Ciências Naturais
9.º Ano de Escolaridade
Duração do Teste: 90 minutos |
Grupo I
A dengue é uma infeção viral causada pelo vírus dengue (DENV). O vírus é transmitido entre
humanos por um mosquito, o Aedes aegypti. Atualmente, a dengue é uma doença de alto impacto
epidemiológico, tanto em termos de morbilidade quanto de mortalidade. Não há vacina disponível
contra a dengue, tão-pouco medicamentos específicos para tratar a infeção. Desta forma, a
prevenção e o controlo da dengue dependem do combate ao mosquito em torno dos domicílios.
Inseticidas em sprays para mosquitos adultos não são eficazes em ambientes abertos. O caminho
mais eficaz para o seu controlo tem sido o trabalho de prevenção e eliminação de possíveis
criadouros nos domicílios, pelo facto de as larvas do inseto se desenvolverem em ambientes de
águas estagnadas.
O vírus é obtido através da picada no sangue, replica-se e propaga-se no interior do inseto até atingir
a glândula salivar. A interação biológica vírus-vetor é, portanto, resultado de um processo de
coevolução contínua, que envolve o sistema imunitário do vetor e suas barreiras físicas e moleculares
e os mecanismos virais de fuga destas defesas. O ciclo de transmissão de DENV inicia-se quando
fêmeas de Aedes aegypti picam um indivíduo que se encontra na fase aguda de infeção, cerca de 4 a
5 dias após a picada. Posteriormente, o vírus multiplica-se no epitélio intestinal do mosquito e
dissemina-se por diferentes tecidos. Após um período de incubação, de 7 a 14 dias, o vírus chega às
glândulas salivares e o inseto torna-se apto a transmitir o vírus dengue para um novo hospedeiro
humano.
A transmissão do DENV depende da interação do vírus com o mosquito. O vírus encontra no
mosquito várias barreiras à infeção. A capacidade de ultrapassar essas barreiras imunofisiológicas
define a competência vetorial da espécie.
Nas últimas décadas, tem-se observado a proliferação de bactérias patogénicas, envolvendo uma
variedade de doenças, que apresentam resistência a múltiplos antibióticos, sendo, portanto
conhecidas como bactérias multirresistentes.
As bactérias em destaque, na atualidade, são as produtoras de uma enzima denominada
carbapenemase, mais especificamente a KPC, sigla de Klebsiella pneumoniae carbapenemase, por
terem sido encontradas inicialmente nessa bactéria. A KPC é uma enzima produzida por bactérias
que confere resistência aos antibióticos. As bactérias têm a capacidade de transferir o seu material
genético e, consequentemente, os genes de resistência. Essa fácil disseminação dificulta o controlo
de epidemias e preocupa os profissionais da área de saúde, pois o tratamento destas infeções é
extremamente difícil, elevando as altas taxas de mortalidade.
baixo alto
Figura 2 – Evolução esquemática de uma população de bactérias após aplicações sucessivas de antibióticos.
Na resposta a cada um dos itens de 1. a 5., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação
correta.
1. Os antibióticos são medicamentos de…
(A) … toma livre e são eficazes contra bactérias.
(B) … receita médica obrigatória e são eficazes contra bactérias.
(C) … toma livre e são eficazes contra vírus.
(D) … receita médica obrigatória e são eficazes contra vírus.
2. A percentagem de isolados de Klebsiella pneumoniae em Portugal que apresentam
multirresistência é de…
(A) … cerca de 30%, inferior à média da União Europeia.
(B) … cerca de 25%, inferior à média da União Europeia.
(C) … cerca de 30%, superior à média da União Europeia.
(D) … cerca de 25%, superior à média da União Europeia.
4. De acordo com os dados da tabela, a maior proporção de isolados sensíveis aos antibióticos foi
registada na…
(A) … Finlândia.
(B) … Suécia.
(C) … Polónia.
(D) … Grécia.
6. Faz corresponder cada uma das definições relativas aos indicadores de saúde, expressas na coluna
A, à respetiva designação, que consta na coluna B.
Escreve, na folha de respostas, apenas as letras e os números correspondentes.
Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.
Coluna A Coluna B
(a) Número de anos que um ser humano, a partir do momento (1) Saúde
em que nasce, pode esperar viver. (2) Qualidade de vida
(b) Número de mortes provocadas por infeções bacterianas. (3) Anos potenciais de vida
(c) Número de anos não vividos devido a uma morte prematura, perdidos
tendo por referência uma idade-limite para a vida. (4) Esperança de saúde
(d) Número de internamentos hospitalares por infeção de (5) Esperança de vida
Klebsiella pneumoniae. (6) Determinante de saúde
(e) Número de anos que um ser humano pode esperar viver com (7) Mortalidade
saúde. (8) Morbilidade
7. Explica, de acordo com os dados da figura 2, porque é que o uso intensivo de antibióticos tem
contribuído para o aumento da resistência bacteriana.
Grupo III
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o tabagismo é a principal causa evitável de doença e
morte no mundo ocidental. Apesar de a maioria das patologias a ele associadas surgir na idade
adulta, o tabagismo inicia-se muito cedo. Cerca de 80% dos fumadores inicia o consumo de tabaco
antes dos 18 anos e o pico da iniciação nos países ocidentais, incluindo Portugal, ocorre entre os 11 e
os 15 anos.
O facto de a iniciação tabágica ocorrer precocemente tem um forte impacto nos riscos e nas
consequências de fumar. Começar a fumar nesta fase do desenvolvimento prejudica o processo de
maturação dos pulmões e do sistema nervoso central, e os adolescentes que experimentam fumar
nesta idade têm um risco elevado de se tornarem dependentes. Quanto mais cedo ocorrer a
iniciação, mais rápida será a transição para o comportamento regular, mais cigarros serão
consumidos por dia no futuro, mais grave será a dependência e, consequentemente, maior será a
dificuldade para deixar de fumar, mais longo será o percurso como fumador e piores serão os danos
para a saúde.
Para determinar a prevalência de consumo de tabaco em adolescentes escolarizados portugueses,
por região, foi feito um inquérito a 8764 alunos (4060 rapazes e 4704 raparigas), de 57 escolas, do 5.◦
ao 12.◦ anos de escolaridade.
Figura 4 – Prevalência de consumo de tabaco por região e sexo (n – número de indivíduos, (%) – percentagem
de indivíduos). (Adaptado de Precioso, Prevalência do consumo de tabaco em adolescentes escolarizados
portugueses por sexo: podemos estar otimistas?)
Figura 5 – Evolução da taxa de mortalidade padronizada por doenças relacionadas com o tabaco (todas as
idades), por sexo, em Portugal continental (2008 a 2012).
Na resposta a cada um dos itens de 1. a 5., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação
correta.
1. O tabagismo é considerado um
(A) indicador de saúde, uma vez que mede o estado de saúde da população.
(B) indicador de saúde, uma vez que avalia a qualidade de vida do indivíduo.
(C) determinante de saúde, uma vez que reflete as condições de vida das populações.
(D) determinante de saúde, uma vez que influencia a esperança média de vida do indivíduo.
4. De acordo com os dados, a maior percentagem de fumadores regulares encontra-se nas escolas
do…
(A) … Norte.
(B) … Lisboa.
(C) … Alentejo.
(D) … Madeira.
6. Refere o nome que é dado à sociedade que vive em consequência dos seus próprios atos.