
iniciação da tradução de RNA mensageiro, pela via de mTOr (NABHOLZ, 2007).
O aumento da intensidade e da duração do exercício causam maior utilização
de proteínas teciduais como substrato energético e consequentemente, a maior
necessidade proteica, que decorre de alterações na taxa de síntese proteica
muscular e da necessidade de manter maior massa muscular corporal (BIESEK;
ALVES. GUERRA, 2010). Nesse aspecto, considera-se maior a necessidade de
15

proteína em atletas, as quais são diferenciadas de acordo com o tipo de exercício.


No caso dos exercícios de endurance recomenda-se 1,2 a 1,4 g/kg de peso corporal
por dia, enquanto para os de resistência e força 1,6 a 1,7 g/kg de peso corporal por
dia (RODRIGUEZ; DI MARCO; LANGLEY, 2010).
Apesar das recomendações proteicas diárias para atletas serem acima do
recomendado em relação população geral, que de acordo com a RDA
(Recommended Dietary Allowances) é de 0,8 g/kg de peso corporal por dia
(LUPTON et al, 2005), Phillips, Chevalier e Leidy (2016) estimulam o consumo de
dieta hiperproteica por não atletas, recomendando 1,2 a 1,6 g/kg de peso corporal
por dia, com fontes de alta qualidade para alcançar resultados de saúde ideais
como, envelhecimento saudável, prevenção de sarcopenia, regulação de apetite,
melhora de composição corporal, controle de peso, prevenção e tratamento de
obesidade e benefícios no desempenho físico, e, apesar do “excesso” descarta a
hipótese de dano à função renal ou a saúde óssea. O estudo confirma que os atletas
também podem se beneficiar com essa ingestão mais elevada, dadas as execuções
da proteína no estímulo ao remodelamento muscular após o exercício.
Sobretudo, ainda que a recomendação diária total seja atingida, o estudo de
Burd et al (2009), demonstra a relevância do consumo desse macronutriente no
pós-exercício e sugere a importância da distribuição do consumo ao longo do dia.
Phillips, Chevalier e Leidy (2016) reforça que deve-se considerar não só
a quantidade total e qualidade da proteína, como também a dose por refeição e
tempo de ingestão.

2.3 Quantidade, qualidade e momento de ingestão proteica no exercício físico

Tendo em vista a importância da proteína no exercício físico, estudos veem


demonstrando seus efeitos e sugerindo uma melhor abordagem nutricional para
praticantes de exercício físico e atletas. Moore et al (2009) estimou pela primeira vez
uma dose sub-ótima de proteína no pós-exercício, através de uma análise da dose-
resposta de crescimento muscular e síntese de albumina, realizada com homens
jovens, após exercícios de resistência e ingestão proteica. O autor observou que a
síntese de proteína miofibrilar (MPS) foi estimulada ao máximo após a ingestão de
uma dose de 20g do nutriente, da mesma forma ocorreu com a síntese de albumina
(APS). O excesso de proteínas ingeridas foi direcionado a oxidação irreversível, e no
caso da leucina, a oxidação foi significativamente aumentada após a ingestão de 20
16

e 40g de proteínas. Estudos também demonstram que o consumo de pequenas


quantidades (10-20g) de proteína de alta qualidade após o exercício promove maior
aumento de volume muscular do que os carboidratos ingeridos isoladamente,
intensificando a resposta do organismo ao treinamento de longa duração
(LEVENHAGEN, 2002; BURKE; KEINS; IVY, 2007; RENNIE et al, 2004 apud SENA,
2015).

Yang et al (2012) avaliando em idosos a dose-resposta de crescimento


muscular com e sem exercício de força associado à ingestão de proteínas de soro
do leite, observou que tanto a ingestão de 20 quanto 40g de proteínas no pós-treino
estimulavam a MPS, porém a ingestão de 40g foi mais eficaz para ganho de massa
magra, tendo em vista que idosos possuem resistência anabólica, por mecanismos
intracelulares pouco elucidados, sendo assim uma maior estimulação proteica
ocasiona um maior ganho muscular. O autor conclui que a dose de proteína de soro
do leite ideal para adultos mais velhos sadios foi de 20 g e 40g, para o repouso e no
exercício de resistência, respectivamente.

Moore et al (2009) após propor a dose sub-ótima de proteína na refeição pós-


treino de homens jovens, mais tarde, comparou as alterações na composição
corporal de homens jovens e idosos, com a ingestão de quantidades variáveis de
proteína (0-40g) de alto valor biológico. Observando que não houve diferenças nas
taxas de MPS, sugerindo que os homens mais velhos saudáveis são menos
sensíveis à baixa ingestão de proteína e requerem uma ingestão relativamente
maior do que os jovens, em uma única refeição, para estimular ao máximo a taxa
pós-prandial de MPS (MOORE et al, 2014). Esses achados ratificam os resultados
do estudo de Yang et al (2012).

Entretanto, Symons et al (2009) procurou comparar mudanças na MPS e


eficiência anabolizante em resposta a uma única dose de proteína no pós-treino,
através do consumo de carne magra, com porção moderada (30g de proteína) e
grande (90g de proteína) em adultos e idosos saudáveis. O estudo demonstrou que
a porção de 30g de proteína aumentou da MPS em cerca de 50% em ambos os
voluntários, e, apesar de um aumento de três vezes no teor de proteína, não houve
elevação na MPS após a ingestão de 90g em qualquer faixa etária. Esse estudo
concluiu que a ingestão de mais de 30g de proteína em uma única refeição não
17

aumenta ainda mais a estimulação da síntese de proteínas do músculo em jovens e


idosos.

Essas evidências sugerem a importância da distribuição da ingestão proteica,


em vez de simplesmente a quantidade total de proteína consumida durante o dia e
na refeição pós-treino. Loenneke e colaboradores (2016) discutem a hipótese de que
a distribuição uniforme por refeição gera um equilíbrio entre a dose saturável e a
aminoacidemia, e subsequentemente a resposta de síntese de proteína muscular.

Mamerow et al (2014), observaram os efeitos da distribuição da oferta de


proteína no músculo esquelético de homens e mulheres saudáveis (n= 8). Foram
oferecidas dietas normocalóricas e normoproteicas, com aproximadamente 30g
proteína distribuída uniformemente nas três refeições principais e comparando com
o grupo que consumia cerca de 10g no café da manhã, 15g no almoço e 65g no
jantar, constatando que o consumo de uma quantidade moderada de proteína em
cada refeição, estimula a MPS de forma mais eficaz (25%) do que a inclinação para
o aumento da ingestão à noite.

Murphy et al (2015), examinaram como a distribuição do nutriente na dieta


afetou a MPS em idosos (n= 20) com sobrepeso e obesidade. O estudo mostrou que
a distribuição uniforme de 75g de proteína de soro de leite (3 doses de 25 g) durante
todo o dia estimulou a síntese de proteínas miofibrilares de forma mais eficaz do que
a distribuição assimétrica tradicional da população americana (10g no café da
manhã, 15g no almoço e 50g no jantar).

Estudo recente de Loenneke e colaboradores (2016) examinou em adultos


(n= 1081) se o consumo quantidades moderadas de proteína por refeição tem
relação com a massa magra e força muscular; concluindo novamente, que o
consumo mais frequente de refeições contendo entre 30 e 45 g de proteína produziu
aumento de MPS e força. Com a distribuição regular a MPS estabilizou em 45g, no
entanto, para aqueles que consumiram apenas uma refeição a resposta estabilizou
em 30g. Assim, a ingestão de 1-2 refeições diárias, com esse teor de proteínas pode
ser uma importante estratégia para aumentar e/ou manter a massa corporal magra e
a força muscular com o processo de envelhecimento.
18

Bollwein et al (2013), observou em 194 idosos saudáveis o efeito do consumo


de proteína fracionada nas três refeições principais, através da análise de
questionário alimentar, e sua relação com a fragilidade muscular. A amostra foi
subdividida em três grupos, pré-frágeis, frágeis e não frágeis e os níveis de
fragilidade foram definidos através da presença de determinados critérios, como:
perda de peso, exaustão, redução de atividade física, redução de força de preensão
e velocidade de marcha lenta. Foi registrada ingestão proteica de cerca de 1,07g/kg
de peso/dia (77,5g/dia). O risco de fragilidade não deferiu significativamente entre os
grupos, porém o grupo dos frágeis apresentaram consumo mais irregular em
comparação com os demais grupos. Os resultados constataram que a quantidade de
ingestão de proteínas não foi associada com fragilidade, mas a distribuição da
ingestão de proteica foi significativamente diferente entre os participantes frágeis,
pré-frágeis e não frágeis, sendo o grupo dos não frágeis associados a um consumo
mais fracionado.

Nesse sentido, considerando a quantidade proteica a ser ingerida, a


distribuição regular do consumo desse nutriente apresentou resultados benéficos na
maior parte dos estudos apresentados.

Em relação à qualidade e momento de oferta proteica, estudo realizado com


homens idosos saudáveis para determinar o efeito do consumo de 20g de caseína
micelar isolada ou proteínas de soro do leite sobre as taxas de síntese de proteína
miofibrilar (MPS) em repouso e após exercícios de resistência, demonstrou que
houve MPS tanto em repouso quanto no pós-exercício, porém a proteína do soro do
leite mostrou-se mais eficaz por suportar maiores taxas de MPS, provavelmente por
estar relacionada a uma maior leucinaemia (BURD et al, 2012).

Analisando as diferenças entre a administração apenas de proteínas do soro


do leite e caseína isolada para diferentes grupos, em indivíduos em jejum, os
resultados mostraram que as proteínas do soro aumentam os níveis de aminoácidos
no sangue rapidamente, porém logo decaem, enquanto que, com a caseína, o
aumento não é mais acentuado e se mantém estável no decorrer do tempo. Houve
um considerável aumento na síntese de proteínas no grupo que consumiu apenas
as proteínas do soro, enquanto que, no grupo da caseína houve uma considerável
diminuição da quebra de proteína, evidenciando suas propriedades anti-catabólicas.
19

Confirma-se assim que, devido a sua estrutura grande e complexa, a caseína tem
um tempo de absorção muito maior, sendo seu uso indicado principalmente onde
houver grandes períodos sem ingestão de alimentos. (BARBOSA; COSTA, 2016)

Na tabela 1 encontram-se reunidas as doses de oferta proteica por refeição


segundo alguns autores:
20

Tabela 1: Evidências científicas sobre a oferta proteica por refeição e seu impacto muscular

Oferta proteica por


Amostra Parâmetros avaliados Resultados
refeição

Adultos eutróficos 30g Aumento em 25% de


Mamerow et al (2014) MPS
(n= 8) MPS

Loenneke e Adultos eutróficos Aumento de ambos os


30-45g MPS e força muscular
colaboradores (2016) (n= 1081) parâmetros

Idosos eutróficos
Bollwein et al (2013) 25g Fragilidade muscular Redução de fragilidade
(n= 194)

Idosos com excesso de


25g
Murphy et al (2015) peso MPS Aumento de MPS

(n= 20)

*Síntese Proteica Miofiblifar = MPS


21

3 OBJETIVOS
Geral:
Avaliar o consumo proteico de praticantes de exercícios físico.

Específicos:

• Caracterizar a população segundo variáveis sociodemográficas;


• Determinar a quantidade diária de proteínas ingeridas pelos indivíduos
avaliados;
• Analisar os momentos de ingestão proteica e a quantidade por refeição;
• Avaliar a qualidade das proteínas ingerida no momento pós-exercício.
22

4 METODOLGIA
Trata-se de um estudo com delineamento do tipo transversal e descritivo, que
está inserido no Projeto de Extensão “Nutrição em Movimento” desenvolvido Centro
Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco (CAV/UFPE) desde
2014.
O estudo incluiu todos os indivíduos praticantes de exercícios físicos que por
demanda espontânea procuraram atendimento nutricional no projeto de extensão no
período de novembro de 2014 a agosto de 2016.
Foi realizada entrevista, por meio de questionário utilizando o software
AVANUTRI 4.0 aplicado na primeira consulta, por discentes do Curso de Graduação
em Nutrição do CAV/UFPE treinados e supervisionados por docente. O questionário
reuniu informações sociodemográficas (idade, sexo e grau de instrução) e da prática
de exercício físico (tipo de exercício realizado, tempo de prática, frequência semanal
e intensidade auto-referida).
Para avaliar o consumo alimentar, a composição nutricional da dieta e da
refeição pós-treino (quantidade de proteína de alto valor biológico ingerida
imediatamente após o exercício), foi utilizado o Recordatório de 24 horas (R24h)
(APÊNDICE A), sendo esse aplicado no momento da consulta pelo discente. Os
alunos foram orientados para o preenchimento do R24h, destacando-se a
necessidade de se considerar todos os itens, variações dos alimentos e
quantidades. Para informação sobre as medidas usuais de consumo foram utilizadas
ilustrações de alguns utensílios domésticos (exemplos: "copo de requeijão", colheres
de sopa, sobremesa e café, escumadeira, concha). Todos os R24h foram revisados
no momento do recebimento para minimizar possíveis erros de preenchimento e,
posteriormente, novamente avaliados para verificação da consistência dos dados.
Para avaliar a refeição pós-treino, era solicitado aos participantes que sinalizasse
qual era essa refeição em seu R24, considerando seu horário de realização de
exercício físico. Os R24h foram analisados e mensurados quanto a quantidade de
calorias e nutrientes de acordo com a Tabela de Composição Nutricional dos
Alimentos – TACO (IBGE, 2011), com o auxílio do Tabela para Avaliação de
Consumo Alimentar em Medias Caseiras (2008).
Para verificar se a ingestão proteica diária e no pós-treino estava adequada
foi coletado a massa corporal de todos os avaliados, uma vez que a recomendação
de proteína é dada por quilograma de peso corporal por dia (kg/dia). Assim, ainda na
23

primeira consulta foi realizada a avaliação antropométrica, tendo sido aferida a


massa corporal dos participantes. Os indivíduos trajavam o mínimo de roupa
possível no momento da avaliação e esta foi realizada em local reservado do
Laboratório de Avaliação Nutricional, para evitar qualquer tipo de constrangimento
ao individuo. Os atendimentos tinham uma duração de, aproximadamente, uma
hora.
Para a determinação do peso corporal foi utilizada uma balança eletrônica,
capacidade 150kg com divisão de 100g, sendo esse mensurado segundo técnicas
preconizadas por Lohman et al, (1988).

As variáveis quantitativas estudadas foram a ingestão calórica e proteica total,


o consumo no pós-treino e o fracionamento ao longo do dia. Para verificar a
adequação na ingestão total proteínas foi considerada a recomendação diária para
praticantes de exercício físico a oferta de 1,2 a 1,6 g/kg (PHILLIPS; CHEVALIER;
LEIDY, 2016). A recomendação de ingestão pós-exercício foi avaliada de acordo
com a dose sub-ótima de 20g proposta por Moore et al (2009) e o consumo
fracionado a partir das recomendações que variam de 25-45g por momento
(BOLLWEIN et al, 2013; MAMEROW et al, 2014; MURPHY et al, 2015; LOENNEKE
e colaboradores, 2016).
A construção do banco de dados foi realizada no programa Microsoft Office
Excel 2010, sendo utilizada a estatística descritiva (frequências e porcentagens,
média, desvio padrão (DP), valores máximos e mínimos para apresentação dos
resultados).
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco (CEP/
CCS/UFPE) UFPE (CEP/ CCS/UFPE) (CAEE: 46600415.4.0000.5208) (ANEXO A).
24

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o período de estudo foram avaliados 24 indivíduos, sendo 12


mulheres (50,0%) e 12 homens (50,0%), com média de idade de 22,4±5,2 anos,
observando-se maior prevalência de adultos jovens, com peso médio de 70,
62±18,89 kg. Em relação ao grau de instrução dos avaliados, 87,5% (n= 21)
referiram ensino superior em andamento, 4,2% (n= 1) superior completo, 4,2% (n=
1) superior incompleto (interrompido) e 4,2% (n= 1) fundamental II completo.
No tocante a prática esportiva registrou-se que o tipo de exercício mais
praticado foi à musculação 37,5% (n= 9) e o alternado entre força e aeróbio
37,5%(n= 9). A maior parte dos indivíduos 87,5% (n= 21) praticam exercício físico
com frequência de 3 à 5 vezes na semana, com intensidade moderada 66,6% (n=
16) e leve 33,3% (n= 8), sendo o horário de preferência a tarde 45,8% (n= 11),
seguido da noite 29,1% (n= 7) e referindo se exercitar por um tempo > 60 minutos
50,0% (n= 12).
De acordo com os resultados obtidos referentes ao valor energético total (VET)
ingerido, a população estudada apresentou consumo médio de 2216,6±916,71 kcal
ao dia, valor que se assemelha com o recomendado pela Sociedade Brasileira de
Medicina do Esporte (HERNANDEZ; NAHAS, 2009), descreve que as necessidades
energéticas para adultos de ambos os sexos, saudáveis, leve a moderadamente
ativos, é de 2.000 a 3.000kcal por dia. Porém, apesar do consumo próximo a
recomendação, notou-se a elevada ingestão de alimentos processados e ultra
processados, como refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos, leite
achocolatado e entre outros, fornecendo apenas calorias vazias, as quais
contribuem caloricamente, mas não fornecem nutrientes essenciais (CHAUD;
MARCHIONI, 2004) e colaboraram significativamente no somatório do VET ingerido.

Pode-se observar também, a redução brusca no consumo de calorias por parte


de alguns indivíduos que buscavam perda de peso corporal (valor mínimo de
consumo= 961kcal), no entanto, sabe-se que dietas extremamente restritivas e
rígidas são insustentáveis, além disso, tais hábitos podem provocar perda de
grandes quantidades de água, eletrólitos, minerais, reservas de glicogênio e tecido
magro (incluindo proteínas musculares), com quantidades mínimas de perda de
gordura. (PROGRAMAS..., 1997)
25

Embora a maior parte dos indivíduos avaliados tenha apresentado ingestão


calórica total dentro das recomendações segundo Hernandez e Nahas (2009), ao se
relacionar essa ingestão ao peso corporal, foi registrado um consumo calórico médio
por quilograma de peso corporal de 32,43±14,93 kcal/kg por dia, valor abaixo do
recomendado pela mesma para manutenção de saúde e melhora do desempenho,
que é de 37 a 41kcal/kg. Possivelmente o baixo consumo calórico relacionado ao
peso não alcançou as necessidades nutricionais, devido ao objetivo comum da
maior parte dos indivíduos, que foi a redução do percentual de gordura. Entretanto
deve-se assegurar pelo menos o mínimo da recomendação, como proposto por
Hernandez e Nahas (2009).
No que se refere à quantidade de proteína total ingerida, a população estudada
apresentou um consumo médio de 104,6±36,82 g/dia. Em relação ao consumo
proteico por quilograma de peso corporal os indivíduos ingeriam em média
1,53±0,6g de proteína por kg de peso por dia, estando esse consumo dentro da
recomendação de Phillips, Chevalier e Leidy (2016) 1,2 a 1,6 g/kg de peso por dia.
No entanto, cabe ressaltar que foi registrado valor mínimo de consumo proteico de
0,88g/kg, valor muito aquém do recomendado para a população fisicamente ativa, o
que pode gerar danos na resíntese proteica intramuscular que ocorre nas fases de
recuperação pós-exercício, prejudicando o desempenho e o ganho de massa
muscular (RENNIE et al, 2006, BIOLO et al, 1995).

Embora tenha sido registrados valores muito abaixo do recomendado para a


população fisicamente ativa como referenciado acima, em nosso estudo foi também
constatado consumo exacerbado de proteína (3,41g/kg por dia), o qual foi observado
em um dos indivíduos avaliados que justificou o alto consumo proteico a busca da
hipertrofia muscular. No entando, vale ressaltar que o consumo de proteínas acima
das recomendações nutricionais não contribui para o aumento de massa muscular,
podendo ainda repercutir negativamente com maior excreção urinária de cálcio
devido diminuição da reabsorção tubular, resultando no balanço negativo do cálcio e
afetando a reabsorção óssea (PEDROSA et al, 2009).
Nesse contexto, os praticantes de exercícios devem ser sensibilizados de que
o aumento do consumo proteico na dieta além dos níveis recomendados não leva ao
aumento adicional da massa magra, devido o limite para o acúmulo de proteína
tecidual. (HERNANDEZ; NAHAS, 2009). Maestá et al (2008), confirma tal afirmação,
26

num estudo que avaliou o efeito da oferta crescente de proteína sobre o ganho
muscular em praticantes de musculação (>2 anos). Os testes foram divididos em
três etapas com duração de duas semanas cada, onde foram ofertadas três tipos de
dietas, D1, D2 e D3 contendo 0,88, 1,5 e 2,5g de proteína/kg/dia, respectivamente.
Ao término do estudo houve um aumento significativo de massa muscular em
relação às dietas D1 e D2, porém sem diferenças entre D2 e D3. Os autores afirmam
que o consumo proteico por praticantes de atividade física deve ser inferior a 2,5g/kg
ao dia.
Com relação à média de ingestão proteica nas refeições principais, foi
observada distribuição irregular (Desjejum: 17,35±9,51g, almoço: 39,35±15,67g,
jantar: 23,05±12,78g), onde houve uma tendência ao maior de consumo proteico na
refeição do almoço, em contraste com o que ocorre na população americana, onde o
maior consumo tende a ocorrer no jantar, como é mostrado nos estudos de
Mamerow et al (2014) e Murphy et al (2015), o que é uma característica comum dos
hábitos alimentares americanos, conforme os dados do NHANES 2009–2010
(ANAND et al, 2012).
Quanto ao consumo de proteína de Alto Valor Biológico (AVB) no momento
pós-treino, registrou-se um valor de 22,27±13,75g, aproximado da dose sub-ótima
(20g) proposta por Moore et al (2009), pois boa parte dos indivíduos, 33,33% (n= 8),
apresentaram consumo próximo a tal recomendação. O alcance dessas
recomendações nesse momento crucial é importante para aplacar os mecanismos
proteolíticos que ocorrem após a atividade física e estimular a síntese proteica
muscular (RENNIE et al, 2006, BIOLO et al, 1995).
Porém, pode se observar refeições com baixíssimo consumo de proteína de
AVB (4,24g) e outras com teores proteicos muito elevados (47,85g). Segundo Moore
et al (2009) a ingestão proteica elevada não é aproveitada pelo organismo e
direcionado a oxidação irreversível. Confirmando tal hipótese, os achados de
Symons et al (2009) também afirmam que o consumo de cerca de 30g de proteína
de AVB no pós-exercício estimula a MPS, porém o aumento da dose é ineficaz. Os
dados de consumo calórico e proteico da população estudada seguem expostos na
tabela 2.
27

Tabela 2 – Valores médios de consumo calórico e proteico de


praticantes de exercícios físicos.

Variáveis Consumo

VET Total Ingerido (kcal/dia)

Média ± desvio padrão 2216,6±916,71

Mínimo - máximo 961 - 4264,1

VET Recomendado (2000 a


3000kcal/dia)*
VET Ingerido (kcal/kg)

Média ± desvio padrão 32,43±14,93

Mínimo - máximo 16,74 – 82,77


VET Recomendado (37 a
41kcal/kg)**
Proteína Ingerida (Total/dia)

Média ± desvio padrão 104,5±36,82

Mínimo - máximo 53,45 - 177,42

Proteína Ingerida (g/kg)

Média ± desvio padrão 1,53±0,6

Mínimo - máximo 0,88 - 3,41

Proteína Recomendada (1,2 a


1,6g/kg)***

Consumo proteico/refeição (g)

Desjejum 17,35±9,51

Colação 6,25±6,94

Almoço 39,35±15,67

Lanche 9,67±10,12

Jantar 23,05±12,78

Ceia 5,16±8,14

Consumo no proteico de AVB no


pós-treino (g)

Média ± desvio padrão 22,27±13,75

Mínimo – máximo 4,24 - 47,85


28

Proteína de AVB recomendada no


pós-treino (20 a 30g)****

Alto Valor Biológico= AVB; Valor Energético Total= VET

*Valores médios de recomendação calórica para praticantes de atividades físicas (HERNANDEZ;


NAHAS, 2009). **Valores médios de recomendação calórica relacionado ao peso (HERNANDEZ;
NAHAS, 2009). ***Valores médios de recomendação proteica para praticantes de atividades físicas
(PHILLIPS; CHEVALIER; LEIDY, 2016). ****Valores médios de recomendação de proteína de AVB no
pós-treino (MOORE et al, 2009; SYMONS et al, 2009)

Deve-se considerar também a importância do perfil de aminoácidos da


proteína de alto valor biológico no disparo da iniciação da síntise proteica, em
especial os ACR, principalmente leucina, que possuem efeitos anabólicos no
metabolismo muscular, através da fosforilação de proteínas envolvidas em tal
processo. A leucina atua na iniciação da tradução de RNA mensageiro, esse
mecanismo de estimuação está relacionado ao fato do aumento da concentração
intracelular desse aminoácido promover a ativação de via de mTOr, que tem papel
fundamental na modulação da função de proteínas envolvidas na tradução global e
na seleção do RNA mensageiro a ser traduzido (NABHOLZ, 2007; DA MATA;
NAVARRO, 2012). Como foi observado uma escolha adequada de proteínas de
qualidade no pós-treino da população estudada, é esperado que as mesmas
auxiliem no processo de recuperação muscular e síntese de proteína miofibrilar.
29

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados do presente trabalho evidenciaram que a população de
indivíduos estudados apresentou consumo proteico adequado, entretanto a
distribuição regular por refeição foi insatisfatória, apresentando momentos de
elevado e baixíssimo consumo. Além da inadequação quanto ao consumo
fracionado, foi observado que apesar de alguns inivíduos apresentarem uma
ingestão adequada de proteínas de alto valor biológico no momento pós-treino, a
maioria deles registrou consumo de fontes proteicas de baixa qualidade nutricional
nas demais refeições.
Nesse sentido, pelo exposto surge a necessidade de atividades de educação
nutricional e ajustes dietéticos do ponto de vista qualitativo nas dietas dos indivíduos
avaliados, tendo em vista os benefícios de uma dieta balanceada em termos de
calorias e nutrientes, em especial as proteínas, na saúde, recuperação muscular e
desempenho físico do esportista.
30

REFERÊNCIAS

ANAND, J. et al. What we eat in America, NHANES 2009–2010: documentation and


data files. 2012. Disponível em: <http://www. ars. usda. gov/Services/docs. htm,>.
Acesso em: 16 out. 2016.

ANDERSON, J.E. The satellite cell as a companion in skeletal muscle plasticity:


currency, conveyance, clue, connector and colander. The Journal of Experimental
Biology, v. 209, p. 2276-2292, 2006.

BACURAU, R. F. Nutrição e suplementação esportiva. São Paulo: Phorte, 2000.

BADILLO, J.J.G.; AYESTARÁN, E.G. Fundamentos do Treinamento de Força:


Aplicação ao Alto Rendimento Esportivo. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.

BARBOSA, G.; COSTA, L. Benefícios da Proteína do Leite para o Sono e Nutrição


Esportiva. 2015. Disponível em: < http://viafarmanet.com.br/wp-
content/uploads/2015/07/CASE--NA.pdf>. Acesso em: 9 nov. 2016.

BEISEK, S.; ALVES, L. A.; GUERRA, I. Estratégias de Nutrição e Suplementação


no Esporte. Barueri: Manole, 2010.

BIOLO, G. et al. Increased rates of muscle protein turnover and amino acid transport
after resistance exercise in humans. American Journal Physiol. v. 268. n.3 Mar.
1995.

BLANCO, A.; BRESSANI, R. Biodisponibilidad de aminoácidos in el frijol (Plhaseolus


vulgaris). Archivos Latinoamericano de Nutrición, v. 41, n. 1, p. 38-51, 1991.

BOLLWEIN, J. et al. Distribution but not amount of protein intake is associated with
frailty: a cross-sectional investigation in the region of Nürnberg. Nutrition journal, v.
12, n. 1, p. 1, ago. 2013.

BURD, N. A. et al. Exercise training and protein metabolism: influences of


contraction, protein intake, and sex-based differences. Journal of Applied
Physiology, v. 106, n. 5, p. 1692-1701, nov. 2009.
BURD, N. A. et al. Greater stimulation of myofibrillar protein synthesis with ingestion
of whey protein isolate v. micellar casein at rest and after resistance exercise in
elderly men. British Journal of nutrition, v. 108, n. 6, p. 958-962, set. 2012.
31

BURKE, L.M., KEINS, B., IVY, J.L. Carbohydrates and fat for training and recovery.
Journal Sports Science, v. 22, p.15-30, fev. 2007.

CAMPBELL, B. et al. Journal of the International Society of Sports Nutrition. Journal


of the International Society of Sports Nutrition, v. 4, n. 8, p. 8, set. 2007.

CHAUD, D. M. A; MARCHIONI, D.M.L. Nutrição e mídia: uma combinação às vezes


indigesta. Higiene Alimentar, v. 116, n. 117, p. 18-21, 2004.

FERNANDES, T. et al. "Determinantes moleculares da hipertrofia do músculo


esquelético mediados pelo treinamento físico: estudo de vias de sinalização.
Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 7, n.1, p.169-188, 2008.

FRY, A.C. The role of the resistance exercise intensity on muscle fibre adaptations.
Sports Medicine, v. 34, n.10, p.663-679, ago. 2004.

GLASS, D.J. Skeletal muscle hypertrophy and atrophy signaling pathways. The
International Journal of Biochemistry & Cell Biology, v. 37, n.10, p.1974-1984,
out. 2005.

GRIVETTI, L.; APPLEGATE E. Symposium: Nutrition and Physical Performance: a


century of progress and tribute to the modern Olympic movement – From Olympia to
Atlanta: a cultural-historical perspective on diet and athletic training. Journal
Nutrition. v. 127, n.5, p.860-868, maio 1997;

HERNANDEZ, A. J.; NAHAS, R. M. Modificações dietéticas, reposição hídrica,


suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais
riscos para a saúde. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 15, n. 3, p. 3-
12, abr. 2009.

IBGE. Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009: Tabela de composição


nutricional dos alimentos consumidos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2011.
Institute of Medicine’s Food and Nutrition Board. Institute of a medicine of the
national academics, 2005.
LEVENHAGEN, D.K., et. al. Post exercise protein intake enhances whole-body and
leg protein accretion in humans. Medicine Science Sports Exercise. v.24, p. 828-
837, maio 2002.
32

LOENNEKE, J. P. et al. Per meal dose and frequency of protein consumption is


associated with lean mass and muscle performance. Clinical Nutrition, v. 35, n. 6,
p. 1506-1511, dez. 2016.

LOHMAN, T.G.; ROCHE, A.E.; MARTORELL, R. Anthropometric standardization


reference manual. Illinois: Human Kinetics Books, 1988.

LUPTON, J.R. et al. Panel on dietary reference intakes for macronutrients. Institute of
medicine of the national academics. 2005.

MAESTÁ, N. et al. Efeito da oferta dietética de proteína sobre o ganho muscular,


balanço nitrogenado e cinética da 15N-glicina de atletas em treinamento de
musculação. Revista brasileira de medidina do esporte. v. 14, n. 3, p. 215-220,
2008.

MAMEROW, M. M. et al. Dietary protein distribution positively influences 24-h muscle


protein synthesis in healthy adults. The Journal of nutrition, v. 144, n. 6, p. 876-
880, jan. 2014.

DA MATA, G. R.; NAVARRO, F. O efeito da suplementação de leucina na síntese


protéica muscular. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 3, n. 17, out. 2012.

MCARDLE W.D.; KATCH F.I.; KATCH F.L. Nutrição para o desporto e o exercício.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

MELONI, V. H. M. O Papel da Hiperplasia na Hipertrofia do Músculo Esquelético.


Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. V. 7, n.1, p.59-
63, 2005.

MOORE, D. R. et al. Ingested protein dose response of muscle and albumin protein
synthesis after resistance exercise in young men. The American journal of clinical
nutrition, v. 89, n. 1, p. 161-168, jan. 2009.

MOORE, D. R. et al. Protein ingestion to stimulate myofibrillar protein synthesis


requires greater relative protein intakes in healthy older versus younger men. The
Journals of Gerontology Series A: Biological Sciences and Medical Sciences, v.
70, n. 1, p. 57-62, jul. 2014.
33

MURPHY, C. H. et al. Hypoenergetic diet-induced reductions in myofibrillar protein


synthesis are restored with resistance training and balanced daily protein ingestion in
older men. American Journal of Physiology-Endocrinology and Metabolism, v.
308, n. 9, p. 734-743, maio 2015.

NABHOLZ, T. V. Nutrição Esportiva: Aspectos Relacionados à Suplementação


Nutricional. São Paulo: Sarvier, 2007.

NADER, G.A. Molecular determinants of skeletal muscle mass: getting the "AKT"
together. International Journal of Biochemistry Cell Biology, v. 37, n. 10, 1985-
1996, out. 2005.

NELSON, D. L.; COX, M. M. Lehninger principios de bioquímica. Artmed, 2014.

PARTRIDGE, T. The Role of Satellite Cells and Circulating Stem Cells in


Regeneration of Skeletal Muscle. Basic Applied Myology. v. 13, n. 6, p. 277-280,
2003.

PEDROSA, R. G. et al. Dieta rica em proteína na redução do peso corporal. Revista


de Nutrição, v. 22, n. 1, p. 105-111, fev. 2009.

PHILLIPS, M.; CHEVALIER, S.; LEIDY, H. J. Protein “requirements” beyond the


RDA: implications for optimizing health 1. Applied Physiology, Nutrition, and
Metabolism, v. 41, n. 5, p. 565-572, maio 2016.

PIRES, C. V. et al. Qualidade nutricional e escore químico de aminoácidos de


diferentes fontes protéicas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 26, n. 1, p. 179-
187, jan/mar. 2006.

PROGRAMAS adequados e inadequados para redução de peso. Revista Brasileira


de Medicina do Esporte, v. 3, n. 4, p. 125-130, out/dez. 1997.

RENNIE, M. J. et al. Branched-chain amino acids as fuels and anabolic signals in


human muscle. Journal of Nutrition, v.136, n. 1, p. 264-268, jan. 2006.

RENNIE, M.J. et. al. Control of the size of the human muscle mass. Annual Review
of Physiology. v. 66, p. 799-828, mar. 2004.
34

RODRIGUEZ, N. R. et al. Nutrition and athletic performance. Medicine and science


in sports and exercise, v. 41, n. 3, p. 709-731, mar. 2010.

RODRIGUEZ, N. R.; DI MARCO, N.M.; LANGLEY, S. Canada, and the American


College of Sports Medicine. Nutrition and athletic performance. Medicine Science
Sports Exercise, v. 41, n. 3, p. 709-31, mar. 2009.

SANTOS, P.J.M. Fisiologia do Músculo Esquelético. Faculdade de Educação


Física da Universidade do Porto. v. 1, 1-32, 2004.

SENA, R. T. N. Características da avaliação da ingestão de proteínas do consumo


alimentar de praticantes de exercício de força. Universidade de Brasília, 2015.

STEWART, C.E.; RITTWEGER, J. Adaptative processes in skeletal muscle:


molecular regulators and genetic influences. Journal of Musculoskeletal and
Neuronal Interactions, v. 6, 73-86, 2006.

SYMONS, T. B. et al. A moderate serving of high-quality protein maximally stimulates


skeletal muscle protein synthesis in young and elderly subjects. Journal of the
American Dietetic Association, v. 109, n. 9, p. 1582-1586, set. 2009.

TAJIKA, Y. et al. VAMP2 is expressed in muscle satellite cells and up-regulated


during muscle regeneration. Cell and Tissue Research, v. 328, p. 573-581, jun.
2007.

TIPTON K.D.; WOLFE. R. R. Protein and amino acids for athletes. Journal of
Sports Scicenes, v.22. n.1, p. 65-79, fev. 2007.

UCHIDA, M. C. et al. Manual de musculação: uma abordagem teórico-prática do


treinamento de força. 4. ed. São Paulo: Phorte, 2006.

WILMORE, J.H.; COSTILL, D.L. Fisiologia do Esporte e do Exercício:


Metabolismo e Sistemas Energéticos Básicos. 2 ed. São Paulo: Manole, 2001.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Protein and amino acid requirements in human


nutrition. WHO Technical report series. Geneva, Switzerland; 2002.

YANG, Y. et al. Resistance exercise enhances myofibrillar protein synthesis with


graded intakes of whey protein in older men. British Journal of nutrition, v. 108, n.
10, p. 1780-1788, nov. 2012.
35

ANEXO A – Parecer Consubstanciado do CEP


36
37

APÊNDICE A – Recordatório de 24 horas.

Nome: ___________________________________________________________ Idade: _________

Avaliador: ________________________________________________________________________

RECORDATÓRIO 24 HRS

Refeição Horário Alimentos Quantidade

Desjejum

Colação

Almoço

Lanche

Jantar

Ceia

OBS:...........................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................................

Você também pode gostar