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ORIGEM, EVOLUÇÃO E CONCEITO DE ATUÁRIA - IBA

Profª. Ms. Máris Caroline Gosmann

Fonte: site IBA - WWW.atuarios.org.br

Nos primórdios da civilização já se podia observar a idéia de uma garantia mútua, coletiva
e social de indivíduos. Nos anos de 4500 AC o papiro "Les Tailleurs de Pierre de la Basse - Egipte"
registrou uma "caixa" com o objetivo de socorrer vítimas de certos infortúnios, como entre os operários
que construíram o primeiro grande templo dos judeus em Jerusalém na Idade Média e, ainda, o
monopólio da caridade assumido pela Igreja com os soldados pós-guerra.

No período de 753 a 510 AC, ou seja, no Império Romano, já se notava a preocupação em


registrar os nascimentos e as mortes ocorridos entre os habitantes de algumas regiões, e foi Domitius
Ulpiames, prefeito de Roma, que deu os primeiros passos para o desenvolvimento do "seguro de vida",
pois, considerado o maior economista de sua época, interessou-se pelo assunto e estudou documentos
sobre "nascimentos" e "mortes", sendo que suas observações concorreram para o progresso da atuária,
daí o título de "o primeiro atuário da História".

No século XVII, na Inglaterra e Holanda, instituições mercantis se comprometiam,


mediante recebimento de uma quantia única, em dinheiro, a pagar a determinadas pessoas, pensões
vitalícias, em cumprimento das disposições testamentárias ou de natureza semelhante, das quais
desejavam se livrar os constantes devedores.

As quantias únicas, consideradas equivalentes aos compromissos assumidos pela


instituição mercantil, eram determinadas por meio empírico, sem nenhum fundamento científico,
insuficientes à responsabilidade a que se destinavam, pois a operação não raramente resultava na
bancarrota do respectivo "segurador", com prejuízos irrecuperáveis para os beneficiários das pensões
contratadas, na maioria por viúvas e órfãos.

Ao mesmo tempo, os próprios governos realizaram operações desta espécie, onde


empenhavam-se em vender aos seus súditos títulos públicos que asseguravam ao tomador a percepção de
uma renda vitalícia. Logo, a correta determinação da importância em dinheiro a ser cobrada em
contraprestação dessa obrigação a prazo incerto, naturalmente lhes interessava de perto, e acabaram
encarregando seus melhores matemáticos de estudar o problema e encontrara a solução.

A base matemática necessária havia sido estabelecida no mesmo século por Pascal e
Fermat, na França, idealizadores do cálculo da probabilidade. De Witt, na Holanda, Graunt e Halley, na
Inglaterra, estudaram o problema levando em conta as leis da probabilidade e a longevidade humana,
deduzida esta dos registros de nascimentos e óbitos.

Havendo De Witt recomendado uma elevação substancial no preço de venda dos referidos
títulos públicos, o que não agradou ao governo da Holanda - este suprimiu seu relatório durante dois
séculos. Por outro lado, o relatório completo de Halley, matemático e astrônomo, descobridor do cometa
que leva seu nome, publicado em 1693, recebeu ampla publicidade e tornou-se a pedra angular da nova
ciência, posteriormente chamada de "matemática atuarial".

A partir de então, a matemática atuarial se desenvolveu, principalmente à medida que


matemáticos, economistas e filósofos se interessaram pelo assunto. Entre 1700 e 1900, tivemos a
construção de várias tábuas de mortalidade, como também o desenvolvimento das comutações,
ferramenta fundamental utilizada no cálculo atuarial. Foi ainda nesse período que as empresas
seguradoras passaram a oferecer programas de seguro de vida e que também aconteceu o 1º Congresso
Internacional de Atuária em Bruxelas - 1895.

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