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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE – UNIFEBE

ALEXANDRE THOMAZ FURTADO

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS COM O USO DE FERRAMENTAS BIM

BRUSQUE/SC
2018
ALEXANDRE THOMAZ FURTADO

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS COM O USO DE FERRAMENTAS BIM

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial
para a obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil do
Centro Universitário de Brusque –
UNIFEBE.

Orientador: Esp. Prof. Rafael Lopes


de Lima

BRUSQUE/SC
2018
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha tia Clara Maria Furtado (in memoriam), por
sempre me incentivar a buscar mais e o melhor, e por ensinar a buscar meus
objetivos.
À minha família, que esteve sempre ao meu lado me apoiando nas minhas
escolhas. Agradeço a minha mãe Claurinda, e minha vó Gertrudes por sempre
cuidarem de mim, possibilitando-me chegar onde estou.
Ao meu orientador e amigo Rafael, por aceitar o desafio, empenho para a
realização deste trabalho e pelos ensinamentos transmitidos.
A todos os amigos, de vida e da faculdade, que estiveram sempre juntos
nessa caminhada.
RESUMO
A qualidade dos projetos na construção civil é um dos fatores determinantes que
refletem na qualidade final do produto. Custos como retrabalhos e atrasos no
cronograma de execução da obra, são muito comuns devido às incompatibilizações
entre projetos. Com a demanda de projetos e construções de qualidade elevada, a
indústria da construção teve de se adequar, aumentando assim a complexidade dos
produtos e demandando mais detalhamentos nos processos de construção, sendo
assim varias especialidades foram designadas a equipes diferentes, para que as
mesmas conseguissem dedicar-se a cada um destes processos. Esta designação de
etapas para equipes diferentes, demandou uma necessidade de maior integração
entre elas. O uso de BIM - Building Information Modeling (Modelagem de Informação
da Construção), auxilia nesta alternativa para auxiliar os profissionais, e vem para
substituir parcialmente, ou totalmente o modo tradicional de projeto, visualização e
análise do produto. Este trabalho tem como objetivo a compatibilização de três
disciplinas de projeto, sendo elas arquitetônica, estrutural e hidrossanitária, através
dos softwares Revit e Navisworks, ambos da Autodesk, Inc. Para o
desenvolvimento, foi realizado um estudo de caso em uma residência multifamiliar,
de dez pavimentos, que possuía-se os projetos em 2D, cujos foram utilizados como
base para o modelamento 3D. Com este processo foram identificadas inúmeras
interferências e as ferramentas que foram utilizadas se mostraram eficazes para a
realização da compatibilização das disciplinas.

Palavras-chave: BIM. Compatibilização. Projetos.


ABSTRACT

The quality of the projects in the civil construction is one of the decisive factors that
reflect in the final quality of the product. Costs such as rework and delays in the
execution schedule of the work, are very common due to incompatibilities between
projects. With the demand for high quality projects and constructions, the
construction industry had to adapt, thus increasing the complexity of the products
and demanding more details in the construction processes, so several specialties
were assigned to different teams, so that they could achieve dedicate themselves to
each of these processes. This designation of steps for different teams demanded a
need for greater integration between them. The use of BIM - Building Information
Modeling, assists in this alternative to assist the professionals, and comes to partially
or totally replace the traditional way of design, visualization and analysis of the
product. The objective of this work is to reconcile three design disciplines, such as
architectural, structural and hydro sanitary, through Revit and Navisworks software,
both from Autodesk, Inc. For the development, a case study was carried out in a
multifamily, ten floors, which had the 2D designs, which were used as a basis for 3D
modeling. With this process, many interferences were identified and the tools that
were used proved to be effective for the accomplishment of the compatibility of the
disciplines.

Keywords: BIM. Compatibilization. Projects


LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Influência do custo acumulado ao decorrer das etapas do
empreendimento.........................................................................................................12
Figura 2 – Composição básica de um projeto............................................................13
Figura 3 - Sistema tradicional de trabalho da equipe de projeto................................15
Figura 4 - Sistema multidisciplinar de trabalho da equipe de projeto.........................15
Figura 5 - Ciclo de vida de um empreendimento em BIM..........................................20
Figura 6 - Dimensões do BIM.....................................................................................21
Figura 7 - Uso de BIM na etapa pós construção.......................................................22
Figura 8 - Interface software ArchiCAD......................................................................25
Figura 9 - Interface do software Revit.........................................................................26
Figura 10 - Interface do software Navisworks.............................................................27
Figura 11 - Interface software Solibri..........................................................................28
Figura 12 - Modelo Arquitetônico EngenhaBIM..........................................................30
Figura 13 - Planta Pavimento Tipo..............................................................................31
Figura 14 - Ferramenta verificação interferência Revit...............................................32
Figura 15 - Modelo arquitetônico................................................................................34
Figura 16 - Eixos para o posicionamento dos pilares.................................................35
Figura 17 - Modelo analítico pavimento tipo...............................................................36
Figura 18 - Modelo estrutural......................................................................................37
Figura 19 - Sistema do apartamento tipo....................................................................38
Figura 20 - Verificação visual no Revit........................................................................39
Figura 21 - Interferência entre tubulações..................................................................40
Figura 22 - Projetos importados para o Navisworks...................................................41
Figura 23 - Ferramenta Clash Detective.....................................................................42
Figura 24 – Separação do empreendimento para análise..........................................43
Figura 25 - Pilar e alvenaria ocupando mesmo espaço.............................................45
Figura 26 - Interferência entre viga e luminária..........................................................46
Figura 27 - Interferência entre pilar e porta................................................................47
Figura 28 - Tubulação atravessando laje....................................................................48
Figura 29 - Interferência entre vigas e tubulações.....................................................49
Figura 30 - Tubulação embutida na parede................................................................51
Figura 31 – Interferência entre sistema hidrossanitário e forros................................52
Figura 32 - Interferência entre os sistemas do hidrossanitário...................................53
Y
Quadro 1 – Processo de compatibilização nas fases do projeto................................17
Quadro 2 – Fases de projeto e suas compatibilizações.............................................18
LISTA DE GRÁFICOS
YGráfico 1 – Interferências encontradas através do Navisworks...................................
Gráfico 2 – Interferências entre vigas e elementos....................................................47
Gráfico 3 – Interferências entre conexões e quadro estrutural..................................50
Gráfico 4 – Interferência entre tubulações e quadro estrutural..................................50
Gráfico 5 – Interferências entre hidrossanitário e arquitetônico.................................52
Gráfico 6 – Interferências entre o hidrossanitário.......................................................53
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................6
1.1 APRESENTAÇÃO..................................................................................................6
1.2 PROBLEMA............................................................................................................7
1.3 OBJETIVOS............................................................................................................8
1.3.1 Objetivo Geral.....................................................................................................8
1.3.2 Objetivo Específico.............................................................................................8
1.4 JUSTIFICATIVA......................................................................................................8
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...........................................................................10
2.1 PROJETOS...........................................................................................................10
2.1.1 Conceito de Projeto..........................................................................................10
2.1.2 Importância da qualidade e coordenação do projeto.......................................14
2.1.3 Compatibilidade de projetos.............................................................................16
2.2 CONCEITO BIM....................................................................................................19
2.2.1 Modelagem paramétrica...................................................................................22
2.2.2 Interoperabilidade.............................................................................................23
2.2.3 Benefícios da ferramenta BIM..........................................................................24
2.2.4 Exemplo de ferramentas BIM...........................................................................25
2.2.4.1 ArchiCAD........................................................................................................25
2.2.4.2 Revit................................................................................................................26
2.2.4.3 Navisworks.....................................................................................................26
2.2.4.4 Solibri Model Checker....................................................................................28
3 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................29
3.1 FINALIDADES DA PESQUISA.............................................................................29
3.2 TIPOS DE PESQUISA..........................................................................................29
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA.................................................................................30
3.4 PLANOS DE COLETA..........................................................................................31
3.4.1 Processo de modelagem..................................................................................33
3.4.1.1 Projeto arquitetônico......................................................................................33
3.4.1.2 Projeto Estrutural............................................................................................34
3.4.1.3 Projeto Hidrossanitário...................................................................................37
3.4.2 Compatibilização dos projetos..........................................................................38
3.4.2.1 Revit................................................................................................................38
3.4.2.2 Navisworks.....................................................................................................40
3.5 ANÁLISE DE DADOS...........................................................................................42
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.........................................................................45
4.1 ESTRUTURAL VERSUS ARQUITETÔNICO.......................................................45
4.2 HIDROSSANITÁRIO VERSUS ESTRUTURAL...................................................48
4.3 ARQUITETÔNICO VERSUS HIDROSSANITÁRIO.............................................51
4.4 HIDROSSANITÁRIO VERSUS HIDROSSANITÁRIO..........................................52
5 RECOMENDAÇÕES............................................................................................54
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................55
APÊNDICES................................................................................................................60
APÊNDICE A – VERIFICAÇÃO DE INTERFERÊNCIAS ESTRUTURAL VERSUS
ARQUITETÔNICO......................................................................................................60
APÊNDICE B – VERIFICAÇÃO DE INTERFERÊNCIAS HIDROSSANITÁRIO
VERSUS ESTRUTURAL............................................................................................64
APÊNDICE C – VERIFICAÇÃO DE INTERFERÊNCIAS HIDROSSANITÁRIO
VERSUS ARQUITETÔNICO......................................................................................72
APÊNDICE D – VERIFICAÇÃO DE INTERFERÊNCIAS HIDROSSANITÁRIO
VERSUS HIDROSSANITÁRIO...................................................................................76
6

1 INTRODUÇÃO

Todo processo construtivo necessita de um bom planejamento e projeto para


obter sucesso tanto qualitativamente e economicamente. Com o avançar dos anos,
as atividades de design e execução dos produtos da construção civil foram se
distanciando, gerando assim uma falha de comunicação entre os processos
envolvidos. Atualmente pode-se observar que a fase em que os projetos são
concebidos esta cada vez mais fragmentada, envolvendo uma gama de profissionais
de diferentes áreas.
Com estas mudanças surgiu a necessidade de uma nova atividade que
possa assegurar que as representações gráficas dos projetos, possam estar em total
concordância e que resolva os conflitos entre disciplinas, reduzindo assim dúvidas
na etapa da execução da tarefa. Sendo assim, o processo de compatibilização tem
um papel de extrema importância no sentido de evitar atrasos e custos não
previstos, que possam ser gerados por incoerências entre projetos.

1.1 APRESENTAÇÃO

Segundo afirma Campestrini et al. (2015), o objetivo do projeto é orientar a


execução das construções dentro do canteiro de obras. Considerando que o projeto
tem importância decisiva, podendo servir de apoio para o gerenciamento e
planejamento das atividades ou serviços da execução (MELHADO, 1994).
Tornando-o assim, uma das fases mais importantes durante o ciclo de vida de um
empreendimento (GONZÁLEZ, 2008).
Todavia na maioria dos casos, o projeto é realizado somente como uma
obrigação legal, com seu custo e tempo de elaboração reduzidos, não abrangendo
os variados detalhes e métodos de execução, postergando grande parte das
decisões para a etapa da execução (MELHADO, 1994). Em contrapartida Polito
(2015), afirma que é durante a fase de desenvolvimento do projeto que se tem as
maiores oportunidades de ter uma otimização do resultado final, onde as decisões
podem gerar aumento de valores ou redução de custos. Considerando que o projeto
é parte das etapas iniciais de um empreendimento, Gonçalvez e Melhado (2017)
7

afirmam que nas etapas iniciais se tem a possibilidade de se realizar interferências,


buscando uma redução de custos e falhas do empreendimento.
Dada a complexidade operacional dos empreendimentos e a quantidade de
profissionais envolvidos, houve um aumento nos problemas de incompatibilidade,
erros e falta de detalhamento ocasionados por falta de coordenação (NÓBREGA
JÚNIOR; MELHADO, 2013). Devido aos problemas encontrados nas construções,
como as interferências em instalações remeterem à fase de desenvolvimento, a
coordenação do projeto tem como objetivo solucionar incompatibilidades entre os
projetos elaborados por diversos profissionais e decidir quais decisões deverão ser
tomadas (FRANCO E AGOPYAN, 1993).
Para isto, a compatibilização de projetos é uma etapa fundamental, que tem
como objetivo integrar os projetos de várias disciplinas que compõem o
empreendimento. Uma de suas funções é de detectar possíveis incoerências e
conflitos que possam ser gerados durante o processo. Para isto os profissionais que
realizarão esta etapa, estejam habilitados para propor soluções racionais, tendo em
mente a etapa executiva e considerando também a questão econômica e ambiental.

1.2 PROBLEMA

Por volta dos anos 60, os profissionais que trabalhavam em empresas que
realizavam os projetos e construíam, sairão dessas empresas e abriram seus
próprios escritórios de acordo com sua especialidade, eram profissionais que
possuíam experiência prática de construção, contudo com o passar do tempo
ficaram afastados do contato com a obra, consequentemente os índices de
desperdícios subiram. Além de tudo, o surgimento de novas tecnologias e
especializações nas diferentes áreas dos projetos, agravou a situação, tornando a
compatibilização algo iminente (MIKALDO JR E SCHEER, 2008). Portanto com o
aumento da complexidade dos projetos e o maior número de especialidades, induziu
ao crescimento de intervenientes, exigindo assim maior integração e
compatibilização da atividade (POLITO, 2015).
Com a falta de compatibilização, os custos relacionados a desperdícios
tendem a aumentar, devido a fatores como retrabalho, desperdícios de materiais e
mão de obra, juntamente com a baixa produtividade (RODRIGUEZ, 2005). Além de
que um projeto compatibilizado de forma equivocada, ou ate mesmo não realizado
8

nenhuma compatibilização resultam em custos adicionais e atrasos no cronograma


de entrega do empreendimento, como também da redução da qualidade final
(KIRSTEN, s.d.). Como pré-identificar as interferências na fase projeto, que
poderiam surgir durante a execução?

1.3 OBJETIVOS

A seguir abordaremos os objetivos gerais e específicos, objetivos estes que


nortearão o presente trabalho de conclusão de curso.

1.3.1 Objetivo Geral

Utilizar de uma ferramenta BIM para realizar a compatibilização de um


projeto arquitetônico 2D já existente, transformá-lo em um modelo 3D e
posteriormente realizar a verificação das incoerências entre projetos arquitetônicos,
estruturais e hidrossanitários.

1.3.2 Objetivo Específico

 Modelar uma residência multifamiliar na ferramenta BIM;


 Analisar de modo sucinto as interferências geradas ao compatibilizar os
projetos arquitetônicos e projetos específicos;
 Relatar as interferências encontradas entre disciplinas.

1.4 JUSTIFICATIVA

Considerando que os aumentos dos índices de desperdícios e gastos


desnecessários no setor da construção civil brasileira, são um dos problemas
crescentes do setor, e que estão diretamente ligados a quantidade de interferências
e incompatibilidades entre as disciplinas que compõem um projeto. Falhas essas
que muitas vezes poderiam ser solucionadas com a prévia compatibilização dos
projetos antes do inicio de sua execução.
9

Desta forma, a utilização das ferramentas BIM torna a compatibilização mais


eficaz, além de possibilitar uma melhor visualização do que foi projetado. Portanto a
proposta do estudo de caso é de compatibilizar os projetos de uma edificação por
meio do BIM, analisando e relatando as interferências detectadas.
10

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo apresentam-se as definições de projetos para


empreendimentos na construção civil, juntamente com as suas importâncias, e a
explanação sobre o conceito BIM voltada para a compatibilização de projetos.

2.1 PROJETOS

Neste tópico aborda-se o conceito de projeto voltado para a consolidação de


empreendimentos, juntamente com a sua importância no ciclo de vida da obra e a
importância da compatibilização entre os diversos projetos que compõe o
empreendimento.

2.1.1 Conceito de Projeto

Projeto possui uma diversidade de definições, podendo variar de acordo com


o contexto em que esteja inserido. Segundo a NBR 13531/95, por elaboração de
projeto de edificação se entende como a determinação e representação prévia dos
atributos funcionais, formais e técnicos de elementos de edificação a construir, a
pré-fabricar, a montar etc., abrangendo os ambientes exteriores e interiores e os
projetos dos elementos da edificação e das instalações.
Para Graziano (2003), projeto é uma simulação da realidade a ser
construída, ele é o resultado de uma relação harmônica entre os sistemas
necessários para seu funcionamento e concretização. Já Oliveira e Melhado (2006)
afirmam que o projeto tem que ser visto com uma parte da construção, parte esta
que tem por obrigatoriedade definir e transmitir as diversas características que uma
edificação poderá ter. Além disto, o projeto tem uma parcela na responsabilidade
quanto a racionalização da construção. Ele possui também a capacidade de integrar
a eficiência e a qualidade de um edifício, evitando desperdícios e otimizando a
execução, podendo assim reduzir os custos para a execução do mesmo.
Larson e Gray (2016) ressaltam que os projetos possuem um objetivo
definido e elementos específicos de acordo com a disciplina do projeto. Sendo assim
eles demandam uma combinação de esforços de vários especialistas, que para a
11

elaboração do projeto trabalham em conjunto, e contam com a ajuda de um gerente


de projetos responsável pelo desempenho do mesmo.
Quando se trata de projetos para construções de edifícios, relacionamos
com a atividade de construir algo, pode-se olhar de outra forma para o conceito de
projeto, sendo como uma ferramenta para trazer informações da edificação, tendo
importância decisiva e legal, como em caso de detalhes executivos, ou para a
serventia de apoio para o gerenciamento e planejamento das atividades ou serviços
que irão ser executados (MELHADO, 1994). Para Gonzáles (2008), o projeto é uma
das etapas iniciais e a mais importante fase no ciclo de vida de um empreendimento.
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que
descreve na norma NBR 13531/95, o processo de desenvolvimento das atividades
técnicas de um projeto de uma edificação pode ser dividido em: levantamento,
programa de necessidades, estudo de viabilidade, estudo preliminar, anteprojeto,
projeto legal, projeto básico e projeto para execução.
Em contrapartida, Melhado (1994), o processo de projeto passa por etapas
conceitualmente progressivas, no qual a liberdade de divisão na escolha ou
alternativas, vai sendo gradativamente substituída pelo detalhamento das soluções
adotadas. Estas etapas são: programa de necessidades, estudo preliminar,
anteprojeto, projeto executivo, projeto para produção, planejamento e execução,
assistência técnica.
A etapa de planejamento e concepção é a fase onde coleta-se informações,
fazendo um contato diretamente com o cliente buscando entender mais sobre o
futuro empreendimento em questão, como os requisitos da edificação, programa de
necessidades e análise de viabilidade (GONZÁLEZ, 2008).
De acordo com a Figura 1 a seguir, esta fase inicial de planejamento tem
grande importância para a redução de custos de falhas do edifício.
12

Figura 1 – Influência do custo acumulado ao decorrer das etapas do empreendimento

Fonte: GONÇALVES E MELHADO, 2017.

Picchi (1993) definiu que as nomenclaturas das etapas de projeto não são
consensuais, sendo geralmente no mínimo três etapas, o estudo preliminar,
anteprojeto e projeto definitivo, sendo esse definitivo o projeto que engloba o projeto
executivo e detalhado. Outra etapa desenvolvida em paralelo ao anteprojeto, é a de
projeto legal, elaborado com o intuito de obter as aprovações necessárias em órgãos
públicos e concessionárias. Para a realização de um empreendimento, traçou-se a
composição básica de um projeto, e está disposto na Figura 2.
13

Figura 2 – Composição básica de um projeto

Fonte: Tavares Júnior, 2001.

Esta configuração básica para um projeto está divido em duas partes, na


parte gráfica colocaram-se as disciplinas básicas, como arquitetura, estrutura e
instalações, juntamente com as disciplinas complementares, como os sistemas
mecânicos e produção. Na parte escrita, considerou-se os elementos que irão
complementar as disciplinas gráficas, como o memorial descritivo, memorial de
cálculo, caderno de encargos e orçamento.
Desta forma, a compatibilização dos projetos de especialidades, possui um
papel fundamental quando se busca a qualidade do produto final e na previsão de
potenciais problemas relacionados a execução da obra, o que pode acarretar em
atrasos e custos não previstos inicialmente no processo.
14

2.1.2 Importância da qualidade e coordenação do projeto

A qualidade nos projetos na área da construção civil, está diretamente


vinculada com a importância dada para esta etapa. Com a situação do mercado
atual, que vem exigindo maior competitividade, sendo assim projetos que sejam
eficientes a ponto de reduzir os custos de construção, mas que mantenham a
capacidade de atender as necessidades dos clientes. Um dos principais problemas
da construção é a deficiência de se dar a devida importância aos projetos, os quais
geralmente são atrelados somente as exigências legais e funções de caracterização
geral do produto (FABRICIO, 2002).
De acordo com Polito (2015), a qualidade do edifício a ser construído é um
dos principais objetivos do projeto, e esta qualidade está associada com o processo
de criação, onde as soluções adotadas para o projeto resultaram de uma interação
de diversos profissionais com visões diferentes, contudo com um único objetivo.
Com a evolução da construção civil no Brasil, nos dias atuais se tornou
ordinário um projeto possuiu mais do que somente um profissional trabalhando no
seu desenvolvimento, visto que houve um aumento na complexidade da construção,
novas tecnologias e novos produtos, dificultando assim a coordenação dos projetos
(NÓBREGA JÚNIOR; MELHADO, 2013). Complementando, Tzortzopoulos (1999)
afirma que para cada especialidade no projeto, há um profissional ou um grupo de
profissionais com uma percepção diferente dos demais.
Segundo afirma Polito (2015):
A complexidade dos projetos e a evolução tecnologia têm levado a uma
crescente especialização e consequentemente fracionamento por
especialidades. Ela por sua vez, leva ao aumento do número de
interferências, cada qual com o seu foco e, muitas vezes, com objetivos
diferentes, tornando a atividade de projetar uma atividade multidisciplinar
[...]

Em concordância com estas ideias, Lush (1988 apud, MELHADO;


AGOPYAN, 1995) apresenta um modelo de trabalho de equipe de projeto,
denominado por ele de Edifícios Inteligentes, onde se aplica o princípio de
engenharia simultânea, em que os trabalhos que eram realizados em sequência,
passam a serem trabalhos executados simultaneamente e inter-relacionados, por
meio de uma equipe multidisciplinar. As figuras a seguir, demonstram um
comparativo entre os tipos de arranjos de equipes de trabalho.
15

Figura 3 - Sistema tradicional de trabalho da equipe de projeto

Fonte: Adaptado de Melhado, 1994.

Figura 4 - Sistema multidisciplinar de trabalho da equipe de projeto

Fonte: Adaptado de Melhado, 1994.


16

Em um modelo de equipes multidisciplinares, a necessidade de ter uma


coordenação é evidentemente fundamental para agregar qualidade ao projeto. De
acordo com a revista Téchne (ed. 135), afirma que a coordenação de projeto,
nasceu da carência das demandas de obras à fase de concepção do projeto, onde
os problemas encontrados nas obras, como interferências em instalações remetem a
etapa de concepção e desenvolvimento do projeto. Segundo Franco e Agopyan
(1993), a coordenação tem como objetivo solucionar as interferências entre os
projetos elaborados por vários profissionais e conduzir as decisões a serem tomadas
durante o projeto, como também de controlar a qualidade dos projetos de forma que
seja executado conforme os requisitos definidos. O profissional que realiza essa
coordenação, geralmente são arquitetos ou engenheiros, e a competência
necessária para a realização vai além da formação técnica, dependendo muito da
experiência profissional (SILVA E NOVAES, 2008).

2.1.3 Compatibilidade de projetos

Com a forte demanda imobiliária, surgiram os primeiros escritórios técnicos


específicos de arquitetura, estrutura e instalações, contendo profissionais que
anteriormente trabalhavam nas empresas que projetavam e executavam os projetos.
No principio os projetistas, eram profissionais com larga experiência na prática da
construção, porém, com o tempo os profissionais que sucederam esta geração, se
tornaram cada vez mais distante do contato com a obra, e consequentemente com a
execução da mesma. Com esse distanciamento, os índices de desperdícios se
elevaram, e as empresas perceberam a necessidade de coordenar os projetos.
Contudo, a especialização maior nas diferentes áreas do projeto e o surgimento de
novas tecnologias para a execução de métodos inovadores, agravaram ainda mais a
situação, tornando a coordenação e a compatibilização algo que deveria ser
implantada logo (MIKALDO JR E SCHEER, 2008).
A Associação Brasileira do Cimento Portland (ABCP, s.d.), destaca a
compatibilização de projeto como a forma adequada de se combinar diversos
projetos, evitando interferências e incompatibilidades. O processo (ver Quadro 1)
pode ser utilizado em todas as fases do projeto da edificação, desde o estudo
preliminar, anteprojeto e finaliza no projeto executivo do empreendimento (SILVA,
2005).
17

Quadro 1 – Processo de compatibilização nas fases do projeto

Fonte: Silva, 2005.

Picchi (1993) afirma que a compatibilização de projetos está baseada na


prática de detectar interferências através da sobreposição, além de organizar
reuniões com os projetistas e a coordenação envolvida, com o propósito de resolver
as contrariedades. Contudo Callegari (2007) afirma que a compatibilização tem
como finalidade gerenciar e integrar os projetos e de minimizar os conflitos entre
eles de forma que simplifique a execução e também as futuras manutenções. Dentro
desta atividade, está inclusa a detecção de falhas devidas a interferências
geométricas entre os sistemas. Partindo disto, tem-se que a compatibilização dos
projetos é essencial para averiguar as interferências físicas e tecnológicas,
debatendo informações que associam as características de cada projeto que
integrarão o processo de construção.
A compatibilização pode auxiliar nos projetos executivos, importantes para
evitar desperdícios, aumentar a produtividade e reduzir custos e reduzir tempo de
execução. Dentre os projetos executivos que são compatibilizados estão o projeto
de vedação, esquadrias, impermeabilização, revestimentos, fôrmas de madeira e
fachadas (SILVA, 2005). O Quadro 2 descreve as fases básicas de projetos, e suas
referidas compatibilizações.
18

Quadro 2 – Fases de projeto e suas compatibilizações


FASE COMPATIBILIZAR
o Soluções inicialmente propostas nos vários projetos para o produto;
o Partido arquitetônico adotado com a alternativa selecionada para a
Estudo preliminar composição estrutural dos pavimentos tipo;
o Soluções propostas nos projetos de instalações prediais com a
composição estrutural e vedações.
Soluções dos diversos projetos do produto e para a produção, resolvendo as
interferências dimensionais, tecnológicas e produtivas entre projetos.
o Dimensões de ambientes, de componentes de vedação, de vãos
estruturais para vigas e lajes, das seções das vigas e pilares e das
espessuras das lajes;
o Posicionamento da abertura das esquadrias;
Anteprojeto o Composição estrutural do pavimento tipo com a localização das vagas de
garagem;
o Níveis das lajes do pavimento tipo, verificando a necessidade de executar
desníveis;
o Furações em componentes estruturais e do detalhamento do processo
construtivo das vedações, com soluções para posicionamento de dutos e
equipamentos.
Soluções dos diversos projetos do produto e para a produção, com base no
projeto de vedação quanto aos aspectos dimensionais, tecnológicos e
produtivos.
o Painéis de vedação com:
o Os sistemas de impermeabilização das lajes, em ambientes úmidos;
o As soluções construtivas para as instalações elétricas e hidráulicas;
Projeto executivo o As dimensões e posicionamento das aberturas para as esquadrias;
o Os sistemas de fixação das esquadrias.
o Posicionamento e dimensões de possíveis aberturas nas lajes com a
localização dos dispositivos destinados à passagem de componentes das
instalações nos painéis de vedação;
o Espessuras das camadas constituintes dos pisos, em função dos
ambientes e dos desníveis entre ambientes contíguos.
Fonte: Adaptado Silva e Novaes, 2008.

Com relação ao método de compatibilização dos projetos, de acordo com


Campestrini et al. (2015), pode ser realizada através da sobreposição das plantas
2D, identificando de forma visual as incoerências, utilizando um modelo 3D comum
ou através de um modelo BIM 3D. No entanto, Beltrão e Ferreira (2015) afirmam que
a compatibilização de projetos por meio da sobreposição de plantas 2D, além de ser
mais dificultoso e exaustivo, é passível de falhas devido a sua visualização espacial
restrita. Contudo a sobreposição em modelos tridimensionais, os erros e
interferências podem ser visualizados mais facilmente, com maior rapidez e
automação.
Uma ferramenta que está ganhando cada vez mais espaço no setor, é o
modelo inteligente BIM (BuildingInformationModeling), ferramenta esta que permite
compatibilização em forma integral otimizando o fluxo de informações, tornando o
19

processo mais ágil e reduzindo o retrabalho de realimentar os dados iniciais


(POLITO, 2015). Portanto com a utilização da ferramenta BIM para a
compatibilização, automatiza-se as analises de interferências e os possíveis ajustes,
antes mesmo de se iniciar a obra, garantindo dados confiáveis e promovendo a
integração dos profissionais envolvidos.

2.2 CONCEITO BIM

A definição da sigla BIM – Building Information Modeling, embora seja algo


em que ouviu-se falar recentemente, ela tem origem nos anos 70 e vem sendo um
conceito que está passando por mudanças através dos anos. (EASTMAN et al.,
2014)
Devido a alta competitividade que o mercado está passando, o qual busca
agilidade, qualidade e melhor preços, manter-se atualizado diante as novas
tecnologias e softwares que estão entrando no mercado, é uma obrigação para
sobressair no mercado. “O mercado da construção civil do Brasil, visando ganhar
competitividade, encontrou na inovação uma saída para aumentar a qualidade dos
seus produtos, reduzir custos e melhorar a transparência dos projetos”, inovação
esta sendo a tecnologia BIM (CBIC, 2018).
Para Mordue et al. (2016) BIM é um processo que tem como objetivo
associar informação e tecnologia para a representação de um projeto, composto de
diversas especialidades e que abrange dados de todas as etapas de projeto,
execução e operação. Campestrini et al. (2015) comenta que o conceito se baseia
em um modelo paramétrico, tendo como principal objetivo a integração dos
envolvidos no projeto e a interoperabilidade entre as informações. Ele descreve BIM
como uma maneira para se desenvolver um empreendimento de construção civil,
que envolve desde a concepção do projeto até a demolição, conforme demonstrado
na figura a seguir.
20

Figura 5 - Ciclo de vida de um empreendimento em BIM

Fonte: Mello, 2012.

O BIM, diferentemente de um software de modelamento 3D onde somente


se gera uma visualização tridimensional da construção sem informações, ele possui
a capacidade de gerar objetos paramétricos (MENEZES, 2011). Como exemplo
Alves et al. 2012, trouxe uma parede em qual se é possível especificar parâmetros
geométricos, como espessura, comprimento e altura, como também o material da
parede, especificações da superfície, propriedades térmicas e acústicas, custos
associados ao material e a construção.
De acordo com Campestrini (2015), um modelo 3D é capaz de fornecer ao
utilizador uma compatibilização espacial do projeto, contendo informações sobre
materiais e acabamentos, juntamente com o quantitativo dos materiais e entre
outros. Contudo o modelo 4D, traz a possiblidade de ter acesso a informação sobre
os prazos do empreendimento, como a produtividade da equipe, número
necessários de trabalhadores para as tarefas, trazendo assim uma melhor
sequência executiva. De com VicoSoftwares (2013), com a utilização de um modelo
5D é possível demonstrar ao cliente, o que acontece com a programação e
orçamento caso realiza-se alguma modificação no projeto, como também traz a
possibilidade de organizar um banco de dados contendo informações sobre os
custos e taxa de produtividade do trabalhador. Campestrini (2015) afirma que o
modelo 6D é utilizado quando deseja-se obter informações sobre o uso do
empreendimento, como a reutilização de recursos ou uso consciente. AIA (2007)
21

disserta que existe uma nova dimensão em surgimento, o modelo 7D, que seria
responsável por melhorar o ciclo de vida operacional do empreendimento. Com isso,
verifica-se que ao aumentar o nível da dimensão, são adicionados mais detalhes e
informações ao modelo do empreendimento, como pode ser visto na Figura 6.

Figura 6 - Dimensões do BIM

Fonte: Adaptado de Almeida, 2015.

Além da fase de construção a ferramenta pode se utilizada na fase pós-obra,


como pode ser visto na Figura 7 e é empregada como programas de manutenção
preventiva, planos de evacuação, gerenciamento de edifícios, como também para a
elaboração do as built (ADDOR, 2013).
22

Figura 7 - Uso de BIM na etapa pós construção

Fonte: ADDOR, 2013.

De acordo com Eastman et al (2014), modelos que não permitem a


atualização automática em todas das vistas do desenho, não podem ser
consideradas ferramentas BIM, visto que geraria erros no modelo que seriam difíceis
de serem detectados. Segundo Menezes (2011), o software que não gera objetos
possíveis de serem paramentados se classifica como somente um software de
modelagem 3D.

2.2.1 Modelagem paramétrica

As aplicações em CAD 2D e 3D representam os dados por formas


geométricas, como linhas, pontos, polígonos, etc., podendo ate representear um
edifício, porém não permite incluir informações especificas a cada forma geométrica
(MANZIONE, 2013). Em contrapartida, a modelagem paramétrica carrega o mesmo
conceito, porém possui atributos fixos e variáveis. Os fixos seriam os definidos a
partir das propriedades de forma, desempenho, custo, etc., já as variáveis são
aqueles definidos a partir de regras e parâmetros, ajustando-se conforme o controle
do usuário ou mudança de contexto (SILVEIRA, 2013).
23

Segundo Eastman et al. (2014), os objetos paramétricos são a ideia central


do BIM, o que se diferencia da representação 2D tradicional. A modelagem
paramétrica permite a definição de regras para a representação geométrica e
também de aspectos não geométricos, o que permite que os objetos se adaptem
dependendo do contexto em que é inserido. Isso permite que as empresas criem
suas bibliotecas de acordo com suas necessidades e realidades de execução de
projetos.
Em um projeto paramétrico, ao invés de se projetar um elemento da
construção, o projetista define um objeto de uma família, como por exemplo uma
família de janelas. Os objetos são definidos usando parâmetros envolvendo,
distancias, ângulos, regras como pro exemplo se o objeto está vinculado a algo, ou
se está disposto paralelamente ou distante de algo, podendo variar de acordo com
os valores dos seus parâmetros e sua relações com o contexto que foi aplicado
(EASTMAN et al., 2014).
Sendo assim, um modelo computacional de uma edificação tem como
objetivo ser uma base de dados sólida sobre o empreendimento, que possui
informações confiáveis, servindo de apoio para tomadas de decisões, por conta de
as informações estarem sendo atualizadas a cada vez que a equipe alimenta o
modelo, o tornando mais preciso e confiável (CAMPESTRINI et al., 2015). Desta
forma, Campestrini et al (2015), complementa que:
“Com modelos computacionais como base para a modelagem da
informação da construção, consegue-se realizar desde projetos
compatibilizados fisicamente e com quantitativos precisos, até desenvolver
projetos de alto desempenho, como projetos de edificações altas
executadas em dias recordes.”

2.2.2 Interoperabilidade

O conceito de interoperabilidade de acordo com Campestrini et al. (2015),


vem da necessidade de se tornar os diferentes modelos das disciplinas do projeto,
compatíveis entre si gerando um único modelo integrado, independente do software
de escolha do projetista. Para que esta integração seja possível, necessita-se que
todos sigam uma linguagem que é representada pela chamada Industry Foundation
Classes (IFC).
24

O IFC foi criado para representar dados consistentes da construção e


realizar a troca entre os aplicativos utilizados no projeto. Essa linguagem é focada
em fornecer definições gerais dos modelos de forma que trata mais de informações
sobre a construção e ciclo de vida (EASTMAN et al., 2015).
O comitê de obras públicas, do Governo do Estado de Santa Catarina,
afirma que o IFC pode ser utilizado para o compartilhamento de dados entre
ferramentas BIM de diferente desenvolvedores, pois é o modo mais adequado de
operar os dados sem a necessidade de possuir o software no qual se desenvolveu o
modelo em questão.

2.2.3 Benefícios da ferramenta BIM

Diferentemente de uma representação em 3D, o projeto realizado em BIM é


representado por meio de uma construção virtual, denominada modelo, onde está
integrada a uma base de dados externas, contendo especificações e parâmetros do
objeto utilizado. Com isso, os projetistas ganham mais eficácia e produtividade,
resultando na redução de erros e inconsistências entre projetos, levando a uma
maior previsibilidade e menos custos de obra (Kassem e Amorim, 2015).
Manzione (2013) afirma que com a utilização da construção virtual, antes
mesmo da sua execução já se pode fazer a otimização no uso dos seus materiais e
energia, diminuindo assim os impactos ao meio ambiente. Na mesma linha de
pensamento, Campos Netto (2016) afirma que por se tratar de um modelo virtual, se
há a possibilidade de utilizar informações reais para analisar o projeto, e auxiliar os
construtores a realizar uma simulação antes de iniciar a construção, definindo
métodos e materiais de melhor desempenho para tal tarefa.
Para Nogueira (2016), aponta como benefícios no âmbito da construção
enxuta, como a redução de desperdício e a criação de resíduos, pelo meio de
colaboração e compartilhamento que a ferramenta BIM oferece. Como adendo,
Rocha (2011) afirma que ao se utilizar a ferramenta BIM, pode-se ter um ganho de
30% na redução de tempo para desenvolvimento de um projeto.
Para uma visualização mais abrangente dos objetivos da ferramenta,
Eastman et al (2014), listou alguns dos principais objetivos da tecnologia em todo o
ciclo de vida da edificação, abrangendo desde a pré-construção até a pós-
construção, dentre estas destacam-se:
25

o Aumento da qualidade e do desempenho da construção;


o Sincronização de projeto e planejamento da construção;
o Colaboração antecipada entre múltiplas disciplinas de projeto;
o Visualização antecipada entre múltiplas disciplinas de projeto;
o Descoberta de erros de projeto e omissões antes da construção;
o Correções automáticas quando mudanças são feitas no projeto;
o Sincronização para aquisição de materiais com o projeto e a construção.

2.2.4 Exemplo de ferramentas BIM

Eastman et al. (2014) apresenta algumas das principais ferramentas BIM


disponíveis nos dias atuais:

1.1.1.1 ArchiCAD

Segundo o autor, é a ferramenta mais antiga que começou a ser


comercializada nos anos 80. Possui uma interface (ver Figura 8) intuitiva e fácil de
usar, como também possui uma ampla biblioteca. Atualmente está na versão 20.0.
Uma das desvantagens relatada pelo autor, é a dificuldade com relação a projetos
grandes, sendo necessário a separação em módulos para ser possível o
gerenciamento do projeto.
26

Figura 8 - Interface software ArchiCAD

Fonte: Graphisoft BR, 2017.

1.1.1.2 Revit

É a ferramenta mais utilizada atualmente, e está no mercado desde 2002.


Ele se baseia em cortes 2D para detalhar a maior parte dos conjuntos, contando
com uma interface de fácil manuseio (Figura 9). Além de possuir uma vasta
biblioteca de famílias e fornecer suporte para operações simultâneas em um mesmo
projeto, contudo deixa a desejar no quesito agilidade em projetos maiores pois o
sistema é baseado em memória.
27

Figura 9 - Interface do software Revit

Fonte: O autor, 2018.

1.1.1.3 Navisworks

É uma ferramenta em que se pode carregar modelos BIM, como os


desenvolvidos no Revit por exemplo, e realizar uma verificação de interferências
entre elementos dos projetos. Além disso, ele gerencia e controla todas essas
interferências ate o ponto em que sejam solucionadas. É possível gerar relatórios a
partir dos testes, e o programa possibilita uma visão holística dos modelos para se
obter um melhor controle sobre os projetos (Autodesk, 2017).
Além dessa ferramenta, o software possui outras como a linha do tempo (ver
Figura 10), no qual ele da a possibilidade de programação e gerenciamento da
construção da obra como um todo, calcula o quantitativo geral da obra e pode se
gerar animações dentro do próprio programa.
28

Figura 10 - Interface do software Navisworks

Fonte: O autor, 2018.

1.1.1.4 Solibri Model Checker

Além da visualização dos modelos, permite verifica-los através da criação de


regras que possibilitam que o programa faça diversos tipos de verificações, podendo
assim classifica-las de acordo com sua magnitude. O software auxilia a detecção e
visualização de problemas antes e durante a execução, e assim como o Navisworks,
possui a possibilidade de gerar quantitativos e gerenciamento das revisões dos
modelos (Solibri, 2017).
29

Figura 11 - Interface software Solibri

Fonte: Solibri, 2014.


30

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Este capitulo faz referência aos procedimentos metodológicos e às técnicas


adotadas na pesquisa, demonstrando como ela foi realizada, qual a finalidade, qual
o método aplicado, sua população e amostra

3.1 FINALIDADES DA PESQUISA

Ao executar-se um projeto, onde encontram-se interferências e erros, que


está geralmente relacionado a falta de compatibilização entre os projetos
específicos. Nesta linha, a pesquisa tem como objetivo analisar a eficiência da
compatibilização de projetos utilizando a ferramenta BIM.

3.2 TIPOS DE PESQUISA

Vieira (2002) define como pesquisas exploratórias, as que tem como


finalidade compreender o problema em que o autor se encontra, determinando-o
com precisão e identificando cursos relevantes ao tema. Outra pesquisa a ser
considerada, é a pesquisa descritiva, que Zenone (2002) define por estar
“interessada em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los,
classificando-os e interpretá-los”.
Contanto a presente pesquisa, classificada como exploratória e descritiva,
busca compreender o problema acerca da não compatibilização, como também
analisar e relatar os fenômenos ocorridos ao compatibilizar um projeto utilizando-se
da ferramenta BIM.
Com relação ao ambiente em que os dados serão coletados, segundo
Marconi e Lakatos (2007), descreve que a “pesquisa bibliográfica abrange toda
bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, abrangendo desde
publicações avulsas, boletins, jornais, livros, monografias, teses, etc.”, como é o
caso da pesquisa em questão, que esta sendo desenvolvida a partir de materiais já
elaborados. Do mesmo modo, baseando-se em argumentos sobre a aplicação da
compatibilização de projetos utilizando a ferramenta BIM, será aplicado o
procedimento de estudo de caso com o intuito de confirmar as teorias encontradas.
31

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

À analise da presente pesquisa, utilizou-se um modelo de projeto fornecido


pela plataforma de cursos online EngenhaBIM, em seu curso de Revit Avançado, em
que o autor realizou.
O empreendimento se caracteriza com 11 pavimentos (Figura 12), sendo
quatro apartamentos por andar, totalizando uma área de 542,73m 2 por pavimento, o
qual se modelou o projeto arquitetônico, estrutural e hidrossanitário, utilizando-se
das ferramentas da Autodesk com licença educacional Revit para modelagem do
arquitetônico e hidrossanitária, e Robot para o cálculo estrutural.

Figura 12 - Modelo Arquitetônico EngenhaBIM

Fonte: EngenhaBIM, 2018.

Para a compatibilização do modelo com o projeto hidrossanitário, realizou-se


um projeto contendo um sistema simples e sem dimensionamento, servindo apenas
para demonstração da ferramenta de compatibilização entre projetos de disciplinas
diferentes, utilizando-se da ferramenta BIM e do software Navisworks da Autodesk.
32

3.4 PLANOS DE COLETA

Para este trabalho, adotou-se as ferramentas da Autodesk, empresa


mundialmente conhecida e renomeada, que conta com softwares com licença para
estudantes, liberando toda a sua funcionalidade possibilitando assim uma facilidade
de encontrar informações sobre seu uso e funcionalidade. Outro fator considerado,
foi a familiaridade do autor quanto a ferramenta Revit.
Para o desenvolvimento do projeto arquitetônico, utilizou-se como base uma
planta baixa em 2D do pavimento tipo, disponibilizada na plataforma EngenhaBIM no
formato CAD, como demonstrada na Figura 13.

Figura 13 - Planta Pavimento Tipo

Fonte: EngenhaBIM, 2018.

Para a modelagem utilizou-se o software Revit, no qual foi desenvolvido


primeiramente o modelamento do projeto arquitetônico e utilizando a ferramenta de
vínculos do Revit, modelou-se o projeto estrutural. O projeto hidrossanitário foi
33

desenvolvido utilizando-se o template1 disponibilizado pela empresa Tigre em seu


website. Como o intuito da pesquisa foge o dimensionamento do sistema hidráulico
e estrutural, realizou-se somente a representação gráfica dos caminhamentos das
tubulações e representações gráficas, para posteriormente se possível de se realizar
a compatibilização entre projetos.
Visto que os projetos foram modelados utilizando programas em BIM, ao
invés do método convencional do CAD, ou de utilizar programas independentes para
projetar cada sistema, reduziu-se a quantidade de interferências entre projetos, pelo
fato da ferramenta Revit já disponibilizar uma vista tridimensional, o que auxilia na
identificação de erros grotescos de projeto.
Após os projetos prontos, o programa Revit possui uma ferramenta para a
análise de interferências, podendo gerar relatórios como demonstrado na Figura 14.

Figura 14 - Ferramenta verificação interferência Revit

Fonte: O autor, 2018.

Com a seleção para a verificação entre o projeto estrutural e o arquitetônico,


pode-se achar interferências simples como a demonstrada na Figura 14, o caso de

1
Modelo de inicio para um novo projeto, que inclui vistas, famílias pré-carregadas e configurações,
com unidade de projeto, espessura de linhas, escalas, etc. (Autodesk, 2014).
34

uma luminária estar encostando na viga, destacando-a e demonstrando o número de


identificação do elemento, sendo mais fácil de ser identificada em projetos maiores.
Após modelar os projetos arquitetônicos e complementares, decidiu-se
realizar uma compatibilização mais aprofundada, utilizando-se o software
Navisworks da Autodesk, em que se há a possibilidade de gerar relatórios mais
aprofundados.

3.4.1 Processo de modelagem

Iniciou-se a modelagem pelo projeto arquitetônico, o qual foi utilizado de


base para a realização dos complementares, utilizando-se do software Revit, para
realizar os projetos que serão utilizados para estes trabalhos, projetos estes que
estão com intuito puramente acadêmico, sendo assim uma representação, ou uma
simulação, de um real projeto. O software Revit se encaixa dentro das várias
ferramentas de modelagem BIM disponíveis no mercado.

1.1.1.5 Projeto arquitetônico

Recebeu-se o projeto arquitetônico do pavimento tipo em formato 2D,


desenvolvido no AutoCAD, realizou-se a limpeza de moveis, cotas e anotações,
como também se ajustou a escala do desenho para a proporção de 1:1. Após isto, o
arquivo está pronto para ser importado para o Revit.
No software é definido um template que corresponde a disciplina de
arquitetura, com famílias e configurações pré-carregadas para a disciplina. Ao
escolher o modelo de arquitetura, define-se a unidade de medida do projeto,
conforme a utilizada para o desenvolvimento da planta base em 2D. Após isso cria-
se os níveis, no Revit denominado elevações, de acordo com os pavimentos, e
importa-se as plantas de layout de cada pavimento.
Inicia-se a modelagem adaptando as famílias carregadas de paredes, para
as especificações do projeto, com sua espessura e revestimento, e inicia-se a
modelagem das paredes utilizando como base a planta importada. Após as paredes
modeladas, colocam-se as portas, janelas, pisos e outros detalhes de projetos,
35

seguindo rigorosamente as características do projeto original, como as dimensões,


materiais e posicionamento.

Figura 15 - Modelo arquitetônico

Fonte: O autor, 2018.

1.1.1.6 Projeto Estrutural

Após a conclusão do projeto arquitetônico, iniciou-se a modelagem do


projeto estrutural, vinculando o arquivo Revit em um template estrutural, com
elementos e famílias carregados específicos de estrutura.
Ao vincular um arquivo à um modelo, deve-se copiar os níveis do projeto
base, monitorando-os e caso se faça alguma modificação no arquivo, ao reabrir o
projeto em que se vinculou, recebe-se um aviso de modificação evitando assim que
os projetos fiquem divergentes. Após essas definições e copias de propriedades
entre projetos, traçou-se os eixos de pilares, em todas as intersecções de paredes
para a colocação dos pilares, como demonstrado na Figura 16. Com a definição da
36

localização dos pilares, realizou-se a modelagem das vigas com a ferramenta viga e
pré-definindo uma seção para a mesma, conferindo o modelo analítico e seus
respectivos nós, pois uma falha no modelo analítico, pode causar erros posteriores
de cálculo. Após as vigas prontas, coloca-se as lajes de concreto maciça, com
espessura de 20cm, armada em uma direção.

Figura 16 - Eixos para o posicionamento dos pilares

Fonte: O autor, 2018.

As cargas utilizadas na estrutura foram adotadas de acordo com a NBR


6118, sendo elas lineares e por área, para o lançamento dessas no modelo o Revit
possui uma ferramenta de lançamento de carga hospedada, em ameniza o risco de
ocorrer algum erro durante o lançamento. Para as cargas lineares permanentes
utilizou-se 6 kN/m, sendo aplicada nas vigas referente a cargas das paredes, e nas
lajes aplicou-se as cargas de sobrecarga por área de 3 kN/m 2, o Revit calcula o peso
própria da estrutura automaticamente não necessitando adicionar este
carregamento. Realizou-se a conferência do modelo analítico representado na
Figura 17, para verificar sua consistência e possíveis erros. Sendo a estrutura
simétrica nos seus quadrantes, houve somente a necessidade de modelar somente
um dos quadrantes, e espelhar para o restante.
37

Figura 17 - Modelo analítico pavimento tipo

Fonte: O autor, 2018.

Após a verificação do modelo analítico, espelhou-se a estrutura para o resto


dos 3 quadrantes da edificação, conferindo o alinhamento e modelando a parede
estrutural da escada, a qual se localiza no centro da construção, e copiando toda a
estrutura alinhada com os níveis importados do modelo arquitetônico. Nesta etapa
deve-se tomar um cuidado com a copia, pois o modelo analítico tende a sofrer
alguns desajustes, sendo necessário ir conferindo cada nível. O resultado final da
modelagem estrutural está representado na Figura 18.
38

Figura 18 - Modelo estrutural

Fonte: O autor, 2018.

1.1.1.7 Projeto Hidrossanitário

Decidiu-se modelar o projeto hidráulico no software Revit, onde utilizou-se


do template disponibilizado pela Tigre S/A, o qual já possui grande parte das famílias
de tubulações e conexões carregadas, o que facilitaria a modelagem posterior.
Como o intuito é de pesquisa modelou-se três banheiros, sendo banheiros com
chuveiros e 1 lavabo, e uma pia na cozinha com ponto de água fria e esgoto, onde
não foi considerado drenos de ar condicionados, contudo seguiu-se a NBR 5626 que
trata de sistemas de Instalação Prediais de Água Fria, e a NBR 8160 que trata do
sistema de esgoto sanitário. Após a modelagem do apartamento tipo, espelhou-se
de mesmo modo do que o estrutural, resultando em cada apartamento um sistema
como disposto na Figura 19.
39

Figura 19 - Sistema do apartamento tipo

Fonte: O autor, 2018.

3.4.2 Compatibilização dos projetos

Com o termino do modelamento dos projetos, inicia-se a etapa de


compatibilização dos três projetos, realizando primeiramente uma verificação visual
no Revit, e após a detecção das interferências nesta verificação, importa-se os
arquivos para o software Navisworks, os sobrepondo e verificando as
incompatibilidades, gerando um relatório com posição e elementos que se colidiram.

1.1.1.8 Revit

Para a verificação no Revit, importou-se os arquivos como vínculos, gerando


um modelo tridimensional geral da obra, como demonstrado na Figura 20, sendo
possível verificar visualmente e por meio da ferramenta de verificação automática de
interferências, localizar as interferências entre os projetos.
40

Figura 20 - Verificação visual no Revit

Fonte: O autor, 2018.

Com esta verificação, identificou-se que as tubulações estão cortando vigas,


o que deverá ser conversado com o projetista estrutural, para que se encontre uma
solução para as interferências. Outro caso encontrado, seria entre o próprio sistema
hidrossanitário, em que a tubulação de esgoto, faz colisão com a tubulação de
esgoto, como demonstrado na figura a seguir.
41

Figura 21 - Interferência entre tubulações

Fonte: O autor, 2018.

1.1.1.9 Navisworks

A verificação de interferências utilizando o software Navisworks, se inicia


com a exportação do arquivo de coordenação, como os dois softwares utilizados
pertencem a Autodesk, os vínculos entre os programas são dados com maior
facilidade. Após esta exportação, importa-se para o software de coordenação, sendo
este o Navisworks, adicionando o modelo 3D com suas características, propriedades
e parametrização como pode ser observado na Figura 22.
42

Figura 22 - Projetos importados para o Navisworks

Fonte: O autor, 2018.

Com a importação de todos os projetos concluídas, utilizou-se da ferramenta


Clash Detective para realizar os relatórios de interferências, e identificar as
incompatibilidades entre os projetos. Esta ferramenta analisa dois projetos por vez,
como demonstrado na Figura 23, no qual se adiciona os testes selecionando os
projetos e definindo o tipo de identificação e a sua tolerância. Realizou-se os testes
entre o estrutural versus hidrossanitário, arquitetônico versus hidrossanitário,
arquitetônico versus estrutural, e como forma de conferir o projeto hidrossanitário,
realizou-se um teste entre o próprio projeto.
43

Figura 23 - Ferramenta Clash Detective

Fonte: O autor, 2018.

3.5 ANÁLISE DE DADOS

Para a realização mais eficaz da analise, seccionou-se o empreendimento


deixando apenas um dos quadrantes da construção e dois andares (ver Figura 24),
por conta de serem apartamentos tipos possuem os sistemas iguais, o que
resultariam em varias interferências repetidas, prejudicando assim o resultado final.
44

Figura 24 – Separação do empreendimento para análise

Fonte: O autor, 2018.

Após a realização dos testes, houve a geração dos relatórios dos testes
realizados, totalizando no primeiro teste entre o projeto hidrossanitário e o estrutural
um total de 94 interferências, no segundo teste entre o estrutural e o arquitetônico
um total de 50 interferências, no terceiro teste entre arquitetônico e hidrossanitário
um total de 49 interferências, já no ultimo teste entre o próprio hidrossanitário,
desconsiderando as interações entre conexões e tubulações, encontrou-se uma
quantidade de 5 interferências, dados estes que podem ser visualizados no Gráfico
1.
45

Gráfico 1 – Interferências encontradas através do Navisworks

Hidrossanitário vs Hidrossanitário 5

Arquitetônico vs Hidrossanitário 49

Hidrossanitário vs Estrutural 94

Estrutural vs Arquitetônico 50

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Fonte: O autor, 2018.

Considerando-se que no projeto não se realizou nenhuma compatibilização


previa, e pelo fato de ser realizado como apenas demonstrativo, a quantidade de
interferências que resultou foram grandes, mas como a edificação é simétrica nos
seus pavimentos tipos, ajustando um, automaticamente os restantes se ajustariam.
46

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Através dos relatórios de incompatibilidades gerados após a verificação, os


projetistas devem fazer as devidas alterações no projeto, para que na execução não
tenha a necessidade de ajustar algo, pois isto poderá comprometer o orçamento e
andamento da obra. Conforme descrito anteriormente, realizou-se testes de
incompatibilidade entre duas disciplinas, resultando na analise de todas as
disciplinas do projeto.

4.1 ESTRUTURAL VERSUS ARQUITETÔNICO

Na verificação entre o estrutural e o arquitetônico, encontrou-se 50


interferências, no qual desconsiderou-se as interferências entre estruturas e paredes
por conta que durante a execução, a estrutura será realizada antes da alvenaria.
Contudo para fins de orçamentação e levantamento de quantidades, o resultado não
será satisfatório, visto que será considerado alguns materiais que não haverá
necessidade. Este erro pode ser corrigido na modelagem do arquitetônico, somente
ajustando as paredes para recortar o pilar como demonstrado na Figura 25.

Figura 25 - Pilar e alvenaria ocupando mesmo espaço

Fonte: O autor, 2018.


47

Durante a analise, identificou-se a interferência entre a luminária e viga (ver


Figura 26), o que durante a execução poderia gerar duvidas e consequentemente o
atraso na execução do serviço. O resultado total do teste, se encontra no Apêndice
A.

Figura 26 - Interferência entre viga e luminária

Fonte: O autor, 2018.

Identificou-se uma incompatibilidade entre os pilares e portas somente,


como demonstrado na Figura 27.
48

Figura 27 - Interferência entre pilar e porta

Fonte: O autor, 2018.

Contudo as interferências entre as vigas, como demonstrado no Gráfico 2,


identificou-se maior interferência entre viga e os forros, por conta da altura dos forros

Gráfico 2 – Interferências entre vigas e elementos

Vigas

Luminárias
9%

Forros
91%

Paredes Portas Forros Rampas Luminárias

Fonte: O autor, 2018.


49

4.2 HIDROSSANITÁRIO VERSUS ESTRUTURAL

Na verificação entre os projetos hidrossanitário e o estrutural, encontrou-se


um total de 94 interferências. As interferências entre tubulações que atravessam
lajes, como demonstrado na Figura 28, sendo o caso em que a ligação da saída de
esgoto da bacia sanitária atravessa a laje, podem ser considerada de menor
impacto, pois para a resolução da mesma pode se realizar um furo na laje para a
passagem da tubulação e que se eventualmente não fosse identificada, não
comprometeria o sistema contudo originaria gastos não previstos no orçamento.

Figura 28 - Tubulação atravessando laje

Fonte: O autor, 2018.

Em contrapartida identificou-se uma interferência entre vigas e tubulações


como demonstrado na Figura 29, devendo comunicar os devidos projetistas para
que solucionem as interferências relacionadas a esta, como por exemplo uma
passagem para a tubulação na viga, ou o desvio do caminhamento da tubulação.
Este erro se executado sem o aval do responsável técnico, pode acarretar em
problemas de execução e problemas posteriores.
50

Figura 29 - Interferência entre vigas e tubulações

Fonte: O autor, 2018.

Para melhor identificação das interferências do projeto, após a analise dos


dados obtidos com a verificação, separou-se as interferências entre conexões e
quadro estrutural (ver Gráfico 3), o que se pode perceber que não houve nenhuma
interferência entre conexões e pilares, contudo houve uma grande quantidade entre
lajes, que pode ter sido ocasionada pelo fato de não haver muito espaço entre forro
e laje superior.
51

Gráfico 3 – Interferências entre conexões e quadro estrutural

Fonte: O autor, 2018

Nas interferências entre tubulações e quadro estrutural (ver Gráfico 4), pode-
se notar uma maior interferência entre vigas, por conta do caminhamento da
tubulação, o que tornou o item com maior interferência na análise.

Gráfico 4 – Interferência entre tubulações e quadro estrutural

Fonte: O autor, 2018.

O resultado na integra da análise se encontra no apêndice B.


52

4.3 ARQUITETÔNICO VERSUS HIDROSSANITÁRIO

A verificação entre o projeto arquitetônico e o hidrossanitário resultou em 49


interferências, no qual desconsiderou-se as interferências relacionadas com o fato
de a tubulação ficar embutida na parede (ver Figura 30), contudo com o relatório
pode-se visualizar a posição exata da tubulação para a realização da abertura da
alvenaria, evitando desperdícios de materiais e mão de obra.

Figura 30 - Tubulação embutida na parede

Fonte: O autor, 2018.

Alguns dos casos, essa informação da compatibilização poderia auxiliar com


a redução de materiais, seja deixando uma passagem já pela parede para a
tubulação, e reduzindo assim a geração de resíduos sólidos resultando em uma
economia. Outra interferência identificada foi as interferências entre o sistema e os
forros da edificação, como pode ser visualizado na Figura 31.
53

Figura 31 – Interferência entre sistema hidrossanitário e forros

Fonte: O autor, 2018

O resultado total está disposto no Apêndice C.

Gráfico 5 – Interferências entre hidrossanitário e arquitetônico

Fonte: O autor, 2018.

4.4 HIDROSSANITÁRIO VERSUS HIDROSSANITÁRIO

Realizou-se a verificação entre o próprio projeto hidrossanitário com o intuito


de identificar interferências entre os sistemas, sendo eles os de água fria e esgoto, o
que resultou em 5 interferências. Sendo em maior parte pelo fato de o projeto ter
sido espelhado para os níveis, sem ter sido feito uma conferência, ou uma previa
verificação, resultando como por exemplo, na interferência da tubulação de água fria
54

do pavimento térreo, com o esgoto do pavimento 1, como demonstrado na Figura


32.

Figura 32 - Interferência entre os sistemas do hidrossanitário

Fonte: O autor, 2018.

Interferências como esta, deverá ser repasso para o engenheiro responsável


pelo projeto, para que faça as alterações dos caminhamentos das tubulações, e seja
reenviado para posterior verificação. O resultado total está disposto no Apêndice D.

Gráfico 6 – Interferências entre o hidrossanitário

Fonte: O autor, 2018.


55

5 RECOMENDAÇÕES

Para trabalhos futuros nesta linha de estudo, sugere-se que modele as


outras disciplinas envolvendo o empreendimento, como o projeto elétrico, drenagem
e afins. Além disto, sugere-se para ser realizado uma estimativa de custos evitados
pela compatibilização dos projetos, quantificando e qualificando as interferências,
gerando um panorama do projeto.
56

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A compatibilização dos projetos tem como objetivo principal reduzir as


incompatibilidades entre os projetos que compõem um empreendimento (PERALTA,
2002). Esta compatibilização pode ser realizada por meio da sobreposição e análise
dos desenhos elaborados, seja por meio digital ou manual (SILVA, 2005). Uma das
ferramentas digitais cada vez mais utilizada é o BIM (BuildingInformationModeling),
ferramenta essa que permite a compatibilização de forma integral, tornando o
processo mais ágil e reduzindo o tempo de redesenho (POLITO, 2015).
Com a utilização da ferramenta, gerou-se um modelo de três disciplinas
sendo elas arquitetônica, estrutural e hidrossanitária, e com estes modelos realizou-
se a análise de interferências entre eles, utilizando de software de coordenação
gerando assim um relatório de todas as interferências no modelo.
Que os conjuntos das propostas acima relatadas, conseguiu-se pré-
identificar as interferências de modo habilitar ao profissional ter uma visão mais
detalhada dos conflitos entre os projetos específicos do empreendimento.
A ferramenta traz algumas facilidades e maior precisão para a análise dos
projetos, contudo necessita de ter um profissional formado e treinado para o seu
uso, caso contrário ela pode gerar resultados falsos.
57

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APÊNDICES

APÊNDICE A – VERIFICAÇÃO DE INTERFERÊNCIAS ESTRUTURAL VERSUS


ARQUITETÔNICO
62
63
64
65
66

APÊNDICE B – VERIFICAÇÃO DE INTERFERÊNCIAS HIDROSSANITÁRIO


VERSUS ESTRUTURAL
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APÊNDICE C – VERIFICAÇÃO DE INTERFERÊNCIAS HIDROSSANITÁRIO


VERSUS ARQUITETÔNICO
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78

APÊNDICE D – VERIFICAÇÃO DE INTERFERÊNCIAS HIDROSSANITÁRIO


VERSUS HIDROSSANITÁRIO

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