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Pró-Reitoria Acadêmica

Escola de Humanidades, Negócios e Direito


Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em
Economia de Empresas

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO BASEADO


EM PATENTES NO BRASIL

Autor: Nome do aluno

Orientador: Dr. Matheus S. de Paiva

Brasília - DF
2021
NOME DO ALUNO

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO BASEADO


EM PATENTES NO BRASIL

Brasília - DF
2021

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................4
2 MÉTODO................................................................................................................................8
3 DESENVOLVIMENTO.........................................................................................................9
3.1 O SISTEMA DE PATENTES BRASILEIRO....................................................................9
3.2 POTENCIALIDADES ECONÔMICAS DAS PATENTES NO DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO NO BRASIL..................................................................................................16
3.3 INSTITUIÇÕES DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E SEU POTENCIAL
ECONÔMICO.......................................................................................................................23
3.4 INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO................................................27
3.4 A LEI DE PATENTES DE 28 DE AGOSTO DE 1830...................................................34
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................40
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................45
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1 INTRODUÇÃO

A Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE)


enfatiza que o crescimento da economia a longo prazo depende da criação e promoção
de um ambiente que incentiva a inovação e a aplicação de novas tecnologias. As
atividades inovadoras sustentam a economia, a produtividade e o crescimento. Países
que geram inovações e criam tecnologias ou incentivam a adoção dessas novas
tecnologias crescem mais rápido do que aqueles que não fazem isso. A inovação é
apontada como o fator provável que impulsiona a produtividade e o crescimento
econômico (ATUN, HARVEY, WILD, 2007).
Apesar do conceito de “inovação” ser amplamente utilizado na economia, sua
definição não contempla toda a sua dimensão, tornando-se um termo complexo em
Economia. De forma simplista, inovação “consiste no processo de transformar uma
ideia ou invenção num bem ou serviço” (PAIVA et al., 2018).
De acordo com Araújo et al., (2010) inovação consiste na junção de habilidades,
talentos e conhecimentos, por isso, representa, para o setor empresarial, menos gastos e
maior satisfação de seus clientes, e, para a sociedade um progresso real, uma vez que,
por meio da inovação, há introdução de novidades ou aperfeiçoamentos no ambiente
produtivo ou social, resultando em novos produtos, processos ou serviços.
Nessa direção, um dos principais indicadores do grau de inovação tecnológica de
um país é o total de patentes. Em um ranking anual elaborado por Organização Mundial
de Propriedade Intelectual (OMPI), Cornell University (EUA) e INSEAD (escola
francesa de administração), o Brasil avançou nas áreas de inovação e ganhou quatro
posições no Índice Global de Inovação 2020, ficando agora em 62º lugar entre 131
países (MOREIRA, 2020). Os avanços nessa área são considerados um pilar para o
estímulo à inovação, principalmente para o combate à pandemia da Covid-19. Um
exemplo atual é o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19, que envolve a
colaboração entre empresas do setor farmacêutico e autoridades públicas.
Dados do Instituto Nacional da Propriedade Industrial mostra que em 2018
foram depositados 27.444 pedidos de patentes sobre invenções e modelos de utilidade,
no entanto, a origem dos depositantes de patentes de invenção no Brasil foi variada:
30% dos Estados Unidos; 20% do Brasil; 8% da Alemanha; 7% do Japão; 5% da
França; 4% da Suíça; Holanda, China e Reino Unido tiveram participação de 3%, cada;
Itália, 2% (INPI, 2019).
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Para compreender sobre como a inovação impulsiona a economia, é fundamental


o entendimento sobre os conceitos básicos e a importância de “patente”. Destaca-se que
patente é uma inovação bem desenvolvida, que tem finalidade, eficiência, eficácia,
estruturação, e lei própria. Para fazer uma patente em primeiro lugar esta tem que ter um
sentido, precisa ser publicável, além disso, precisa solucionar um ou vários problemas.
Em síntese, patente consiste no direito de exclusividade e exploração temporária
de uma invenção ou modelo de utilidade concedido por um governo á pessoas físicas ou
jurídicas (ARAÚJO et al., 2010). Ainda sobre a definição de patente Jungmann, (2010,
p. 45) diz que é um “título de propriedade temporária concedido pelo Estado àqueles
que inventam novos produtos, processos ou fazem aperfeiçoamentos destinados à
aplicação industrial”.
Portanto, patente é o instrumento de proteção mais utilizado no processo de
inovação, por isso, é importante dizer que patente são concessões do Estado que torna
público o que o inventor realizou, pois detalha todo o seu conteúdo técnico da matéria
protegida pela patente, incentivando assim novas criações e inovações (ARAÚJO et al.,
(2010; JUNGMANN, 2010).
As patentes são talvez os instrumentos jurídicos mais importantes para a
proteção intelectual de direitos de propriedade. Uma patente possui como objeto de
proteção uma invenção ou modelo de utilidade que envolve novos produtos e/ou
processos com aplicabilidade industrial, a Legislação aplicável é a Lei da Propriedade
Industrial (LPI), nº 9.279/1996. Para ter o título concedido de patente os requisitos são:
ser uma novidade, ser uma atividade inventiva, e ter aplicação industrial. O direito
assegurado ao titular da patente é exclusividade de produzir, usar, vender e exportar no
país onde a proteção foi concedida. O prazo de validade para patente de invenção é de
20 anos contados da data do pedido de depósito, e 15 anos para modelo de utilidade
(mudanças na forma de um objeto para melhorar o uso ou a fabricação), contados da
data do pedido de depósito. No Brasil o requerimento de patentes é feito no Instituto
Nacional da Propriedade Industrial (INPI), sendo que são exemplos requeridos para
patentes: máquinas, equipamentos, produtos químicos, farmacêuticos, compostos
alimentares, processos de melhoramento genéticos (JUNGMANN, 2010).
Para ser patenteável, uma inovação deve ser nova no sentido de não constituir
parte da técnica anterior, ou não ser já de domínio público. Uma inovação patenteável
também deve envolver uma etapa inventiva, o que significa que não deve ser óbvia para
uma pessoa com habilidades comuns em um determinado campo de aplicação. A
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inovação também deve ser útil para ser patenteável; ou seja, deve permitir a solução de
um problema particular em pelo menos a construção de um aplicativo (LIMA, 2020).
Em um passado recente, uma série de questões foram levantadas em relação aos
efeitos potenciais de diferentes graus e formas de proteção de patentes sobre várias
medidas econômicas e sociais. Considerando as diferenças econômicas entre os países,
pode haver necessidade de questionar a suposição de aplicar o mesmo padrão de patente
a todos. Uma estratégia nacional pode precisar ser efetivamente criada com base nos
requisitos e prioridades únicas de um país (GARCEZ JÚNIOR, MOREIRA, 2017;
PAIVA, SHIKI, 2017).
Abordar questões sobre como o sistema de patentes pode desempenhar um papel
importante na promoção do desenvolvimento e na erradicação da pobreza certamente
contribuirá para uma melhor compreensão do papel do sistema de patentes na gama
mais ampla de medidas políticas nacionais de desenvolvimento e para formular uma
política de patentes que atenda aos interesses dos brasileiros (GARCEZ JÚNIOR,
MOREIRA, 2017; PAIVA, SHIKI, 2017). Nesse sentido esse trabalho tem como
objetivo geral: Descrever sobre a contribuição do desenvolvimento econômico baseado
em patentes no Brasil.
Segundo Yeganiantz (1998), a literatura de propriedade intelectual não tinha
uma visão idealista até o final da década de 1980, ou seja, todas as descobertas e
conhecimentos são patrimônio comum de toda a humanidade e devem estar abertos a
todos. É nesse período que a economia mundial passa por um grande processo de
transformação e ainda se encontra em um cenário de transição para uma sociedade do
conhecimento, na qual o processamento da informação e a pesquisa científica são a base
e a estratégia. Desde a década de 1990, as opiniões dos pesquisadores de propriedade
intelectual mudaram, e os autores começaram a concordar que os resultados do processo
de pesquisa devem ser protegidos em relação aos direitos de propriedade.
De acordo com a Lei nº 9.279 de 14 de maio de 1996, que estipula os direitos e
obrigações de propriedade intelectual, a legislação brasileira reconhece a importância da
proteção dos direitos de propriedade intelectual. O artigo 2º da lei estipula que a
proteção dos direitos de propriedade industrial é considerada de interesse social porque
garante o desenvolvimento tecnológico e económico do país. Na sociedade atual, a
pesquisa científica e a educação, ou seja, o capital intelectual, são uma espécie de base
para aumentar a criação de riqueza, e as capacidades de inovação apoiam as vantagens
competitivas.
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Portanto, a riqueza de um país ou empresa tem assumido formas cada vez mais
intangíveis e com isso Regular o uso e o desenvolvimento desses ativos. Além disso, a
intensidade do desenvolvimento científico e tecnológico e a rápida introdução dos
processos produtivos têm causado instabilidade, o que tem aumentado ainda mais a
importância da proteção dos direitos de propriedade intelectual como garantia de
direitos e estímulo ao investimento. Garantir financiamento para trabalhos inovadores
pode determinar as decisões de investimento da empresa e, para indivíduos, pode
estimular a criatividade e estimular a pesquisa e a pesquisa científica.
Com efeito, por um lado, existe a ligação entre as capacidades tecnológicas e a
inovação e, por outro, a ligação entre o crescimento económico e o desenvolvimento.
Como o processo de crescimento econômico exige a busca contínua pela melhoria da
produtividade e, por sua vez, busca pela inovação, parece necessário discutir o papel da
proteção das invenções, o crescimento do país e o papel da inovação como propriedade
representada pelas patentes.
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2 MÉTODO

Esse estudo é considerado como de revisão integrativa, pois de forma simples e


objetiva faz uma síntese dos conhecimentos e experiências de estudos empíricos através
dos meios eletrônicos, realizando a busca de trabalhos publicados sobre o tema com
foco na diversidade de opiniões dos autores.
A revisão integrativa é, portanto, uma forma de sintetizar o conhecimento sobre
um determinado assunto, além disso, promove o aprofundamento dos conhecimentos,
suscita o pensamento crítico que é relevante na prática diária (BARROS, LEHFELD,
2000).
Existem seis fases que compõem uma revisão integrativa, são elas: elaboração
da pergunta norteadora que deve ser clara, objetiva e relacionada com uma base teórica.
Importante, pois traçam a direção da busca dos dados, trabalhos a serem incluídos;
busca ou amostragem na literatura. Deve-se buscar uma ampla e diversificada revisão,
em base de dados confiáveis e uma amostra representativa. Coleta de dados que busca
extrair uma quantidade relevante de dados, que seja uma amostra representativa.
Análise crítica dos estudos incluídos que organiza e analisa os dados com rigor.
Um método citado de apuração dos dados baseia-se na Prática Baseada em
Evidências, focado na hierarquia das evidências; Discussão dos resultados que busca
relacionar os dados encontrados com o referencial teórico, além de ressaltar as
contribuições, inferências e conclusões dos autores. A apresentação da revisão
integrativa deve ser apresentada de forma clara e completa, com informações detalhadas
e pertinentes para o estudo (SOUZA, SILVA, CARVALHO, 2010).
A pergunta norteadora da pesquisa: “O sistema de patentes promove o
desenvolvimento econômico no Brasil? Os trabalhos revisados no presente estudo serão
identificados por meio das seguintes bases de dados: Plataformas virtuais, Scientific
Electronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico, bem como a Base de Dados
da Produção Científica em Economia no Brasil. Será utilizada as palavras chaves:
patentes, economia, desenvolvimento econômico. Sendo assim, os artigos que
atenderem às perguntas estão discutidos no desenvolvimento teórico.
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3 DESENVOLVIMENTO

3.1 O SISTEMA DE PATENTES BRASILEIRO


O sistema brasileiro de patentes é de responsabilidade do Instituto Nacional da
Propriedade Industrial (INPI), órgão federal vinculado ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Além de conceder patentes, é
responsável pelo registro de marcas, contratos de transferência de tecnologia e
licenciamento comercial, bem como pelo registro de programas de computador,
desenhos industriais e indicações geográficas.
O INPI publica dados sobre o número total de patentes solicitadas e concedidas.
Devido às diferenças existentes entre as invenções, elas podem pertencer às seguintes
propriedades ou formas: Privilégio da Invenção (PI) - a invenção deve atender aos
requisitos de criatividade, novidade e aplicação industrial; Modelo de Utilidade (MU) -
uma nova forma ou arranjo envolvendo atos criativos, resultando na melhoria da
funcionalidade do objeto. Além disso, existem certificados adicionais para invenções
para proteger melhorias feitas em coisas que foram depositadas ou mesmo patenteadas
para invenções (INPI 2009). Portanto, as patentes de invenção são as patentes com o
maior conteúdo técnico e representam o verdadeiro desenvolvimento da tecnologia.
Na conjuntura internacional, Brasil é um dos piores países. A relação patente /
PIB, conforme mostra a Figura 1, ainda é de fato, o valor é efetivamente constante em
todos os anos analisados. Vários fatos já mencionados neste trabalho podem explicar
esse baixo desempenho, por exemplo, o atraso na industrialização do Brasil e seu
imaturo sistema de inovação. Entre os países selecionados, o país de maior destaque é a
Coréia do Sul. Embora seu coeficiente ainda seja muito baixo, fez progressos
significativos com a China (Figura 1).
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Figura 1 - Pedidos de patentes por residentes dividido pelo Produto Interno

Nota: Informação indisponível para o Brasil para o ano de 2007.


Fonte: WIPO Statistics Database and World Bank, 2009

Algumas pessoas argumentam que o desenvolvimento tecnológico de um país é


medido pelo número de patentes que o país solicitou nos Estados Unidos (especialmente
no USPTO-United States Patent and Trademark Office), conforme mostra a Tabela 1. O
pedido de patente é um ponto importante porque, como já mencionado, para conceder
uma patente, uma patente deve obedecer a vários padrões, e o principal padrão é a
inovação.
No Brasil, o número de concessões de patentes aumentou de 41 em 1990 para
98 em 2000. Observa-se que, no referido período, o maior índice de franquia referente a
depósitos de patentes não ultrapassou 55%. No entanto, o ponto positivo é que o
percentual de concessões do Brasil aumentou, especialmente no final da década de
1990, quando o governo Collor começou a abrir negócios, e a taxa de câmbio da moeda
brasileira em relação ao dólar dos EUA permaneceu estável no final de 1994.
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Figura 2 - Patentes solicitadas e concedidas no Brasil no período- 1990-2000

Fonte: Federmann (2006), adaptada pelos autores.

Pereira (2004) apontou que a falta de investimentos em larga escala a empresa é


de fato um problema no processo de desenvolvimento tecnológico no Brasil. Segundo o
autor, o maior investimento é feito pelo governo e concentrado nas universidades. Nos
países mais desenvolvidos, para buscar lucro e liderança de mercado, as grandes
empresas investem mais em pesquisa e desenvolvimento, então o efeito é melhor.
Conforme mencionado acima, devido à participação do Brasil em acordos
internacionais, pessoas físicas e empresas de outros países podem solicitar marcas e
patentes no Brasil. Portanto, para determinar as patentes que originalmente pertenciam
ao Brasil, o INPI separa os depósitos e as concessões para residentes e não residentes.
Os residentes podem ser indivíduos, empresas, universidades, instituições de pesquisa,
agências governamentais ou mesmo um grupo de pessoas.
Pode-se observar na figura 3 que o número de depósitos de não residentes é
muito superior ao número total de pedidos de patentes. Isso significa que a maioria dos
depósitos de patentes obtidos no Brasil são de outros países. A razão disso é para fins de
exportação, ou seja, outros países estão conquistando o mercado brasileiro. Portanto, o
número de pedidos de patentes depositados por brasileiros é muito menor do que o de
não residentes. Tomando 2006 como exemplo, os residentes responderam por 28,64%
do total de pedidos de patentes.
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Figura 3 - Patentes depositadas no Brasil por residentes e não residentes, total e patentes de invenção –
1997-2006.

Fonte: INPI, 2009

Outra informação que merece destaque é que, no período de análise, o número


de depósitos vem aumentando, o que pode estar relacionado ao crescimento econômico
do Brasil nos últimos anos. Porém, ao se analisar a participação de residentes em
patentes de invenção (que faz parte da inovação), é certo que o número de residentes
vem aumentando a cada ano, chegando a 50% do estoque total em 2001, e daí em
diante. A observação dessa estatística pode ser vista como um possível avanço no
sistema de inovação do Brasil, pois quando uma patente é considerada uma inovação, os
residentes estarão mais envolvidos.
Por outro lado, também é necessário analisar as estatísticas de patentes em
termos de desenvolvimento tecnológico, porque, por exemplo, a extensão em que os
brinquedos recém-inventados entram nas estatísticas é a mesma que a das novas
tecnologias da informação ou novas máquinas industriais. Para entender que tipo de
inovação está sendo desenvolvida no Brasil, a Figura 4 divide os diversos campos para
revelar as áreas tecnológicas mais importantes.
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Figura 4 - Distribuição, por campo tecnológico, dos depósitos de patentes no Brasil, média do período
2002-2006.

Fonte: Wipo Statistics Database, 2009, elaboração própria.

Deve-se observar que os dados utilizados se referem a patentes de invenção e


pedidos de patentes de residentes no Brasil de 2002 a 2006. Percebe-se que a área mais
relevante para o Brasil é a área "mecânica", com 32%, seguida da área química, com
27%.
No campo mecânico, destacam-se o subcampo "máquina especial" com 1.360
pedidos de patentes e o subcampo "transporte" com 1.212 patentes. Na área da química,
a maioria das patentes concentra-se na área de "fármacos", com 877 patentes
consideradas de alta tecnologia.
A maioria das patentes concentra-se no subcampo "tecnologia médica", com
1.651 pedidos de patentes no campo "instrumentos" (também considerado de alta
tecnologia). Com base nessas informações, pode-se concluir que o Brasil possui o maior
número de pedidos de patentes, concentrados em produtos de alta tecnologia, embora
não tenha muita importância quantitativa no cenário internacional, pode representar
desenvolvimento tecnológico interno, ou seja, alguns da pesquisa e desenvolvimento no
Brasil, conquistas, mas ainda pequenas se comparadas a países grandes.
Após observar algumas informações da propriedade industrial no Brasil, é
importante determinar a localização do inventor, que é o departamento federal e quem é
o maior custodiante da patente. Nesse sentido, as informações estão organizadas como
mostra a Figura 5 e confirmam a liderança do Estado de São Paulo, que responde por
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45,94% dos dados de patentes além de 31% do PIB brasileiro em 2008, metade do
estoque total no Brasil de 1997 a 2007.

Figura 5 - Participação nos depósitos de patentes do Brasil por Unidade da Federação, período 1997-2007

Fonte: INPI, 2008, elaboração própria

São Paulo é considerado o estado mais rico do Brasil e sede do maior parque
industrial, muito diversificado, graças às características de estado mais competitivo do
país. Entre 1997 e 2007, o número médio anual de pedidos de patentes depositados foi
de 2.909. Portanto, as estatísticas de patentes mostram a grande importância econômica
de São Paulo para o Brasil. A afirmação de que a vantagem competitiva é sustentada por
capacidades de inovação pode explicar o bom desempenho das estatísticas de patentes
de São Paulo. Conforme mostra a Figura 5, as demais unidades federativas com mais
reservas de patentes são Rio Grande do Sul (9,24%), Rio de Janeiro (9,11%) e Paraná
(8,76%).
Em relação aos custódios de patentes, a Tabela 3 indica que o principal
custodiante no Brasil é uma universidade (Unicamp). O INPI (2006) acredita que esse
fato seja a fragilidade da competição externa, pois as atividades empresariais devem
dominar o sistema de patentes como as potências econômicas mundiais.
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Figura 6 - 10 Maiores Depositantes de Patentes do Brasil, 1999-2003 e tipo de tecnologia

Fonte: INPI, adaptado pelo autor

A Petrobras, em segundo lugar, é a maior depositante, e a Petrobras é uma


empresa bastante competitiva, conhecida por sua inovação contínua nos últimos anos.
Além disso, a Petrobras continua buscando espaço no mercado internacional, o que
significa um maior grau de competitividade. Vale destacar também que a Petrobras é
uma empresa de economia mista (pública / privada). Em terceiro lugar estão as
empresas privadas, no entanto, há dois órgãos governamentais na lista: a Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG).
O fato de universidades e outras organizações de capital híbrido serem líderes
em depósitos de patentes indica que as empresas privadas brasileiras não são tão
competitivas quanto seus gastos com P&D e P&D e não parecem estar buscando
estratégias ofensivas de desenvolvimento de tecnologia. Registro de patente
subsequente.
A taxa média anual de variação do estoque de patentes das principais empresas é
a seguinte: Unicamp, 42,35%; Unicamp, 42,35%. Petrobras, com 12,67%; Arno,
13,08%; Multibrás, 31,67%. A maior variação é a Fapesp, com média de 380% ao ano.
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Fapesp-Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, instituição de fomento


à pesquisa científica e tecnológica, que mantém contato com a Secretaria de Ensino
Superior do Estado de São Paulo.
Existem duas universidades e a Fapesp na lista de empresas, a maioria deles
solicita patentes no Brasil. Isso mostra que a pesquisa brasileira é fundamental para o
desenvolvimento do país, e as instituições de ensino superior têm contribuído
significativamente para a melhoria da competitividade da indústria nacional. Nesse
sentido, o INPI (2006) enfatiza que a iniciativa implementada pela Unicamp visa
incentivar a transferência de tecnologia para o mercado, e assim tornar útil o
conhecimento gerado no meio acadêmico.
A criatividade humana pode ser incorporada de diferentes maneiras por meio de
obras literárias, artísticas, científicas ou qualquer outro meio de expressão. No contexto
da economia do conhecimento, as atividades criativas são consideradas um bem sem
importância, que pode ser devidamente utilizado e protegido por lei através do sistema
de propriedade intelectual. De acordo com a Organização Mundial da Propriedade
Intelectual (OMPI), na Organização Mundial da Propriedade Intelectual de língua
inglesa (OMPI), propriedade intelectual em um sentido amplo refere-se à criação do
espírito humano e ao direito de proteger os interesses dos criadores contra seus
criadores . Portanto, propriedade intelectual é definida como:

[...] a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas, às


interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes,
aos fonogramas e às emissões de radiodifusão, às invenções em todos os
domínios da atividade humana, às descobertas científicas, aos desenhos e
modelos industriais, às marcas industriais, comerciais e de serviço, bem
como às firmas comerciais e denominações comerciais, à proteção contra a
concorrência desleal e todos os outros direitos inerentes à atividade
intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico (OMPI
apud JUNGMANN, 2010, p. 21).

A proteção da propriedade intelectual resulta de atividades criativas e


investimentos que visam inserir esses resultados no mercado. Os detentores de direitos
de propriedade intelectual são protegidos por leis específicas que proíbem o uso não
autorizado de suas criações, proporcionando aos detentores de direitos uma vantagem
competitiva. Por outro lado, o direito exclusivo ao desenvolvimento comercial dessas
criações é temporário, o que favorece a concorrência, pois após o período de proteção, a
criação pertence ao domínio público e pode ser usufruída por qualquer interessado.
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Os direitos de propriedade intelectual incluem direitos autorais, direitos de


propriedade industrial e proteção especial. O Anexo 1 é baseado na leitura de Diana de
Mello Jungmann de "O Caminho para a Inovação: A Proteção da Propriedade
Intelectual de Produtos e Negócios: Um Guia para o Empreendedor", que apresenta
cada departamento O aspecto principal do Departamento de Sistemas de Informação,
Propriedade Intelectual do Brasil.
No Brasil, a Lei nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 (também conhecida como
Lei de Direitos Autorais) alterou, atualizou e consolidou a lei de direitos autorais e deu
outras providências. Os direitos autorais incluem direitos autorais, direitos relacionados
e programas de computador. Os direitos autorais protegem os criadores de obras
literárias, artísticas e científicas. Os direitos relacionados fornecem proteção para
artistas, produtores de discos e emissoras. O direito autoral também garante a proteção
legal aos criadores de programas de computador, mas eles também são protegidos por
alguns dispositivos legais: Lei nº 9.609, de 19 de fevereiro de 1998, também conhecida
como Lei do Software.
No Brasil, os direitos e obrigações relacionados aos direitos de propriedade
industrial são regidos pela Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996 (também conhecida
como Lei da Propriedade Industrial (LPI)). Esta lei revoga a Lei da Propriedade
Industrial instituída pelo Decreto n.º 5772, de 21 de dezembro de 1971.
O LPI estabeleceu a proteção dos direitos de propriedade industrial ao conceder
registro de desenho industrial e registro de marca, prevenindo falsas indicações
geográficas, concorrência desleal e concedendo direitos de patente.
No artigo 122 da LPI, marca é definida como uma marca única e visualmente
identificável, podendo, pela sua natureza, ser classificada como marca de produto ou
serviço, marca de certificação e marca coletiva. Uma marca de produto ou serviço é
usada para distinguir um produto ou serviço de outros produtos ou serviços da mesma
fonte, similar ou similar. O objetivo da marca de certificação é comprovar que o produto
ou serviço atende a determinadas especificações ou especificações técnicas,
principalmente quanto à qualidade, natureza, conformidade dos materiais utilizados e
métodos utilizados. As marcas coletivas têm por objetivo identificar os produtos ou
serviços de membros de entidades específicas (Brasil, 1996, artigo 123).
O design industrial inclui formas plásticas decorativas de objetos ou linhas
decorativas e conjuntos de cores que podem ser aplicados aos produtos, que podem
fornecer novos efeitos visuais originais adequados para aplicações industriais.
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No Brasil, as indicações geográficas incluem duas formas: indicações de origem


e denominações de origem. Geralmente, quando um ponto local é conhecido ou certa
característica ou qualidade de um produto ou serviço é atribuível à sua origem
geográfica, uma indicação geográfica é usada para identificar a origem do produto ou
serviço.
A confidencialidade industrial refere-se à informação confidencial controlada
por pessoas físicas e jurídicas de direito, sem o consentimento do titular, terceiros não
autorizados não podem divulgar, obter ou utilizar. Concorrência desleal é crime previsto
na Lei de Propriedade Industrial, incluindo os meios não autorizados ou ilegais para
divulgar, utilizar ou utilizar informações ou dados confidenciais (segredos comerciais)
que possam ser utilizados na indústria, no comércio ou na prestação de serviços.
(JUNGMANN, 2010, p. 50).
Sui Generis protege o terreno abrangendo circuitos integrados, variedades e
conhecimentos tradicionais. De acordo com a pesquisa de Jungmann (2010), a estrutura
topológica de um circuito integrado "envolve um conjunto de transistores e resistores
interconectados e interconectados, que são dispostos na forma de uma camada de
configuração tridimensional de um material semicondutor" (JUNGMANN, 2010, p. 73
páginas). Entre outras coisas, a lei brasileira relativa à proteção de layouts de circuitos
integrados é a Lei nº 11.484 de 2007.
Chama-se "Nova Variedade Cultivada", que tem resultados de pesquisas nas
áreas de agronomia e ciências biológicas. Estas plantas possuem características únicas
que não existem na natureza. A proteção de variedades é regulamentada pela Lei nº
9.456 de 1997 (conhecida como "Lei de Proteção de Variedades").
O conhecimento tradicional é uma mercadoria intangível que envolve os
costumes, conhecimentos e crenças passados de geração em geração em uma
comunidade específica e envolve o uso de plantas, microrganismos ou animais dos
quais a informação genética é obtida. A Lei nº 13123 de 2015 (também conhecida como
Lei da Biodiversidade) revogou as medidas provisórias nº 2.186-16 / 2001 e estabeleceu
novas regras para o acesso ao patrimônio genético, acesso aos conhecimentos
tradicionais relacionados e repartição de benefícios. Após a aprovação da Lei da
Biodiversidade, realizar pesquisas sobre produtos derivados da biodiversidade,
patrimônio genético brasileiro ou conhecimento tradicional, funcionários não precisam
de autorização prévia.
19

Uma patente é definida pelo INPI como “um direito de propriedade temporário
sobre uma invenção ou modelo de utilidade, que é concedido pelo Estado ao inventor ou
autor ou outra pessoa física ou jurídica com direito de criação”. Por outro lado, “o
inventor compromete-se a divulgar detalhadamente todo o conteúdo técnico das
matérias protegidas por patentes” (INPI, 2015b). A seguir, apresentaremos as etapas de
desenvolvimento do sistema de patentes em todo o mundo e tentaremos destacar os
principais eventos que ajudam a consolidar o sistema de patentes.
A primeira lei de patentes do Brasil foi promulgada durante o período em que o
território brasileiro era uma colônia portuguesa e a economia se baseava no cultivo de
um único produto, também chamado de monocultura. A autorização de D. Maria I de
1785 proíbe o estabelecimento de fábricas e o comércio de manufaturados na colônia.
Esta restrição foi projetada para prevenir o crescimento do cólon A família real
portuguesa mudou-se para o Brasil em 1808, trazendo mudanças culturais, educacionais
e econômicas. A abertura de portos e o licenciamento de indústrias instaladoras são as
principais medidas para o desenvolvimento da economia brasileira. No contexto dessa
profunda mudança, nasceu o primeiro dispositivo de proteção de patentes no Brasil:
Alvará de Dom João VI.
A "Licença Dom João VI" emitida em 28 de janeiro de 1809 é considerada a
primeira lei de patentes brasileira, o que posiciona o Brasil como o quarto país do
mundo a promulgar uma lei de proteção à propriedade intelectual bem definida. A
licença “já possui algumas das características da patente concedida e esses requisitos
perduram até os dias de hoje: novidade, descrição da invenção e aplicação industrial”
(INPI, 2008, p. 16). Após a obtenção da “Licença Dom João VI”, surgiram outras leis
relacionadas a patentes20, que geralmente refletem discussões estrangeiras sobre formas
de proteger invenções.
Em 14 de maio de 1996, foi promulgada a Lei nº 9.279-Lei da Propriedade
Industrial (LPI). A LPI entrou em vigor um ano após sua emissão (15 de maio de 1997).
A lei foi revogada e substituiu o Código de Propriedade Industrial de 1971.
No Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é o órgão
responsável por implementar as normas que regem os direitos de propriedade industrial
no país. O INPI foi criado pela Lei nº 5.648, de 11 de dezembro de 1970. O INPI é um
órgão federal vinculado ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
(MDIC), e é "responsável pelo aprimoramento, divulgação e gestão do sistema de
concessão e proteção da propriedade intelectual no Brasil" (INPI, 2015a).
20

Os serviços prestados pelo instituto incluem concessões (patentes de invenção e


modelos de utilidade), desenhos industriais, marcas, indicações geográficas, topologias
de circuitos, registro de programas de computador, registro de contratos de franquia e
diferentes métodos de transferência de tecnologia. No Brasil, os pedidos de patentes
devem ter o formato exigido pelas normas normativas do LPI e do INPI. Após o
depósito, o pedido entra em fase confidencial durante 18 meses, após o qual o pedido é
disponibilizado na Revista da Imóvel Industrial.
A OMPI realizou a Assembleia Sindical do PCT em 27 de setembro de 2007 e
foi autorizada pelo INPI para servir como Autoridade responsável pela pesquisa
internacional / Autoridade responsável pelo exame preliminar internacional - ISA e
Autoridade responsável pelo exame preliminar internacional - IPEA. Além disso, desde
esse incidente, o português se tornou uma das línguas oficiais para a publicação do
tratado. Depois de se tornar o Escritório Internacional de Pesquisa e Exame Preliminar
de Patentes (ISA / IPEA), a agência obteve uma licença para conduzir a pesquisa e
exame preliminar de patentes em escala internacional para verificar se a invenção
atende aos três requisitos de patenteabilidade: novidade, atividade inventiva Aplicações
industriais para mapear as tecnologias mais recentes relacionadas ao assunto de um
pedido de patente.
A atividade de busca internacional irá gerar um relatório para apoiar o processo
de tomada de decisão em andamento do requerente para o processo de pedido de patente
no país / região selecionado. Essa mudança de status do INPI também incentiva a
ampliação do número de patentes brasileiras no exterior por meio do PCT, pois os
pedidos feitos no Brasil ficaram mais simplificados e baratos.

3.2 POTENCIALIDADES ECONÔMICAS DAS PATENTES NO


DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NO BRASIL
O registro de patentes está associado a um dos principais indicadores do
desenvolvimento científico e tecnológico das nações. Patentes, portanto, têm se
constituído em instrumentos de apoio ao desenvolvimento econômico de nações. As
constituições de novos empreendimentos, e de inovações nos mercados, perpassam
pelas patentes, cujo potencial para novos conhecimentos, sobre tecnologias, produtos,
plantas, processos e artefatos diversos com relevantes conteúdos, são fundamentais para
a economia (NOVA, CÁSSIA, SANTOS, 2018).
21

De fato, as patentes desempenham um papel cada vez mais importante na


inovação e no desempenho econômico. O uso crescente de patentes para proteger
invenções de empresas e organizações públicas de pesquisa está intimamente ligado às
evoluções recentes nos processos de inovação, economia e regimes de patentes. Os
avanços científicos e tecnológicos criaram novas ondas de inovação, notadamente em
tecnologia da informação e comunicação, biotecnologia e processos de inovação em si
tornaram-se menos centrados em empresas individuais e mais dependentes de interações
entre redes globais de setores público e privado (OECD, 2004).
O Boletim Mensal de Propriedade Industrial mostrou que apenas em janeiro de
2020 no Brasil foram depositados 2.238 pedidos de patentes: 2.041 de patentes de
invenção, 191 de modelos de utilidade e 6 de certificados de adição. Sendo concedidas
1.114 patentes em janeiro.  Os dados mostram que os depósitos acumulados de patentes,
no período fevereiro/2019-janeiro/2020, totalizaram 28.495, um aumento de 3,9% sobre
o período fevereiro/2018-janeiro/2019, quando alcançaram 27.415. Entre fevereiro/2019
e janeiro/2020, as patentes de invenção totalizaram 25.601 depósitos, um aumento de
3,6% sobre o período anterior, quando alcançaram 24. 709.No total, clientes de 44
países solicitaram proteção de patentes.
Em relação às patentes de invenção, apenas em janeiro de 2020, entre os 336
depósitos de residentes, destacaram-se: pessoas físicas (179 depósitos ou 53%);
instituições de ensino e pesquisa e governo (70 ou 21%); empresas de médio e grande
porte (55 ou 16%) e MEI, microempresa e EPP (27 ou 8%). As associações e
sociedades de intuito não econômico apresentaram 5 pedidos (ou 1%) (INPI, 2020).
Entre os 10 países que mais depositaram pedidos de patentes de invenção,
estiveram os Estados Unidos (31%), Brasil (16%), Alemanha (9%), Japão (8%), China
(5%), França, Suíça e Holanda (4% cada), Itália (3%) e Coréia do Sul (2%). Entre os
depósitos de modelo de utilidade, depositantes residentes do Brasil foram responsáveis
por 97% dos pedidos. Em janeiro de 2020, do total de pedidos de patentes de invenção,
68% representaram a entrada na fase nacional de pedidos PCT. Nesse período, dentre os
10 países que mais depositaram pedidos de patentes de invenção, todos depositaram
mais de 72% dos seus pedidos via PCT, à exceção do Brasil, com apenas 3,3% desses
pedidos via PCT (INPI, 2020).
Esses dados refletem a crescente importância das patentes na economia
brasileira, mas para que um invento seja considerado patenteável deverá preencher os
seguintes requisitos: Novidade, que significa quando não é compreendida no “estado da
22

técnica”, ou seja, não pode ter sido divulgado por qualquer meio, dentro e fora do país,
ou tornado acessível ao público antes da data do pedido de patente. Atividade Inventiva,
neste caso o produto da pesquisa, para ser invenção, não pode derivar de formas simples
de conhecimento, ou seja, não resulta de uma maneira evidente do estado da técnica
para uma pessoa especializada no assunto (não pode ser uma conclusão óbvia).
Aplicação Industrial, onde uma invenção é considerada como suscetível de aplicação
industrial se o objeto puder ser fabricado ou utilizado em qualquer gênero da indústria
(SILVA, 2017).
Partindo-se de pressuposto que atualmente é impossível imaginar o mundo sem
acesso à internet, computador, avião, geladeira, telefone, carro, medicamentos, vacinas,
entre outros. Nada disso seria possível se não houvesse a dedicação, o tempo, o dinheiro
de algum inventor ou cientista nas descobertas ou no desenvolvimento de muitos
produtos e tecnologias.
Um exemplo de como a tecnologia tem mudado o desenvolvimento das coisas,
tem-se o caso da agricultura, quando antigamente era preciso para a colheita de soja um
número muito grande de trabalhadores para colher, ensacar e armazenar, e hoje em dia
são necessários para esse serviço apenas uma colheitadeira, que nesse caso, é totalmente
tecnológica, pois possui ar condicionado, computadores e diversos outros sistemas que
são operados por uma pessoa, que deve ser especializada não apenas no manuseio de
sistema, mas em vários outros programas para conseguir manusear efetivamente essa
máquina.
De certa forma, as inovações podem contribuir para a redução de empregos – tal
como o exemplificado no caso da colheita de soja – mas também, pode gerar novos
empregos para os indivíduos que estejam mais qualificados tecnologicamente. Além
disso, possui o potencial de produzir empregos não apenas para quem opera as
máquinas, mas para quem opera o computador, para quem desenvolve a tecnologia entre
outros, tornando assim uma cadeia produtiva bem extensa de geração de emprego e
oportunidades.
Outro exemplo, bem atual é a pandemia da Covid-19, pois os efeitos sem
precedentes na sociedade e na economia global desencadearam esforços extraordinários
de pesquisas, publicações, projetos e patentes em todo o mundo. Em tempos de
pandemias, as patentes requeridas foram em sua maioria registradas por organizações da
China, EUA, União Europeia, e Rússia.
23

De acordo com Ledwel, Huntly e Wong (2021) a Covid-19 desencadeou uma


verdadeira explosão de pesquisas biomédica entre outras, à medida que inventores em
todo o mundo correm para atender aos chamados urgentes dos sistemas de saúde e dos
governos em crise. Como resultado, é mais importante do que nunca que os inovadores
das ciências biomédicas tenham uma abordagem sensata para equilibrar a necessidade
de proteger seus direitos de propriedade intelectual em mercados-chave enquanto
compartilham informações com outros pesquisadores.
A lei sobre o que constitui tecnologia patenteável nas ciências biomédicas varia
substancialmente entre os países. Uma crença errônea sobre o que é protegido pode
levar à perda de proteção e receita em certos países. Para invenções relacionadas ao
Covid, no Reino Unido, Europa e Canadá, não é possível patentear métodos de
tratamento do corpo humano ou animal. São exemplos de invenções que podem ser
patenteadas no Reino Unido, Europa e Canadá: Substâncias/medicamentos para uso no
tratamento do COVID-19, incluindo novos usos e efeitos de medicamentos conhecidos;
Processos de fabricação de substâncias/medicamentos para uso no tratamento covid-19;
Sequências genéticas com efeito técnico, incluindo genes usados na fabricação de
proteínas como anticorpos; Dispositivos de diagnóstico, incluindo testes rápidos de PCR
e detecção de anticorpos (LEDWEL, HUNTLY, WONG, 2021).
No entanto, existem diferenças quanto à patenteabilidade de outras categorias de
invenção entre essas jurisdições com base na jurisprudência local. Por exemplo,
sequências genéticas isoladas do corpo humano podem não ser patenteáveis no Reino
Unido ou na Europa, mas são patenteáveis no Canadá. Da mesma forma, no Reino
Unido e na Europa, um método de diagnóstico realizado em uma amostra de paciente
pode ser patenteável, mas se realizado no corpo humano não é patenteável; tal método
pode ser patenteável no Canadá (LEDWEL, HUNTLY, WONG, 2021). Importante
destacar que dado o alcance mundial da pandemia, o mercado de invenções relacionadas
ao diagnóstico e tratamento do Covid-19 é global.
Por isso, Mazzucato, Ghosh, Torreele (2021) referem que a criação rápida de
vacinas da covid-19 é um feito tecnológico incrível, e mostra o quanto pode ser
realizado quando a inventividade humana e o envolvimento do setor privado recebem
amplo apoio público, desde pesquisas básicas até subsídios maciços. No entanto, essas
inovações são inúteis a menos que as vacinas sejam distribuídas de forma equitativa, por
isso é fundamental que esse tipo de tecnologia seja compartilhado, para que os
fabricantes possam produzir doses rapidamente, pois, o controle monopólio sobre
24

tecnologias de saúde pública não pode ser justificado em uma emergência global tão
crítica.
Nesse sentido, quando se fala de patente é fundamental pensar que não é apenas
uma inovação, mas, sobretudo, um crescimento de vagas no mercado de trabalho, um
aumento de lucratividade, uma melhor eficiência em tempo e eficácia em processo. Isso
é, fala-se de uma serie de coisas conexas, e isso tem que ser visto como um círculo
produtivo onde um está emendado no outro sucessivamente. Por isso, é fundamental
destacar que, se esse modelo de produtividade, não for assim pensado, fica inviável o
desenvolvimento de patente. Haja vista, que patente é justamente porque envolve
tecnologia tanto de processo quanto de informação, mercado de trabalho, economia
entre outros.
Não se pode falar de patente sem falar de startups. Uma startup costuma ser
sinônimo de inovação. Essas pequenas empresas vêm tomando espaço considerável na
economia e elas costumam obter rápido crescimento e muita lucratividade. Toda startup
se inicia a partir da identificação de um problema real. Apesar de ainda não existir um
consenso geral sobre o significado do termo startup, “uma startup é uma instituição
humana projetada para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema
incerteza”. O termo vem sendo utilizado nos Estados Unidos há algumas décadas, mas
ganhou popularidade no Brasil no final dos anos 90. Apesar de serem muito associados
à tecnologia e produtos digitais, as startups não se limitam apenas a esse universo, tendo
como elemento fundamental a inovação em qualquer setor (ONOVOLAB, 2020).
As startups brasileiras exercem um papel importante na economia, atuando em
vários setores, sendo responsáveis por grande parte da força de trabalho formal e
informal no país. Segundo a Associação Brasileira de Startups em janeiro de 2016, as
startups cadastradas na instituição somavam um total de aproximadamente 1500
empresas. Estima-se que o Brasil exista um número total aproximado de 10 mil startups
referente ao ano de 2016, e estas movimentam hoje mais de cinco bilhões de dólares
(BEMFICA, 2018).
Convém dizer que não é algo fácil ser um inventor no Brasil, principalmente
devido à demora em conseguir o registro de patente, há alguns anos atrás esse tempo era
de até 14 anos. Atualmente, o tempo médio é de 5,8 anos, e ainda é considerado
exorbitante no Brasil. Em um cenário cada vez mais competitivo e globalizado fica
inviável ao inventor, que antigamente demorava meses ou anos para criar uma nova
invenção, mas que hoje em dia em algumas horas o processo inventivo pode se
25

materializar, fique refém de um sistema demorado de registro depositário. Isso é um dos


motivos pelos quais a inovação no Brasil está muito aquém do que deveria. Além da
problemática já mencionada sobre a demora no registro de patente, Kafruni (2020)
destaca que não somente os trâmites burocráticos são responsáveis pelo atraso, mas,
principalmente, pela falta de políticas públicas de educação, incentivo e valorização à
inovação industrial, premissas básicas para criação de propriedade intelectual.
Outra problemática é que as patentes são “territoriais”, isso é, tem efeito apenas
no país onde foi pedida e deferida. Isso significa que após o pedido de registro da
patente no Brasil, o inventor tem doze meses para solicitar o registro da patente em
outro país. Caso expire este prazo, a patente estará protegida somente no Brasil e torna-
se domínio público em outros países (MACEDO, BARBOSA, 2000).
Muitos países, em particular o Brasil, só começaram a enfrentar os desafios de
criar um sistema de patentes adequado para colher benefícios econômicos e sociais com
a criação da Lei nº 9.279/1996. No entanto, o desenvolvimento dos recursos e da
infraestrutura desses países e sua capacidade de se beneficiar do rápido crescimento da
propriedade intelectual como um ativo econômico valioso na economia mundial
permanecem uma preocupação urgente nos dias atuais (DUARTE, FELIPE, BRASIL,
2020).
O sistema de patentes e de direitos correlatos não foi concebido como um fim
em si mesmo. Proteger patente de invenção não é o objetivo do sistema de
patentes. O objetivo é promover a atividade inventiva, o avanço tecnológico e
a transferência e a capacitação tecnológica, remunerando equitativamente o
inventor e almejando um fim maior: promover o desenvolvimento científico,
econômico, social e tecnológico. É, portanto, um meio, e não um fim em si
mesmo (BRASIL, 2013, p. 28).

No caso dos países em desenvolvimento, nem sempre as atividades de inovação


e fabricação são desenvolvidas localmente – sem, portanto, que ocorra estímulo para a
geração de emprego e renda, e sem que haja capacitação e desenvolvimento tecnológico
local (BRASIL, 2013).
A partir de junho de 2019, o INPI, por meio da Resolução 239/2019,
implementou diversas modalidades para o exame prioritário de patentes. Isto significa
que as patentes que se encaixem em algumas das modalidades previstas são examinadas
em prazo inferior ao procedimento comum. Patentes cujos titulares são empresas MEI,
ME e EPP ou cujo objeto da patente seja uma tecnologia verde, por exemplo, podem
tramitar de forma prioritária no INPI. Outras modalidades, respectivos requisitos e
procedimentos para solicitar o exame prioritário são disciplinados pela resolução
26

anteriormente citada e no próprio portal do INPI (TEIXEIRA, LOPES, TAKADA,


2020).
O Sistema de Proteção da Propriedade Industrial brasileiro confere a carta-
patente em duas modalidades: 1) patente de invenção, concedida àquela
invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e
aplicação industrial; e 2) patente de modelo de utilidade, concedida aos
objetos que visem melhorar o uso ou utilidade dos produtos, dotando-os de
maior eficiência ou comodidade na sua utilização, por meio de nova
configuração, não necessitando que se obtenha uma nova concepção
(FERREIRA, GUIMARAES, CONTADOR, 2009, p. 211).

Sendo assim, são considerados como pedidos de depósito aqueles protocolados


no INPI na data de referência da coleta e análise dos dados, utilizando-se para aferição
os dados dos registros administrativos de entradas no Sistema de Protocolo
Automatizado Geral (PAG). No caso de patentes, a partir da numeração dos pedidos
protocolados é possível diferencia-los em três categorias: pedidos depositados
diretamente no INPI, pedidos PCT que solicitaram entrada na Fase Nacional e os
pedidos divididos (de um pedido de patente depositado anteriormente). Devido à
limitação dos dados do PAG, não é possível diferenciar se os pedidos divididos se
referem a pedidos originalmente depositados diretamente no INPI ou a pedidos
depositados originalmente via PCT (INPI, 2020).
Em relação aos benefícios e custos de patentes, têm-se, de uma perspectiva
econômica, as características cruciais das patentes são que: lidam com novos
conhecimentos, incorporados em um produto ou processo inovador, e conferem direitos
de monopólio (limitados) ao inventor. Com isso a patente representa um ativo valioso e
também um recurso competitivo à disposição das organizações, tendo em vista que
propicia o domínio da exploração monopolística de dado produto ou processo
produtivo, privilégio este capaz de criar ou adicionar valor à riqueza das empresas e de
seus sócios (FERREIRA, GUIMARAES, CONTADOR, 2009).
Dentre as vantagens oferecidas pelas patentes pode-se citar, além dos incentivos
ao desenvolvimento tecnológico, o encorajamento à pesquisa científica, à disseminação
do conhecimento prático e econômico, à criação de novos mercados e à satisfação das
necessidades latentes dos consumidores. Como ponto negativo, o uso do direito de
patente significa, para estes últimos, preços mais elevados do que seria concebido sob
um regime de concorrência perfeita (FERREIRA, GUIMARAES, CONTADOR, 2009).
27

Portanto, os novos conhecimentos é que tornam possível a produção de diversos


produtos e/ou processos que obviamente trazem consigo um considerável valor na
economia, na inovação e no desenvolvimento econômico.
A sociedade se desenvolveu ao longo da história e os seres humanos
desenvolveram suas habilidades a cada nova descoberta. O conhecimento sempre
existiu neste desenvolvimento e pode ser considerado um recurso econômico. Adam
Smith, no século 18, reconheceu a importância do capital humano e suas qualificações,
e vinculou a divisão do trabalho ao aumento da produtividade e da riqueza dos
trabalhadores. país. Segundo Crawford (1994, Apud Silva, 1994), depois que a
Revolução Industrial apareceu em livros e manuais, ela era anteriormente limitada a
muitas pessoas, o que é muito importante para o crescimento econômico. Atualmente, o
desenvolvimento da tecnologia e a disseminação da informação não só determinam o
desenvolvimento da economia, mas também determinam o desenvolvimento da
economia.
Em uma sociedade do conhecimento, a informação e o conhecimento são
elementos essenciais no processo de desenvolvimento. Por meio dos meios eletrônicos
na Internet, a comunicação tornou-se ágil e eficiente, o que é, sem dúvida, uma
importante ferramenta de divulgação de informações em escala global. A economia
global se integrou para buscar interesses unificados, trocar experiências e informações,
além de alterar os padrões de produtividade e competitividade entre países e empresas.
A pesquisa científica e a educação fortaleceram os alicerces da criação de riqueza,
portanto, o capital humano é a maior riqueza desta sociedade.
Os autores do conhecimento também se referem à sociedade do conhecimento
como sociedade da informação ou "nova economia". Castells (2005) o define como
informativo, global e em rede, informacional, pois nessas condições econômicas a
produtividade e a competitividade de uma unidade ou agente dependem basicamente de
sua capacidade de efetivamente gerar, processar e aplicar informações baseadas em
conhecimento global, porque as principais atividades de produção, consumo e
circulação e seus componentes (capital, trabalho, matérias-primas, administração,
informação, tecnologia e mercados) estão diretamente organizados em escala global ou
organizados por meio de uma rede de contatos entre entidades econômicas. E, na rede,
por causa das novas condições históricas, a produtividade será gerada, e a competição
será na rede global onde as redes de negócios interagem. Portanto, para Castells (2005),
a própria informação é um produto do processo de produção.
28

Para Takahashi (2000), a sociedade do conhecimento é um fenômeno global


com grande potencial de transformação das atividades sociais e econômicas, pois a
estrutura e a dinâmica dessas atividades serão inevitavelmente afetadas pela
infraestrutura de informação disponível. Para Lastres (2000), essa dinâmica de geração
e disseminação da informação acelerou o processo de globalização. Ou seja, mudanças
nos cenários econômicos fazem com que a inovação e a transformação do conhecimento
em vantagem competitiva se tornem diferenciais importantes. Devido à velocidade com
que a inovação é produzida e disseminada, a vida útil dos produtos é bastante reduzida,
e a modernização contínua da produção e comercialização de bens e serviços é
necessária.
É importante observar que, nessa nova sociedade, a riqueza assume formas cada
vez mais intangíveis, enquanto o capital intelectual é a base para o ganho de
competitividade por meio do conhecimento e da experiência. Neste caso, o processo de
inovação está cada vez mais dependente da produção e aplicação de informação e
conhecimento na sua gestão.

3.3 INSTITUIÇÕES DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E SEU POTENCIAL


ECONÔMICO

A criatividade humana é inesgotável e inesgotável. Ao longo dos anos, a


curiosidade humana levou a sociedade a questionar paradigmas e dogmas culturais,
abrindo caminho para a ciência. Quando o conhecimento começou a ser comprovado e
aplicado na sociedade, revolucionando a saúde, os métodos de produção, os métodos de
comunicação, os meios de transporte etc., as pessoas se interessaram pela ciência. Não é
porque todos os dogmas foram eliminados, mas porque a sociedade percebeu que o
avanço da ciência e da tecnologia gerou novos avanços, a possibilidade de superação e
dominação social. (DEL NERO, 2010)
Mas a ciência sem aplicação não tem propósito. É preciso transformar pesquisas
em conhecimentos aplicados que possam melhorar direta ou indiretamente a vida das
pessoas. Nesse processo, os direitos de propriedade intelectual gerados por essas
inovações e melhorias precisam ser regulamentados, e essas inovações e melhorias, em
última instância, formam o sistema jurídico da propriedade intelectual.
No ordenamento jurídico brasileiro, os direitos de propriedade intelectual se
dividem em dois ramos distintos, a saber: direitos de propriedade industrial e direitos
29

autorais e conexos. Nestes ramos, existem agora institutos de investigação concebidos


para proteger todas as criações criativas, artísticas e inovadoras e outros interesses
(como a cultura e tradições de um determinado grupo étnico ou de uma região
específica).
Direitos autorais incluem direitos autorais envolvendo todas as obras intelectuais
expressas, como obras de arte, literatura e ciência. (BRASIL. Lei n. 9610, 1998, art. 7).
Por outro lado, os direitos de propriedade industrial são a agência de patentes de
invenção mais famosa, o que exige nova criatividade e aplicabilidade industrial.
(BRASIL. Lei n. 9.279, 1996, art. 8)
Ao se falar do potencial econômico gerado pelos direitos de propriedade
industrial, as patentes finalmente se destacam porque a instituição permite a proteção de
processos ou produtos inovadores, e essa proteção garante que o titular usufrua dos
benefícios econômicos por ela gerados por meio de transferência ou licenciamento,
podendo incluir Custos de P&D e reinvestir seus lucros na produção de mais
conhecimento e inovação. Essas invenções também atuaram como aliadas em muitos
campos, como ciência, educação e comunicações.
É importante observar que, nessa nova sociedade, a riqueza assume formas cada
vez mais intangíveis, enquanto o capital intelectual é a base para o ganho de
competitividade por meio do conhecimento e da experiência. Neste caso, o processo de
inovação está cada vez mais dependente da produção e aplicação de informação e
conhecimento na sua gestão.
Além das indicações geográficas, os sinais também incluem marcas de produtos
ou serviços, marcas coletivas e marcas de certificação (BRASIL. Lei n. 9.279, 1996,
arts 123, 177 e 178). Por exemplo, neste último caso, é possível vislumbrar as
perspectivas de benefícios econômicos decorrentes da proteção, desde o aumento da
demanda e do valor agregado dos produtos até o aumento das atividades com fins
lucrativos indiretos na área envolvida. O que quero enfatizar aqui é que esses sinais
ainda desempenham um papel importante na manutenção das tradições regionais e na
redução do êxodo da população rural.
Essas variedades também se destacam e se tornam importantes instituições
amplamente utilizadas na produção agroalimentar mundial, com o objetivo de proteger
novas variedades de plantas, diferentes das demais e com homogeneidade e
estabilidade, que serão utilizadas por complexos agroflorestais (BRASIL. Lei nº 9456,
1997, Art. 3, IV)
30

Portanto, por meio da pesquisa, é possível desenvolver espécies vegetais mais


adaptadas às características de determinadas áreas, como aquelas que sofrem muito com
os impactos das mudanças climáticas. Esse efeito é ainda mais benéfico quando os
institutos de pesquisa nacionais desenvolvem suas próprias cultivares, que se
concentram nas dificuldades de produção em diferentes regiões e na melhoria da
qualidade da produção nacional.
Por fim, existem outras instituições que promovem direta ou indiretamente a
economia de mercado, como os desenhos industriais compostos por formas plásticas ou
linhas e cores decorativas, que podem refrescar a aparência dos produtos e têm
capacidade de manufatura industrial. (BRASIL. Lei n. 9.279, 1996, art. 95)
A propriedade de tais ativos intelectuais garante a propriedade legal e
exclusividade econômica dos direitos resultantes. Do ponto de vista do comércio, os
direitos de propriedade intelectual incluem: “a criação de conhecimento que pode trazer
desenvolvimento comercial ou benefícios econômicos ao criador ou detentor e satisfazer
os interesses morais do autor” (PIMENTEL; BARRAL, 2007, p. 17).
Além de uma importante ferramenta de marketing, esses direitos também podem
gerar renda para seus titulares por meio do licenciamento ou comercialização de
produtos ou serviços. O potencial econômico de proteção desses ativos já é evidente em
vários países do mundo que investem em pesquisa e desenvolvimento, e pode ser
medido pelo valor que representam no patrimônio de muitas empresas.
No entanto, esses potenciais não se limitam aos benefícios econômicos, mas
também podem afetar a sociedade em outras áreas importantes. Embora não haja uma
teoria que negue a influência da economia nesse processo, seja do ponto de vista social,
cultural ou principalmente científico, o próprio conceito de desenvolvimento está
evoluindo e transcendendo aspectos puramente econômicos (SEN, 2000). Essa
conclusão se baseia no fato de que melhores condições econômicas podem,
eventualmente, ser revertidas em várias outras áreas, como sociedade, cultura e meio
ambiente.
Diante disso, as políticas de fomento à economia do país são diversas e têm
consequências completamente distintas no processo de desenvolvimento. Alguns países
estão buscando medidas protecionistas para proteger seus mercados internos, enquanto
outros expandiram a liberalização comercial de forma mais competitiva. Na exploração
dos recursos naturais, algumas pessoas se preocupam com sua sustentabilidade e quem
utiliza a mão de obra como meio de competitividade no mercado internacional. Existem
31

também pessoas que investem em pesquisa e desenvolvimento, exploram o


conhecimento adquirido e as novas tecnologias desenvolvidas. (LOCATELLI, 2013)
Nesse caso, a proteção e gestão dos direitos de propriedade intelectual são vistas
como uma estratégia importante para consolidar o desenvolvimento de um país em
todas as suas áreas, especialmente no campo econômico. Nessa perspectiva, o valor
final do capital intelectual de uma empresa ou de um país é igual ou superior ao capital
físico.
Por outro lado, para as empresas, o investimento em inovação tecnológica levará
à criação de novos produtos ou ao aprimoramento dos já existentes, garantindo
melhores condições competitivas, principalmente quando os concorrentes não entendem
tais tecnologias e mantêm consumidores, além de atrair mais demanda no caso de
benefícios, demorará mais (WIPO, 2003). O resultado dessa maior competitividade e do
aumento do preço desses produtos no mercado pode, por sua vez, beneficiar as pessoas,
como a criação de novos empregos e a aquisição de novas tecnologias.
Investir em pesquisa e inovação também pode ter um impacto positivo na
economia de um país, reduzindo o alto custo de importação de tecnologia estrangeira.
Maximizar a produção nacional com custos reduzidos, estimular pesquisadores por
meio de projetos de financiamento para que mão de obra nacional qualificada não saia
do país, reduzir os preços dos bens de consumo com a redução dos custos de produção e
assim por diante.
Esses efeitos podem, obviamente, beneficiar mais o setor privado, porém, com o
fortalecimento do setor, é possível fortalecer a economia e aumentar a competitividade
do produto nacional bruto, criando empregos, baixando os preços ao consumidor e
aumentando a circulação e a tributação da renda. Nesse ciclo, a sociedade também
poderá compartilhar os benefícios de políticas que investem em pesquisa,
desenvolvimento e inovação.
Além disso, investir em pesquisa e desenvolvimento também significa melhorar
a qualidade de vida das pessoas por meio do desenvolvimento de novos medicamentos
ou terapias, equipamentos de segurança no trabalho e novos meios de comunicação e
transmissão de informações. Além disso, quando são gerados ativos, como ganhos com
seus conhecimentos tradicionais ou direitos coletivos, a comunidade pode se beneficiar
diretamente, e os resultados podem ser devolvidos direta ou indiretamente à população.
32

Portanto, é possível inferir que países que investem em P&D podem fornecer
fornecedores de tecnologia a outros países para melhorar a vida das pessoas, fortalecer
seus mercados domésticos e promover seu desenvolvimento econômico.
Ao descobrir esses potenciais, a OMPI (2003) descreveu como uma boa prática
do país de desfrutar de propriedade intelectual como meio de desenvolvimento
econômico, incluindo: i) consciência dos ativos nacionais existentes e seu potencial; ii)
pesquisa, desenvolvimento e apoio do governo para atividades inovadoras; iii)
Estratégias para a gestão e proteção dos direitos de propriedade intelectual; iv)
Estabelecer ligações entre os setores público e privado.
Ressalta-se que, neste caso, algumas condições necessárias devem ser
consolidadas para promover o processo de proteção e gestão da propriedade intelectual
nas condições nacionais.

3.4 INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

A inovação sempre foi fundamental para o processo produtivo capitalista, por


isso é fundamental o entendimento de que inovação vai além da inteligência artificial,
pois existe a tecnologia do processo, a inovação do processo, eficácia e eficiência como
um todo. A inovação por processos trata de mudanças no processo de produção do
produto ou serviço. Não gera necessariamente impacto no produto final, mas atinge e
produz benefícios no processo de produção, geralmente com aumento de produtividade
e redução de custos, como por exemplo, na produção dos automóveis produzidos por
robôs em comparação aos produzidos por operários humanos (ABGI, 2021).
De acordo com Cabello, Povoa (2016) uma invenção pode ter uso simultâneo em
diversos ramos da economia, sendo difícil determinar em certos casos qual o setor mais
beneficiado pela invenção. Ademais, uma invenção pode ser tanto insumo de um setor
como produto de outro.
A história recente parece mostrar que a tecnologia e o conhecimento são fatores
importantes para o crescimento econômico e o desenvolvimento. Desde a criação do
primeiro mecanismo de proteção de invenções no século XV, o sistema de patentes
evoluiu com o objetivo de promover a inovação e incentivar o desenvolvimento
econômico. Ao oferecer direitos exclusivos por um período limitado, um inventor pode
recuperar custos e investimentos em P&D. Também promove investimentos para
comercializar novas invenções para que o público em geral possa desfrutar do fruto da
33

inovação. Além disso, o sistema visa disseminar conhecimento e informação ao público


por meio da publicação de pedidos de patentes e patentes concedidas (SPEZIALI,
NASCIMENTO, 2020).
De acordo com Silva et al., (2018), o Produto Interno Bruto possui uma
representatividade na variância dos dispêndios em P&D no curto e no longo prazo, ou
seja, os dispêndios em P&D tem se destacado de forma residual em relação ao PIB. Já
em relação aos pedidos de patentes, o Produto Interno Bruto possui uma
representatividade, no curto prazo, e diminui essa representatividade ao longo do tempo.
O PIB tem um papel importante na influência dos dispêndios, chegando a 30,8% de
influência sobre os dispêndios gastos em P&D. Desta forma, pode-se dizer que os
dispêndios em P&D influencia ao longo dos anos o Produto Interno Bruto. Com relação
a patentes, essa variável possui influência no curto prazo, confirmando que o aumento
da quantidade de patentes depositadas influencia o desenvolvimento econômico do
Brasil.
Não tem como falar de patente sem falar da Teoria da Inovação de Shumpeter,
para quem inovação refere-se a qualquer nova política que um empresário assume para
reduzir o custo total de produção ou aumentar a demanda por seus produtos. Assim, a
inovação pode ser classificada em duas categorias. A primeira categoria inclui todas as
atividades que reduzem o custo geral de produção, como a introdução de um novo
método ou técnica de produção, a introdução de novas máquinas, métodos inovadores
de organização da indústria, etc. (DEKKERS, et al., 2014).
A segunda categoria de inovação inclui todas essas atividades que aumentam a
demanda por um produto, como a introdução de uma nova mercadoria ou novos bens de
qualidade, o surgimento ou abertura de um novo mercado, encontrando novas fontes de
matéria-prima, uma nova variedade ou design do produto, etc. A teoria da inovação do
lucro postula que o empreendedor ganha lucro se sua inovação for bem-sucedida na
redução do custo de produção ou aumentando a demanda por seu produto (DEKKERS,
et al., 2014).
Ainda no modelo de crescimento Schumpeteriano a inovação se expande em
variedade com a melhoria da qualidade. Pois nesse modelo, a mão-de-obra é usada
como fator de entrada para a produção do bem final. O bem final é usado para consumo
e como fator de entrada, P&D interno e produção e operação de bens intermediários
(CHU, KOU, WANG, 2020).
34

Importante destacar as teorias de crescimento exógeno e crescimento endógeno 


fazem parte dos modelos de crescimento neoclássico. Ambos os modelos enfatizam o
papel do progresso tecnológico na obtenção de um crescimento econômico sustentado.
No entanto, o primeiro afirma que o progresso tecnológico sozinho, fora do sistema
econômico, é o determinante fundamental para maximizar a produtividade, enquanto o
segundo sugere que o crescimento de uma economia em longo prazo é um subproduto
das atividades dentro desse sistema econômico que resultam em progresso tecnológico
(MOURA, FARIAS, 2014).
Uma vez que o progresso técnico está intimamente associado com o
conhecimento emergente de atividades de pesquisa e desenvolvimento, endógeno a
mudança técnica é considerada como sendo gerada por atividades formais de P&D.
Portanto, o crescimento econômico incluiu P&D como um fator de influência nos
modelos macroeconômicos. A natureza endógena ou exógena da mudança tecnológica
refere-se à sua fonte: a mudança endógena é interna à economia nacional, sendo criada
por empresa privada ou pública, enquanto a mudança exógena é externa, originanda de
fontes estrangeiras (CHU, KOU, WANG, 2020).
Sendo assim, a mudança tecnológica exógena é gerada fora do processo
econômico, enquanto a fonte de mudança tecnológica é o próprio processo econômico,
em resposta aos lucros e perdas. Por isso, investir recursos em P&D e outros
conhecimentos, tais como o desenvolvimento de patentes, gera oportunidades
inovadoras que explicam a mudança tecnológica endógena.
Em termos de política de pesquisa e inovação, pelo menos três participantes são
considerados relevantes para esse processo: o governo, a empresa e a universidade.
Num estudo realizado em 1968 sobre a inovação dos países latino-americanos,
observou-se que, enquanto esses países introduzirem a ciência e a tecnologia no
mercado mundial de produção de conhecimento, estarão prontos para se inserir no
mercado mundial de produção de conhecimento. Este desenvolvimento. Por isso,
concluíram que a interação entre os diferentes departamentos é muito importante e
constitui a relação do triângulo Sábato, um modelo de relacionamento do sistema entre
países, academia e empresas. (REIS, 2008), onde o governo está em primeiro lugar, a
estrutura de produção e a infraestrutura tecnológica estão em primeiro lugar, e os
vértices se comunicam. Acontece que o autor da pirâmide rapidamente percebeu que,
nos países latino-americanos, as conexões entre os vértices são muito frágeis.
(CARVALHO, 2009)
35

Posteriormente, outros modelos pareceram descrever a melhor relação entre


esses atores, como o modelo de "hélice tripla" ou "hélice tripla" de Etzkowitz, que
também é influenciado pela relação sistêmica entre academia, indústria e países.
Inspiração interacional. O modelo possui três versões: Triple Helix I, Triple Helix II e
Triple Helix III, sendo esta última apontada como a atualidade do Brasil.
No primeiro modelo, o estado envolve academia e indústria e orienta a relação
entre eles. No segundo modelo, fortemente inspirado pela Suécia e outros países
nórdicos, o primeiro modelo tem a premissa oposta de governança nacional. Finalmente,
a terceira versão representa uma configuração intermediária das outras duas versões.
“Essas três áreas apresentam uma área de sobreposição, onde existem redes tripartidas e
organizações híbridas, que têm um papel flexível e dinâmico, o que produzirá um
desenvolvimento em espiral inovador.” (CARVALHO, 2009, p. 112). Universidades,
empresas e países devem promover ações comuns. Nesse modelo, as universidades não
mais realizam apenas pesquisa básica e criação de conhecimento, mas investem em
pesquisas aplicadas sobre a natureza científica e tecnológica de empresas, regiões e
países.
Do ponto de vista da empresa, investir em parcerias de P&D pode ser muito
atraente, pois comprar tecnologia de terceiros pode economizar custo de recursos
humanos profissionais, reduzir o risco de ficar sem tempo ou investir mais do que o
planejado, além de garantir o os resultados podem ser usados economicamente
(VEIGAS, 2007).
Por sua vez, a interação entre universidade e empresa poderá responder de forma
mais eficaz às demandas do mercado, e irá desempenhar suas funções sociais, aplicar
conhecimentos para a prática e transferir essas experiências aos alunos, de forma a
melhor prepará-los para o mercado de trabalho. (REIS, 2008)
De acordo com a “Lei da Inovação”, a universidade passou a contribuir mais
diretamente para o desenvolvimento da capacidade de inovação no Brasil, formando
alunos com foco na cultura de inovação, estimulando o empreendedorismo e
aumentando as oportunidades de aplicação dos resultados da pesquisa na sociedade.
(LOTUFO, 2009).
Em alguns países / regiões, essa expressão entre universidade e empresa é
natural, pois essa integração é a razão interna das universidades. Um exemplo é o Japão.
Desde a Restauração Meiji, o Japão estabeleceu universidades para treinar cientistas
para o desenvolvimento industrial do país. Com o tempo, muitas outras políticas
36

fortaleceram essa integração. Isso fica evidente quando “Em 1995, havia
aproximadamente 1.700 colaborações entre várias indústrias e universidades em todo o
país. Em 2004, esse número subiu para 9.400 casos” (TANAKA; SAOTOME, 2010, p.
128).
Em 2007, por meio do Plano de Inovação 25 (que vai até 2025 e visa buscar a
inovação e o crescimento em várias regiões do Japão), a importância dessa integração
foi reiterada pela incorporação de disciplinas científicas e tecnológicas, que é
considerada um elemento-chave da política. Paralelamente a esse processo, estão
discutindo e ainda discutindo diretrizes para o desenvolvimento de acordos de pesquisa
colaborativa. (TANAKA; SAOTOME, 2010)
No Brasil, além das medidas acima, a “Lei da Inovação” de 2004 também
formulou uma política de incentivo à interação entre instituições de pesquisa e
empresas, evidenciando a preocupação com a relação entre inovação e desenvolvimento
nacional, especialmente em termos de autonomia tecnológica. A legislação trata do
desenvolvimento justo, priorizando regiões subdesenvolvidas, pequenas empresas e
empresas que realizam pesquisas e investimentos no país. (Brasil, Lei nº 10.973 de
2004, artigo 1/27). Nesse sentido, Boff e Teixeira (2011) analisaram que a lei visa
promover e estimular o progresso da pesquisa científica e tecnológica no país,
promovendo, assim, projetos que visem atingir esse objetivo.
Porém, para que essas parcerias sejam devidamente consolidadas no Brasil, é
necessário considerar algumas regras que, entre outras, orientem o relacionamento entre
universidade e empresas, tratem de requisitos de confidencialidade, desvios de
conhecimento e suporte técnico, entre outros - Processo de transferência de tecnologia.
De acordo com o artigo 5º, a “Lei da Inovação” trata também de algumas das
questões relacionadas com a gestão da inovação e a proteção do conhecimento gerado
pelas instituições, tornando-se obrigatória a sua proteção no âmbito das ICT (Instituto
de Ciência e Tecnologia). (Brasil, 2004)
Também determina o estabelecimento de centros de inovação tecnológica em
universidades e TICs, que são responsáveis pela gestão e proteção do conhecimento
especificado no Artigo 5. Quanto ao interesse pela gestão da inovação, os núcleos
também atuam como interlocutores entre as instituições de ensino e a iniciativa privada.
Reiterou a necessidade da discussão acima, citando Reis (2008, p. 23), que
apontou o perfil de risco da empresa ao firmar essas parcerias, por exemplo, o
37

pesquisador deve aplicar os resultados da pesquisa ao próprio negócio, ou ainda


Transmissão de informações de empresas concorrentes.
Levando em conta a necessidade de supervisão, a "Lei da Inovação" fornece
algumas diretrizes para que os criadores se apropriem indevidamente das conquistas da
inovação. Além da remuneração normal, também estipula a participação mínima e
máxima nos benefícios econômicos (5% a 1/3). (Brasil, Lei nº 10.973, 2004, Art. 13).
No entanto, na prática, as instituições de ensino que estabelecem parcerias ao abrigo
desta lei ou outras condições devem formular regras mais específicas para vislumbrar
relações diferentes entre universidades, pesquisadores, empresas ou empresas. Inventor
independente.
Diante desta situação, o núcleo pode e deve desempenhar um papel importante
no estabelecimento de um ponto comum de interesse entre as expectativas da empresa e
a pesquisa e função social da universidade. Esse tipo de ação envolve uma nova visão
dos pesquisadores sobre seus direitos e suas atividades, pois eles assumem o papel de
protagonistas dessa interação.
Além da função de proteger as criações e o conhecimento gerado, atua também
como mediador entre a empresa e a universidade, sendo responsável por estimular
políticas de inovação, avaliando e categorizando os resultados de atividades e projetos
de pesquisa e facilitando-o para que as instituições divulguem Produtos de
desenvolvimento e monitorem o processamento de pedidos e a manutenção dos direitos
de propriedade intelectual institucional. (LOTUFO, 2009).
Embora os centros de inovação desempenhem um papel importante e necessário,
há sinais de que eles perderam sua força. Em 2013, Rubén Sinatra, presidente do
FORTEC-Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia, fez
um diagnóstico da área da inovação em entrevista exclusiva à Agência Gestão CT & I
de Notícias, e destacou que se não houver eficácia política pública, os Núcleos serão
obrigados a encerrar suas atividades. Também alerta que a falta de investimento
sustentado não só incentiva a instalação desses centros, mas também os mantém ativos.
(C, Agência de Gestão de T&I, 2013)
Apesar das dificuldades apontadas, os possíveis benefícios desta parceria para as
instituições e países relevantes se sobrepõem. Ao longo dos anos, universidades e
empresas tiveram espaços de atuação muito distintos no Brasil, fato que mostra que é
preciso conscientizar sobre o potencial dessa interação e reexaminar o papel das duas no
38

processo de desenvolvimento nacional melhorar as atividades nucleares e fornecer


investimentos ativos.
Ao longo da história, as pessoas sempre tiveram certas reservas e dúvidas sobre
as invenções e inovações tecnológicas. No entanto, foi observado que quando as pessoas
começam a perceber as vantagens materiais, econômicas ou militares de novas idéias,
essas resistências desaparecem. Parece que recompensas e incentivos governamentais e
gastos pessoais em pesquisa aplicada se tornaram uma realidade. Uma constante. Nos
últimos 60 anos, cada vez mais países adotaram o conhecimento científico para
promover o desenvolvimento tecnológico e a inovação. As atividades de P&D se
tornarão os iniciadores e indicadores básicos da inovação.
No campo dos direitos de propriedade intelectual, grandes mudanças ocorreram
desde o início da década de 1980. As empresas multinacionais a partir da penúltima
década do século 20 começaram a fortalecer suas estratégias de globalização de
mercado. Isso levou a maiores gastos em investimentos em pesquisa e desenvolvimento
(P&D) por departamentos relacionados a novas tecnologias. A internacionalização do
mercado passa a requerer a liberalização dos fluxos de bens, serviços e capitais, por um
lado, e requer um maior grau de coordenação nas regras que definem o ambiente
institucional no contexto da concorrência, com destaque para o sistema de propriedade
industrial. À medida que aumenta a parcela dos gastos com investimentos em P&D de
novos produtos, as patentes se tornaram um fator importante no cálculo do retorno do
investimento privado. Portanto, a tecnologia tornou-se um fator importante na
quantificação da vantagem comparativa do mercado mundial. Portanto, a garantia da
proteção do conhecimento obtido através do sistema de patentes é muito importante na
estratégia competitiva da empresa (Matias-Pereira, 2004, 2011; Matias-Pereira, etc.,
2006).
A mudança tecnológica é um fator importante na construção de um modelo de
transformação econômica. No entanto, parece que a tecnologia não é um produto
gratuito, pois a apropriação indébita de tecnologia vem do nível de conhecimento
acumulado, do processo de aprendizagem anterior, da experiência da empresa e do
próprio ambiente institucional, que pode ou não desempenhar um papel na redução da
incerteza. Decisões de investimento para novos produtos (Freeman e Perez, 1988).
Também deve ser levado em consideração que diferentes setores industriais diferem em
sua capacidade de promover a difusão de tecnologia. Portanto, o progresso tecnológico
tem um impacto positivo no processo de crescimento econômico.
39

Percebe-se que o debate sobre a função do sistema de patentes não é novo


(Penrose, 1951). No debate de hoje, é óbvio que todos os países, especialmente o
sistema de patentes, são altamente valorizados tanto doméstica quanto
internacionalmente.
A tecnologia é o principal fator que determina a vantagem comparativa de um
país no comércio mundial. Esta não é uma proposta nova. A teoria do gap tecnológico
(Posner, 1961) e a teoria dos ciclos do produto (Vernon, 1966, 1970) têm apontado que
a forma de disseminar o progresso tecnológico é um dos alicerces do padrão e da
dinâmica do comércio internacional. A diferença é que no estágio da nova tecnologia, o
principal fator de produção é o conhecimento ou a informação (Bifani, 1989). Nesse
sentido, o valor econômico do conteúdo do conhecimento incorporado em novos
processos ou produtos continua crescendo. Portanto, a relevância dos direitos de
propriedade industrial também aumentou de duas maneiras. Primeiro, porque permite a
proteção privada de novos conhecimentos. Em segundo lugar, porque oferece a
possibilidade de extrair renda pela posse de novos conhecimentos.
Deve-se notar que nem toda patente é uma invenção. Na verdade, grande parte
das patentes originou-se de pequenas inovações em equipamentos e processos existentes
(Kim, 1997).
As empresas que desejam obter vantagem competitiva em qualquer campo da
economia contam com sua capacidade de explorar novos conhecimentos para se manter
à frente de seus concorrentes criando novos produtos e serviços. Portanto, a inovação
tecnológica tornou-se um fator competitivo fundamental para a empresa. No entanto,
eles não podem ser considerados como o único fator responsável pela inovação e capaz
de criá-los de forma independente. Como colocaram Porter e Stern (2002), o ambiente
externo de uma empresa é pelo menos tão importante quanto o ambiente interno. A
inovação depende da capacidade de inovação do país, ou seja, do potencial de um país
para gerar fluxos de inovação relacionados. Essa capacidade se refere às condições
básicas para a criação de um ambiente de inovação, investimento e tomada de decisões
políticas em uma determinada região.
A capacidade de inovar também pode ser vista como um fator chave para o
crescimento econômico de vários países. Como Freeman (1995a) apontou, medido pelo
produto interno bruto, uma parte importante do crescimento produtivo nos países
desenvolvidos corresponde à inovação. Essa ideia surgiu da teoria do desenvolvimento
econômico, que considera o desenvolvimento econômico de um país como um processo
40

de acumulação de capital e incorporação do progresso tecnológico ao trabalho e ao


capital, levando ao aumento da produtividade, dos salários e dos níveis de trabalho da
população.
Smith (1776/1996), em seu livro "Inquérito sobre a Natureza e as Causas da
Riqueza Nacional", acreditava que o crescimento econômico depende da especialização
e da divisão do trabalho e da acumulação de riqueza. Ele acredita que o Estado deve ser
pequeno e sem capacidade de intervenção, o que levará a um aumento do setor de livre
iniciativa. Em seguida, Joseph Schumpeter (1982) incorporou a ideia da influência da
tecnologia e da inovação no processo de crescimento econômico nesta teoria. Segundo
Schumpeter (1982), o desenvolvimento de novas tecnologias trouxe crescimento. Outra
contribuição importante é que a inovação de novos produtos e serviços também levou
ao estabelecimento de novos mercados e à destruição de antigos mercados, conceito
denominado destruição criativa.
Romer (1990) deu uma importante contribuição à teoria do crescimento
econômico ao incorporar o conhecimento aos fatores que podem acelerar o crescimento
nacional. As pessoas começaram a pensar que o conhecimento é mais importante do que
fatores físicos. Em seu trabalho intitulado "Mudança Tecnológica Intrínseca", Paul
Romer acredita que os países com formação profissional gerarão conhecimento e
inovação para promover o crescimento, por isso a P&D desempenha um papel vital
neste processo. Além disso, a competição monopolística é vista como uma realidade
positiva (Warsh, 2006).
Desta forma, uma série de fatores e a interação de fatores, tais como
universidades e institutos de pesquisa, laboratórios de P&D, sistemas financeiros que
podem apoiar investimentos inovadores, sistemas jurídicos, apoio governamental, etc.,
formam o chamado "sistema de inovação. " , Pode criar um ambiente que estimule e
permita o processo de inovação. Vários autores têm se dedicado a estudar as mudanças
no crescimento econômico da região e como usar "sistemas de inovação" para explicar
essa mudança (Humbert, 1993; Freeman, 1995; Lundvall, 1992; Nelson, 1993;
Villaschi, 1993; Reinert, 1997 ).
Esta adaptação da teoria do crescimento econômico é chamada de teoria neo-
Schumpeteriana e é parte da contribuição pioneira de Schumpeter para o papel da
inovação no desenvolvimento econômico. Segundo os teóricos da teoria neo-
schumpeteriana, a capacidade de inovação desses países será um dos determinantes de
41

seu sucesso econômico, e essa capacidade reflete a maturidade de seu sistema nacional
de inovação.
O primeiro autor a usar o termo `` Sistema Nacional de Inovação '' (SNI) foi
Lundvall (1992), mas a ideia de um sistema nacional de inovação apareceu
anteriormente na Friedrich List (Friedrich List).) No livro "National Sistema de
Economia Política Nacional ". Em 1841, ao relatar os avanços da Alemanha na Grã-
Bretanha, defendeu que, além de recomendar políticas que aceleram ou possibilitam a
industrialização e o crescimento econômico, os países subdesenvolvidos também
protegem suas indústrias nascentes. A maioria dessas políticas está relacionada ao
aprendizado e à aplicação de novas tecnologias. Desde então, muitos trabalhos foram
realizados na área (Freeman, 1995; Lundvall, 1992; Nelson, 1993; Carlsson, Jacobsson
e Rickne, 2002).
Niosi et al. (1993) define o sistema nacional de inovação como um sistema de
interação entre empresas públicas e privadas, universidades e agências governamentais
que visam produzir ciência e tecnologia nas fronteiras nacionais. A interação entre essas
unidades pode ser tecnológica, comercial, jurídica, social e financeira, desde que a
finalidade da interação seja desenvolver, proteger, financiar ou supervisionar novas
tecnologias. Em suma, Freeman (1987) define SNI como uma rede de instituições dos
setores público e privado, cujas atividades e interações desencadeiam, introduzem,
modificam e disseminam novas tecnologias.
O método SNI envolve principalmente o fluxo de conhecimento e seu impacto
no crescimento econômico. Niosi (2002) alertou que devido à natureza tácita do
conhecimento, é difícil para o capital do conhecimento cruzar as fronteiras nacionais.Se
as pessoas não forem transferidas, o capital humano será difícil de transferir. Estender o
conceito de sistema nacional de inovação ao nível regional, à medida que se aproxima a
distância entre os diferentes agentes, promove a transferência de conhecimento.
Braczyk, Schienstock e Steffensen (1995) focaram na geração e disseminação de
conhecimento entre os sujeitos de inovação regional e propuseram o conceito de sistema
de inovação regional (SRI) pela primeira vez. Em pouco tempo, alguns pesquisadores
começaram a aplicar o conceito de SNI ao estudo de sistemas regionais de inovação
(Cooke, 2001; Doloreux, 2002; Morgan & Nauwelaers, 1999). Doloreux e Bitard (2005)
definem SRI como uma série de participantes e organizações (empresas, universidades,
centros de pesquisa, etc.), esses participantes e organizações participam
42

sistematicamente na interação de inovação e aprendizagem através de práticas


institucionais comuns.
A ideia central é que, com o objetivo de fortalecer as capacidades regionais de
inovação, o papel desse grupo de atores é incentivar as empresas de uma região a
desenvolver formas específicas de capital derivadas da interação das relações sociais,
normas, valores e espaço local.
Pinto e Guerreiro (2006) analisaram o desempenho inovador da região europeia
com base em uma série de variáveis, com o objetivo de determinar a escala de potencial
e criar agrupamentos entre regiões com características de inovação semelhantes. Por
meio da análise fatorial, foram descobertas quatro dimensões principais relacionadas à
inovação (inovação técnica, capital humano, estrutura econômica e mercado de
trabalho), que posteriormente foram utilizadas para analisar a região europeia em cinco
clusters de nível de inovação. Buesaa, Heijs e Baumert (2010) estudaram os
determinantes da inovação na região europeia de diferentes maneiras por meio de um
método de função de produção de conhecimento.
Em relação ao Brasil, alguns estudos têm sido realizados com o objetivo de
vincular o desenvolvimento econômico regional ao sistema regional de inovação.
Santos e Caliari (2012) avaliaram a concentração de estruturas de suporte à inovação
tecnológica nas cinquenta maiores microrregiões brasileiras. São utilizadas variáveis
relacionadas às atividades técnicas de apoio a essas microrregiões, como presença de
pessoal qualificado e instituições de ensino e pesquisa, e variáveis relacionadas ao grau
de desenvolvimento econômico. Os resultados de suas pesquisas mostram que existe
uma correlação entre as variáveis econômicas e as variáveis relacionadas à estrutura
local de apoio à inovação, estando também concentradas em um pequeno número de
microrregiões.

3.4 A LEI DE PATENTES DE 28 DE AGOSTO DE 1830

O Brasil foi um dos primeiros países a conceder patentes a inventores6 e foi o


único país a ter leis de patentes antes de sua antiga metrópole. Porém, ao contrário da
experiência de outros países, surgiu a primeira lei de patentes brasileira, cujo objetivo
era estimular o surgimento de invenções, não para que os inventores exigissem proteção
de sua renda.
43

A chegada da família real trouxe mudanças profundas ao Brasil. Durante 13


anos, quando o Brasil se tornou o centro de decisão política do Reino de Portugal, o
Brasil começou a receber atenção inicial para alcançar o desenvolvimento econômico.
Uma das primeiras medidas para o desenvolvimento das atividades industriais foi a
licença para instalação de fábricas no país (1808) e em Alvará em 28 de abril de 1809.
Isso incluía, entre outras coisas, a especialização da Índia, “Inventor e introdutor de
algumas novas máquinas e invenções artísticas” durante 14 anos. Inspirada nas leis da
Inglaterra e dos Estados Unidos, essa licença fez do Brasil um dos pioneiros na
concessão de patentes. Aquela época, a economia brasileira se baseava principalmente
na atividade agrícola, com destaque para a produção e exportação de açúcar, algodão e
algodão. café. No entanto, os esparsos registros de tempo indicam que os privilégios
concedidos sob a licença são muito poucos, chegando a apenas 26 no total
(RODRIGUES, 1973)
Como o país se tornou independente, a Constituição de 1824 garante que os
inventores tenham a propriedade de suas descobertas ou produções. Curiosamente, essa
regulamentação constitucional foi regulamentada pela primeira lei de patentes do Brasil
em 28 de agosto de 1830, e Portugal só promulgou a lei de patentes em 1837. Seu
objetivo é garantir a propriedade ao descobrir, inventar ou melhorar setores úteis e
garantir sua propriedade, perante indústrias estrangeiras.
Esta patente é fornecida gratuitamente aos inventores e criadores que certificam
o autor da invenção por escrito. Uma inspeção prévia também foi realizada para provar
a novidade e a praticidade da presente invenção. De acordo com o Relatório do
Ministro, Rodrigues (1973) assinalou que vários pedidos de patentes foram indeferidos
por não atenderem aos requisitos de novidade e utilidade, o que indicava que as
vantagens e desvantagens das patentes eram rigorosamente examinadas.
Além disso, a lei adota a prática de "divulgar" invenções. Nessa prática, os
solicitantes devem "depositar no arquivo público descrições precisas e fiéis dos métodos
e processos utilizados, junto com seus planos, desenhos ou modelos”. Esclareça-os. Se
não houver como eu não conseguir explicar o problema, por favor, esclareça” (Art. 2).
Neste sistema, uma patente é concedida ao “primeiro inventor” se o inventor não
conceder a patente dentro de dois anos. a invenção é posta em prática, ou se já obteve
patente no exterior, o inventor perderá a patente, mesma invenção, neste último caso, só
terá direito à concessão como introdutor.
44

Portanto, as pessoas pensam que isso envolve tanto a conversão de invenções em


inovação (porque devem ser introduzidas no mercado brasileiro dentro de dois anos da
concessão) quanto a difusão de inovações, que pode ser vista a partir da prática do
esclarecimento. Em outras palavras, é possível determinar que os legisladores
transformarão essas invenções em um desejo de beneficiar a sociedade, não apenas a
proteção dos direitos de propriedade. Infelizmente, não há registro da validade desta
disposição.
Como a primeira lei de patentes dos Estados Unidos, a lei brasileira não define
um prazo separado para a validade das patentes. De acordo com a lei, o prazo de
validade de uma patente pode ser de cinco a vinte anos, dependendo da qualidade da
invenção. Vale ressaltar que o texto do anteprojeto original não fazia menção à
qualidade, mas sim “a importância e o valor da descoberta, introdução ou
aprimoramento” .9 Portanto, podemos dizer que a duração da patente depende das
características e fiscalização do a invenção. O julgamento da organização é endógeno
dessa forma.
Apesar de suas boas intenções, a lei não abordou os obstáculos do país à
invenção e inovação, e por causa de seus fortes requisitos para a novidade (não
conceder patentes para invenções que foram patenteadas no exterior), ainda criou
barreiras técnicas. De acordo com o relatório ministerial, embora estivesse prevista a
bonificação de inventores estrangeiros, que deveria ser proporcional à praticidade e
dificuldade de implantação, não foram alocados no orçamento recursos para esse fim, o
que levou à conclusão de que isso pode ser viável. (RODRIGUES, 1973). Além disso,
ao impedir a reprodução de invenções estrangeiras, a lei impõe barreiras técnicas
desnecessárias ao Brasil, pois, no século 19, alguns países concederam patentes sem
qualquer prova de originalidade, permitindo a reprodução e divulgação técnica
(CHANG, 2000).
Na década de 1870, ocorreram mudanças importantes na interpretação da lei,
quando o exame preliminar dos pedidos de patentes foi descartado e as patentes foram
concedidas a estrangeiros, como Thomas A. Edison (RODRIGUES, 1973). O pedido
para suspender o exame anterior é um reconhecimento do direito do inventor de total
confidencialidade de sua descoberta. Nos últimos anos, a National Industry Association
conduziu exames preliminares em vários pedidos de patentes. O inventor argumentou
que os funcionários da associação - outras organizações que não a administração pública
45

- obteriam segredos de patentes antes de publicá-los, o que infringiria o direito de


confidencialidade.
A insatisfação com a lei de patentes durou duas décadas e, finalmente, uma nova
lei de patentes foi aprovada em 1882. A nova lei foi elaborada durante a primeira
reunião antes da entrada em vigor da Convenção de Paris para a Proteção dos Direitos
de Propriedade Intelectual em 1883, na qual o Brasil foi um dos signatários e
incorporou os princípios básicos da Convenção à sua legislação: prioridade e patentes
nacionais e estrangeiras. Igualdade de tratamento dos pedidos.
A nova lei padroniza a duração das patentes por um período de quinze anos, mas
mantém a exigência de evitar a extensão do uso de patentes, e estende a duração das
atividades industriais de dois para três anos. Outras mudanças importantes são a
concessão de patentes a estrangeiros que já possuem patentes em outros países, e o
prévio exame minucioso de alimentos, produtos químicos e medicamentos, enquanto
outros ficam isentos desse exame. A mudança de sistema representada pela nova lei visa
facilitar a obtenção de patentes por brasileiros e estrangeiros.
Dependendo da demanda por políticas públicas, é importante primeiro observar
se existem subsídios legais para legitimar tais políticas. Portanto, cabe destacar que a
Constituição Federal de 1988 elencou o desenvolvimento como uma das metas de
governar o país e nortear as normas constitucionais. Por sua vez, o escopo do objetivo
constitucional é orientar a interpretação e aplicação das demais normas constitucionais e
da legislação de infraestrutura. (SILVA, 2004)
Portanto, esses objetivos devem orientar a ação pública, e os poderes previstos
na Constituição também são obrigados a implementar esses objetivos. Nesse sentido,
por meio das prioridades de políticas públicas, os objetivos constitucionais são válidos
ou inválidos. Portanto, de acordo com o que estabelece a Constituição Federal, os
planos são considerados o verdadeiro meio de desenvolvimento econômico nacional,
pois essas metas podem ser consolidadas por meio de planos. (LOCATELLI, 2005)
Porém, segundo Grau (2001), o plano estipulado na Constituição Federal não é
um plano econômico, mas um plano de desenvolvimento econômico. O Poder
Executivo deve então adotar e implementar planos nacionais e regionais para o
desenvolvimento econômico e social com a apreciação da Assembleia Nacional. Para
cumprir mais rigorosamente as disposições constitucionais, esses planos também devem
ter como objetivo minimizar a desigualdade regional. Por exemplo, o investimento em
46

pesquisa aplicada em questões nacionais e regionais é um exemplo. (LOCATELLI,


2007)
Portanto, quando a propriedade intelectual é utilizada com a finalidade de
promover o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida das pessoas, seja ela
envolvendo aspectos sociais, econômicos ou ambientais, a propriedade intelectual será
amparada pela constituição e deve ser promovida por meio de políticas públicas.
Neste caso, como medida conexa, pode-se citar também a motivação para
incentivar a cooperação universitária e empresarial, já prevista na Lei de Inovação, e os
inúmeros editais de fomento à pesquisa científica visando sua inclusão na promoção. a
inovação está nos pais.
Ao consolidar essas políticas, é importante prestar atenção à necessidade de
estabelecer uma estrutura regulatória apropriada para proteger a criação de
conhecimento e incentivar o investimento em pesquisa, incluindo o setor privado.

a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégios temporários


para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em
vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
(BRASIL. Constituição Federal, art. 5º, XXXIX)

Conforme mencionado anteriormente, a proteção legal estabelece a propriedade


legal dos ativos intelectuais e a exclusividade econômica, incentivando assim o
investimento em pesquisa e criatividade. Sem essa proteção, os verdadeiros
proprietários desses ativos ficarão vulneráveis a atos como a pirataria.
Nesse sentido, Viegas (2007, p. 4) comprova:

Quando a economia passa a dar menos valor aos bens materiais e mais
importância à tecnologia, aos bens intangíveis e aos serviços, no âmbito do
Direito, o estudo e a legislação da propriedade intelectual adquirem
relevância cada vez maior. De fato, à medida que empresas se concentram
cada vez mais em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, no fluxo
de informações, na velocidade em que são feitas as conexões entre
fornecedores e consumidores, na valorização da criatividade, a proteção da
propriedade imaterial passa a suscitar maior interesse e preocupação.

Com a devida proteção, o potencial econômico gerado pelos ativos intelectuais


acima mencionados poderá se consolidar e se beneficiar daqueles que fizeram
contribuições efetivas para o processo de criação desses ativos.
47

Um sistema eficaz de proteção à propriedade intelectual também traz a


possibilidade de aumento do investimento estrangeiro no país. Isso porque as empresas
estrangeiras buscam investir em países que respeitem e sejam bons na proteção dos
direitos de propriedade intelectual, respeitando assim seus direitos.
Barral e Pimentel (2007, p. 30) corroboram essa visão, afirmando: “A busca pelo
desenvolvimento envolve um conjunto de regras claras e bem estruturadas. Portanto, a
partir dos direitos de propriedade intelectual, é necessário um código ou regulamento de
propriedade intelectual. Princípios, e as regras comuns e regras específicas de cada
espécie. "
O código ou regulamento também deve atentar para a necessidade de estabelecer
restrições ao exercício dos direitos de propriedade intelectual, especialmente em termos
de exploração econômica. Conforme discutido, ao se discutir propriedade intelectual e
desenvolvimento, embora as perspectivas econômicas sejam uma prioridade, outras
perspectivas não devem ser deixadas de lado. A socialização do conhecimento, para que
as pessoas tenham a oportunidade de obter
Novas tecnologias e criações artísticas e culturais acessíveis fazem parte desse
processo. Para os países que ainda “consomem” mais tecnologia por falta de estrutura, a
proteção excessiva será extremamente cara, enquanto as comunidades de baixa renda
são excluídas do processo de desenvolvimento de tecnologia. (LOCATELLI, 2013)
Correa também alertou que para que os direitos de propriedade intelectual
realmente gerem riqueza, os direitos de propriedade intelectual devem ser protegidos e
usados de acordo com as necessidades e condições de cada país. Dessa forma, será
evitado o possível custo de implantação de um sistema de proteção à propriedade
intelectual para um país que ainda não está pronto ou não sabe aproveitar ao máximo o
sistema (CORREA, 2003).
No entanto, mesmo que se deva prestar atenção aos contornos ou limitações do
arcabouço legal a ser adotado, sua relevância é indiscutível. Conforme Scherwood
(1992, p. 195) confirmou, “a proteção à PI é um meio barato E poderoso”., qualquer
país em desenvolvimento que deseja desfrutar de seus benefícios pode usá-lo. "
Depois de determinar a relevância da proteção legal efetiva e das políticas
públicas para a promoção dos direitos de propriedade intelectual, preste atenção à
importância de alguns participantes (universidades e empresas) neste processo.
48
49

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que uma patente é um direito exclusivo de explorar – fazer, usar,


vender ou importar – uma invenção por um período limitado de tempo, isso é, 20 anos a
partir do depósito no país onde o pedido é feito. As patentes são concedidas para
invenções que são novas, claro, inventivas, pois não são óbvias, e que tenham uma
aplicação industrial, sendo, portanto, úteis.
Existem outros tipos de exclusividade direitos sobre ativos intangíveis,
notadamente direitos autorais, proteção de design e marcas registradas, mas as patentes
fornecem uma ampla proteção que se estende além da expressão específica de uma
invenção para a própria invenção. Devido a este controle sobre a tecnologia, o titular da
patente está em posição de definir um preço superior ao da concorrência para o
correspondente bem ou serviço, o que permite a recuperação dos custos de inovação.
Em troca, o requerente deve divulgar a invenção em um texto do pedido, que é
publicada 18 meses após o pedido. Como uma patente é válida apenas no país em que
foi concedida, ela está sujeita às leis e litígios nacionais resolvidas nos tribunais
nacionais.
Esse trabalho mostrou o efeito positivo das patentes na inovação como
mecanismos de incentivo a economia. Apesar da literatura mostrar que o impacto das
patentes na inovação e no desempenho econômico é algo ainda complexo, por isso, é
necessário ainda um ajuste preciso na política de patentes para que se tornem um
instrumento mais eficaz.
Apesar de ser extremamente importante a proteção de suas vantagens
competitivas em algumas patentes indústrias, e notadamente biotecnologia,
medicamentos, produtos químicos e, em certa medida, máquinas e computadores. No
entanto, a proteção de patentes também pode dificultar mais inovações, especialmente
quando limita o aceso ao conhecimento essencial, como pode ser o caso em áreas
tecnológicas emergentes, quando a inovação tem um caráter cumulativo no marcado
protegendo assim as patentes de invenções fundamentais.
Como no caso, da Covid-19, onde os países mais ricos que detém as maiores
indústrias farmacêuticas, e estes não quebram as suas patentes de vacinas contra Covid-
19. Essa quebra de patente aceleraria a vacinação em massa, e consequentemente
reduziria as mortes finalizando assim essa pandemia.
50

De fato, os especialistas garantem que, para interromper essa pandemia global, é


necessária uma resposta global, porque a crise não pode ser encerrada se apenas alguns
países tiverem sua população vacinada em massa. É por isso que propostas têm sido
feitas para que as empresas farmacêuticas suspendam temporariamente as patentes de
suas vacinas e compartilhem seus conhecimentos tecnológicos, a fim de acabar com o
que os especialistas chamam de "apartheid de vacinas".
Portanto, o objetivo desse trabalho que foi descrever sobre a contribuição do
desenvolvimento econômico baseado em patentes no Brasil, foi alcançado tendo em
vista que foi mostrado as mudanças importantes nas últimas décadas, de que patentes
mais fortes impulsionam a inovação e consequentemente melhoram o desenvolvimento
econômico.
A perspectiva de os direitos de propriedade intelectual se tornarem uma
ferramenta importante para o desenvolvimento econômico de um país é notória. No
entanto, para incorporar esse processo em um determinado país, algumas estratégias
diferentes podem ser adotadas. Como mencionado anteriormente, nesses países é
imprescindível que haja uma política pública que facilite esse processo em nosso país e
um marco regulatório que garanta os direitos que dele decorrem.
O desenvolvimento do potencial econômico gerado pelas instituições de PI
significa investimento e interação entre diferentes participantes. Entre os pré-requisitos
para a promoção desse processo estão políticas públicas que incentivem o país a realizar
pesquisas aplicadas, bem como a proteção e gestão adequadas dos direitos de
propriedade intelectual.
Conforme mencionado anteriormente, no momento em que a propriedade
intelectual atua como meio para atingir os objetivos de desenvolvimento nacional, ela
determina a base legal para a implementação de políticas que promovam a pesquisa e a
inovação e protejam os direitos delas decorrentes. Por outro lado, além de conceber a
repartição de benefícios para que a sociedade também possa se beneficiar desses ativos,
também deve haver parâmetros suficientes para apoiar essa proteção. Esses parâmetros
devem proteger efetivamente os direitos dos atuais titulares e estimular os direitos do
setor de novos investimentos.
Nesse caso, para o desenvolvimento tecnológico do país, a interação entre
universidades e empresas é fundamental. Essa abordagem permite que esses
departamentos combinem suas respectivas competências para consolidar processos de
pesquisa e inovação que atendam às necessidades da sociedade.
51

Por sua vez, o centro de inovação tecnológica surgiu como um importante


mediador nesse processo, não só aproximando os participantes, mas também protegendo
e administrando o patrimônio intelectual resultante. No entanto, embora iniciativas nesta
área tenham sido vislumbradas, o país ainda carece de políticas sustentadas e de
investimentos, de modo que esses centros estão aptos a se estruturar e operar de forma
eficaz como observado em vários outros países.
O processo de inovação é baseado no processo de aprendizagem e na busca
constante pelo conhecimento. Grandes empresas inovadoras definem suas estratégias
tecnológicas, investindo em pesquisa e desenvolvimento, e essas estratégias definem
suas condições competitivas.
Nesse caso, o papel dos direitos de propriedade intelectual é proteger o direito
dos países ou empresas inovadoras de obter inovação tecnológica e reconhecimento
entre os países, e servir de base para a informação. A legislação de patentes é
considerada essencial para conquistar novos mercados em uma sociedade globalizada.
Nesse sentido, os direitos de propriedade intelectual são importantes para apoiar o
processo de desenvolvimento tecnológico do país.
É nesse contexto que este trabalho busca destacar os esforços de inovação do
Brasil, em especial os direitos de propriedade industrial, por meio de indicadores de
patentes. Como resultado, descobriu-se que o Brasil está em desvantagem no cenário
internacional em termos de direitos de propriedade intelectual. Durante o período de
observação, a produtividade das patentes relacionada ao PIB e despesas com P&D foi
baixa e estagnada. Em relação aos principais depositantes de patentes, constatou-se que
as empresas brasileiras investem muito pouco em pesquisa e desenvolvimento e,
portanto, geram muito pouca inovação. A maioria das empresas brasileiras pode relutar
em assumir os riscos que existem nas atividades de inovação, porque o gasto em P&D é
um investimento com retorno de longo prazo.
No entanto, o ensino superior no Brasil se destaca porque a Unicamp é a
instituição mais importante em pedidos de patentes ao longo dos anos, com a maior taxa
de alteração de pedidos, e a FAPESP e a UFMG também estão entre as maiores
instituições de pedidos de patentes do Brasil.
Em relação à região de inovação (setor federal), observa-se que o estado de São
Paulo responde por quase metade do estoque total de patentes no Brasil, seguido pelos
estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná. Para aprimorar a capacidade de
52

inovação e registro de patentes no Brasil, ainda há muito espaço para desenvolvimento


na área de ciência e tecnologia.
A falta de avaliação do desempenho da gestão do sistema de proteção à
propriedade intelectual do país continua sendo um motivo de preocupação. A análise
mostra que, entre outras lacunas, existem dificuldades na gestão dessas políticas,
principalmente no campo do registro de patentes. Portanto, parece que as políticas
públicas no campo da propriedade intelectual não têm cumprido plenamente o seu papel
no plano institucional e na geração de incentivos à inovação. A pressão de uma
sociedade organizada para aprofundar mudanças, ajustar e fortalecer a escala do Inpi
para estimular a integração da tecnologia à produção e à inovação (que é considerada o
principal foco da política industrial) corrobora parcialmente essa afirmação.
Existem razões óbvias, a fim de cultivar C, T&I, "Lei de Inovação" e "Diretrizes
da Política de Indústria e Tecnologia", "Plano de Ação Nacional de Desenvolvimento
Científico, Tecnológico e Inovação-2007-10" e "Política de Desenvolvimento
Produtivo". cultivar C, T&I no país faz parte de um ciclo que começa com a discussão
dos recursos e termina com a organização, que agora precisa ser implementada.
Observa-se que após os dispositivos da Lei de Inovação, ainda existem alguns aspectos
que exigem mais detalhes para manter a identidade das universidades, indústrias e
empresas para que, de fato, ela se torne um meio relevante de promoção do
desenvolvimento. Políticas industriais e tecnológicas nacionais.
É inegável que o uso dinâmico da propriedade intelectual necessita de apoio e
incentivo institucional. Políticas públicas de proteção aos direitos de propriedade
intelectual são necessárias, especialmente para universidades e centros de pesquisa e
indústrias, porque, neste campo, grande parte da criação e inovação tecnológica e
cultural é baseada em potenciais papéis, conceitos e teorias. E assim aconteceu.
tecnologia. O estabelecimento de mecanismos de incentivo e o estabelecimento de
parcerias que promovam ações conjuntas entre universidades e centros de pesquisa e o
setor industrial são essenciais para facilitar o intercâmbio de informações específicas
para simplificar o processo de pedido de patente e definir parâmetros de
comercialização e transferência de tecnologia.
Em suma, os dirigentes de muitas empresas brasileiras têm pouco conhecimento
e interesse na área de propriedade intelectual, o que tem criado riscos desnecessários na
exportação de seus produtos.
53

Dadas as deficiências e fragilidades do sistema de gestão da política de proteção


à propriedade intelectual, consideramos imprescindível que o país continue a se
modernizar nesta área, especialmente nas áreas de registro de marcas e patentes. O país
deve fortalecer o uso da proteção à propriedade intelectual como meio de apoiar o
processo de desenvolvimento socioeconômico. Essas mudanças devem ser
implementadas por meio de uma gestão consistente de políticas públicas.
54

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61

ANEXO
Tabela 1 - Principais aspectos das áreas do Sistema brasileiro de Propriedade Intelectual

Fonte: Adaptado pela autora a partir de Jungmann (2010, p. 22)

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