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Se multiplicamos o valor de uma dessas figuras vezes 2 teremos o valor da próxima figura na
sequência:
Exemplo:
= 4 , então 4 x 2 = 8 ou seja ( )
A a velocidade de uma música é contada com batidas ou “tempos” e estes são agrupados
em divisões também feitas de quantidades iguais de batimentos, essas divisões se dá o nome de
compassos. Esta contagem se repete ao longo da peça musical. Para definir o número de
batimentos por compasso se usam umas cifras indicadoras escritas em forma de fracção, da
seguinte forma:
a)
b)
c)
d)
8= (colcheia)
Então podemos concluir que temos um compasso de seis batidas, e cada batida
representa uma (1) colcheia, ou seja, entram seis colcheias por cada compasso.
1.c - A matemática das escalas musicais
Muitos povos e culturas criaram suas próprias escalas musicais. Um exemplo foi o povo
chinês, que partiu da experiência de Pitágoras (utilizando cordas).
Eles tocaram a nota Dó em uma corda esticada e depois dividiram essa corda em 3 partes, como
acabamos de mostrar. O resultado dessa divisão foi a nota Sol.
Ao observar que essas notas possuíam uma harmonia entre si, eles repetiram o procedimento a
partir dessa nota Sol, dividindo novamente esse pedaço de corda em 3 partes, resultando na
nota Ré.
Essa nota matinha uma harmonia agradável com a nota Sol e também com a nota Dó. Esse
procedimento foi então repetido a partir da nota Ré, dando origem à nota Lá. Depois, partindo
de Lá, chegou-se à nota Mi.
Quando eles repetiram esse procedimento de dividir em 3 partes a corda mais uma vez, dando
origem à nota Si, houve um problema, pois a nota Si não soava muito bem quando tocada junto
com a nota Dó (a primeira nota do experimento).
De fato, essas notas eram muito próximas uma da outra, o que causava um certo desconforto
sonoro. Por isso, os chineses terminaram suas divisões obtendo as notas Dó, Sol, Ré, Lá e Mi,
deixando a nota Si de lado.
Essas notas serviram de base para a música chinesa, formando uma escala de 5 notas
(Pentatônica). Essa escala pentatônica, por ser agradável e consonante, representou muito bem
a cultura oriental, que sempre foi pautada na harmonia e estabilidade.
Desde sua criação até os dias de hoje, a escala pentatônica representa uma ótima opção para
melodias, como já comentamos no tópico “escala pentatônica”. Mas vamos voltar ao assunto de
notas e frequências, afinal só mostramos até agora 5 notas da escala.
Cada uma das sete notas musicais definidas como as notas principais (Dó, Ré, Mí, Fá, Sol,
Lá, Sí) são repetidas nas diferentes oitavas tanto para as mais agudas enquanto as mais graves.
Tomando as notas da oitava chamada como central, e tomarmos a nota Lá como referência, ela
tem a frequência de 440 Hz (1 Herz é a unidade de medida da vibração das ondas sonoras). Se
multiplicamos essa quantidade vezes 2 teremos a seguinte oitava aguda do mesmo Lá (880 Hz)
Pelo contrário se fizermos divisão da mesma cifra entre 2, da nota Lá 4 teremos a cifra da oitava
inferior, ou seja o Lá 3
Lá 4. = 440 Hz ÷ 2 = 220 Hz
A música ocidental, que trabalha com 12 notas, não descartou a nota Si como a cultura
oriental havia feito.
Os ocidentais observaram que as notas Dó e Si eram próximas uma da outra e decidiram criar
uma escala mais abrangente. Nessa escala, todas as notas deveriam ter a mesma distância umas
das outras. E essa distância deveria ser o intervalo que havia entre Dó e Si (um semitom).
Ou seja, entre Dó e Ré, por exemplo, precisaria existir uma nota intermediária, pois a distância
entre Dó e Ré (um tom) era maior que a distância entre Dó e Si (um semitom).
Por meio da análise de frequências, descobriu-se que multiplicando a frequência da nota Si pelo
número 1,0595 chegava-se na frequência da nota Dó, observe:
● Frequência da nota Si: 246,9 Hz
● Frequência da nota Dó: 261,6 Hz
Como nosso objetivo é manter essa mesma relação (distância) para as demais notas, vamos
utilizar esse procedimento para descobrir qual será a nota que virá depois de Dó. Multiplicando
a frequência da nota Dó por 1,0595:
● 261,6 x 1,0595 = 277,2 Hz (Nota Dó sustenido)
Vemos que seguindo essa lógica, podemos formar toda a escala cromática! Ou seja, depois de
multiplicar a frequência da nota Dó pelo número “1,0595” doze vezes, voltaremos à nota Dó.
Isso só é possível porque “1,0595” corresponde ao resultado da raiz:
Observemos que essa raiz multiplicada por ela mesma 12 vezes é igual a 2:
E já vimos que uma nota multiplicada por 2 é ela mesma uma oitava acima.
Agora sim podemos ver claramente que esses números não saíram do acaso. O objetivo desde o
início foi dividir uma escala em 12 partes iguais, de maneira que a última nota voltasse a ser a
primeira.
Foi assim que surgiu a escala temperada, também chamada de cromática de doze semitons.
Estes e outros elementos nós podemos ver se analisarmos cada um dos aspectos da
música, tanto na escrita enquanto a sua execução e todos os elementos que a compõem.
Dessa forma fica demonstrado quanto tem a ver a música com a matemática e sua
estreita relação com a linguagem que ela produz, aspecto que muitos não percebemos mas
que mesmo assim estão presentes a cada nota e cada tom e ritmo da música, essa arte tão
apreciada e da qual tanto nos servimos no nosso acontecer diário, presente em muitos
momentos das nossas vidas.
CONCLUÇÃO:
Desde Pitágoras até nossos dias, a matemática tem sido parte vital na organização,
compreensão, execução, cálculo e na escrita da música.
Como fenómeno artístico, de lazer, ou apenas entretenimento, a música se serve da
matemática em diferentes formas, pois ela está presente nas notas musicas, suas diferentes
alturas de notas, na divisão das figuras, no batimento do ritmo e nos compassos, seja música
occidental ou música oriental, seja na música produzida acusticamente ou na música
eletrônica e digital. Em cada melodia, harmonia ou arranjo, na morfologia dos instrumentos
musicais, a matemática e seus cálculos tem sido ferramenta indispensável e sempre
presente no acontecer musical.
Fontes:
1) https://www.descomplicandoamusica.com/matematica-na-musica/
2) https://queconceito.com.br/musica-digital