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COORDENADORIA DE ENGENHARIA MECÂNICA

SOLUBILIZAÇÃO E TRATAMENTO TÉRMICO DO ALUMÍNIO

Sorocaba/SP

2016
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SOLUBILIZAÇÃO E TRATAMENTO TÉRMICO DO ALUMÍNIO

Trabalho desenvolvido em grupo para obtenção de nota na disciplina de


Processos de Fabricação I

Sorocaba/ SP

2016
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RESUMO

Considerando-se os tratamentos térmicos das ligas de alumínio, deve-se


inicialmente diferenciar as ligas termicamente tratáveis (séries 2XXX, 6XXX,
7XXX e a maioria da série 8XXX), as que podem endurecer por meio de
tratamento térmico de solubilização e envelhecimento, daquelas cujo aumento
de dureza só pode ser obtido mediante trabalho mecânico e consequentemente
encruamento (séries 1XXX, 3XXX, 4XXX e 5XXX). O objetivo do tratamento de
solubilização é por em solução sólida a maior quantidade possível de átomos
de soluto, como cobre, magnésio, silício ou zinco, na matriz rica em alumínio.
Para algumas ligas a temperatura na qual a máxima quantidade de soluto pode
estar dissolvida corresponde à temperatura eutética. Sendo assim, as
temperaturas de solubilização devem ser limitadas a um nível seguro no qual
as consequências do superaquecimento e da fusão parcial sejam evitadas.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Produção de alumínio no mundo......................................................07
Figura 2 – Gráfico Processo de Solubilização...................................................08
Figura 3 – Forno elétrico para tratamento térmico.............................................09
Figura 4- Roupa de couro ou de raspa utilizada como um EPI no processo.....11
Figura 5 - Descarte da lama vermelha gerada no processo de produção da
alumina..............................................................................................................12
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Ligas de Alumínio Trabalhadas Endurecíveis por Precipitação........09


Tabela 2 – Propriedades Mecânicas das Ligas Indicadas na Tabela 1.............10
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 6
2 ALUMINIO................................................................................................................. 6
2.2 Produção de alumínio....................................................................................................6
3 SOLUBILIZAÇÃO DO ALUMÍNIO..............................................................................7
3.1 Objetivo............................................................................................................................7
3.2 Forno................................................................................................................................8
3 LIGAS DE ALUMINIO TRATADAS TERMICAMENTE..............................................9
3.1 Aplicações......................................................................................................................10
4 SEGURANÇA........................................................................................................... 11
5 ASPECTOS AMBIENTAIS.......................................................................................12
6 CONCLUSÃO........................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................14
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1 INTRODUÇÃO

O trabalho apresentado a seguir visa o estudo, bem como a metodologia


utilizada no processo de Solubilização e Tratamento Térmico do Alumínio.
O trabalho foi desenvolvido através de pesquisas de campo (internet) e
de revisões bibliográficas, tendo as informações adquiridas direcionadas para
estes processos, analisando vantagens e desvantagens, tanto do ponto de
vista técnico quanto econômico.
O mesmo introduz e aprofunda brevemente os conhecimentos do
processo, objetivando apresentar como e para que o processo possa ser
usado. Nas páginas a seguir veremos seus conceitos e aplicações, ilustrações,
gráficos, e questões de segurança e aspectos ambientais envolvidos.

2 ALUMINIO

O alumínio teve um rápido crescimento na indústria a partir dos anos 70,


e esse crescimento está atribuído à combinação de propriedades que o tornam
um dos materiais mais versáteis da engenharia. O alumínio possui peso leve,
mas algumas de suas ligas possuem uma resistência tão alta quando o do aço.
Também possui boa condutibilidade térmica e elétrica, alta refletividade à luz e
ao calor. O alumínio pode ser fundido e trabalhado em quase todas as formas e
com isso pode-se obter uma grande gama de formas.

2.2 Produção de alumínio

O alumínio, é um material bastante abundante na crosta terrestre, mas é


misturado com outros materiais, tais como Fe, Si, e O. A bauxita é o principal
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minério a ser utilizado na produção de alumínio, sendo o óxido de alumínio


puro extraído da bauxita através do processo Bayer.
Bayer é o processo de refinamento de grãos e calcina a bauxita com
tratamento térmico de hidróxido de sólido que converte o alumínio em minério
de sólido conforme a reação: “ Após a separação do resíduo insolúvel,
constituído principalmente de óxido de ferro e sílica, a solução de alumínio é
resfriada lentamente a 25 – 35ºC para precipitação do hidróxido de alumínio
[Al(OH)3] de acordo com a reação NaAlO2 + 2H2O → Al(OH)3 + NaOH”

Figura 1 – Produção de alumínio no mundo

As fornalhas são carregadas com alumínio líquido, depois elementos de


liga, lingotes de liga mestre e sucatas são adicionado conforme necessidade. O
metal é limpo por gás a base de cloro para remover o gás de hidrogênio. Após
essa etapa, o metal é separado, ou em forma de lingote ou em tarugos. Os
tarugos possuem me média, 14 pés de comprimento e o lingote entre 18 e 64
polegadas.

3 SOLUBILIZAÇÃO DO ALUMÍNIO

3.1 Objetivo

A solubilização visa colocar o maior número de átomos de soluto, como


Cobre, magnésio, Silício ou Zinco, em uma matriz rica em Alumínio.
Na solubilização aquece-se o material próximo ao ponto de fusão, com
isso os coeficientes de difusão da liga de alumínio já estejam suficientemente
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aumentados, proporcionando a migração desses átomos, e tendo a dissolução


completa quando permanecido por um certo tempo nessa temperatura. Quanto
mais elevada a temperatura e maior o tempo de permanência no forno faz com
que ocorra um efeito nocivo, que seria o crescimento excessivo dos grãos.
Outra consequência negativa das elevadas temperaturas seria a oxidação,
especialmente se a atmosfera interna do forno estiver contaminada com
umidade ou enxofre.
Figura 2 – Gráfico Processo de Solubilização

A seguir, resfria-se a peça rapidamente, dando o efeito da Têmpera, que


é um ponto crítico, por ser fundamental manter na temperatura ambiente, visto
que tem-se que manter a solubilização sólida obtida em alta temperatura. O
resfriamento rápido também é importante para manter o número de lacunas
obtidas em alta temperatura, e essas lacunas fazem um papel fundamental no
processo de difusão dos átomos de soluto, que irá ocorrer no endurecimento
por precipitação, também chamado envelhecimento. Temos a água como meio
de resfriamento mais usado atualmente, e caso deseja-se uma taxa de
resfriamento mais rápido, podemos usar líquidos orgânicos. O resfriamento de
ar, para as ligas de alumínio, é muito lento, e pode se obter um aumento de
dureza e melhor capacidade de deformação.

3.2 Forno

O forno de resistência elétrica (próprio para tratamentos térmicos), é


ajustado para que fique operando entre uma temperatura de 540ºC, +/- 10ºC.
Espera-se estabilizar a temperatura interna, e então é colocado o material
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dentro do forno. Depois de mais ou menos 6 horas dentro do forno, isso


depende do tamanho e da liga,o alumínio é retirado e mergulhado dentro de
um líquido, como comentado anteriormente, para seu resfriamento rápido, até
atingir a temperatura ambiente.
Um modo de verificar se a solubilização deu certo, é fazendo uma
micrografia, e analisando as amostras.

Figura 3 – Forno elétrico para tratamento térmico

3 LIGAS DE ALUMINIO TRATADAS TERMICAMENTE

As ligas de mais importantes trabalhadas e endurecíveis por precipitação


estão indicadas na Tabela 1 e suas propriedades em várias condições na
Tabela 2.

Tabela 1- Ligas de Alumínio Trabalhadas Endurecíveis por Precipitação


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Tabela 2 – Propriedades Mecânicas das Ligas Indicadas na Tabela 1

Essas tabelas mostram claramente os efeitos dos elementos de liga no


alumínio e dos tratamentos térmicos nas ligas resultantes.

3.1 Aplicações

A liga 2017, conhecida também como duralumínio é a mais antiga e


usada, pois contém , em média, 4,0% de cobre, 0,5% de magnésio e 0,7% de
manganês. Pode ver-se que no após ser tratada termicamente, a liga chega a
adquirir um limite de resistência à tração semelhante ao do aço doce, com um
terço do seu peso específico, uma característica importante para seu emprego,
principalmente na indústria aeronáutica e de transporte em geral.
Na indústria aeronáutica, ela tem sido deslocada pela liga 2024, que
possui maior resistência mecânica, embora menor capacidade de
conformação.
A indústria aeronáutica emprega ainda as ligas 6061 e 7075.
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Aliga designada por 6053, embora tenha menor resistência mecânica,


possui dentre todas a maior resistência á corrosão, comparável à do alumínio
comercialmente puro, de modo que se aplica nos casos em que a resistência à
corrosão é mais importante que a resistência mecânica.
Outras aplicações do alumínio e suas ligas: indústria automobilística
(fabricação de fuselagens, motores, hélices, etc.), indústria ferroviária (vagões
de carga e passageiros, mobiliário, etc.), indústria naval (cascos de barcos,
estruturas de convés, etc.), indústria elétrica (cabos condutores armados de
aço, enrolamento de motores, etc.), e outras aplicações variadas.

4 SEGURANÇA

Para mexer com o alumínio no forno, é necessário usar luvas de couro,


avental de couro, óculos de proteção, sapato de segurança, preferivelmente
revestido internamente, para maior proteção a queda de peças. Na
solubilização, a mesma coisa, e deve ser tomado cuidado ao resfriar a peça,
pois como o resfriamento é rápido, sobe um enorme vapor, e a pessoa que irá
realizar a operação não deve estar perto, para que nenhum acidente ocorra.
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Figura 4- Roupa de couro ou de raspa utilizada como um EPI no processo

5 ASPECTOS AMBIENTAIS
O maior problema ambiental da indústria com relação ao processo Bayer
é o descarte do resíduo da bauxita: a lama vermelha.

Figura 5 – Descarte da lama vermelha gerada no processo de produção da alumina


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A lama vermelha é um resíduo gerado pela produção de alumina a partir


de bauxita. A lama é um produto residual, composto, em parte, por elementos
do minério original de bauxita, em parte, por elementos adicionados durante o
processo. Ela é depositada como um espesso líquido pastoso ou uma massa
semi-seca. A lama vermelha normalmente contém silício, alumínio, ferro, cálcio,
titânio e sódio, além de uma série de componentes menores, incluindo
potássio, cromo, vanádio, níquel, bário, cobre, manganês, chumbo e zinco.
Praticamente todas as fábricas de alumina do mundo depositam a lama
vermelha em lagoas artificiais ou aterros. Os reservatórios podem ser
revestidos por argila impermeável e/ou uma lona sintética, onde a lama
vermelha é filtrada e transportada por caminhões até o local de descarte.
Há empresas também que implementam abrangentes programas
ambientais para minimizar ao máximo os impactos ambientais. Considera-se a
solução uma das melhores do setor. Depois de passar por lavagem e filtração a
fim de eliminar a água de processo e a soda cáustica, a lama vermelha se
transforma numa massa grossa que é transportada até o local de descarte por
caminhões.
Todo o depósito é revestido por membranas para impedir a infiltração
para o solo. Toda a drenagem e as águas pluviais são coletadas e levadas à
Estação de Tratamento de Efluentes industriais, onde o pH é ajustado e as
partículas são eliminadas para atender aos padrões estabelecidos pelas
autoridades. Assim que o depósito estiver cheio, ele é coberto de terra e
plantado com espécies vegetais locais.

6 CONCLUSÃO

Através do dados e informações presentes nesse trabalho, conclui-se


que a solubilização é empregada em larga escala no mundo todo, tendo como
líder de produção a China. É empregado principalmente no alumínio, e depois
tem-se a tempera, que é feita para deixar a superfície do alumínio dura. Para
realizar esses tratamentos, deve-se que determinar o tempo e a temperatura.
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Verifica-se também que cada aplicação tem-se que fazer uma análise
através das tabelas para poder determinar o material e suas ligas ideais para
cada aplicação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAfFgAH/tratamento-termico-
nas-ligas-aluminio> Acesso em 09 de maio de 2016.

 <http://www.hydro.com/pt/A-Hydro-no-Brasil/Sustentabilidade/Meio-
ambiente/Gestao-de-recursos/> Acesso em 11 de maio de 2016

 Chiaverini, Vicente. Tecnologia Mecânica, Vol 3.1986.


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