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CAPÍTULO III

LEI ORGÂNICA 8.080/90


É a lei que regulamenta o SUS. A regulamentação se dá em todo o território nacional,
das ações e serviços de saúde, que serão executadas pelo SUS.
Perante a população brasileira, é dever do Estado garantir a saúde a todos de forma
universal e igualitária (todas as pessoas têm direito ao atendimento, independente de
cor, religião, raça, local de moradia situação de emprego ou renda). As ações e os
serviços do SUS devem ser voltados ao mesmo tempo para a prevenção e a cura,
respeitando o princípio da integralidade.
O dever do Estado em executar as ações e serviços em saúde não exclui a
responsabilidade das pessoas, das famílias, das empresas e da sociedade.
Fatores determinantes e condicionantes são fatores que determinam e condicionam a
saúde da população, ou seja, determinam os níveis de saúde e dão condições para que
haja saúde. De acordo com a OMS “saúde é um estado de completo bem-estar físico,
mental e social e não apenas a ausência de doenças”, portanto são fatores determinantes
e condicionantes: alimentação, moradia, saneamento básico lazer, trabalho, etc.
O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas
federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações
mantidas pelo poder público, constituem o Sistema único de Saúde. Esses órgãos são:
UBS, UPA, hospitais públicos, ambulatórios, fundações e institutos, que são diretas ou
indiretamente responsáveis por garantir a oferta das ações e serviços em saúde.
Segundo a Lei Orgânica da Saúde 8.080/90, o SUS é construído baseado em cinco
princípios:

• Universalidade: relata sobre o direito de todos de acesso aos serviços de saúde


em todos os níveis de assistência. É um princípio finalístico, ou seja, é um ideal
a ser alcançado, indicando, portanto, uma das características do sistema que se
pretende construir e um caminho para sua construção. Para isso, é preciso
eliminar barreiras jurídicas, econômicas, culturais e sociais que se interpõem
entre a população e os serviços. A primeira delas, a barreira jurídica, foi
eliminada com a Constituição Federal de 88, na medida em que universalizou o
direito à saúde, e com isso, eliminou a necessidade do usuário do sistema
público colocar-se como trabalhador ou como “indigente”, situações que
condicionam o acesso aos serviços públicos antes do SUS.
• Equidade: diz respeito à necessidade de se “tratar desigualmente os desiguais”
de modo a se alcançar a igualdade de oportunidades de sobrevivência, de
desenvolvimento pessoal e social entre os membros de uma dada sociedade. O
ponto de partida da noção de equidade é o reconhecimento da desigualdade entre
as pessoas e os grupos sociais e o reconhecimento de que muitas dessas
desigualdades são injustas e devem ser superadas. Em saúde, especificamente, as
desigualdades sociais se apresentam como desigualdades diante do adoecer e do
morrer, reconhecendo-se a possibilidade de redução dessas desigualdades, de
modo a garantir condições de vida e saúde mais iguais para todos.
• Integralidade: diz respeito ao leque de ações possíveis para a promoção da
saúde, prevenção de riscos e agravos e assistência a doentes, implicando a
sistematização do conjunto de práticas que vem sendo desenvolvidas para o
enfrentamento dos problemas e o atendimento das necessidades de saúde. A
integralidade é (ou não), um atributo do modelo de atenção, entendendo-se que
um “modelo de atenção integral à saúde” contempla o conjunto de ações de
promoção da saúde, prevenção de riscos e agravos, assistência e recuperação.
Um modelo “integral”, portanto, é aquele que dispõe de estabelecimentos,
unidades de prestação de serviços, pessoal capacitado e recursos necessários, à
produção de ações de saúde que vão desde as ações inespecíficas de promoção
da saúde em grupos populacionais definidos, às ações específicas de vigilância
ambiental, sanitária e epidemiológica dirigidas ao controle de riscos e danos, até
ações de assistência e recuperação de indivíduos enfermos, sejam ações para a
detecção precoce de doenças, sejam ações de diagnóstico, tratamento e
reabilitação.
• Descentralização: diz respeito à organização do sistema e é entendido como uma
redistribuição das responsabilidades às ações e serviços da saúde entre os níveis
de governo. Há um nítido reforço do poder municipal sobre a saúde, ou seja,
uma municipalização. Esse processo se dá porque acredita-se que, quanto mais
próximo do usuário, melhor a efetividade do serviço.
• Comunidade: melhor abordado na lei 8.142/90.

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