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Problema da

medição

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O problema da medição em mecânica


quântica, é um problema não resolvido
de como acontece o colapso da função
de onda. A incapacidade de observar
esse processo diretamente deu origem
as diversas interpretações da mecânica
quântica, e possuiu um conjunto chave
de questões que cada interpretação
devem responder. A função de onda, na
mecânica quântica, envoluem de acordo
com a equação de Schrödinger em uma
superposição linear de diferentes
estados, mas a medida real sempre
encontra o sistema físico em um estado
definitivo. Qualquer evolução futura é
baseada no estado do sistema que foi
descoberto ao se realizar a medição,
significando que a medição "fez alguma
coisa" sobre o processo em questão.
Mecânica quântica

Princípio da Incerteza

Introducão a...
Formulação matemática

Introdução

Mecânica clássica
Antiga teoria quântica
Interferência · Notação Bra-ket
Hamiltoniano

Conceitos fundamentais

Estado quântico · Função de onda


Superposição · Emaranhamento
· Incerteza
Efeito do observador
Exclusão · Dualidade
Decoerência · Teorema de Ehrenfest · Tunelamento
Experiências

Experiência de dupla fenda


Experimento de Davisson–Germer
Experimento de Stern-Gerlach
Experiência da desigualdade de Bell
Experiência de Popper
Gato de Schrödinger
Problema de Elitzur-Vaidman
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Teoria de tudo
Mecânica quântica relativística
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Feynman* Hertz* Heisenberg* Jordan* Klitzing*
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Shockley* Schrieffer* Shull* Sommerfeld* Thomson*
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Sistemas quânticos podem ser descritos


por uma função de estado que evolui de
maneira linear e determinística, segundo
a Equação de Schrödinger. Uma outra
maneira de o sistema evoluir é passar
instantaneamente, durante o processo
de medição, de uma superposição de
auto-estados para um auto-estado
específico. A primeira forma de evolução
não traz problema algum, sendo
compatível com o eletromagnetismo de
Maxwell e também com a física
newtoniana. Para a segunda forma, cria-
se um problema ainda não resolvido pela
teoria quântica (TQ): como acontece o
colapso da função de onda, onde a
superposição colapsa num auto-estado?
Este problema é conhecido como “O
Problema da Medição”. “As raízes do
problema se encontram nos primórdios
da física quântica”, discutido pelos
fundadores da teoria, como Niels Bohr,
Albert Einstein e Erwin Schrödinger, entre
outros.

Em 1932, John Von Neumann introduziu


um postulado, que denominou de
“postulado de projeção” aquilo que na
literatura era conhecido como “redução
do pacote de onda”. Pelo postulado, a
equação de Schrödinger não teria
validade durante os processos de
medição. Teríamos então dois
processos: na ausência de medição, o
processo seria regido pela equação de
Schrödinger, evoluindo de modo linear,
contínuo e determinístico; no outro,
durante a medição, o processo evoluiria
regido pelo postulado de projeção, sendo
não-linear, descontínuo e probabilístico.

O Problema da Medição é, segundo


alguns físicos, uma prova da
incompletude da teoria quântica porque
não consegue tratar adequadamente
esses dois processos. Para outros,
dentre eles o próprio Bohr, o problema
sequer existe, pois esta é uma
característica especial do processo de
"medição".

O Princípio da Incerteza, formulado por


Werner Heisenberg, estabelece que a
posição e o momento de uma partícula
(assim como tempo e energia) são
grandezas conjugadas e não se pode
precisar, simultaneamente, o valor de
uma sem perda de precisão,
proporcional, no valor da outra. Isso está
relacionado com diversas situações da
TQ, dentre elas o Problema da Medição.

Para certas interpretações da mecânica


quântica, A função de onda evolui de
acordo com a equação de Schrödinger
em uma superposição linear de
diferentes estados, mas, durante o
processo de medição, a medida real
sempre encontra o sistema físico em um
estado definido. Qualquer evolução
futura é baseada no estado do sistema
que foi revelado ao se realizar a medição,
significando que a medição "fez alguma
coisa" sobre o processo em questão,
provocando o colapso da função.
Contudo, quando a função de onda
colapsa, da perspectiva de um
observador, o estado parece "pular" de
uma superposição de auto-estados para
aquele auto-estado em particular. Após o
colapso, o sistema continuará evoluindo
de acordo com a Equação de
Schrödinger. No entanto, a equação não
faz qualquer alusão à causa do colapso.
Fala apenas que o auto-estado é descrito
por um vetor unitário, sendo que este
auto-estado está associado a um
autovalor. O vetor guarda as
probabilidades para o resultado de todas
as possíveis medições aplicadas ao
sistema. Como o colapso acontece fica
fora da explicação. Einstein e
Schrödinger defendiam, junto com outros
físicos, a incompletude da teoria por não
relacionar satisfatoriamente esses
aspectos à sua base; Bohr, um dos
fundadores da teoria, no entanto,
afirmava que a teoria quântica estava
completa e que ela poderia dizer tudo o
que era possível dizer sobre o sistema.

O Gato de Schrödinger. Num


experimento de pensamento, um gato
vivo, átomos de um elemento químico
que sofre decaimento espontâneo a um
dado intervalo de tempo, um frasco
contendo veneno e um contador Geiger
são postos em uma caixa lacrada. Se o
contador Geiger detectar radiação, o
frasco é quebrado, liberando o veneno,
matando o gato. Quando se abre a caixa
depois de um intervalo de tempo,
devemos encontrar o gato vivo ou
morto? Segundo a teoria quântica,
teríamos a probabilidade de 50% de
encontrar o gato vivo e de 50% de
probabilidade de encontrar o gato morto.
Poderíamos, então, encontrar uma
superposição desses estados (auto-
estados), o gato vivo-morto. Mas isso
nunca é verificado. Sempre que abrirmos
a caixa, ou o gato estará vivo, ou estará
morto. Perguntas ainda em aberto
questionam o que acontece no instante
em que um evento colapsa, como, por
exemplo, quando abrimos a caixa e
encontramos o gato num auto-estado
(um estado bem definido) ou vivo ou
morto. O que força o colapso para um
auto-estado? Por que não vemos uma
superposição de estados (gato vivo-
morto) “onde o vetor de estado do gato
estaria emaranhado com aquele de um
sistema microscópico, tal como um
átomo”? O que acontece na transição do
mundo microscópico para o
macroscópico? “A impressão é que, na
ausência de mecanismos internos à
teoria capazes de justificar a não-
ocorrência de certas superposições na
escala macroscópica, a validade
universal da mecânica quântica seria
posta em questão justamente por
nossas experiências mais familiares.”
(OSNAGHI, 2005).

Em um outro experimento de
pensamento, que ficou conhecido como
paradoxo EPR, formulado por Einstein,
Podolsky e Rosen, estes cientistas
demonstraram que o resultado de uma
medição realizada em uma parte do
sistema quântico poderia ter um efeito
instantâneo no resultado de uma
medição realizada em outra parte (ou
mais radicalmente, sequer seria
necessária a sua medição para se saber
o resultado) independentemente da
distância que separa as duas partes. No
experimento EPR tem-se uma fonte
emissora de pares de elétrons, com um
elétron enviado para o destino A, onde
existe uma observadora chamada Alice,
e outro elétron é enviado para o destino
B, onde existe um observador chamado
Bob. De acordo com a mecânica
quântica, podemos arranjar nossa fonte
de forma tal que cada par de elétrons
emitido ocupe um estado quântico
conhecido como singleto. Isto pode ser
visto como uma superposição quântica
de dois estados; sejam eles I e II. No
estado I, o elétron A tem spin apontado
para cima ao longo do eixo z (+z) e o
elétron B tem seu spin apontando para
baixo ao longo do mesmo eixo z (-z). No
estado II, o elétron A tem spin -z e o
elétron B, +z. Quando Alice mede o spin
no eixo z ela pode obter duas possíveis
respostas: +z ou -z. Suponha que ela
obteve +z. O estado quântico do sistema
colapsou para o estado I. O estado
quântico determina a probabilidade das
respostas de qualquer medição realizada
no sistema. Neste caso, se Bob a seguir,
medir o spin no eixo z, ele obterá -z com
100% de certeza. Similarmente, se Alice
obtiver -z, Bob terá +z. Não há,
certamente, nada de especial quanto à
escolha do eixo z. Por exemplo, suponha
que Alice e Bob agora decidam medir o
spin no eixo x. O estado singleto do spin
deve estar exprimido igualmente bem
como uma superposição dos estados de
spin orientados na direção x. Chamemos
tais estados de Ia e IIa. No estado Ia, o
elétron de Alice tem o spin +x e o de Bob,
-x. No estado IIa, o elétron de Alice tem
spin -x e o de Bob, +x. Portanto, se Alice
mede +x, o sistema colapsa para Ia e
Bob obterá -x. Por outro lado, se Alice
medir -x, o sistema colapsa para IIa e
Bob obterá +x.

Na mecânica quântica, o spin x e o spin z


são "observáveis incompatíveis",
significa que o princípio da incerteza de
Heisenberg está operando sobre eles
(um estado quântico não pode possuir
um valor definido para ambas as
variáveis). Suponha que Alice meça o
spin z e obtenha +z, com o estado
quântico colapsando para o estado I.
Agora, ao invés de medir o spin z
também, suponha que Bob meça o spin
x. De acordo com a mecânica quântica,
quando o sistema está no estado I, a
medição do spin x de Bob terá uma
probabilidade de 50% de produzir +x e
50% de -x. Além disso, é
fundamentalmente impossível predizer
qual resultado será obtido até o instante
em que Bob realize a medição. Os
autores argumentavam que a descrição
quântico-mecânica, fornecida pelas
funções ondulatórias não era completa
“porque violava a pressuposição da
localidade”, entendida como base de
qualquer teoria em concordância com a
Teoria da Relatividade Especial.
Ademais, argumentaram que a posição e
o momento de uma das partículas
poderiam ser considerados "elementos
[simultâneos] de realidade”.
Em 1964, John Stuart Bell formulou um
teorema, conhecido como Teorema de
Bell, onde derivou uma desigualdade
cujo valor era violado por certas
situações da teoria quântica e derrubava
a possibilidade de existência de Teorias
de Variáveis Ocultas (TVO's) Locais. Esse
fato foi importante para que se abrisse a
possibilidade de testar
experimentalmente a teoria quântica
para além de sua já bem-sucedida
capacidade de previsão, além claro, de
derrubar a localidade, base do
argumento EPR.

Na interpretação de muitos mundos, ou


"estados relativos", Hugh Everett
contornou o problema da medição
descartando o processo de colapso, pela
reformulação da relação entre o aparato
de medição e o sistema, de tal forma que
uma linha das leis da mecânica quântica
seja universal, ou seja, os sistemas
quânticos evoluiriam de modo linear e
deterministicamente, de acordo com a
equação de Schrödinger. Para Everett, o
universo como um todo deveria ser
descrito por uma única função de onda.
O aparente "colapso" que ocorre durante
as medições seria uma ilusão ligada à
nossa "trajetória de configurações de
memória".
Por fim, temos a entrada em cena de
Eugene P. Wigner. Em seu trabalho sob o
título “The Problem of Measurement”, ele
introduziu um paradoxo que ficou
conhecido como “paradoxo do amigo de
Wigner”, pelo qual “a presença de um
observador consciente em um processo
físico de medição leva a resultados
diferentes (isso em termos da descrição
fornecida pela TQ)”. Ele propõe que a
medição ocorre, e a função de onda
colapsa, quando um observador
consciente vira-se para [olhar] o estado
do aparato de medição. Nesse ponto de
vista, o cérebro é descrito de maneira
ordinária dentro da mecânica quântica,
mas a mente não; esta não estaria
sujeita às leis da física. Assim, qualquer
ato de olhar (observar) é tido como uma
medição.

Bibliografia
FREIRE Jr., O. O debate sobre a imagem
da ciência - a propósito das idéias e da
ação de E.P. Wigner. In: Boaventura de
Sousa Santos. (Org.). Conhecimento
Prudente para uma Vida Decente: Um
discurso sobre as ciências Revisitado. 1ª
ed. Porto: Edições Afrontamento, 2003, v.
, p. 481-506.

FREITAS FABIO.; FREIRE Jr., O. A


formulação dos “estados relativos” da
teoria quântica. Revista Brasileira de
Ensino de Física, v. 30 n° 2, 2307. 2008.

OGREENSTEIN, George; ZAJONG, Arthur


G. The Quantum Challenge: modern
research on the foundations of Quantum
Mechanics. 1997.

OSNAGHI, Stefano. A Dissolução


Pragmático-Transcendental do
“Problema da Medição” em Física
Quântica. Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas,
Série 3, v. 15, n. 1, p. 79-124, jan.-jun.
2005.

PESSOA Jr., Osvaldo. O Problema da


medição em mecânica quântica: Um
Exame Atualizado.Cadernos de História
e Filosofia da Ciência (série 3) 2(2): 177-
217, jul-dez 1992.

PESSOA Jr., Osvaldo. Conceitos e


Interpretações da mecânica quântica: o
Teorema de Bell. 2006.

Ver também
Equação de Schrödinger
Interpretação de muitos mundos
Colapso da função de onda
Gato de Schrödinger
Paradoxo EPR

Ligações externas
«O problema da medição» . , por
Osvaldo Pessoa Jr.
«O Paradoxo de EPR» . , por Marcelo
Baeta.

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