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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA ECONÔMICA

JOVEM ENGELS: EVOLUÇÃO FILOSÓFICA E A FUNDAÇÃO DA CRÍTICA DA


ECONOMIA POLÍTICA (1838-1844)

Mestrado

Candidato: Fellipe Cotrim

São Paulo
2017/1
2

1. APRESENTAÇÃO DO TEMA E JUSTIFICATIVA TEÓRICA E


HISTORIOGRÁFICA

1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA

O tema que visamos desenvolver neste projeto trata, no geral, do ambiente


filosófico, político e econômico da Alemanha da década de 1840 que antecedeu a
Revolução de 1848, e, no particular, da evolução filosófica do jovem Engels entre os anos de
1838-1844 e suas implicações na formulação da crítica da economia política.
Em prefácio para o livro Contribuição à crítica da economia política, Marx1 menciona
brevemente o início de sua parceria com Engels, com quem, desde o ano de 1844,
“mantinha constante correspondência, por meio da qual” colaboravam intelectualmente.
Marx registra que, por meio de caminhos diferentes, ambos obtiveram os mesmos
resultados em relação a filosofia alemã, a economia política, a sociedade burguesa e suas
relações de produção etc. O objetivo geral proposto em nosso projeto de pesquisa consiste
em realizar exame do curso e das fases da evolução filosófica de Engels, desde o
hegelianismo de juventude até a fundação da crítica da economia política, a fim de
organizar e compreender por quais caminhos Engels atingiu os mesmos resultados de Marx
em 1844.
O texto que nos conduziu a formulação deste projeto foi o ensaio O jovem Marx.
Sua evolução filosófica de 1840 a 1844, de Lukács. Nesse ensaio, Lukács2 reexamina “de
modo aprofundado e exaustivo o curso e as fases da evolução de Marx, desde o seu jovem-
hegelianismo até a fundação do materialismo histórico e dialético”, a partir da reconstrução
das fases de superação da dialética idealista de Hegel no jovem Marx.
Ao longo desse ensaio, Lukács3 expõe a maneira na qual Marx, desde sua tese de
doutorado (1839-1841), reelaborou e reconstruiu criticamente os “mais importantes
resultados científicos da época”. Esse processo de superação da filosofia hegeliana coincide
com a “passagem das posições democrático-revolucionárias a um socialismo consciente”,
formando em conjunto com a filosofia “uma unidade necessária”.
Quanto a presença da economia política britânica na formulação do materialismo

1 2008, p. 47–49.
2 2009, p. 121.
3 2009, p. 121–122.
3

histórico e dialético, Lukács argumenta que esta somente produzirá influência em Marx
após a consolidação em definitivo de sua nova concepção de mundo. Conforme Lukács,
esta consolidação se apresenta em Marx no ano de 1844, quando ele foi apresentado a
economia política por meio da leitura de Esboço de uma crítica da economia política, artigo
de Engels4 publicado naquele mesmo ano nos Deutsch-Französische Jahrbücher considerado
texto fundador da crítica da economia política.5
A concretude das concepções revolucionárias de Marx6 são demonstráveis, assevera
Lukács, no conjunto de estudos conhecidos como Manuscritos econômico-filosóficos. Nesses
manuscritos, observa Lukács,7 Marx aprofunda as teses de Engels no Esboço de uma crítica
da economia política, aplicando “aos problemas da economia as categorias da dialética
[hegeliana], tornada agora dialética materialista”, revelando a partir destas “as leis da
sociedade capitalista e, com isso, o segredo do seu desenvolvimento histórico”.
“Estes manuscritos {escreve Lukács} fornecem as bases para uma grande quantidade de formulações
ulteriores de Marx. E não apenas em questões de detalhe, mas no que diz respeito a toda a
metodologia que se tornará típica de Marx, cuja forma mais madura foi assim indicada por Lenin:
“Embora Marx não nos tenha deixado nenhuma Lógica (com letra maiúscula), deixou-nos a lógica de
O capital. […] Em O capital, foram aplicadas a uma única ciência a lógica, a dialética e a teoria do
conhecimento […] do materialismo, que recolheu de Hegel o que nela havia de preciso e o
desenvolveu ulteriormente”. Tudo isso já está contido, pelo menos embrionariamente, nestes
Manuscritos econômico-filosóficos”.8
A questão que visamos responder se assemelha a questão formulada por Lukács,9
contudo, voltada para Engels: qual o percurso filosófico do jovem Engels, desde o
hegelianismo de juventude até a fundação da crítica da economia política, que o levou a
atingir formulações similares à do jovem Marx na época de seu encontro em Paris, em finais
do mês de agosto do ano de 1844.10
Diferente da produção científica (teses e dissertações) sobre o jovem Marx,
consideravelmente superiores às do jovem Engels tanto em quantidade quanto em

4 1981.
5 Lukács, 2009, p. 123; Secco, 1996.
6 2010b.
7 2009, p. 180.
8 Lukács, 2009, p. 181. Os resultados apresentados por Marx nos Manuscritos econômico-filosóficos não foram
definitivos. Marx prosseguirá com seus estudos da economia política nos anos seguintes, expondo os resultados
obtidos nos livros Contribuição à crítica da Economia Política (1859) e nos três volumes de O capital (respectivamente:
1867, 1885 e 1894). A tese de Lukács (2009) defende que os fundamentos filosóficos do materialismo histórico e
dialético e, consequentemente, da crítica da economia política apresentada em O capital, tem suas raízes nos anos de
1840-1844.
9 2009.
10 Gemkow, 1984; Henderson, 1976); Ilitchev, 1986.
4

qualidade (conforme será exposto mais adiante na seção 1.2 Justificativa teórica e
historiográfica), não possuímos referências sobre seu desenvolvimento filosófico, exceto a
monografia 1838-42: Engels gli anni della formazione, de Prosperi.11
Os demais textos que temos a nossa disposição variam entre biografias, teses e
dissertações e artigos científicos, onde a fase na qual visamos estudar é tratada, quando
muito, de forma incipiente para uma real compreensão das implicações do desenvolvimento
filosófico do jovem Engels entre os anos 1838-1844 na fundação da crítica da economia
política e do materialismo histórico e dialético em parceria com Marx.
Esta carência de conhecimento aprofundado e exaustivo sobre o desenvolvimento
filosófico do jovem Engels enfraquece a capacidade de compreensão e síntese global da
constituição do materialismo histórico e dialético, implicando, consequentemente, no
prejuízo das subsequentes críticas ao pensamento do “velho” Engels.12
Assim, temos diante de nós um campo de estudo e pesquisa ainda não devidamente
explorado pela historiografia especializada no tema em questão: a filosofia alemã da década
de 1840, no geral, e a história do marxismo nos seus anos primeiros anos, no particular.
Entretanto, apesar da insuficiência de pesquisas sobre o tema, temos a partir de
nossa leitura das fontes disponíveis nas coleções das obras de Marx-Engels (tanto a edição
alemã, Marx-Engels-Werke, quanto as edições em inglês, Marx/Engels Collected Works) a
possibilidade de formular hipóteses a respeito dos percursos intelectuais do jovem Engels
entre os anos de 1838-1844.
Compreendemos que o pensamento do jovem Engels organiza-se em três blocos
gerais, similares a estrutura proposta por Lênin em As três fontes e as três partes constitutivas
do marxismo (1913): o filosófico, o político, e a economia política, sendo que cada um
desdes estão inter-relacionados uns aos outros.13
O encontro de Engels com filosofia hegeliana deve-se, por um lado, ao contato com
o movimento intelectual Jovem Alemanha, que recorria as categorias e aos jargões
hegelianos em seus textos de crítica literária, teatral etc. e, por outro lado, o conflito com
sua formação religiosa lhe desperta o interesse pelos debates de teologia que se realizavam na
Alemanha durante as décadas de 1830-1840.14 Engels engaja-se nos debates filosóficos e
teológicos daqueles anos a partir dos seguintes textos: Sermão de F. W. Krummacher sobre

11 2009.
12 Carver, 2003; Colletti, 1992; Heinrich, 2011.
13 LCW 19, p. 23–28.
14 Ilitchev, 1986; Riazanov, 1996.
5

Josué, Dois sermões de F. W. Krummacher.15


A vida de Jesus, de D. F. Strauss, foi texto fundamental na formação filosófica e
teológica do jovem Engels. Nesse livro, D. F. Strauss, teólogo alinhado à esquerda hegeliana,
apresenta Jesus com figura histórica negando seu caráter divino. O impacto intelectual da
leitura de A vida de Jesus é imediato em Engels, levando-o ao confronto com sua formação
religiosa e a debates teológicos com seus amigos Friedrich e Wilhelm Graeber. 16
Foi a partir da teologia que Engels adquire interesse pela filosofia de Hegel passando
a ler e a estudar seus textos por conta própria entre os anos de 1839-1840 quando morava e
trabalhava na cidade de Bremen.
Em 1841, Engels muda-se para Berlim a fim de prestar serviço militar voluntário.
No tempo em que esteve livre dos compromissos militares, Engels frequentou a
Universidade de Berlim, onde acompanhou aulas na condição de aluno ouvinte e inseriu-se
no ciclo de intelectuais e estudantes da cidade, particularmente os Jovens Hegelianos. Nesse
período, Engels publica nos jornais Telegraph für Deutschland e Rheinische Zeitung suas
impressões do ambiente intelectual da Universidade de Berlim. Engels destaca-se e chama a
atenção com a série de artigos reunidos sob a título: Anti-Schelling.17 Nesses artigos Engels,
autodidata em filosofia, apresenta críticas contundentes ao pensamento de Schelling (eleito
pelo rei Frederico Guilherme IV como o filósofo oficial da Prússia), ao mesmo tempo em
que demonstra o estágio no qual encontra-se sua compreensão da filosofia de Hegel.
No bloco político, Engels beneficia-se dos anos em que trabalha em Bremen (cidade
livre e não restrita as leis de imprensa regentes na Prússia) onde obtêm acesso a publicações
dos mais variados gêneros, desde literatura a textos de propaganda e agitação política.
Importante influência destes anos em Bremen foram os textos do jornalista político Ludwig
Börne. Democrata radical, Börne está para o pensamento político do jovem Engels assim
como Hegel está para seu pensamento filosófico.18
Assim, já em finais do ano 1840, Engels está decididamente contra a ordem
despótica e teocrática imposta pela Prússia e em favor de um radicalismo democrático de
inspiração jacobina.19

15 MECW 2; MEW 41.


16 MECW 2; MEW 41.
17 MECW 2; MEW 41.
18 Prosperi, 2009; Riazanov, 1996.
19 Engels apresenta sua posição em favor do radicalismo democrático burguês de inspiração jacobina ao menos em duas
ocasiões: em carta a Friedrich Graeber (Bremen, 9 dez. 1839-5 fev. 1840) e no 3º canto do poema satírico escrito em
parceria com Edgar Bauer, Como a Bíblia escapa milagrosamente a um atentado imprudente ou O triunfo da fé [1842],
onde Engels descreve a si próprio nos seguintes termos: “À extrema esquerda, está aquele alto e comprido/ camarada
6

Destacam-se nesse período os textos Crítica as leis de imprensa na Prússia e Frederico


Guilherme IV, rei da Prússia, publicados respectivamente na Rheinische Zeitung e no
Einundzwanzig Bogen aus der Schweiz entre os anos de 1842-1843.20
Engels é apresentado a economia política ao mudar-se para a Inglaterra em
novembro de 1842 (onde permanecerá até agosto de 1844) a fim de assumir cargo
administrativo na Ermen & Engels, empresa do ramo da indústria têxtil da qual sua família
era proprietária.21
Durante esse período Engels se volta para o estudo das condições sociais e políticas
da Inglaterra, as condições de vida e de trabalho dos operários ingleses, familiarizando-se
com suas lutas sociais e políticas ao aproximar-se do movimento cartista. Conduzido pela
operária irlandesa Mary Burns, visita as fábricas e os bairros operários da cidade de
Manchester,22 atende às reuniões de massa e as assembleias dos trabalhadores, colabora com
a imprensa socialista inglesa em artigos como: O progresso da reforma social no continente e O
progresso do comunismo na Alemanha, publicados respectivamente no The New Moral World e
The Northern Star.23
Destaca-se nesse período o artigo A situação da classe trabalhadora na Inglaterra
(publicado em dezembro de 1842 na Rheinische Zeitung), onde Engels apresenta aos leitores
alemães suas impressões sobre os efeitos sociais do capitalismo industrial na Inglaterra. 24
Em paralelo, Engels estuda a história da Inglaterra (A situação da Inglaterra: Passado e
presente, O século XVIII e A constituição inglesa, publicados nos jornais Deutsch-Französische
Jahrbücher e Vorwärts!), os escritos dos economistas burgueses Adam Smith, David Ricardo,
Jean-Baptiste Say, John Ramsay MacCulloch, James Mill etc, e os socialistas e comunistas
Saint-Simon, Fourier, Owen, Babeuf, Cabet, Weitling, Proudhon etc.25
Foi nesse período de intensa atividade prática e intelectual na Inglaterra que Engels
realiza a transição da filosofia idealista alemã para a dialética materialista e do democratismo
radical de inspiração jacobina para o comunismo.26

Oswald [pseudônimo de Engels] vestido de sobretudo cinza e calças tom de pimenta;/ Apimentado por dentro,
Oswald, o montanhês;/ radical, firme e inabalável/ Dia sim, dia não, canta sobre a guilhotina/ nada mais além de uma
única melodia, uma ária, a mesma e velha canção diabólica, urrando o refrão:/ Formez vos bataillons! Aux armes,
citoyens!” (MECW 2, p. 335, 492–493; MEW 41, p. 300, tradução nossa).
20 MECW 2; MEW 1; MEW 41.
21 Ilitchev, 1986.
22 Webb, 2012.
23 Henderson, 1976a; Ilitchev, 1986; MECW 02.
24 MECW 02; MEW 01.
25 Henderson, 1976a; Ilitchev, 1986; MECW 02; MEW 01.
26 Nesse ponto divergimos de Henderson (1976a), McLellan (1979), Riazanov (1996) e Wilson (2006) que
reproduziram acriticamente declaração de Moses Hess na qual ele afirma ter convertido Engels para o comunismo
7

Nestas condições intelectuais e práticas Engels encontra-se com Marx em Paris no


final do mês de agosto de 1844.27

1.2. JUSTIFICATIVA TEÓRICA E HISTORIOGRÁFICA

Em ensaio de 1954 intitulado O jovem Marx. Sua evolução filosófica de 1840 a 1844,
Lukács28 avalia a importância para a pesquisa científica das publicações dos manuscritos do
jovem Marx iniciadas na década de 1920 pelo Instituto Marx-Engels-Lenin (IMEL), de
Moscou, e chama a atenção para a necessidade de estudos aprofundados sobre os caminhos
e as fases do desenvolvimento filosófico de Marx, “desde seu jovem-hegelianismo até a
fundação do materialismo histórico e dialético”.
Nesse ensaio citado acima, Lukács recupera o caminho de Marx, partindo da
assimilação crítica de G. W. F. Hegel e Ludwig Feuerbach até o desenvolvimento das bases
filosóficas para a formulação do materialismo histórico e dialético, demonstrando, assim, os
elementos de continuidade e ruptura do jovem Marx em relação a filosofia clássica alemã.
Desde então, temos a nossa disposição um acervo considerável de estudos e
pesquisas dedicadas ao esclarecimento do desenvolvimento filosófico do jovem Marx.29
O mesmo não pode ser dito a respeito do desenvolvimento filosófico do jovem
Engels, que conta com um número inferior de estudos e pesquisas30
Em nosso levantamento bibliográfico prévio encontramos textos sobre Engels de
naturezas diversas: biografias, textos de síntese de seu pensamento e produção intelectual,
teses e dissertações e artigos científicos.
Entre as biografias, destacam-se: a biografia russa Friedrich Engels, publicada pela
Edições Progresso de Moscou, rica em detalhes, contudo, considerada um exercício de
hagiografia;31 as biografias inglesas The Life of Friedrich Engels, de Henderson32 e Marx's
general: the revolutionary life of Friedrich Engels, de Hunt,33 voltam-se para a vida pessoal de

após um único encontro. Defendemos a tese de que a adesão de Engels ao comunismo deve-se a sua própria atividade
prática e intelectual, demonstrável ao longo da sua evolução filosófica e política que ele apresenta em suas publicações
de juventude. O conto da conversão, referendado pelos estudiosos citados acima, obscurece e desqualifica os reais
motivos que conduziram Engels a aderir ao movimento operário e ao comunismo consciente.
27 Gemkow, 1984; Henderson, 1976; Ilitchev, 1986.
28 2009, p. 121.
29 Alckmin, 2003; Barros, 2011; Ivan Cotrim, 2008; Frederico, 2009; Gianotti, 2010; Márkus, 1974; McLellan, 1970;
Mészáros, 2006; Oliveira, 2010; Pogrebinschi, 2006; Redyson, 2011; Vaisman, 2006; entre outros.
30 Castelo Branco, 2005; Prosperi, 2009.
31 Ilitchev, 1986; McLellan, 1979, p. 76–77.
32 1976a; 1976b.
33 2010.
8

Engels deixando de lado o estudo da produção intelectual deste; Frederick Engels, de


Keracher34 trata os anos que antecederam o início da parceria de Marx e Engels de forma
breve, assim, insuficiente para o propósito do projeto; os capítulos dedicados a Marx e
Engels no ensaio Rumo à estação Finlândia, Wilson35 desenvolve tese enviesada de que o
pensamento de Marx e Engels consiste em nada mais do que uma perspectiva secular da
teologia judaico-cristã, atribuindo a Marx e Engels o papel de, respectivamente, rabino e
pastor luterano do comunismo; a biografia de maior destaque é a alemã Friedrich Engels:
Eine Biographie, de Mayer,36 porém, de difícil acesso ao publico em razão da ausência de
novas edições e de traduções para o idioma português.37
Entre textos de síntese de seu pensamento e produção intelectual encontram-se:
Marx e Engels: vida e obra, de Gemkow,38 onde o pensamento de Engels aparece
subordinado ao de Marx; As idéias de Engels, de McLellan,39 texto dedicado a apresentar o
conjunto da obra de Engels (dividido em três blocos: história, política e filosofia) e a
contribuição dele para o marxismo. Contudo, dedica pouco espaço para os primeiros anos
da formação filosófica e política de Engels (justamente o período do qual pretendemos
estudar), além de ser visivelmente inferior quando comparada a biografia de Marx publicada
alguns anos antes, em 1973;40 Engels: A Very Short Introduction, de Carver,41 pouco favorável
a Engels, pertence ao grupo daqueles que defendem a tese de que as formulações filosóficas,
políticas e econômicas do último Engels obscureceram o marxismo permitindo a
formulação das correntes reformistas e stalinistas. 42 Coggiola43 apresenta análise geral das
implicações filosóficas de Engels na formulação do materialismo histórico e dialético,
demonstrando a relevância que o último teve no desenvolvimento filosófico de Marx. 44
No que tange as teses e dissertações, nossas opções são um tanto limitadas: As

34 1946.
35 2006.
36 1920.
37 A biografia de Engels escrita por Mayer (1979, p. 76) possui, pelo menos, duas traduções: uma em inglês de 1936
(versão condensada da obra original, que, conforme McLellan “não passa de pálida sombra da esplêndida biografia”) e
outra em espanhol.
38 1984.
39 1979.
40 McLellan, 1990.
41 2003. Além do texto introdutório ao pensamento de Engels citado acima, Carver também publicou sobre esta mesma
temática: Marx and Engels: The Intellectual Relationship (1984); Friedrich Engels: His Life and Thought (1990); The
Engels-Marx question, in Engels After Marx (2004); contudo, estes textos são de difícil acesso no Brasil.
42 Além de Carver, outros críticos de Engels são: Colletti, 1992; Heinrich, 2011. Antagonizando com estes autores
acima mencionados temos: Coggiola, 1995; [S.d.]; Kellog, 1995; Krätke, 2014; Secco, 1996; Tavares, 2014.
43 1995; [S.d.].
44 Conforme reconhecido pelo próprio Marx em carta a Engels (Londres, 4 jul. 1864): “Como você {Engels} sabe, 1) eu
estou sempre atrás em tudo, e 2) eu {Marx} sempre sigo os seus passos” (MECW 41, p. 546; MEW 30, p. 418).
9

relações entre a concepção de natureza de F. Engels e a hipótese de A. I. Oparin sobre o problema


da origem da vida na Terra, de Negretti,45 dissertação de mestrado em História da Ciência
sobre a relação do evolucionismo biológico de Charles Darwin com o materialismo
dialético exposto por Engels em A dialética da natureza (1883), distante, portanto, de nossa
temática; 1838-42: Engels gli anni della formazione, de Prosperi,46 monografia em Filosofia
investiga a formação filosófica do jovem Engels a partir da série de textos de crítica a
filosofia e a teologia de Schelling. Trata-se, portanto, da pesquisa que mais se aproxima do
projeto em construção. Contudo, em razão de encerrar sua investigação em 1842, Prosperi
não examina as implicações filosóficas na fundação da crítica da economia política de
Engels; Friedrich Engels: Guerra e Política: Uma investigação sobre a análise marxista da guerra
e das organizações militares, de Anfra,47 dissertação de mestrado em Filosofia, tem o foco de
sua pesquisa em temática que se afasta da que visamos tratar no projeto (a evolução
filosófica do jovem Engels); Dialética às pressas: Interação entre jornalismo e pesquisa na obra
de Marx e Engels, de Nakamura,48 dissertação de mestrado em História Econômica, analisa
“os artigos jornalísticos de Karl Marx e Friedrich Engels publicados no jornal norte-
americano New York Daily Tribune, entre 1851 e 1862”, portanto, foi do período histórico
no qual temos por proposta estudar (1838-1844).
No levantamento e leitura dos artigos científicos identificamos duas categorias
gerais: aqueles que se voltam para o estudo da produção intelectual de Engels após 1845,
remetendo-se ao período anterior somente com a finalidade de contextualizar o leitor, 49 e
aqueles que recuperam os textos de juventude, 50 contudo, colocando peso no Esboço de uma
crítica da economia política publicado nos Deutsch-Französische Jahrbücher em 1844, de tal
forma que a evolução filosófica do jovem Engels desenvolvida nos anos anteriores é tratada,
quando muito, de maneira incipiente. Existem, ainda, as abordagens que fogem das duas
categorias gerais citadas acima e se voltam para campos de pesquisa particulares de cada
autor,51 e três artigos de maior folego publicados por Jones. 52
A partir do breve exame bibliográfico acima, identificamos a carência por pesquisas

45 2006.
46 2009.
47 2013.
48 2015, p. 8.
49 Barsotti, 2012; Carvalho, 2015; Cunha, 2014; Kellogg, 1995; Löwy, 1978; Maciel, 2013; Melo, 2014; Musse, 1997,
1999; Santos, 1998; Sartori, 2014.
50 Castelo Branco, 2005; Roggerone, 2013; Tavares, 2014.
51 Löwy & Sayre, 2013.
52 1973; 1982; 1983.
10

de caráter científico sobre a evolução filosófica do jovem Engels, fazendo com que seja um
campo ainda a ser explorado, possibilitando a obtenção de resultados inéditos para os
estudos historiográficos.

2. DELIMITAÇÃO DO TEMA E OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

 Examinar e compreender o curso e as fases da evolução filosófica do jovem Engels,


desde o hegelianismo de juventude até a fundação da crítica da economia política.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Compreender o ambiente filosófico, político e econômico da Alemanha na década


de 1840;
 Compreender o ambiente político, econômico e social europeu as vésperas das
revoluções burguesas de 1848;
 Ampliar o conhecimento sobre o movimento operário europeu da década de 1840;
 Ampliar o conhecimento sobre as contribuições teóricas e práticas de Friedrich
Engels na organização e desenvolvimento do movimento operário europeu;
 Contribuir para a melhor compreensão sobre a formulação e desenvolvimento do
materialismo histórico e dialético de Marx e Engels;
 Reconstruir e examinar as etapas de superação do idealismo alemão no jovem
Engels;
 Reconstruir e examinar as etapas de superação do radicalismo democrático burguês
no jovem Engels até sua adesão ao partido do proletariado;
 Compreender os fundamentos da crítica à sociedade capitalista industrial e à
economia políticas formuladas pelo jovem Engels.

3. METODOLOGIA E FONTES
11

3.1. METODOLOGIA

Naturalmente, toda investigação encontrar-se-á em algum momento com questões


de ordem metodológica.
Nossa proposta exclui a possibilidade de tratamento eclético em relação ao método,
pois, esse procedimento implicaria a equivalência de pressupostos e concepções de mundo
contrastantes.
Consideramos o procedimento adequado para a análise das fontes que visamos
investigar aquele que implica o “respeito radical à estrutura e à lógica inerente ao texto
examinado”; isto significa que, “antes de interpretar ou criticar é incontornavelmente
necessário compreender e fazer prova de haver compreendido”. 53 Partindo de tal
pressuposto, nosso objeto de estudo (os textos de juventude de Engels) encontra-se
carregado de uma lógica própria independente do sujeito que se debruça sobre este. Assim,
a forma mais apropriada para o exame investigativo destas fontes é aquela que as submete “a
um tratamento histórico-dialético”,54 i.e., o método que apreende as fontes em
conformidade com o desdobramento histórico destas mesmas, desvelando, desta maneira,
sua lógica interna, e não as premissas do investigador.
Compreendemos que as resoluções apresentadas por Engels em Esboço de uma crítica
da economia política pertencem a uma processualidade histórica mais ampla, fazendo com
que seja indispensável investigar a gênese do pensamento de juventude de Engels como
caminho para compreensão das categorias e da lógica que estruturam seus textos dos anos
1838-1844.
Por esta razão, identificamos nos pressupostos apresentados por Chasin 55 em Marx:
estatuto ontológico e resolução metodológica como os mais adequados para a efetivação de
nossa investigação.
Evidentemente, não somos pioneiros em tal empreitada. Temos a nossa disposição
exemplos de pesquisas recentes bem-sucedidas que recorreram à abordagem metodológica
proposta.56
O recurso à abordagem metodológica proposta acima pode parecer irrazoável em um
projeto de pesquisa historiográfica, contudo, desde a década de 1930, com a emergência da

53 Chasin, 2009, p. 25.


54 Lukács, 2003, p. 74–75.
55 2009.
56 Alckmin, 2003; Ivan Cotrim, 2008; Lívia Cotrim, 2007; Musetti, 2014; Vieira, 2004.
12

Escola dos Annales, em meio a debates, disputas e crises, o território do historiador vem se
ampliando, assim como o espectro de suas fontes e metodologias.57

3.2. FONTES

O conjunto documental que visamos estudar encontram-se em sua totalidade


disponíveis nas edições digitalizadas da Marx-Engels-Werke (MEW), volumes 1 e 41, e
Marx/Engels Collected Works (MECW), volumes 2, 3 e 38.
As edições acima mencionas contêm os artigos publicados por Friedrich Engels na
imprensa alemã e inglesa entre os anos de 1838-1844, além de sua correspondência.
Entre os textos publicados por Engels tanto na imprensa alemã e inglesa entre 1838-
1844 encontram-se artigos de conteúdo diverso, por exemplo, artigos de teologia, filosofia,
política e economia política. Naturalmente, muitos destes textos não pertencem ao espectro
da pesquisa que visamos desenvolver, por exemplo, os textos de crítica literária e teatral, e
publicações e traduções de poemas.
Após realizarmos o diagnóstico das coleções MECW e MEW acima citadas,
realizamos a seleção prévia daqueles textos que se encontram dentro do espectro da
pesquisa. Entre estes se encontram: os textos de crítica teológica e filosófica (Schelling sobre
Hegel, Schelling sobre o Apocalipse, Schelling, filósofo em Cristo); os textos de crítica ao
despotismo do Estado prussiano (Para uma crítica das leis de imprensa na Prússia, Frederico
Guilherme IV, rei da Prússia); os textos de crítica ao pauperimo social tanto na Alemanha
quanto na Inglaterra (Cartas de Wuppertal, A situação da classe trabalhadora na Inglaterra); os
textos de pesquisa historiográfica (A situação da Inglaterra: Passado e presente; O século XVIII;
A constituição inglesa); e os textos de economia política (A lei dos Grãos, Esboço de uma crítica
da economia política)
Além de artigos, as coleções MECW e MEW também disponibilizam as cartas
enviadas por Engels para familiares, amigos e outros.
O conjunto documental da correspondência nos permite acessar o cotidiano de
Engels; quais livros lia e recomendava para os amigos; quais as redes de relações intelectuais
a qual pertencia e contribuía; em quais projetos intelectuais estava engajado etc.

57 Bloch, 2002; Burke, 1991.


13

4. CRONOGRAMA E PLANO DE TRABALHO

A duração máxima do curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação em


História Econômica é de 4 semestres.
As disciplinas exigidas pelo programa serão realizadas durante os dois primeiros
semestres do curso.
No segundo semestre, será elaborado o relatório de qualificação previsto para o final
do desse mesmo semestre.
O levantamento das fontes documentais, assim como o exame crítico das mesmas
(podendo estender-se até a metade do terceiro semestre) deverá, então, encontra-se na fase
de finalização.
O contato com a bibliografia de referência acompanhará todo o processo de
investigação, auxiliando no estudo crítico da documentação e sustentando os resultados
científicos deste.
Caso a proposta para o financiamento da pesquisa seja aceita pela CAPES/Cnpq ou
FAPESP, a bolsa deverá compreender o intervalo entre os segundo e quarto semestres de
trabalho, período no qual as atividades previstas acima exigem dedicação integral.
A preparação do texto final da dissertação corresponderá os últimos 12 meses de
trabalho.
Segue a tabela de representação do cronograma e do plano de trabalho:
14

Atividades/Semestres 1º 2º 3º 4º

Cumprimento das disciplinas


exigidas pelo curso

Levantamento e organização
das fontes documentais

Leitura e análise da
documentação levantada

Leitura da bibliografia de
referência

Produção do relatório de
qualificação

Escrita da dissertação final


15

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