Perguntas e respostas
3- Há um limite da liberdade?
Claro que a liberdade é um bem a ser tutelado. O desejo de felicidade é um desejo a ser
tutelado. Mas devemos cuidar para isso seja colocado no justo limite. Não podemos
pautar a nossa vida só pela questão da liberdade, alias porque não se deve falar de
liberdade sem se falar de responsabilidade. Conseqüentemente, não dá para jogar só
para a pessoa a decisão. Ela tem responsabilidades. A mesma coisa com relação à
questão do prazer. É um desejo de todos e é justo buscar uma felicidade que passe
também por situações prazerosas, mas é possível viver em paz em uma situação de
sofrimento. Parecem paradoxais essas duas palavras. Mas quantas pessoas a gente não
conhece que vivem a expressão do sofrimento, de uma doença, e que a gente vê em paz,
não atormentadas. Até sofrendo fisicamente, mas em paz. Em nós temos de buscar um
equilíbrio entre esses diferentes desejos, o de felicidade, de liberdade, de forma que a
gente possa viver a vida no todo, em plenitude.
A realização humana não só não depende disso, como o sentido da vida não depende
disso. Como eu já disse, o exemplo que nós tivemos nesse início de ano foi do Papa
João Paulo II. Naquela janela, poucos dias antes de morrer, sem conseguir falar,
limitado pela sua idade, pela sua doença, por todos os comprometimentos do que ele se
encontrava fisicamente, ela estava dizendo para nós: a vida tem um sentido até o último
momento, e eu ainda tenho alguma coisa para falar para vocês. Ele não conseguiu soltar
palavras, mas o que ele estava dizendo para todos os que estavam na mesma situação
que ele era: a vida tem um significado. Era um gesto de esperança. Um gesto pró-vida.
Um testemunho pela vida.
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