ENGENHARIA DE ALIMENTOS EAF 488 - LABORATÓRIO DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS
Nomes: Aline Nogueira Matr.: 1920
Nathalia Cristine 1946 Thainara Cristina 1957
ATIVIDADE 6 – ISOTERMAS DE SORÇÃO
A quantidade de água presente em um alimento pode ser medida e expressa em termos da atividade de água, a qual tem um efeito profundo sobre os parâmetros de processamento necessários para a estabilização do alimento (MYHARA e SABLANI, 2001). A atividade de água (aw) pode ser definida como a relação entre a pressão de vapor de água no alimento (p) e a pressão de vapor da água pura (p0) à mesma temperatura e pressão total. Essa relação depende de diversos fatores, tais como a estrutura física da superfície do material, composição química e afinidade com a água. Logo, como cada alimento apresenta características distintas de sorção de umidade, faz- se necessária a determinação experimental das curvas de sorção para cada tipo de produto (KUROZAWA; EL-AOUAR e MURR, 2005). O método tradicional para a previsão de aw envolve a construção de isotermas de sorção de água, um gráfico que relaciona o teor de umidade de equilíbrio (EMC) e os níveis de aw correspondentes, à temperatura constante (MYHARA e SABLANI, 2001). Esse gráfico permite a otimização das operações de secagem, processamento, manuseio e armazenamento de produtos alimentícios (AL-MAHASNEH, 2014). As isotermas de sorção podem ser determinadas por meio de três métodos básicos: gravimétrico, monomérico e os métodos baseado em sensores de atividade de água. O mais comum é o método gravimétrico, que envolve o uso de soluções de sal saturadas para manter umidade relativa do ar (espaço fechado) constante, em uma determinada temperatura (GAL, 1987). Em vista disso, determinou-se as isotermas de adsorção e dessorção do milho em diferentes temperaturas, por meio da utilização do modelo GAB aos dados experimentais. O teor de umidade inicial do milho foi de 12,79 kg de água/kg de matéria seca e 0,698 de atividade de água. O experimento virtual simulou a obtenção das isotermas nas temperaturas de 27, 30 e 33ºC. Os valores de C, K e Mo para as temperaturas mencionadas estão apresentados na Tabela 1.
Observando os parâmetros do modelo de GAB (Tabelas 1), percebe-se que no
processo de adsorção o parâmetro K apresenta comportamento variado, de acordo com o aumento de temperatura. Primeiramente houve um crescimento até a temperatura de 30ºC e em seguida uma leve diminuição do seu valor para a temperatura de 33ºC, apresentando assim, um comportamento praticamente constante. Já no processo de dessorção, este parâmetro apresentou um aumento com a elevação da temperatura. Com relação ao parâmetro C, nota-se que no processo de adsorção seu valor aumentou conforme o aumento da temperatura de 27 para 30ºC e, e no aumento da temperatura de 30 para 33ºC seu valor diminuiu. Já no processo de dessorção, o valor do parâmetro C apresentou primeiramente uma redução com o aumento da temperatura de 27 para 30ºC e em seguida um acréscimo com o aumento da temperatura, de 30 para 33ºC. Quanto ao teor de umidade de equilíbrio (UE0), em ambos os processos de sorção, verifica-se que houve uma redução com o aumento da temperatura. O mesmo foi encontrado no estudo sobre isotermas de espigas de milho realizado por Corrêa, Resende e Ribeiro (2005), no qual constataram que para uma umidade relativa constante os valores de umidade de equilíbrio diminuíram com o aumento da temperatura, seguindo a mesma tendência da maioria dos produtos agrícolas. Resultados semelhantes, para o parâmetro K, foram encontrados no estudo de Santos et al. (2015), no qual obtiveram experimentalmente isotermas de sorção de grãos de soja nas temperaturas de 10, 25 e 40°C. Vários modelos foram utilizados para constatar qual melhor se ajustava aos dados experimentais. Dentre os modelos testados, o de GAB foi o que melhor se ajustou. Os resultados encontrados nas temperaturas de 10, 25 e 40ºC foram 0,84, 0,91 e 0,94, respectivamente. Mewa et al. (2019), com intuito de determinar e modelar as isotermas de dessorção para carne bovina, por meio do modelo GAB, nas temperaturas de 30, 40, 50 e 60ºC, encontraram uma variação nos valores do parâmetro C, de acordo com o aumento da temperatura. Desta maneira, pode-se concluir que ao determinar as isotermas de adsorção e dessorção de milho em diferentes temperaturas, aplicando o modelo GAB aos dados experimentais, foi possível compreender o fenômeno de sorção em alimentos. Assim, a partir destas isotermas pode-se gerenciar adequadamente o produto, visando a manutenção do seu teor de umidade nos níveis recomendados para o seu armazenamento seguro. REFERÊNCIAS:
CORRÊA, P. C.; RESENDE, O.; RIBEIRO, D.M. Isotermas de sorção das espigas de milho: obtenção e Modelagem. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v. 4, n. 01, 2005.
KUROZAWA, L.E.; EL-AOUAR, Â. A.; MURR, F. Obtenção de isotermas de
dessorção de cogumelo in natura e desidratado osmoticamente. Food Science and Technology, v. 25, n. 4, p. 828-834, 2005.
MEWA, E. A; OKOTH, M.; KUNYANGA, C. N.; RUGIRI, M.N. Effect of
temperature on desorption isotherms for meat. Journal of Engineering in Agriculture and Environment, DOI 10.37017, vol. 5, n 1, Quênia, 2019.
SANTOS, C. D., MENEGOLLA, H., ENGLERT, A., & CASSINI, A. (2015).
Determinação De Isotermas De Sorção De Umidade Para Grãos De Soja. Blucher Chemical Engineering Proceedings, 1(2), 4736-4743.
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