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Câmara Metropolitana de Integração Governamental
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Governador Coordenação e Fiscalização – Grupo Executivo de Gestão


Luiz Fernando de Souza Pezão Metropolitana
Bruno Jorge Vaz Sasson – Engenheiro Cartógrafo
Vice-Governador Carmen Lúcia Petraglia – Coordenadora de Cartografia e Informações –
Francisco Dornelles Engenheira Civil
Juliana Vasconcellos Baptista – Geógrafa
Milton de Mello Bastos – Arquiteto e Urbanista
Diretor Executivo
Nelson Caldeira – Administrador
Vicente de Paula Loureiro

Equipe Técnica – Grupo Executivo de Gestão Metropolitana


Diretor Executivo Adjunto Affonso Junqueira Accorsi – Arquiteto e Urbanista
Paulo Cesar Costa Ana Paula Sant’Anna Masiero – Engenheira Civil
Christiane Lemos Ammon – Arquiteta e Urbanista
Superintendentes Márcia da Costa Ribeiro Campos – Arquiteta e Urbanista
Gerard Andres Fishgold Marcos Galvão Fernandes de Vasconcelos – Jornalista
Jelcy Willekens Trigueiro Filho Pedro Motta Lima Cascon – Arquiteto e Urbanista
José Carlos de Souza Solange Maria de Freitas Bezerra – Assistente Social
Luis Firmino Pereira Vera Lúcia Sanches França e Leite – Arquiteta e Urbanista
Wagner Azeredo – Arquiteto e Urbanista
Waldir Peres – Geógrafo

Consultores – Topocart – Topografia, Engenharia e


Aerolevantamentos
Abel Silva – Engenheiro
Adão Paulino da Silva - Analista de Sistema
Cláudio Márcio Queiroz – Engenheiro
Givanildo Silva – Engenheiro
Jorge Mauro Barja Arteiro – Engenheiro

Rio de Janeiro, junho de 2017.

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Sumário
Palavras do Governador 06
Nova Gestão Metropolitana 08

1. A Região Metropolitana do Rio de Janeiro 10


2. Importância da Cartografia no Planejamento Metropolitano 26
3. Histórico da Cartografia na Região Metropolitana do Rio de Janeiro 32
4. A Atualização Cartográfica da Região Metropolitana do Rio de Janeiro – 2015/2016 42
4.1- Rede de Apoio Geodésico
4.2- Fotografias Aéreas
4.3- Modelo Digital de Terreno
4.4- Ortofotos, Bases Cartográficas e Ortofotocartas
4.5- Perfilamento a Laser
4.6- Georreferenciamento das Propriedades Atingidas pelo Arco Metropolitano
4.7- Maquete Digital
4.8- O Acesso ao Material Cartográfico (Download e Topovision)
4.9 - Usos e Oportunidades – Boas Práticas

5. Geovias Metropolitano 61
6. e-Metrópole 64
7. Mapa Metropolitano 65
8. Bibliografia de Referência 66
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Palavras do
Governador
O Brasil e o Estado do Rio de Janeiro atravessam Região Metropolitana do Rio de Janeiro, cujo território
uma grave crise econômica, com a retração da economia, reúne 75% da população fluminense e cerca de 70% das
a queda da arrecadação de impostos e o refluxo dos preços atividades econômicas do Estado.
do petróleo, propiciando um cenário que vem colocando Esta região, com toda a sua pujança econômica
a economia fluminense numa das piores situações, talvez e social, carecia de instrumentos e ferramentas de
inédita na história. planejamento institucional e territorial para alavancar o seu
A crise é um problema que se coloca diante dos desenvolvimento de forma planejada e articulada entre os
novos prefeitos, eleitos para a gestão 2017-2020, que seus 21 municípios, potencializando a sua capacidade de
serão confrontados com as expectativas da população e, gestão do território, crescimento econômico sustentável e
com raras exceções, com sérios problemas financeiros, criação de empregos.
dívidas acumuladas e pouca capacidade para alavancar Imaginar que a Região Metropolitana não dispunha
investimentos e novos financiamentos. ainda de uma cartografia integrada – não existia um mapa
Dentro deste contexto, temos que buscar formas metropolitano – caracterizava que esta região não tinha
de investimento e financiamento fora dos canais identidade própria, ela mesma não se reconhecia. Para
governamentais, em parceria com o setor privado, suprir esta lacuna, a Câmara Metropolitana de Integração
constituindo um novo modelo de gestão, apoiado Governamental elaborou, com o apoio do Banco Mundial,
nas ferramentas que a tecnologia da informação nos através do Programa PROGESTÃO 2, a cartografia da
disponibiliza e nos instrumentos jurídicos previstos no região metropolitana na escala 1:2.000, complementado
Estatuto das Cidades. pela cartografia, em mesma escala e precisão, efetuada
Com a criação da Câmara Metropolitana de pelos Municípios do Rio de Janeiro e de Niterói.
Integração Governamental, estimulamos a retomada O objetivo principal foi conhecer com precisão
das ações articuladas de planejamento e governança da o território da Região Metropolitana, fornecer aos

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órgãos executivos do Estado e aos municípios um a expansão da infraestrutura urbana no território
instrumento de gestão, de planejamento, de projeto e de metropolitano, viabilizamos o compartilhamento das
cadastramento imobiliário com precisão apropriada às informações geradas por esta cartografia, com as redes
necessidades formais da administração pública. Atende de distribuição subterrâneas e aéreas das concessionárias
ainda aos interesses das concessionárias de serviços – Projeto GEOVIAS Metropolitano -, para atendimento
públicos, empresas e universidades nas suas respectivas às demandas do planejamento, da gestão e coordenação
áreas de atuação. das obras e infraestruturas de forma integrada,
Trata-se da primeira Região Metropolitana do planejamento de projetos para expansão das redes, apoio
Brasil a produzir uma cartografia metropolitana, que ao planejamento e ordenamento do território.
representa o território urbano em mesma escala e Esta publicação, que ora disponibilizamos para a
precisão de projeto; cartografia esta, indispensável, população fluminense e para os atores que atuam no seu
como base para a uniformização da informação território, resume a trajetória para a consecução destes
metropolitana; a representação da infraestrutura urbana objetivos e apresenta o mapa metropolitano resultante
metropolitana; o georreferenciamento de informações e deste esforço, visando resgatar a identidade desta região
sua representação espacial; o conhecimento e controle e criar os instrumentos e ferramentas que permitirão
da expansão urbana, das ocupações irregulares, das alavancar o seu desenvolvimento de forma planejada
áreas de extração mineral, das áreas de preservação em e articulada, e potencializar o crescimento econômico
suas diversas escalas, dentre outros usos. sustentável desejado.
Neste sentido, e objetivando o compartilhamento
recíproco de informações que poderão auxiliar Luiz Fernando Pezão
nos estudos de planejamento para a implantação e Governador do Estado do Rio de Janeiro

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Nova Gestão
Metropolitana
Nas últimas décadas a Administração Pública Compartilhar conhecimento é um componente vital
mudou; cada vez mais o setor público é obrigado a no crescimento e no avanço de uma sociedade sustentável
atender da forma mais célere possível às necessidades e responsável na qual o cidadão tem maiores expectativas
sociais através da modernização e aperfeiçoamento dos de serviços públicos, inclusive sobre a quantidade e a
seus procedimentos e serviços. O papel da Administração qualidade da informação; ele quer ser ouvido e participar
Pública é servir à sociedade e com a compreensão desse efetivamente na tomada de decisões públicas.
papel os gestores necessitam encontrar maneiras mais Uma pesquisa internacional da Organização para
inteligentes de gerenciar complexidades, reduzir despesas, a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE
aumentar a eficiência e melhorar a qualidade de vida da (2003), revela que a administração pública que trabalha,
sua população. com base na gestão do conhecimento, obteve perante aos
Com o uso das novas tecnologias, uma ampla seus colaboradores as seguintes percepções: liberação das
variedade de campos de ação podem ser beneficiados, informações mais rapidamente e disponibilização mais
como por exemplo: uso do solo e planejamento ambiental; ampla para o público; melhoria da transparência; melhoria
habitação; áreas de lazer; infraestrutura; desenvolvimento das relações de trabalho e a partilha de conhecimentos
econômico; design urbano; preservação cultural e com outros setores; melhoria da eficiência e produtividade
histórica; planejamento de transporte; planejamento no trabalho, produzindo e compartilhando dados e
regional; fluxos de transparência e informação; práticas de informações mais rapidamente; melhoria das relações de
aquisição de projetos, melhoria na oportunidade de crédito trabalho e a confiança dentro da sua organização; aumento
e financiamento, permitindo fornecer um quadro espacial da horizontalidade e descentralização da autoridade e
integrado e coerente para garantir que a metrópole seja minimização ou eliminação da duplicação de esforços
desenvolvida de forma inclusiva, com foco na melhoria entre divisões e direções.
da qualidade de vida dos seus cidadãos, sendo também um A Câmara Metropolitana entende o impacto positivo
lugar mais agradável para visitar e trabalhar gerado e vem promovendo ações que aproximam o

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Governo do Estado do Rio de Janeiro dos municípios, Estamos no rumo certo para realizar o melhor
como por exemplo a atualização da cartografia da planejamento da região metropolitana, utilizando uma
Região Metropolitana, o desenvolvimento de um base cartográfica como esta que é um elemento estratégico
sistema de informações integrado do Estado e dos no esforço de planejamento. Trata-se de iniciativa inédita
municípios metropolitanos e o Geovias Metropolitano, em termos de regiões metropolitanas no Brasil que, em
com o compartilhamento das redes de infraestrutura das primeiro lugar, irá contribuir para que as Prefeituras da
principais concessionárias de serviços públicos da região. Região Metropolitana possam aperfeiçoar seus sistemas
A cartografia que entregamos aos Municípios da de arrecadação de impostos municipais, principalmente
Região Metropolitana do Rio de Janeiro, aos Órgãos o IPTU, além de proporcionar a melhoria dos serviços
do Governo do Estado e às Concessionárias de Serviço públicos de um modo geral.
Público é uma ferramenta imprescindível para a gestão A base cadastral que estamos oferecendo também
da administração moderna. O trabalho é fruto de uma contribuirá para que os órgãos como CEDAE, DER,
bem sucedida cooperação entre o Banco Mundial e o INEA e outros possam atualizar suas informações,
Governo do Estado, através da Câmara Metropolitana de desenvolver e elaborar políticas públicas, que irão
Integração Governamental. permitir o desenvolvimento mais harmônico e sustentável
O objetivo foi obter uma nova base cartográfica da região metropolitana.
dos Municípios Metropolitanos, disponível a todas Acreditamos que uma boa base cartográfica é
as entidades, na escala 1:2.000. Utilizando modernas mais um passo na direção da tão esperada retomada do
tecnologias, conseguimos atingir mais de 2 mil quilômetros planejamento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
quadrados de área urbana da região em curto espaço de
tempo - 10 meses. Com o trabalho, é possível visualizar Vicente Loureiro
edificações em áreas urbanas e até mesmo em locais de Diretor Executivo da Câmara Metropolitana
densa vegetação.

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1. A Região Metropolitana do Rio de Janeiro

Criada em 1974, a Região Metropolitana do Rio Com um Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de
de Janeiro - RMRJ sofreu diversas modificações em sua R$ 405 bilhões e população estimada em 12,2 milhões de
composição, ao longo da história. Originalmente formada habitantes, os 21 municípios integrantes da RMRJ ocupam
pelos municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, uma área de 6,7 milhões de km² e contribuem com cerca
Itaboraí, Itaguaí, Magé, Mangaratiba, Maricá, Nilópolis, de 64% do PIB do Estado do Rio de Janeiro. A primazia
Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Petrópolis, São Gonçalo e do núcleo central – a cidade do Rio de Janeiro – sobre
São João de Meriti, a partir de diversos desmembramentos e os municípios vizinhos configurou um desenvolvimento
emancipações, ocorridos em épocas e por motivos distintos, baseado em um núcleo central e uma periferia.
a RMRJ passou a ter novos contornos. Após sucessivas Atualmente, segundo o Observatório das Metrópoles
leis estaduais, que se somaram às atribuições conferidas (2015), existem no Brasil 71 regiões metropolitanas,
aos estados federados pela Constituição de 1988, esses 3 RIDE’s (Regiões Integradas de Desenvolvimento
limites se alteraram, passando a RMRJ a incluir, hoje, os Econômico) e 4 aglomerações urbanas, totalizando 78
municípios do Rio de Janeiro, Belfort Roxo, Cachoeiras de unidades territoriais urbanas legalmente institucionalizadas,
Macacu, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, compostas por 1.308 municípios, onde vivem mais de 100
Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova milhões de pessoas (50,4% da população), em 13% do
Iguaçu, Paracambi, Queimados, Rio Bonito, Seropédica, território nacional, produzindo 60% do Produto Interno
São Gonçalo, São João de Meriti e Tanguá. Bruto (PIB) brasileiro.

As tabelas e mapas temáticos a seguir apresentam as informações coletadas por diversas fontes públicas sendo
possível analisar de forma macro o quadro demográfico, econômico e social dos municípios da Região Metropolitana
do Rio de Janeiro. Estas informações são de grande valia não só para os gestores, mas também para a sociedade
em geral. Possui uma área de 6.738,1km², o que corresponde a 15,40% da área do Estado do Rio de Janeiro, e
uma população estimada de 12.330.216 milhões de habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatísticas (IBGE). Só o município do Rio de Janeiro, centro polarizador da Região Metropolitana, possui uma
população de 6.498.837 habitantes, mais da metade de toda a população da região.
Dados de educação mostram que mais de 87% da população deste município são alfabetizados e mais da
metade dos maiores de 18 anos possuem ensino médio completo, como aponta a tabela a seguir.

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Tabela 01 - Educação.

Municípios População (%) Pessoas maiores (%) Crianças e ado- (%) Nota média no IDEB -
alfabetizada de 18 anos com ensi- lescentes fora da Índice de Desenvolvimen-
(2010) no médio completo escola (6 - 14 anos) to da Educação Básica
(2013) (2013) (2013)
Belford Roxo 406.738 31 3,8 3,5
Cachoeiras de Macacu 45.544 35 1,6 4,5
Duque de Caxias 744.587 35 3,9 3,8
Guapimirim 43.618 32 2,4 4,3
Itaboraí 187.913 32 2,9 3,9
Itaguaí 94.451 40 2,5 4,1
Japeri 80.294 27 3,4 3,7
Magé 196.290 34 2,3 3,9
Maricá 113.245 48 3,6 4,3
Mesquita 149.424 44 2,1 4,0
Nilópolis 143.043 51 3,3 3,8
Niterói 448.750 66 3,0 4,1
Nova Iguaçu 696.059 38 3,8 3,7
Paracambi 42.189 38 3,9 4,7
Queimados 117.977 32 4,3 3,6
Rio Bonito 47.862 33 2,8 4,2
Rio de Janeiro 5.707.871 54 3,1 4,9
São Gonçalo 897.674 43 3,3 3,7
São João de Meriti 407.461 39 3,4 3,9
Seropédica 67.808 37 2,5 4,1
Tanguá 25.936 24 1,9 3,7
Fonte: IBGE PNUD/ONU INEP/MEC

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Figura 01 - Densidade demográfica e tipo de domicílios.

Uma das características fundamentais desse território é a concentração, tanto do ponto de vista demográfico
quanto econômico. A região abriga o município de São João de Meriti, que possui a maior densidade demográfica
do país, com 13.109 habitantes por km2. Se considerarmos a densidade líquida urbana, Nilópolis passa a ser o mais
denso da região, com 15.971 habitantes por km².

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Tabela 02 - Demografia.

Municípios População % População Área (km) Densidade - Taxa de Cresci-


(2016) em área urbana 2016 (Hab/ mento (% a.a)
hectare) (2010-2016)
Belford Roxo 494.141 100 79 62,59 1,04
Cachoeiras de Macacu 56.603 86 955 0,59 0,84
Duque de Caxias 886.917 100 467 18,99 0,73
Guapimirim 57.105 97 358 1,59 2,09
Itaboraí 230.786 99 430 5,37 1,15
Itaguaí 120.885 96 282 4,28 2,07
Japeri 100.562 100 82 12,32 1,04
Magé 236.319 95 391 6,05 0,78
Maricá 149.876 98 362 4,14 3,29
Mesquita 171.020 100 41 41,54 0,31
Nilópolis 158.319 100 19 81,77 0,11
Niterói 497.883 100 134 37,23 0,42
Nova Iguaçu 797.435 99 521 15,31 0,03
Paracambi 50.071 89 191 2,62 1,22
Queimados 144.525 100 76 19,10 0,93
Rio Bonito 57.963 74 459 1,26 0,85
Rio de Janeiro 6.498.837 100 1.200 54,16 0,56
São Gonçalo 1.044.058 100 248 42,01 0,87
São João de Meriti 460.541 100 35 131,09 0,08
Seropédica 83.667 82 265 3,16 1,36
Tanguá 32.703 89 143 2,29 1,25
Fonte: IBGE IBGE CEPERJ

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Tabela 03 - Urbanístico.

Municípios Total Domicílios Urbanos Domicílios Rurais Vias Pavimentadas (km


Domicílios (2010) (2010) linear)
(2010)
Belford Roxo 145.677 145.677 638,76
Cachoeiras de Macacu 17.838 15.503 2.335 406,24
Duque de Caxias 269.353 268.433 920 1.794,73
Guapimirim 15.741 15.223 518 254,77
Itaboraí 69.422 68.619 803 482,50
Itaguaí 33.910 32.387 1.523 530,04
Japeri 28.409 28.409 203,61
Magé 70.394 66.729 3.665 640,93
Maricá 42.810 42.188 622 637,27
Mesquita 53.103 53.103 238,16
Nilópolis 50.514 50.514 173,76
Niterói 169.237 169.237
Nova Iguaçu 248.186 245.558 2.628 1.489,89
Paracambi 15.249 13.368 1.881 86,47
Queimados 42.209 42.209 290,24
Rio Bonito 17.171 13.142 4.029 199,59
Rio de Janeiro 2.144.445 2.144.445
São Gonçalo 325.882 325.624 258 1.452,49
São João de Meriti 147.450 147.450 542,02
Seropédica 24.256 20.120 4.136 337,01
Tanguá 9.658 8.601 1.057 71,61
Fonte: IBGE IBGE IBGE CMIG

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Vias Não Pavi- Total de Vias % Vias Pavi- %Vias Não Pavi-
mentadas (km (km) mentadas mentadas
linear)
368,35 1.007,11 63,43 36,57
513,07 919,31 44,19 55,81
633,49 2.428,22 73,91 26,09
269,67 524,44 48,58 51,42
2.019,03 2.501,53 19,29 80,71
223,54 753,58 70,34 29,66
282,19 485,79 41,91 58,09
955,48 1.596,41 40,15 59,85 De acordo com os dados
expressos na tabela 03, pode-se
1.710,96 2.348,23 27,14 72,86
concluir que temos municípios
13,18 251,33 94,76 5,24 predominantemente urbanos, onde
3,51 177,27 98,02 1,98 a representatividade dos domicílios
rurais é bastante baixa e inexistente
em 8 dos 21 municípios da Região,
905,78 2.395,66 62,19 37,81 de acordo com os dados do Censo do
53,20 139,66 61,91 38,09 IBGE de 2010.
No tocante à infraestrutura de
243,83 534,07 54,34 45,66
drenagem e pavimentação, Itaboraí
239,59 439,18 45,45 54,55 possui mais de 80% das vias
abertas sem pavimentação, seguido
de Maricá com 72% e Tanguá e
1.263,83 2.716,31 53,47 46,53
Seropédica com mais de 60% das
47,28 589,30 91,98 8,02 vias sem drenagem e pavimentação.
549,73 886,74 38,01 61,99 Os melhores índices estão em
Nilópolis, Mesquita e São João de
153,59 225,20 31,80 68,20
Meriti com mais de 90% das vias
CMIG pavimentadas nos municípios.

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Figura 02 - Áreas Verdes e Unidades de Conservação da Natureza da Proteção Integral.

Outro dado que merece destaque na RM é que 16,5% da sua área são protegidas por unidades de conservação
de proteção integral, que correspondem a áreas onde não é permitida a expansão urbana e os usos permitidos são
regidos por normativas próprias. Considerando as áreas verdes, essas representam 36% do território regional, de
acordo com dados do IBGE e do GEGM.

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Tabela 04 - Ambiental.

Municípios Área Protegida por Unidade de % de Área Pro- Área Verde % Área Verde
Conservação de Proteção Inte- tegida por UC de (km²) (2016) no município
gral (km²) - Municipal, Estadual Proteção Integral (2016)
e Federal
Belford Roxo Não há 0,00 6,93 8,78
Cachoeiras de Macacu 335,03 35,10 672,98 70,50
Duque de Caxias 96,18 20,59 214,30 45,88
Guapimirim 79,17 22,09 193,84 54,09
Itaboraí 7,75 1,80 90,47 21,06
Itaguaí 4,76 1,69 114,73 40,64
Japeri Não há 0,00 13,35 16,35
Magé 70,73 18,10 229,40 58,71
Maricá 101,55 28,09 161,34 44,63
Mesquita 25,17 61,12 21,36 51,87
Nilópolis 0,62 3,20 0,37 1,91
Niterói 27,40 20,49 50,48 37,75
Nova Iguaçu 168,86 32,42 265,09 50,90
Paracambi 10,91 5,71 83,46 43,71
Queimados 0,62 0,82 3,22 4,25
Rio Bonito 0,44 0,10 158,67 34,53
Rio de Janeiro 221,40 18,45 361,02 30,08
São Gonçalo 1,33 0,54 56,70 22,82
São João de Meriti 0,13 0,37 0,00 0,00
Seropédica Não há 0,00 28,99 10,93
Tanguá 5,12 3,58 46,42 32,46
Fonte: ICMBio, INEA INEA, CMIG

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Tabela 05 - Economia.

Municípios PIB per capita PIB Total - R$ PIB Agropecuá- PIB Indústria - PIB Serviços -
(R$) - 2013 (2013) ria - R$ (2013) R$ (2013) R$ (2013)

Belford Roxo 13.247,85 5.683.684,75 2.008,21 1.125.248,22 2.088.759,89


Cachoeiras de Macacu 18.067,05 852.713,57 28.613,12 202.511,01 280.787,27
Duque de Caxias 28.730,21 20.875.278,25 6.707,33 1.860.391,17 14.108.411,87
Guapimirim 13.188,22 673.394,56 13.542,20 93.765,50 251.192,29
Itaboraí 22.282,21 4.372.327,72 7.610,28 1.544.335,62 1.545.305,85
Itaguaí 60.616,93 6.477.340,89 16.127,82 1.668.000,21 3.968.846,06
Japeri 10.162,07 935.367,35 3.478,31 89.028,00 322.846,32
Magé 13.105,19 2.860.874,94 30.992,39 383.083,02 1.193.847,17
Maricá 51.533,19 7.053.873,74 8.350,14 4.195.363,47 2.046.383,65
Mesquita 11.090,48 1.777.350,81 1.936,59 133.260,95 735.623,24
Nilópolis 15.960,35 2.322.637,12 0,00 190.207,55 1.335.790,84
Niterói 40.284,31 17.696.646,30 13.306,45 5.048.446,45 9.690.062,76
Nova Iguaçu 16.477,64 12.079.588,89 6.496,93 1.831.748,52 6.115.491,54
Paracambi 12.320,94 550.867,02 3.369,80 56.086,83 241.698,83
Queimados 25.961,06 3.221.935,91 2.496,02 1.513.835,64 958.930,20
Rio Bonito 23.821,77 1.234.756,65 9.247,93 231.221,01 632.665,95
Rio de Janeiro 43.941,25 219.879.080,82 65.295,00 37.702.220,87 144.837.385,27
São Gonçalo 13.714,57 13.031.872,46 40.647,43 2.136.992,44 5.824.651,72
São João de Meriti 14.163,02 5.873.045,293 764,046 429.065,901 3.168.492,394
Seropédica 22.607,97 1.657.938,95 12.213,17 668.457,81 517.966,07
Tanguá 14.327,43 429.994,25 5.399,34 80.132,14 159.425,52
Fonte: IBGE

18 Caderno Metropolitano 3
Tabela 06 - Participação eleições.

PIB Adminis- Impostos sobre PIB a preços de Total de Elei- Quantidade % Participação
tração Pública produtos - R$ mercado - R$ tores (2016) de Votantes do Eleitorado
- R$ (2013) (2013) (2013) (2016) (2016)

2.467.668,44 643.264,64 6.326.949,39 328.777 245.340 74,62

340.802,18 152.392,76 1.005.106,33 45.092 36.462 80,86

4.899.767,88 4.232.652,14 25.107.930,39 628.164 478.450 76,17

314.894,57 48.080,15 721.474,71 40.346 33.241 82,39

1.275.075,98 647.030,08 5.019.357,80 170.825 138.809 81,26

824.366,79 526.460,82 7.003.801,70 89.731 74.305 82,81

520.014,73 64.508,99 999.876,34 73.471 59.796 81,39

1.252.952,36 185.019,47 3.045.894,41 178.009 144.703 81,29

803.776,48 137.685,57 7.191.559,31 101.282 81.437 80,41

906.530,03 110.082,99 1.887.433,80 137.326 110.936 80,78

796.638,74 203.695,05 2.526.332,17 133.984 111.785 83,43

2.944.830,64 2.211.862,06 19.908.508,36 370.958 288.209 77,69

4.125.851,90 1.181.864,22 13.261.453,10 583.636 436.292 74,75

249.711,55 49.224,38 600.091,40 33.886 28.726 84,77

746.674,05 458.121,91 3.680.057,81 113.059 91.338 80,79

361.621,76 121.702,64 1.356.459,29 45.204 37.847 83,72

37.274.179,68 62.659.746,09 282.538.826,91 4.898.045 3.583.094 73,15

5.029.580,88 1.032.516,90 14.064.389,36 686.207 510.451 74,39

2.274.722,952 653.260,750 6.526.306,043 368.991 292.293 79,21

459.301,90 179.184,57 1.837.123,52 55.002 45.072 81,95

185.037,25 26.248,46 456.242,71 24.512 20.952 85,48

IBGE TRE Eleições 2016

Caderno Metropolitano 3 19
Figura 03 - Mobilidade.

20 Caderno Metropolitano 3
Figura 04 - Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

A utilização de indicadores é fundamental para avaliação do desempenho de um município em comparação com seus
semelhantes, além de favorecer a troca de experiências e, também, o estabelecimento de referências e padrões de qualidade com
a divulgação de casos e práticas de sucesso implantadas. Ressaltamos o trabalho da Câmara na divulgação de boas práticas e
métodos de sucesso de atividades municipais, promovendo a aproximação e integração dos entes metropolitanos.

Caderno Metropolitano 3 21
A RMRJ possui uma mancha urbana contínua e bem nas temporadas das grandes chuvas, ocorrerem inundações
definida, a partir da sua capital e, apesar das projeções e deslizamentos, normalmente atingindo populações mais
demográficas do IBGE apontarem taxas de crescimento vulneráveis socialmente. A falta de capacidade do poder
declinantes, o crescimento populacional da Região público de atender demandas de infraestrutura e serviços
Metropolitana do Rio de Janeiro ainda será expressivo públicos decorrentes deste processo é um outro problema
para as próximas duas ou três décadas. que pode ser destacado. Faltam equipamentos esportivos,
Historicamente, no caso da expansão urbana da de saúde, educação etc. A precariedade talvez seja a
Região Metropolitana do Rio de Janeiro, as áreas rurais grande marca da expansão urbana que se realizou de modo
confrontantes aos eixos de transporte são tratadas como autônomo. A expansão urbana nesta região apresenta
estoques de áreas a serem urbanizadas. Na maioria das muitas vezes caráter difuso, disperso, descontínuo, de
vezes, como na Baixada Fluminense, não foi considerada baixa densidade, sem um polo central.
sua adequação ao uso urbano, zonas alagáveis foram A Câmara Metropolitana realizou uma análise técnica
ocupadas, encostas de morros serviram de caminho para quanto à expansão urbana na Região entre os anos de 2007
o estabelecimento sem que os devidos cuidados, quer de e 2016 e chegou aos seguintes resultados.
segurança, quer urbanísticos, fossem tomados. É comum,

22 Caderno Metropolitano 3
Tabela 07 - Dados de ocupação.

Municípios Área Urbana Área Urbana Área do % área urbana em % área urbana em Crescimento
(km²) - 2007 (km²) - 2016 Município relação à área do relação à área do da expansão
(km²) município (2007) município (2016) (2007 - 2016)
Belford Roxo 58,43 64,09 78,96 73,99 81,16 9,69%
Cachoeiras de 9,67 17,84 954,61 1,01 1,87 84,46%
Macacu
Duque de 120,51 152,39 467,14 25,80 32,62 26,45%
Caxias
Guapimirim 18,87 27,16 358,38 5,27 7,58 43,93%
Itaboraí 57,98 94,89 429,56 13,50 22,09 63,65%
Itaguaí 23,50 44,65 282,32 8,32 15,81 89,96%
Japeri 20,45 24,61 81,68 25,04 30,13 20,33%
Magé 64,69 76,68 390,75 16,56 19,63 18,54%
Maricá 65,02 86,13 361,53 17,98 23,82 32,46%
Mesquita 13,28 14,28 41,18 32,24 34,67 7,54%
Nilópolis 9,39 9,85 19,36 48,50 50,86 4,87%
Niterói 56,74 62,96 133,72 42,43 47,09 10,96%
Nova Iguaçu 106,67 128,71 520,83 20,48 24,71 20,66%
Paracambi 4,94 6,52 190,95 2,59 3,42 31,98%
Queimados 19,47 27,87 75,70 25,72 36,82 43,14%
Rio Bonito 8,96 15,36 459,49 1,95 3,34 71,48%
Rio de 537,12 593,45 1.200,19 44,75 49,44 10,49%
Janeiro
São Gonçalo 117,17 134,76 248,44 47,16 54,24 15,02%
São João de 32,58 34,88 35,13 92,74 99,28 7,06%
Meriti
Seropédica 24,77 34,76 265,21 9,34 13,11 40,32%
Tanguá 8,49 11,78 143,01 5,94 8,24 38,82%
RMRJ 1.378,69 1.663,61 6.738,13 20,46 24,69 20,67%

Caderno Metropolitano 3 23
Figura 05 - Mancha de ocupação, 2007.

24 Caderno Metropolitano 3
Figura 06 - Mancha de ocupação, 2016.

Caderno Metropolitano 3 25
2. Importância da Cartografia no
Planejamento Metropolitano

A ciência que estabelece os conceitos e permite que decisões mais sustentadas e adequadas à realidade. Tais
as relações espaciais sejam possíveis é a Cartografia e produtos podem ser entendidos como um conjunto de
as Geotecnologias. Hoje bastante difundidas no mundo, ferramentas de base científica a serviço do planejamento
são instrumentos para coleta, processamento, análise e e do ordenamento territorial e sua utilização, como parte
disponibilização de informação com referência geográfica. intrínseca das tecnologias associadas aos Sistemas de
São compostas por computadores, aparelhos receptores, Informações Geográficas (SIGs).
estações totais, aerotransportadores, softwares específicos As cartas, mapas, cartogramas e plantas podem ser
para geoprocessamento, profissionais especializados e considerados para a sociedade tão importantes quanto a
uma base de dados consistente, que juntos tornam-se linguagem escrita, por caracterizarem uma forma eficaz
poderosas ferramentas de apoio ao Planejamento e Gestão. de armazenamento da informação, bem como a sua
A Cartografia permite que o mundo real, um fenômeno comunicação, abordando tanto aspectos naturais (físicos
e/ou um espaço geográfico sejam exibidos através de uma e biológicos), como urbanos, sociais, culturais e políticos.
representação gráfica de forma que a sua estrutura espacial Com a cartografia, é possível identificar, estudar e
seja visualizada. Segundo a Associação Cartográfica monitorar fenômenos naturais, urbanos e sociais, assim
Internacional, “a Cartografia apresenta-se como o conjunto como alterações no território, apoiar o planejamento e
de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que, a elaboração de políticas públicas, observar fenômenos
tendo por base os resultados de observações diretas ou da antrópicos e ambientais, além de otimizar a receita
análise de documentação, se voltam para a elaboração de municipal, através de atualizações dos cadastros
mapas, cartas e outras formas de expressão ou representação multifinalitários. Desta maneira, pode-se afirmar que os
de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e materiais cartográficos são de considerável importância
socioeconômicos, bem como a sua utilização”. para a gestão pública e para a população.
A cartografia digital e os produtos a ela relacionados Para o entendimento deste Caderno Metropolitano,
contribuem sobremaneira para uma percepção mais é necessário fazer uma breve conceituação sobre
exata do território por parte dos agentes que nele Levantamento Aerofotogramétrico, Ortorretificação,
atuam, permitindo gerar cenários diversos e tomadas de Ortofotos, Ortofotocartas, Modelo Digital de Elevação,

26 Caderno Metropolitano 3
Restituição Cartográfica, Escala, Datum Horizontal e o emprego de sensores e/ou câmeras fotográficas. Engloba
Vertical, Coordenadas e outros. O objetivo é nivelar as atividades de aerofotogrametria e sensoriamento
conceitos e apresentar informações que foram produzidas remoto, constituindo-se da aquisição e da operação relativa
em diferentes formatos e datas. à interpretação ou tradução dos dados. Atualmente, além
Dentre os levantamentos necessários à descrição dos aviões e satélites responsáveis pela aquisição das
da superfície terrestre em suas múltiplas características, fotografias e imagens, também são utilizado os veículos
podemos citar o aerolevantamento que é definido como aéreos não tripulados (VANTS), principalmente em
sendo o conjunto de operações aéreas e/ou espaciais de atividades relacionadas ao monitoramento (Figura 07).
medição, computação e registro de dados do terreno, com

Figura 07 - Diferentes tipos de levantamento: por aviões, satélite e drones.

Caderno Metropolitano 3 27
Um dos produtos do levantamento, as fotografias cartográfica (áreas, distâncias) e a escala. Para que
aéreas (Figura 08) têm deformações relativas à lente este geoprocessamento seja feito é necessário dispor
da câmera e às formas do relevo, que precisam ser de informações relativas ao relevo da área levantada,
processadas e corrigidas para que possam ser consideradas daí a importância da elaboração do Modelo Digital de
um documento cartográfico. Para isso, passam pelo Elevação que é uma representação matemática contínua
processo de ortorretificação que tem como finalidade da distribuição espacial das variações de altitude numa
corrigir geometricamente a imagem, mantendo a precisão área (Figura 09).

Figura 08 - Exemplo de Fotografia Aérea.

Figura 09 - Exemplo de MDE em diferentes representações.

28 Caderno Metropolitano 3
As ortofotos são fotos com correção de todas as básico através da restituição.
deformações presentes na fotografia aérea e das variações A restituição cartográfica é a transferência dos
do relevo. Equivalem geometricamente ao mapa de traço elementos da imagem fotográfica ortorretificada sob
onde todos os pontos se apresentam na mesma escala, a forma de traços/vetores. O produto da restituição é
podendo seus elementos serem medidos e vetorizados com a base cartográfica ou levantamento planialtimétrico
precisão, sendo possível medir distâncias, coordenadas, que sobreposto à ortofoto gera uma ortofotocarta, onde
ângulos e áreas, como em um mapa. Subsidiam não só elementos da imagem assim como os vetores estão
o mapeamento temático, como também o mapeamento presentes (Figura 10).

Figura 10 - Exemplo de Ortofoto (imagem) – Base Cartográfica (restituição) e Ortofotocarta (imagem + restituição).

Caderno Metropolitano 3 29
A escala de produção do material e o sistema de identificar a posição de uma determinada informação
referência utilizados (Coordenadas, Projeção, Datum na superfície da Terra, são utilizados os Sistemas de
Horizontal e Vertical) são de fundamental importância Referência Terrestres ou Geodésicos. Estes, por sua vez,
para a produção, integração e interoperabilidade dos estão associados a uma superfície que mais se aproxima
dados e informações, de forma que para atender à da forma da Terra e sobre a qual são desenvolvidos todos
padronização cartográfica vigente são necessárias os cálculos das suas coordenadas.
No Brasil já foram oficialmente adotados quatro
conversões que dão ao produto confiabilidade e precisão
referenciais geodésicos ou sistemas de referência: Córrego
imprescindíveis ao seu uso.
Alegre, SAD-69, WGS-84 e atualmente o SIRGAS 2000.
Escalas são a relação entre as dimensões no
É comum em mapas mais antigos encontrar variações
desenho e o tamanho real dos objetos representados.
desses sistemas. A ciência cartográfica nos permite fazer
Escalas cadastrais são chamadas de escalas grandes conversões entre esses sistemas de projeção para que seja
(1:1.000, 1:2.000 até 1:25.000 em alguns casos) e trazem possível utilizar em um mapa informações de origens
informações mais detalhadas sobre o território. Nos diversas. Para tanto, é imprescindível ter registrado, nos
primeiros exemplos citados, elementos muito pequenos mapas e levantamentos topográficos, as informações
no terreno conseguem ser representados, como por (parâmetros cartográficos) utilizadas para sua elaboração.
exemplo postes e pequenas edificações. Nas escalas Em fevereiro de 2015, foi definido pelo IBGE,
1:50.000, 1:100.000 (escalas médias), menos detalhes através da resolução da presidência R.PR n°.01/2015, o
são possíveis de serem representados cartograficamente. prazo para o término do período de transição para adoção
Uma forma de expressar essa relação pode ser escrita da no Brasil do Sistema de Referência Geocêntrico para as
seguinte maneira: Quanto menor a escala, maior será o Américas (SIRGAS), ou seja, todo material cartográfico
denominador e mais generalizadas são as representações produzido após esse período já deve ser produzido nesse
sistema de referência.
nos mapas (Figura 11).
Esses produtos cartográficos apoiam a elaboração
Os sistemas de referência são utilizados para
de projetos, ações e políticas públicas mais eficientes e
descrever as posições de objetos. Quando é necessário
contribuem para uma melhor gestão dos recursos públicos.

30 Caderno Metropolitano 3
Figura 11 - Base Cartográfica Metropolitana (Escala: 1:2.000) e Carta Topográfica (Escala: 1:50.000).

Caderno Metropolitano 3 31
3. Histórico da Cartografia na Região
Metropolitana do Rio de Janeiro

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) Geográfico do Exército e o Instituto Brasileiro de


concentra, desde a década de 1970, mais de 70% dos Geografia e Estatística (IBGE) eram responsáveis pelo
habitantes do estado, caracterizando uma região que mapeamento sistemático do território brasileiro, através
necessita de um olhar diferenciado de planejamento e da elaboração das cartas gerais, contínuas, homogêneas
gestão. Nesta perspectiva, após a fusão dos estados da e articuladas, elaboradas seletiva e progressivamente,
Guanabara e do Rio de Janeiro, em 1975 foi criada a nas escalas-padrão de 1:1.000.000, 1:250.000, 1:100.000,
FUNDREM – Fundação para o Desenvolvimento da 1:50.000 e 1:25.000.
Região Metropolitana do Rio de Janeiro, vinculada, Para o estado do Rio de Janeiro e consequentemente
à época, à Secretaria de Planejamento e Coordenação para a Região Metropolitana, havia apenas as Cartas
Geral do Governo do Estado, órgão responsável pelo Topográficas na escala 1:50.000 oriundas do levantamento
planejamento, articulação e gestão territorial da região. elaborado pela Diretoria de Serviço Geográfico (DSG)
Sob o comando da FUNDREM, em 1976, foi que é o órgão de apoio técnico-normativo do Exército
elaborada a primeira cartografia metropolitana em Brasileiro e datavam, em suas primeiras edições, da
escala cadastral. Antes desta iniciativa, apenas o Serviço década de 1960 (Figura 12).

32 Caderno Metropolitano 3
Figura 12 - Carta Topográfica de Maricá – Elaborado pelo DSG – Data de 1964.

Caderno Metropolitano 3 33
O IBGE continua sendo o principal provedor de dados avanço para o conhecimento e reconhecimento do território
e informações do país, ficando a cargo dos órgãos estaduais, fluminense, em uma escala não mapeada até então.
metropolitanos e municipais a iniciativa de complementação Foram elaboradas 322 folhas relativas às bases
dos seus dados diante de necessidades específicas. cartográficas (levantamento planialtimétrico) na escala
Seguindo uma cronologia de elaboração de material 1:10.000 cobrindo uma área de 22 municípios, além das
cartográfico para a região metropolitana, a cartografia Baías de Guanabara e Sepetiba (Figura 13).
elaborada pela FUNDREM representou um importante

Figura 13 - Municípios cobertos pelo levantamento da FUNDREM - Articulação das Bases Cartográficas (1:10.000).

34 Caderno Metropolitano 3
Especificação técnica do material cartográfico

- Data do Vôo e Reambulação: 1976


- Sistema de Referência:
- Data de Edição: 1976 Datum Horizontal: Córrego Alegre
- Escala de Restituição: 1:10.000 Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba, SC
Projeção Universal Transversa de Mercator - UTM
- Equidistância das Curvas de Nível: 5 metros

Figura 14 - Base Cartográfica - FUNDREM - 1:10.000 - Ano: 1976.

Caderno Metropolitano 3 35
Estas bases cartográficas, mesmo após quarenta anos objetivos recuperar os ecossistemas do entorno da Baía
de executadas, continuam sendo um material de referência de Guanabara e resgatar a qualidade das águas da Baía e
para estudos comparativos da dinâmica do território. dos rios que nela deságuam, foram elaboradas novas bases
Após a extinção da FUNDREM em 1989, na cartográficas na escala cadastral de 1:10.000 e 1:2.000
ausência de um órgão metropolitano de planejamento com o objetivo de apoiar os estudos e projetos na Bacia
e gestão, a Fundação CIDE - Centro de Informações Hidrográfica da Baía de Guanabara, que abriga boa parte
e Dados do Rio de Janeiro, criada em 1987, com a dos municípios da Região Metropolitana.
finalidade de prover de dados e informações sobre a Esse material, durante vinte anos de ausência de
realidade do Estado do Rio de Janeiro, de natureza física, produção cartográfica, tornou-se referência para a esfera
econômica, social, demográfica e ambiental, dando estadual e municipal, já que muitas prefeituras não
suporte ao governo estadual para promoção mais eficiente possuíam condições técnicas e financeiras para a execução
de investimentos, projetos e elaboração de políticas de levantamentos próprios.
públicas, foi a responsável pela elaboração de novos Nesse contexto, foi criada a Rede Labgeo que
materiais cartográficos para a região. Após a extinção da visava à implantação de uma infraestrutura tecnológica
Fundação CIDE, em 2009, a Fundação Centro Estadual e conceitual capaz de promover a interação e troca de
de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores informações entre os membros e a descentralização e
Públicos do Rio de Janeiro – CEPERJ foi o órgão que aprimoramento do uso da cartografia pelos municípios
substituiu e assumiu, entre outras, suas atribuições. drenantes à Baía de Guanabara. Sob o comando do CIDE
No âmbito do Programa de Despoluição da Baía de e financiado por Agências Internacionais, núcleos de
Guanabara (PDBG), lançado em 1994, que tinha como geoprocessamento municipais foram instrumentalizados

Figura 15 - Municípios cobertos pelo levantamento da Fundação CIDE – Articulação das Bases Cartográficas
(1:10.000 e 1:2.000).

36 Caderno Metropolitano 3
com computadores, programas e bases de dados
para a plena utilização da cartografia disponível. Especificação técnica do material cartográfico
Foi elaborado um total de 650 folhas, - Data do Vôo: 1976
sendo 98 folhas na escala 1:10.000 e 552 na - Data da Reambulação: 1997
escala 1:2.000, das principais áreas urbanas - Data de Edição: 1997
dos municípios drenantes à Baía de Guanabara. - Sistema de Referência:
Municípios como Nilópolis, Mesquita, São João Datum Horizontal: SAD-69
de Meriti e Belford Roxo tiveram quase que a Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba, SC
Projeção Universal Transversa de Mercator - UTM
totalidade do seu território coberto pelas bases de
- Escala de Restituição: 1:10.000 e 1:2.000
maior escala (Figura 15).
- Equidistância das Curvas de Nível: 5 metros e 1 metro respectivamente

Figura 16 - Base Cartográfica - Fundação CIDE Figura 17 - Base Cartográfica - Fundação CIDE - 1:10.000 -
- 1:2.000 - Ano: 1996. Ano: 1996.

Caderno Metropolitano 3 37
Face à informação espacial ser um instrumento no âmbito do Componente Programas Ambientais
para apoiar os objetivos mais amplos de gestão e a Complementares - PAC, que integra o Programa de
elaboração de bases cartográficas e de mapeamentos Despoluição da Baía de Guanabara - PDBG e elaborado
cadastrais ser importante para o planejamento e gestão novas fotografias aéreas, na escala 1:33.500, produzindo
do território, algumas prefeituras, após a execução das um novo mosaico de informações.
bases cartográficas do PDBG, investiram em cartografia Foram elaboradas cerca de 330 fotografias aéreas
através de iniciativas próprias, atualizando-as sempre que que englobam quase a integralidade dos municípios da
possível, tendo em vista o alto custo da produção, como é o Região Metropolitana, ficando poucas áreas não cobertas,
caso da Cidade do Rio de Janeiro que atualiza anualmente, apenas nos municípios de Itaguaí, Paracambi, Seropédica
de Niterói, de Maricá, de Duque de Caxias, Seropédica, e Maricá (Figura 18).
entre outras que o fazem esporadicamente. Não foram produzidas novas bases cartográficas
Em continuidade ao Programa de Despoluição da a partir desse vôo, apenas algumas ortofotos de áreas
Baía de Guanabara, em 2003 foi aprovado orçamento específicas para o estudo, com objetivo de comparação
para desenvolvimento de sistemas e banco de dados com imagens pretéritas.

Figura 18 - Municípios cobertos pelo levantamento do PDBG – 2003.

Especificação técnica das fotografias aéreas

- Data do Vôo: 2003


- Sistema de Referência:
Datum Horizontal: SAD-69
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba, SC
Projeção Universal Transversa de Mercator - UTM
- Escala do vôo: 1:33.500

38 Caderno Metropolitano 3
Continuando na ordem cronológica de mapeamentos de Sistema de Informações Geográficas (SIG).
contínuos que abrangem os municípios da Região Deste levantamento, entre 2007 e 2009, foram
Metropolitana, nos anos de 2005 e 2006, em uma parceria produzidos e disponibilizados para a sociedade os
entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ortomosaicos e os modelos digitais de elevação. No
e a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), foram feitas entanto, por inúmeros fatores, as feições cartográficas só
cerca de 5.200 fotografias aéreas e realizados trabalhos de foram restituídas e validadas entre os anos de 2011 e 2014.
campo nos quais foram medidos mais de 1.500 pontos de Considerando a área do Estado do Rio de Janeiro
controle em todo o estado. O resultado foi a primeira base e a complexidade de organizar e implantar um banco de
cartográfica vetorial contínua do território fluminense - dados geoespacial, a base cartográfica só foi lançada e
escala 1:25.000 a trazer todas as categorias de informação disponibilizada ao público em Janeiro de 2017. Com mais
homologadas pela Comissão Nacional de Cartografia de 10 anos passados do voo que deu origem ao material,
(Concar) e a ser disponibilizada para trabalho em ambiente atualizações são necessárias.

Figura 19 - Municípios cobertos pelo levantamento do IBGE/SEA – Articulação das Bases Cartográficas (1:25.000).

Caderno Metropolitano 3 39
Figura 20 - Base Cartográfica – IBGE/SEA – 1:25.000 – Ano: 2005/2006.

Especificação técnica do material cartográfico

- Data do Vôo: 2005 e 2006

- Data da Reambulação: 2006

- Data de Edição: 2017


- Sistema de Referência:
Datum Horizontal: SIRGAS 2000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba, SC
Sistema de Coordenadas Geográficas
- Escala de Restituição: 1:25.000

- Equidistância das Curvas de Nível: 10 metros

Embora o atraso no lançamento dificulte alguns incluídos pois tinham produzido recentemente material
usos do material, este é um referencial de mapeamento atualizado e compatível para a integração e disponibilização
contínuo seguindo os parâmetros cartográficos mais atuais de uma base contínua de informação da RMRJ.
existentes e com a cobertura de todo o estado do Rio de A Fundação Centro Estadual de Estatísticas,
Janeiro em média escala. Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio
Em 2016 a Câmara Metropolitana de Informação de Janeiro – CEPERJ, no uso das suas atribuições e
Governamental do Estado do Rio de Janeiro (CMIG) respeitando as diretrizes do Estatuto e Regimento Internos,
elaborou o material cartográfico mais atual para a Região da Lei de Acesso à Informação (LAI), da Infraestrutura
Metropolitana (RM). Foram mais de 20 anos para que fosse Nacional de Dados Espaciais (INDE), da Comissão
elaborada uma cartografia em grande escala (1:2.000) e Nacional de Cartografia (CONCAR), no que se refere à
abrangência regional, como a do PDBG. disseminação e democratização do acesso às informações
Esse mapeamento contemplou a área urbana de e dados, é atual fiel depositário e responsável estadual
19 municípios dos 21 que compõem a RM, visto que pelo arquivamento, disseminação e compartilhamento de
os municípios do Rio de Janeiro e de Niterói não foram todo o material cartográfico produzido.

40 Caderno Metropolitano 3
Figura 21 - Foto Aérea da Foz do Rio Pavuna
- FUNDREM (1975).

Figura 22 - Foto Aérea da Foz do Rio Pavuna


- Fundação CIDE (1996).

Figura 23 - Foz do Rio Pavuna -


Câmara Metropolitana (2016).

Caderno Metropolitano 3 41
4. A Atualização Cartográfica da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro – 2015/2016
Em 2015, foi contratada a elaboração da dessas bases cartográficas. Este Programa também
Cartografia Metropolitana do Rio de Janeiro, na escala propôs a contratação do desenvolvimento e implantação
1:2.000 com curvas de nível de equidistância vertical de um Sistema de Informações Geoespaciais da Região
de 1m, composta de material cartográfico, modelo Metropolitana (SIMGeo).
digital de terreno e ortofotos das áreas urbanas de 19 O principal objetivo da elaboração da Cartografia
municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Metropolitana é proporcionar aos municípios;
além de perfilamento a laser, georreferenciamento aos órgãos, secretarias e vinculadas estaduais; às
das propriedades atingidas pelas obras do Arco instituições de ensino; às concessionárias e prestadoras
Metropolitano e maquete digital de dois centros de serviços uma base cartográfica adequada, atualizada
urbanos. O Grupo Executivo de Gestão Metropolitana e precisa para apoio ao planejamento e projetos, de
da Câmara Metropolitana de Integração Governamental forma a dar subsídios ao conhecimento do território
- GEGM ficou responsável pelo acompanhamento e urbano metropolitano e garantir a elaboração de
supervisão desse projeto que foi elaborado no âmbito políticas públicas eficientes, além de uma gestão mais
do Rio Metrópole - Programa de Fortalecimento e integrada.
Gestão da Administração Pública - PRÓ-GESTÃO Foram mapeados mais de 2.000 km² do território
II – financiado pelo Banco Mundial. Este material foi metropolitano. Exatamente 2.651,5 km² de áreas
elaborado e entregue em setembro de 2016 em um urbanas com ortofotos e modelos digitais de terreno,
grande evento da Cartografia Metropolitana e está 2.223,5 km² de área urbana restituída (Figura 24) e
promovendo um ambiente de cooperação e apoio entre 846,7 km² de perfilamento a laser no entorno do Arco
os diversos níveis de governo, oriundo da utilização Metropolitano do Rio de Janeiro (Figura 25).

42 Caderno Metropolitano 3
Figura 24 - Distribuição dos Serviços – Modelo Digital de Elevação e Ortofotos- Restituição Cartográfica.

Figura 25 - Distribuição dos Serviços – Perfilamento a laser do entorno do Arco Metropolitano.

Caderno Metropolitano 3 43
Foram produzidas 2.674 folhas (Figura 26) na (praças, áreas de lazer, jazidas de areia, afloramentos
escala 1:2.000 com as seguintes elementos da restituição: rochosos), Infraestrutura (pontes, viadutos, monumentos,
Sistema viário (vias, caminhos, meio-fio, calçadas, torres de transmissão, grandes antenas, postes, escadarias,
ferrovias), Hidrografia (cursos d’água, lagos, lagoas, entre outros), Pontos topográficos, Altimetria (curvas de
açudes, represas, orla, manguezais, entre outros), nível, nível das margens dos corpos hídricos), Elementos
Edificações de grande porte (grandes indústrias, galpões de divisas (limites, localidades).
aeroportos, estações de tratamento etc), Áreas livres

Figura 26 - Municípios cobertos pela CMIG -


Articulação das Bases Cartográficas (Escala 1:2.000). Tabela 08 - Quadro síntese.

Serviço Localização Área (m²)

Modelo Digital de Áreas Urbanas - 2.651,5


Terreno (MDT) 19 municípios

Ortofotos, Bases Áreas Urbanas - 2.651,5


Cartográficas e 19 municípios
Ortofotocartas

Restituição Áreas Urbanas - 2.223,5


Cartográfica 19 municípios

Perfilamento a Faixa de 3Km do 846,7


laser Arco Metropoli-
Especificação técnica do material cartográfico tano

- Data do Vôo e Reambulação: 2016 Georreferencia- Propriedades -


- Data de Edição: 2016 mento proprie- atingidas pelo
- Sistema de Referência: dades do Arco Arco
Datum Horizontal: SIRGAS 2000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba, SC Maquete Digi- Nova Iguaçu e -
Projeção Universal Transversa de Mercator - UTM tal dos Centros Duque de Caxias
- Escala: 1:2.000 Urbanos
- Resolução Geométrica das ortofotos: 15 cm
- Equidistância das Curvas de Nível: 1 metro Plataforma Região Metro- -
- Padrão de Exatidão Cartográfica: Classe A Geoweb politana

44 Caderno Metropolitano 3
4.1. Rede de Apoio Geodésico
Na primeira fase de execução dos serviços para estrategicamente considerando uma densidade mínima
apoio ao levantamento, foi implantada uma Rede de de 1 ponto a cada 100 km² e de forma a atender a todas
Apoio Geodésico com 61 marcos de 2ª ordem, sendo as áreas de interesse e o transporte de coordenadas para
33 implantados pelo projeto da Câmara de Integração os pontos de Apoio Suplementar. Para cada vértice foi
Metropolitana, 15 pela Prefeitura da Cidade do Rio de também implantado seu respectivo marco de orientação
Janeiro e 13 pela Prefeitura Municipal de Niterói. Os (Figura 27).
vértices da Rede de Apoio Geodésico foram distribuídos

Figura 27 - Distribuição dos vértices e marcos da Rede de Apoio Geodésico Implantada.

Caderno Metropolitano 3 45
Os vértices foram monumentalizados por marcos de proporciona o apoio e o controle altimétrico dos
concreto armado com uma chapa de alumínio cravada no levantamentos topográficos e o seu referenciamento
topo contendo o número do marco, o nome e a inscrição ao datum (origem) altimétrico. O apoio planimétrico
“Protegido por Lei”. Os marcos ficaram aflorados do forma o conjunto de pontos, materializados no terreno,
solo e nos casos particulares de localização em calçadas, que proporciona aos levantamentos topográficos o
avenidas e monumentos, a monumentalização foi feita controle de posição em relação à superfície terrestre
apenas com a chapa de metal, chumbada diretamente na referenciando-os ao datum planimétrico oficial do país,
superfície já edificada, visando também à proteção do neste caso o SIGRAS 2000. A rede é de suma importância
vértice nos locais onde as mudanças dos elementos da para o padrão de qualidade do material cartográfico a ser
superfície são constantes. produzido por entidades públicas e privadas.
Cada um dos marcos implantados possui uma Está em andamento processual no Governo do Estado
monografia identificando seu endereço e todas as uma normativa para a homologação desta rede, como a
características do apoio de campo (Figura 28). Rede Cartográfica de Referência Metropolitana, obrigando
A rede geodésica altimétrica é um conjunto de seu uso oficial nos projetos de engenharia da região.
referências de nível, materializadas no terreno, que

Figura 28 - Exemplo da monografia.

46 Caderno Metropolitano 3
4.2. Fotografias Aéreas
As fotografias aéreas nativas do voo, com uma identificados, através de dados marginais, a faixa do voo,
resolução geométrica de 15cm, constituem o primeiro o número da foto, a data, escala de impressão, resolução
produto cartográfico elaborado. Foram criados: um do voo, coordenadas do centro da foto e responsável pelo
mosaico e um fotoíndice a partir das 4.870 fotos voo, além do contratante. É um importante produto para
originais, com a nomenclaturada faixa e do número da consulta e armazenamento das fotografias.
foto, de acordo com o plano de voo (Figura 29). Foram

Figura 29 - Mosaico de fotografias aéreas.

Figura 30 - Exemplo de fotografia


aérea com dados marginais -
Disponíveis em meio digital.

Caderno Metropolitano 3 47
4.3. Modelo Digital de Terreno
Os modelos digitais de terreno (MDT) representam o Os produtos das análises podem, ainda, ser
comportamento de um fenômeno que ocorre em uma região integrados com outros tipos de dados geográficos
da superfície terrestre. São de fundamental importância objetivando o desenvolvimento de diversas aplicações
em aplicações de geoprocessamento desenvolvidas em de geoprocessamento, principalmente no planejamento
ambiente de Sistema de Informações Geográficas (SIG). urbano e ambiental, como determinação de áreas de riscos,
As análises desenvolvidas sobre um modelo digital por exemplo.
de terreno permitem gerar imagens de níveis de cinza, Os MDTs gerados neste projeto foram produzidos
sombreadas e temáticas, calcular volumes de aterros correspondentes às folhas cartográficas, na escala 1:2.000,
e corte, realizar análises de perfis sobre trajetórias além de um mosaico do modelo contínuo da área coberta
predeterminadas e gerar mapeamentos derivados tais do mapeamento, com uma resolução de 5m, o que facilita
como mapas de declividade, de drenagem, de curva de o entendimento da topografia geral da região (Figura 31).
nível entre outros.

Figura 31 - MDT de uma folha cartográfica (Escala 1:2.000) e Mosaico de MDT (Resolução 5m).

48 Caderno Metropolitano 3
4.4. Ortofotos, Bases Cartográficas e Ortofotocartas
Os principais produtos dessa cartografia, que têm com cessão de fotografias também cedidas oficialmente
o maior valor agregado, considerando a quantidade de pelos Municípios de Niterói e Rio de Janeiro - está
aplicações e usos possíveis, são as ortofotos, as bases disponibilizado no mesmo formato (TIFF), porém com
cartográficas e as ortofotocartas. resolução de 5m, uma vez que na resolução original o
Foram produzidas 2.674 folhas de cada um desses tamanho do arquivo seria praticamente impossível de
produtos, georreferenciados, em diferentes formatos para ser processado na maioria dos computadores. Importante
trabalho em ambiente SIG ou não. salientar que para produzir mosaicos municipais com
As ortofotos, em TIFF, georreferenciadas, com uma melhor resolução a exigência de processamento não
resolução geométrica de 15cm. é tão grande, possibilitando assim que sejam feitos pelas
O mosaico de toda área urbana da RMRJ – elaborado próprias prefeituras (Figura 32).

Figura 32 - Mosaico de Ortofotos – Resolução 5m – Integração dos municípios do Rio de Janeiro e Niterói.

Caderno Metropolitano 3 49
As bases cartográficas são o produto da restituição das folhas cartográficas em uma base contínua, formato
cartográfica que é a vetorização das feições geográficas SHP, para uso em programas de geoprocessamento e
interpretadas nas ortofotos. Nesse projeto foram restituídas ambiente SIG.
as principais camadas relacionadas a hidrografia, relevo As ortofotocartas são produtos finais de apresentação,
e vias urbanas, chegando ao nível das quadras nas áreas pois aliam o “mapa de traço” com a imagem, tornando-se
urbanas. Constam na base as principais toponímias um documento completo de fácil leitura e assimilação.
das localidades, vias, equipamentos de grande porte, Estão em formato DWG, georreferenciado, e em PDF
hidrografia principal, entre outras. para os usuários que não estão familiarizados com os
A escala de restituição foi 1:2.000 e o formato programas de geoprocessamento, mas necessitam da
inicial de disponibilização é o DWG. A opção por este informação espacial para seus projetos (Figura 34).
formato foi o entendimento de que maioria das prefeituras Todas as informações restituídas das bases
municipais o utilizam para elaboração de projetos e cartográficas constam também na ortofotocarta, assim
cadastros de arquitetura, engenharia e infraestrutura em como as malhas de coordenadas, toponímias, convenções
geral, estando em fase inicial os serviços de conversão cartográficas e dados técnicos.

Figura 33 - Base Cartográfica (Escala: 1:2.000). Figura 34 - Ortofotocarta (Escala: 1:2.000).

50 Caderno Metropolitano 3
4.5. Perfilamento a Laser

O Sistema de Perfilamento a Laser (ALS - Airborne dos arquivos.


LASER Scanning) ou Sistema para Mapeamento do Na área do entorno do Arco Metropolitano foi
Terreno por Laser Aerotransportado (ALTM - Airborne executado esse tipo de levantamento, tendo em vista a
LASER TerrainMapper) é um sistema que adquire dados necessidade da maior quantidade de dados e informações
digitais de elevação do terreno (altimetria) com precisão relacionadas à implantação dessa importante via – que
equivalente ao Sistema de Posicionamento Global (GPS), reconfigurou o terreno em seu entorno face ao grande
mas de forma muito mais eficaz. O resultado deste volume de movimentação de terra envolvida - e para
levantamento é a nuvem de pontos do laser que após a apoio ao georreferenciamento das propriedades que foram
classificação e aplicação do Modelo Geoidal Local, os desapropriadas para a execução da obra.
pontos já com altitudes ortométricas são exportados Foram levantados 846,7 km² de áreas do entorno do
para o formato .LAS, de acordo com a nomenclatura e Arco, como visto anteriormente, correspondendo a um
recorte da articulação que considera uma área de 1 por 1 buffer de 3 km para cada lado do eixo da via.
km. Este recorte em áreas de 1 km² advém de testes que
garantem uma performance satisfatória na manipulação

Figura 35 - Modelo Digital de Elevação a partir do Perfilamento a Laser. Interseção da Rodovia Presidente Dutra
com Arco Metropolitano na FLONA Mário Xavier.

Caderno Metropolitano 3 51
4.6. Georreferenciamento das Propriedades Atingidas pelo
Arco Metropolitano
O Arco Metropolitano do Rio de Janeiro – BR 493, e fez-se necessário espacializar, em uma base única,
importante via de conexão entre o conjunto portuário/ objetivando o integral conhecimento da situação posicional
metalúrgico a sudoeste da Região Metropolitana e o (georreferenciada) e jurídico-administrativa destes imóveis.
complexo petroquímico a nordeste e da ligação norte-sul Este trabalho visa apoiar o monitoramento do uso e ocupação
do País pelas BR 101, BR 116 e BR 040, atravessa alguns do solo na Faixa de Domínio do Arco Metropolitano.
centros urbanos, loteamentos irregulares, áreas agrícolas Os produtos dessa espacialização foram: um Banco
e áreas verdes importantes para a qualidade de vida das de Dados Geográfico com informações sobre as áreas
cidades. São aproximadamente 120km de extensão que desapropriadas, de domínio público e desapropriadas
cortam os municípios de Itaguaí, Seropédica, Japeri, Nova externas à faixa de domínio; e um arquivo digital em
Iguaçu, Duque de Caxias, Magé, Guapimirim e Itaboraí. formato DWG com o georreferenciamento dos lotes,
Inúmeras propriedades foram desapropriadas em fazendas, áreas e loteamentos desapropriados, além
uma extensão de 70,9km, no trecho Duque de Caxias- da organização de toda documentação referente aos
Itaguaí, para a implantação do trecho virgem da rodovia proprietários desapropriados (Figuras 36 e 37).

Figura 36 - Exemplo do mapeamento a partir do Banco de Dados Geográfico.

52 Caderno Metropolitano 3
Figura 37 - Exemplo do mapeamento em formato DWG.

Caderno Metropolitano 3 53
4.7. Maquete Digital
Maquete digital, virtual ou eletrônica é a mesma programa específico para manipulação das informações.
maquete que antes era feita com materiais paupáveis O objetivo é ter um feedback dos municípios adequando
e agora é totalmente montada em um computador. os melhores usos do produto (Figuras 38 e 39).
Ela faz uma simulação volumétrica de uma área em
ambiente computacional. Dentre os usos possíveis
as maquetes de áreas urbanas têm a função de apoiar
projetos de arquitetura, engenharia e mesmo ambientais,
para se trabalhar com incidência solar, sombreamento,
arborização urbana, entre outros.
Nesse trabalho foram elaboradas duas maquetes
de 15km² dos centros urbanos do município de Nova
Iguaçu e Duque de Caxias disponibilizadas em filme e em

Figura 38 - Parcial da maquete de Nova Iguaçu. Figura 39 - Parcial da maquete de Duque de Caxias.

54 Caderno Metropolitano 3
4.8. O Acesso ao Material Cartográfico (Download e Topovision)
Uma das formas que os profissionais dos Outra forma de consulta é através de uma plataforma
municípios, estado e instituições têm para acesso à Geoweb (Topovision) desenvolvida especificamente para
cartografia metropolitana é através do site da Câmara o projeto com o objetivo de disponibilizar, compartilhar
Metropolitana de Integração Governamental (http://www. e democratizar o acesso aos dados e informações
camarametropolitana.rj.gov.br/) onde é possível fazer produzidos no âmbito da cartografia metropolitana. O
download de todo o material disponível (Figura 40). acesso é feito através de um login e senha onde o usuário
Os arquivos estão disponibilizados por município pode consultar alguns produtos, como os mosaicos das
e por tipo de material (Ortofotos, Ortofotocartas, ortofotos e do modelo digital de terreno, localização de
MDT, entre outros), sendo possível o profissional alguns equipamentos (administração pública, assistência
baixar as informações do seu município e também dos social, saúde e educação, entre outros), assim como limites
municípios vizinhos. municipais, áreas de restituição, vias pavimentadas e não
pavimentadas, entre outros.
Figura 40 - Página inicial de acesso ao material Os municípios de Duque de Caxias, Maricá, Niterói
cartográfico – Site da CMIG e Rio de Janeiro disponibilizaram seus mosaicos de
ortofotos para integrar a base de dados de consulta e
possibilitar análises comparativas, que também estão
disponíveis no Topovision.
O mosaico de ortofotos do IBGE/SEA de 2005
- escala 1:25.000 - também está disponível através do
Topovision. Através desse visualizador de mapas é
possível fazer algumas operações básicas como medida de
áreas e comprimentos, consultas espaciais, exportação e
impressão de mapas pessoais.

Caderno Metropolitano 3 55
Para os usuários que não se familiarizam com objetivo é que se faça a utilização plena por todas as
programas específicos de geoprocessamento, essa secretarias municipais, estaduais, órgãos e instituições
aplicação é bastante amigável e democratiza o acesso às acadêmicas, entre outras. As secretarias e órgãos do
informações. A consulta pode ser através do endereço estado que utilizam geoinformações nos seus projetos
http://topocart.net/segov/ (Figura 41). também receberam o material.
Em setembro de 2016, todo material digital e As informações produzidas nesse projeto atendem
parte impressa foram distribuídos aos municípios que uma demanda dos técnicos municipais, do estado,
compõem a Região Metropolitana, além do acesso acadêmicos e concessionárias por referências atualizadas
à aplicação web para consulta e análise dos dados. O e contínuas da Região Metropolitana.

Figura 41 - Tela de abertura da plataforma Geoweb - Topovision

56 Caderno Metropolitano 3
4.9. Usos e Oportunidades – Boas Práticas

São incontáveis os benefícios e aplicações da nova 257,76%. Em 5 anos essas atualizações corresponderiam
base cartográfica metropolitana. Entre os principais a um incremento de arrecadação de R$ 446.006,75, em
benefícios, permite o aperfeiçoamento do sistema de apenas um bairro.
arrecadação dos municípios que é responsável por 9,5% Já na Prefeitura de São João de Meriti o grupo
do PIB brasileiro, de acordo com dados do IBGE, através de geoprocessamento da Secretaria de Meio Ambiente
da atualização dos cadastros técnicos multifinalitários e elaborou mapas hipsométricos (Figura 42), de orientação
das plantas de valores. O mapeamento também contribui de vertentes e declividades a partir das curvas de nível
para a melhoria da distribuição dos serviços públicos, de 1m da base cartográfica, para apoio ao plano de
da identificação das áreas de risco, dos mapeamentos drenagem do município, a delimitação das áreas de
temáticos, dos projetos urbanos, do monitoramento da preservação permanente e a caracterização morfológica
expansão urbana, das demarcações de áreas protegidas, das bacias hidrográficas.
entre outros.
Um dado relevante sobre o uso da cartografia
disponibilizada é que, apenas dois meses após a Figura 42 - Mapa Hipsométrico com limite de bairros
entrega do material às prefeituras, os municípios já do Município de São João de Meriti.
estavam produzindo novas informações. Exemplos de
boas práticas surgiram em diversos municípios. Como
exemplos, apresentamos a seguir os das Prefeituras de
Nova Iguaçu e São João de Meriti.
Nova Iguaçu, através de projeto que envolveu a
Secretaria de Urbanismo, Habitação e Meio Ambiente,
elaborou um piloto de análise da planta cadastral de
cobrança do IPTU no bairro Santa Eugênia e chegou
à conclusão que apenas atualizando o cadastro,
identificando novas construções e corrigindo as medidas
existentes, sem precisar aumentar o valor do imposto,
poderiam ter um aumento de arrecadação anual de

Caderno Metropolitano 3 57
A própria Câmara Metropolitana, através da nos municípios mapeados, além de dimensionar os
Coordenação de Cartografia e Informações, elaborou custos aproximados para uma possível instalação dessa
um estudo sobre as vias dos 19 municípios cobertos infraestrutura.
pela cartografia metropolitana, identificando as vias O cruzamento dessas informações com dados
pavimentadas e não pavimentadas dos municípios. censitários relacionados às taxas de crescimento e
O resultado preliminar foi a identificação de que à densidade urbana dos setores censitários também
50,05% das vias avaliadas encontram-se pavimentadas nos trouxe uma avaliação da realidade da dinâmica
(Figura 43) e que o município de Itaboraí é o que de ocupação das áreas urbanas nos municípios e a
possui mais vias sem pavimentação, cerca de 80% das confirmação de que o modelo de expansão desordenada
vias do município. da urbanização é insustentável devido aos enormes
Essa análise possibilitou conhecer as áreas mais custos de infraestrutura e urbanização necessários ao
carentes de infraestrutura de drenagem e pavimentação atendimento adequado à população.

Figura 43 - Mapeamento das Vias Pavimentadas e Não Pavimentadas.

58 Caderno Metropolitano 3
Tabela 08 - Pavimentação de vias.

Municípios Vias pavimentadas Vias não pavimentadas Total de vias no


município
Belford Roxo 638,76 km - 63,43% 368,35 km - 36,57% 1007,11 km

Cachoeiras de Macacu 406,24 km - 44,19% 513,07 km - 55,81% 919,31 km

Duque de Caxias 1794,73 km - 73,91% 633,48 km - 26,09% 2428,21 km

Guapimirim 254,76 km - 48,58% 269,67 km - 51,42% 524,43 km

Itaboraí 482,5 km - 19,29% 2019,02 km - 80,71% 2501,52 km

Itaguaí 530,04 km - 70,34% 223,54 km - 29,66% 753,58 km

Japeri 203,60 km - 41,91% 282,18 km - 58,09% 485,79 km

Magé 640,93 km - 40,15% 955,48 km - 59,85% 1596,41 km

Maricá 637,26 km - 27,14% 1710,96 km - 72,86% 2348,22 km

Mesquita 238,15 km - 94,76% 13,17 km - 5,24% 251,33 km

Nilópolis 173,75 km - 98,02% 3,51 km - 1,98% 177,26 km

Nova Iguaçu 1489,88 km - 62,19% 905,77 km - 37,81% 2395,66 km

Paracambi 86,46 km - 61,91% 53,19 km - 38,09% 139,66 km

Queimados 290,24 km - 54,34% 243,83 km - 45,66% 534,07 km

Rio Bonito 199,59 km - 45,45% 239,59 km - 54,55% 439,18 km

São Gonçalo 1452,48 km - 53,47% 1263,82 km - 46,53% 2716,31 km

São João de Meriti 542,02 km - 91,98% 47,28 km - 8,02% 589,3 km

Seropédica 337 km - 38,01% 549,73 km - 61,99% 886,73 km

Tanguá 71,61 km - 31,8% 153,58km - 68,2% 225,19 km

Caderno Metropolitano 3 59
Outra importante aplicação é a classificação das apoio aos estudos de expansão urbana. Este é mais um
imagens através de programas específicos que permitem exemplo de bom uso da cartografia que foi desenvolvido
criar mapas temáticos de uso e ocupação do solo para na Câmara Metropolitana (Figura 44).

Figura 44 - Classificação de uma ortofoto utilizando programa específico de geoprocessamento.

60 Caderno Metropolitano 3
5. Geovias Metropolitano
A crescente evolução das organizações é fruto do atua neste controle. Suas atividades incluem coordenar
desenvolvimento do conhecimento e da informação. A as funções públicas metropolitanas de interesse comum
busca pela solução dos problemas conduziu os gestores ao Estado e aos Municípios e compatibilizar as diversas
a unir as partes que compõem o ambiente organizacional propostas de ação que incidem no território metropolitano.
para formar um sistema que dará condições para Neste sentido, primeiramente executou levantamentos
administrar o todo. A disponibilização de informação cartográficos, de modo a implantar uma base de dados
gerencial qualificada permite apoiar com evidências espacial atualizada e integrada da RMRJ.
confiáveis as decisões do gestor. Para tal a relação de troca A experiência da Cidade do Rio de Janeiro com
de informações é natural no desenvolvimento de qualquer o Geovias objetivando o inédito mapeamento digital
atividade, tanto no segmento público quanto no privado. do subsolo da cidade, no que foi a primeira cidade
A necessidade da gestão e organização do uso e brasileira a possuir esse tipo de sistema integrado ao
ocupação do solo é uma destas respostas que o Governo do Centro de Operações Rio, com foco na ampliação
Estado do Rio de Janeiro necessita dar para a sociedade. É do controle e incrementando a gestão da cidade, foi
de fundamental importância o entendimento da expansão observado pela Câmara Metropolitana. A Cidade de
urbana, planejamento territorial e a elaboração de políticas Londres com o London Infrastructure Map foi utilizado
públicas integradas adequadas para cada município. Para também como modelo, como uma ferramenta interativa
tanto, a administração pública precisa manter atualizado que permite explorar projetos de infraestrutura atuais
e preciso o cadastro das redes aéreas e subterrâneas das e futuros das empresas públicas locais de transporte,
concessionárias de serviços públicos, para que possa habitação, energia e água. Estes dois exemplos dão aos
compatibilizar obras, ordenar o uso e ocupação do solo, desenvolvedores, investidores e população uma imagem
planejar e gerir a expansão urbana sustentável, além de clara dos desenvolvimentos que estão ocorrendo. Tais
poder contribuir com informações de obras novas de sistemas também ajudam a trabalhar em conjunto de
interesse metropolitano. forma eficaz, por exemplo, para planejar a fase de
À medida que a metrópole continua a crescer e projetos reduzindo as interrupções e os custos e para
mudar, precisamos planejar antecipadamente para atender manter a evolução dos desenvolvimentos e tomar
às necessidades dos moradores, empresas e visitantes. melhores decisões de investimento.
O Grupo Executivo de Gestão Metropolitana – GEGM Com este objetivo foi proposto o Geovias

Caderno Metropolitano 3 61
Metropolitano no bojo do qual foi idealizado o políticas de estado.
levantamento das redes das concessionárias de serviços Este cadastro foi integrado a um Sistema de
públicos e avaliação dos seus impactos no desenvolvimento Informações Geográficas, com acesso via web, para
urbano nas cidades, construindo uma base unificada e todas as concessionárias e órgãos estaduais e municípios
atualizada das redes de infraestrutura metropolitana. metropolitanos, sob responsabilidade do Grupo Executivo
O compartilhamento das redes de infraestrutura (de de Gestão Metropolitana - GEGM.
água, coleta e tratamento de esgoto sanitário, fornecimento As Concessionárias de Serviços Públicos que
de gás, fornecimento de energia elétrica, redes de telefonia hoje participam do projeto são: COMPANHIA
e dados, dutovias, transportes urbanos etc) atende, no DISTRIBUIDORA DE GÁS DO RIO DE JANEIRO –
âmbito dos 21 municípios da Região Metropolitana CEG; SERVIÇOS DE ELETRICIDADE S/A – LIGHT;
do Estado do Rio de Janeiro, às demandas da gestão e AMPLA – GRUPO ENEL; COMPANHIA ESTADUAL
coordenação das obras de forma integrada, planejamento DE ÁGUAS E ESGOTO – CEDAE; TIM; CLARO S.A.;
de projetos para expansão das redes de infraestrutura, TELEMAR NORTE LESTE S/A – OI; FETRANSPOR
apoio ao planejamento e ordenamento do território no que e TRANSÔNIBUS, havendo tratativas para inclusão de
concerne, principalmente, as áreas de expansão urbana, demais concessionárias e prestadoras de serviços de porte
combate ao furto de água e energia elétrica e o aumento que atuem na Região Metropolitana.
da segurança na execução de serviços. Este é o primeiro passo para o estabelecimento de
A implantação desta solução é o melhor canal para políticas públicas que garantam o desenvolvimento urbano
transpor barreiras, melhorar a gestão nos processos da metrópole suportado por infraestrutura planejada e
de trabalho e otimizar resultados com eficiência entregue de forma coordenada, eficiente e financeiramente
contemplando o desenvolvimento institucional esperado sustentável, ou seja, ao invés de ser reativo, os futuros
para os próximos anos. Com estas informações da situação projetos de infraestrutura serão antecipados e proativos
atual será possível propor atendimento às necessidades para serem verdadeiramente sustentáveis
levantadas com suas respectivas prioridades, de forma a O Geovias Metropolitano foi realizado através de
otimizar o retorno de investimento das áreas e alinhar as Acordos de Cooperação Técnica sem a incidência de
necessidades, isto é consolidar as políticas estruturadas custos para o Governo do Estado do Rio de Janeiro e as
a partir dos marcos legais, para se tornarem de fato em parceiras envolvidas.

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Figura 45 - Exemplo da distribuição de redes no Sistema Geovias Metropolitano.

Caderno Metropolitano 3 63
6. e-Metrópole

A metrópole digital é a visão do Programa e-metrópole, que busca modernizar os processos de gestão da informação,
com foco na eficiência do planejamento territorial e na integração entre o setor público e privado.

O programa tem como objetivo:


· Aprimorar as ações de gestão pública na região metropolitana;
· Racionalizar esforços pela integração de políticas públicas;
· Atualizar as bases cartográficas e de informações da região;
· Consolidar Informações Metropolitanas;
· Estimular o planejamento urbano e a gestão do território e
· Ampliar a capacidade de gestão imobiliária e fiscal dos municípios.

O programa foi construído de forma colaborativa com as Prefeituras e atenderá diversas demandas dos municípios
componentes da Região. Tal programa estrutura-se em:
· Sistema de informações geográficas (Sistema de Informações Metropolitanas – SIMGeo e Geovias Metropolitano);
· Bases cartográficas e de informação e
· Infraestrutura de suporte.

Este é o primeiro passo para a expansão do conceito de Smart City para além da Capital, utilizando de forma
estratégica o uso de tecnologias de informação e de comunicação para melhoria da qualidade de vida e do desenvolvimento
sustentável das cidades da RMRJ.

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7. Mapa Metropolitano
Com base nas informações cartográficas e em dados
oriundos do IBGE, IPP e da própria Câmara Metropolitana,
foram elaboradas duas cartas Metropolitanas.

O Mapa Temático - Produzido pela Coordenação de


Cartografia e Informação do Grupo Executivo de Gestão
Metropolitana da Câmara Metropolitana de Integração
Governamental do Governo do Estado do Rio de Janeiro
segue encartado no presente Caderno Metropolitano.

A Carta-Imagem - Produzida pela Coordenação


de Cartografia e Cadastro do Instituto Pereira Passos da
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro estará brevemente
disponível no site daquele Instituto.

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8. Bibliografia de Referência
http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/noticia_sirgas.shtm

ftp://geoftp.ibge.gov.br/metodos_e_outros_documentos_de_referencia/normas/rpr_01_2015_sirgas2000.pdf

http://www.inde.gov.br/geo-servicos/diretorio-brasileiro-de-dados-geoespaciais

Nº 3 da Revista Ponto de Referência – A gestão ambiental na vanguarda tecnológica. Dezembro de 2008. www.ibge.
gov.br

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Resolução da Presidência nº 01/2015.

FELGUEIRAS, Carlos Alberto.Análisessobre Modelos Digitais de Terreno em Ambiente de Sistemas de


InformaçõesGeográficas. INPE - Instituto de Pesquisas Espaciais/DPI - Divisão de Processamento de Imagens.

OCDE (2003). Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Conclusões dos resultados da


pesquisa da OCDE sobre práticas de gerenciamento de conhecimento. Disponível em http://www.oecd.org/
document/20/0,3746,en_2649_37457_1946900_1_1_1_37457,00.html

Modelar a Metrópole. RMRJ. Disponível em http://www.modelarametropole.com.br/

Imagens do acervo do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

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