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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 1ª VARA DO SISTEMA
DOS JUIZADOS DA COMARCA DE VITÓRIA DA CONQUISTA, BAHIA.
PROCESSO Nº xxxxxxxxxxxx
FULANO DE TAL, jáqualificada nos autos em epígrafe, por sua advogada que esta subscreve,
com escritório na Rua Concórdia, quadra 92, lote 3, Setor Jardim Novo Mundo, Goiânia, Goiás
CEP: 74.713-210, onde recebe intimações, nos autos em tela que move contra o BANCO DO
BRASIL S/A (mandato incluso), vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência oferecer
interposto, na forma do artigos. 42, § 2º da Lei nº 9.099/95, requerendo a remessa dos autos
para a superior instância para a manutenção da respeitável sentença recorrida.
Termos em que
pede deferimento.
De Goiânia para
OAB 43.918/GO
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Processo nº xxxxxxxxxxxxxxxx
COLENDA TURMA
ÍNCLITOS JULGADORES
DA TEMPESTIVIDADE
De acordo com o disposto no art. 42, § 2º, da Lei nº 9.099/95, o Recurso Inominado deverá ser
respondido no prazo de 10 dias a contar da intimação do recorrido. Assim sendo, considerando
que a Recorrida teve ciência da decisão no dia 19/11/2015, verifica-se que as contrarrazões
são tempestivas.
DOS FATOS
A recorrida então questionou o porquê dos valores a menor, e foi informada que o valor de
R$864,66 debitado no dia 23/03/2015 foi em virtude de uma compra “via web”.
Depois de atender as solicitações do recorrente, a recorrida não obteve sucesso, buscou assim
a unidade do PROCON da cidade de Vitória da Conquista - BA, sob o registro de Reclamação
33979/2015, onde também não logrou êxito em reaver os valores descontados indevidamente.
Recebida a ação, designou-se audiência de conciliação, que restou infrutífera, uma vez que o
recorrente não mostrou interessem em compor o litígio. Conclusos os autos, o r. Magistrado
julgou procedente a demanda, cito:
“Dessa forma, com fulcro no art. 14 do CDC, JULGO PROCEDENTE EM PARTE a ação para:
Assim sendo, justa e equânime foi a decisão do magistrado de primeiro grau, uma vez que
pode-se perceber que houve a correta apreciação das questões de fato e de direito.
DO DIREITO
Merece ser mantida em todos os seus termos a respeitável sentença uma vez que o recorrente
ofendeu norma preexistente; causou dano a recorrida; e assim existindo o nexo de casualidade
entre um e outro como poderá observa a seguir.
1. Norma Violada
É nítido o dever de indenizar do recorrente uma vez que a prestação de serviço oferecida por
ele foi defeituosa, em virtude disso causou danos a recorrida. O artigo 14 do Código de Defesa
do Consumidor contempla a responsabilidade objetiva dos fornecedores no caso de defeito do
serviço, Assim assevera a norma ofendida:
Quanto ao dever de indenizar é o entendimento da Quinta Turma Cível e Criminal dos Juizados
Especiais do Tribunal de Justiça da Bahia:
I-Os saques não efetuados pela correntista, que deixa a conta com insuficiente provisão de
fundos ensejando devolução do cheque, configura defeito na prestação do serviço por parte
do banco.
III-O dissabor e a aflição decorrente de má prestação de serviço enseja indenização por dano
moral, devendo ser mantida a sentença que fixou de forma coerente e equânime a
indenização por dano moral, em atenção ao seu caráter educativo. (Grifos meus)
RECURSO IMPROVIDO. (TJBA, Quinta Turma Cível e Criminal. Recurso Cível dos Juizados
Especiais Cíevel, JEAJZ-TAT-01392/08, julgado em 01/07/2009). (Grifos meus)
Qual foi a surpresa, depois de cumpridas todas as solicitações, não houve o ressarcimento. A
recorrida sentindo-se extremamente ofendida, desrespeitada e em sua expressão literal,
“me fizeram de boba”, pois deixou todas as suas obrigações para atender todas as solicitações
do recorrente, para que o valor extraído da sua conta fosse reestabelecido.
Não obtendo êxito a recorrida dirigiu-se a unidade do PROCON de Vitória da Conquista para
tentar mais uma vez solucionar a situação. Momento em que o recorrente apresentou nova
versão para o debito, disse que o debito tratava-se de “estorno trs contestada” ocorrido no
dia 26/11/2014.
Cabe ressaltar que o referido “estorno trs contestada” não foi solicitado pela recorrida,
tampouco pela administradora do cartão de credito, que a contrario sensu, confirma o
pagamento da fatura do cartão de credito conforme documentos em anexo no processo.
“Súmula 479: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações
bancárias”.
Importante ainda salientar que o código de Defesa do Consumidor em seu artigo 6º, inciso VIII:
(...)
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
[...] em geral, como se sabe, a prova de um fato incumbe a quem alega. No caso do
consumidor, contudo, em face de sua reconhecida vulnerabilidade, pode haver a inversão
desse ônus, ou seja, fica a cargo do réu demonstrar a inviabilidade do fato alegado pelo
autor. (FILOMENO, Manual de Direito do Consumidor, pag. 413, Ed. Atlas, São Paulo, 2014).
Isto posto, ainda deve-se observância o princípio da vulnerabilidade, aquele que estabelece
que o consumidor merece, antes de tudo, ser considerado como a parte mais débil da relação
jurídica material. Ou seja, trata-se de um “sujeito concreto vulnerável”. A Lei nº 8.078/90
flagrantemente visa proteger o consumidor. Desta forma, havendo essa proteção direcionada
a este, o princípio da isonomia resta observado, uma vez que outrora o recorrente encontra-
se numa posição de superioridade frente a recorrida.
Assim sendo mais uma vez fica claro que é direito da recorrida à manutenção da respeitável
sentença em todos os seus termos, para medida de inteira justiça e caráter educativo.
3. Nexo de Causalidade
Devido à retirada indevida de valores da conta da recorrida, (documentos anexos) conta esta
utiliza para receber valores provenientes do seu salário mensal, esta teve dificuldades em
cumprir com os seus compromissos. Bem como o pagamento de suas contas mensais.
Na esperança de ter o valor retirado de forma indevida ressarcido, e dada a integridade moral
da recorrida, a sua preocupação e aflição em cumprir seus compromissos esta se dirigiu aos
seus familiares para que fosse possível o cumprimento de suas obrigações e para que o seu
nome não fosse inscrito nos órgão de proteção ao crédito.
Assim fica demonstrado o nexo de causalidade, uma vez que a frustação por não poder honrar
com suas obrigações de pagar, configuram, por si só o dano moral, consubstancia também o
dano moral a forma com que o recorrente vem tratando a questão o que é uma afronta a
dignidade da recorrida.
Frisa-se mais uma vez que a manutenção da sentença é de suma importância uma vez que se
visa o desestimulo do recorrente de continuar praticando condutas lesivas.
DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, requer que essa Egrégia Turma Recursal negue provimento ao
recurso inominado interposto pelo BANCO DO BRASIL S/A e que seja mantida a respeitável
sentença do juiz de primeiro grau em todos os seus termos, como forma de inteira justiça,
caráter inibitório de condutas lesivas e caráter também educativo.
pede deferimento.
De Goiânia para
OAB 43.918/GO