Você está na página 1de 34

Análise Trimestral

Análise Macroeconómica
Mercado Cambial
Monetário
Mercadorias
Evolução de Mercados
Janeiro 2011

Imagem: “Financial Times”

Uma Europa complicada


Índice
Análise Macroeconómica 3
 Economia mundial
 Indicadores avançados
 Barómetro
 Tabelas
 Portugal

Mercado Monetário e Obrigações 16

Commodities 18
 Energia
 Algodão
 Metais
 Alimentares

Análise Técnica 26

Quadro de Variações 33

IMF - Informação de Mercados Financeiros, SA “Este documento destina-se a uso privado e


a sua reprodução total ou parcial carece de
Edifício Mota Galiza, Rua Júlio Dinis 247 - 6º - Sala E9
4150-324 Porto
autorização prévia da IMF.
Tel. 22 609 58 88 - Fax: 22 609 59 33
imfporto@imf.pt Este documento foi produzido com base
em informações de fontes credíveis, mas a
Avenida da Liberdade, 245 - 5º B IMF não garante que essas informações
1250 - 143 Lisboa estejam completas nem que sejam
Tel. 21 324 12 04 - Fax: 21 355 80 76 totalmente exactas.
imflisboa@imf.pt
As opiniões expressas neste documento
www.imf.pt // m.imf.pt (versão mobile) podem ser alteradas sem aviso.”
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Análise Macroeconómica
Uma Europa Complicada - Ano da Verdade do Euro
Há exactamente um ano escrevíamos que 2010 seria o ano da recuperação económica global, reflexo
das políticas de estímulo sem precedentes implementadas pelos governos e bancos centrais. Os países
emergentes, que não foram tão afectados pela crise, ajudariam ao crescimento global. Deste modo,
2010 seria o ano do regresso à normalidade. As perspectivas concretizaram-se, mas só até certo ponto.

A economia mundial cresceu e mesmo países como Portugal registaram uma evolução positiva do PIB
e do comércio externo. O que ainda não se resolveu foi a vertente financeira da crise, a ponto de se
questionar a sobrevivência do actual modelo de sistema financeiro e do euro como moeda. Esses
foram os grandes destaques no ano que termina e serão o foco da maior atenção em 2011.

A EUROPA PRESSIONADA A AGIR


Em 2009 festejava-se o sucesso do euro e de como a moeda tinha conseguido uma implantação
notável na economia mundial em dez anos, ao mesmo tempo que ia permitindo cumprir o longo e
lento caminho de integração europeia. Ao analisar a ruptura financeira da Islândia, os países mais
periféricos da zona euro sentiram que foi o euro que os salvou de um destino semelhante, o que se
pode dizer ser correcto. Para surpresa de quase todos, os reflexos da crise financeira de 2008 estão a
colocar a moeda única em sérios riscos. Se é verdade que os “inimigos” do euro, que têm os seus
próprios objectivos, mostraram-se em força a partir do eclodir da crise grega, não é menos verdade
que as debilidades do euro – sobretudo ao nível do governance – vieram ao de cima e necessitam de
atenção imediata por parte dos europeus.

Neste momento já não nos parece tão pertinente analisar como se chegou à situação actual, mas sim
tentar prever o que pode acontecer a partir de agora. Se é certo que até agora a Europa tem registado
enormes dificuldades em chegar a consensos ou a discutir os problemas de forma mais reservada (e
por isso mais eficaz), também nos parece que os responsáveis europeus tudo tentarão para impedir o
desmoronamento da União Económica e Monetária.

3 3
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Muito se tem falado da postura da Alemanha e dos seus objectivos no decurso desta crise. A leitura
frequente mais aceite defende que os alemães “fizeram o trabalho de casa”, têm as contas públicas em
bom estado, operaram alguns sacrifícios e não querem, por isso, ter de suportar os excessos de outros
países. Por outro lado, ajudar países gastadores significaria beneficiar o infractor, incorrendo em “risco
moral”. O corolário desta perspectiva significa que os alemães poderão escolher não participar nos
resgates dos países em dificuldades a partir de determinado ponto e, numa situação limite, deixar cair
o euro. Essa não é a nossa leitura dos acontecimentos.

Em primeiro lugar, a nossa perspectiva é que o euro se confunde com o projecto europeu. Deixar cair
o euro traria um risco enorme de desagregação da União Europeia. É verdade que há países na UE
que não estão na UEM, mas é bem diferente ainda não ter chegado a um determinado nível de
integração do que recuar no processo. Numa eventual ruptura do euro – que não nos iludamos, seria
caótica para todos os países da moeda única (*) – além dos efeitos negativos imediatos, logo colocaria
os europeus na tentação de se acusarem mutuamente e voltar a abrir brechas no que os une e os
fortalece num contexto de globalização. A Alemanha sabe disto e não estará disposta de abdicar de
um bloco económico, político, social e cultural de que faz parte, já lidera e que constitui também um
enorme mercado. Não é do interesse da Alemanha deixar cair a Europa.

Mas, se assim é, porque desempenha a Alemanha um papel quase destabilizador, não aceitando
praticamente nada do que é proposto pelo Ecofin, Eurogrupo ou Comissão Europeia, mais parecendo
fazer parte do problema do que da solução? Acreditamos que a Alemanha está no mesmo papel -
permitam-nos a comparação – da dama que quer dançar, mas que diz que não, esperando pela hora e
convite certos. A Alemanha está, paulatinamente,
a ganhar uma supremacia na União Europeia que
não tinha há apenas dois anos. E o que é mais
interessante para esse seu objectivo, essa
supremacia e liderança não está a ser imposta
perante os outros membros da União, mas antes
por estes solicitada, e esse parece ser o seu
verdadeiro e principal objectivo. As suas reservas,
imposições e irredutibilidades dirigem-se, por um
lado, para a opinião pública interna, mas sobretudo pretendem ir moldando a Europa que a Alemanha
quer liderar no futuro.

Parece-nos importante desacreditar duas concepções que nos parecem erradas. Têm vindo a público
sondagens que dão conta da vontade de os alemães voltarem ao marco. É algo que nos parece tão
relevante como dizer que os franceses ou holandeses em geral se opõem à União Europeia por terem
votado “não” ao Tratado de Lisboa. Mais importante é desfazer o mito dos países incumpridores.
Portugal foi o único país que não cumpriu os critérios de défice excessivo (a Grécia respeitou, ainda
que só formalmente, a regras). A Irlanda nunca esteve em situação de défice excessivo e o seu nível
de dívida pública esteve abaixo dos 60% do PIB até este ano, algo que por exemplo “nunca”
aconteceu na Bélgica e Itália durante a construção e vida do euro até hoje. Ou seja, o desrespeito
pelos critérios de finanças públicas saudáveis, argumento no qual se baseiam os alemães, não foram a
verdadeira causa da crise da dívida soberana.

4
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

O que causou a crise da dívida soberana foram as


politicas keynesianas expansionistas de 2008 e
2009, a ajuda sem limites dada à banca e que em
casos como a Irlanda – com um sector financeiro
sobredimensionado face à economia, provocaram
a ruptura orçamental - a tendência global de
desalavancagem, a emergência de outras
localizações geográficas mais interessantes em
termos de investimento e, talvez mais importante,
as graves lacunas de governo e de clarificação da zona euro que levam agora a que a Europa possa ter
de fazer em dois anos a integração que esperaria fazer em dez.

Em suma, o ano que agora começa será tão complicado como decisivo para a Europa, mas estamos
optimistas para uma resolução que defenda o interesse comum. Mas, enquanto não se chegar a uma
solução de longo prazo, o mais provável é que a situação continue agitada, mais países possam ser
intervencionados pelo FMI/UE e se continue a falar no fim da moeda única. Antes de estabilizar, a
situação deve ainda complicar mais e, por isso, o euro e a dívida soberana deverão sofrer a pressão
dos mercados. Só depois se voltará a falar das debilidades de longo prazo do dólar, nomeadamente o
elevadíssimo grau de endividamento da economia e a débil posição orçamental.
(*) o euro tem a característica especial de, pelo menos que se saiba, não existirem regras para um país sair do euro,
seja de forma voluntária ou não. No entanto, podemos especular que, haveria dois tipos de dificuldades - técnicas e
económicas – ambas com potencial caótico. Nas dificuldades técnicas inclui-se como trocar as notas de euro, saber
em que divisa ficariam os depósitos em euros fora do respectivo país, em que moedas passariam a correr as dívidas,
nomeadamente as contraídas com agentes estrangeiros, como transformar os derivados, entre muitas outras. O
sistema de pagamentos internacionais ficaria congelado. O receio em torno destas questões poderia provocar uma
corrida aos bancos, dificultando ainda mais a situação. Quanto às questões económicas, Portugal, por exemplo, teria
uma moeda desvalorizada e com taxa de juro elevada, o que tornaria impossível cumprir os seus compromissos
internacionais e provocando a falência do Estado, empresas e famílias, que seriam incapazes de suportar o serviço da
dívida. Em termos europeus, o comércio internacional poderia mesmo colapsar. (IMF).

OPTIMISMO GENERALIZADO PARA A ECONOMIA MUNDIAL


Neste momento, as opiniões da generalidade dos analistas reflecte um grande optimismo para o
crescimento da economia mundial para 2011 (ver também o capítulo deste relatório sobre o ciclo
económico) e isso mesmo transparece nos mercados, que têm registado muita apetência por risco,
nomeadamente investimentos em acções e matérias-primas. Naturalmente, as perspectivas positivas
são mais comedidas para o Japão e zona euro.

Os emergentes deverão continuar a crescer a bom ritmo, mesmo que possam desacelerar em virtude
de políticas de contracção monetária, nomeadamente na China e no Brasil, o que até é percepcionado
como positivo no longo prazo, ao reduzir os riscos de sobreaquecimento. O “consensus” prevê um
crescimento generoso nos Estados Unidos, entre os 3 e 4%, com a probabilidade de um “double dip”
a ser 15% mais baixa do que há um ano atrás. As mesmas previsões apontam para uma subida de
10% no S&P 500.

5 5
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Na base deste optimismo para os EUA estão três factores:

 A política monetária deverá continuar expansionista, ou até mais expansionista, com a FED a
injectar toda a liquidez que seja necessária e a taxas baixas.

 A política fiscal ajudará ao crescimento, estimando-se que o pacote anunciado por Obama
venha a acrescentar entre 0.4 e 1 ponto percentual ao PIB.

 A confiança dos consumidores está a aumentar e há perspectivas mais positivas para o


mercado de trabalho.

Os riscos para este cenário estão na possibilidade de mais quedas nos preços das casas e uma
eventual turbulência financeira em torno do excesso de endividamento do Estado.

CHINA: ALGUNS RISCOS... COMO SEMPRE!


Falar sobre a economia chinesa é sempre difícil, uma vez que envolve especular sobre uma realidade
que ninguém conhece realmente bem, nem mesmo o governo chinês. Nos últimos anos, a China tem
crescido 8% a 10% por ano e os mais optimistas simplesmente esperam a manutenção da tendência,
até pela parte do ciclo de desenvolvimento em que o país se encontra. Ainda há muito espaço para
evoluir em termos de eficiência, milhões de habitantes ainda estão no limiar da pobreza e muito a
convergir em infra-estruturas e nos padrões de consumo. O governo chinês gostaria, naturalmente, de
continuar com as actuais taxas de crescimento, o que poderá começar a ser difícil, até porque há
alguns riscos para o crescimento. As exportações, o grande pilar do crescimento, tendem a ficar mais
difíceis com os ajustes de competitividade de outros países e com o ciclo de recomposição de stocks a
chegar ao fim. Por outro lado, a economia está a sobreaquecer: ao adoptar uma quase paridade
cambial com o dólar, a China tem que “importar” a política monetária dos Estados Unidos, o que faz
com que as taxas de juro sejam demasiadamente baixas para o crescimento (confronte-se as taxas de
2.5% na China com uma Selic de 10,75% no Brasil). A inflação é de mais de 5%, pelo que não há
incentivo a poupar e a aplicar em depósitos, antes prefere-se pedir emprestado e investir. Estima-se
que o stock de investimento, nas suas várias classes represente já
50% da economia.

Os investimentos no mercado imobiliário, cresceram 25% em 2010


e podem existir “bolhas” especulativas que, como se sabe, acabam
sempre mal. Diz-se também que, para manter o ritmo de
crescimento e alguma “clientela” do partido satisfeita, que têm sido
construídas cidades, que não estão habitadas e que talvez nunca o sejam – as “cidade fantasma”.
Procure no Google por “Ordos, China: A Modern Ghost Town”.

A inflação está a provocar perturbações sociais, dado que os chineses de condição social mais baixa
gastam quase todo o seu rendimento em alimentação e têm sido esses preços a registar as subidas
mais rápidas. Nesta altura, se acontecessem problemas sérios na China, a economia mundial poderia
ser arrastada para uma recessão. Mas, falar de crise na China é um pouco como o “Pedro e o Lobo”.
Nos Estados Unidos começou-se a falar de “bolha” no imobiliário anos antes do colapso, alertas que
foram falhando ano após ano. O mais provável é que em 2011 a economia chinesa volte a mostrar um
desempenho excelente, mas um dia o “lobo” virá e ninguém acreditará. (IMF com ECR)

6
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Ciclo Económico
INDICADORES AVANÇADOS APONTAM PARA EXPANSÃO ESTÁVEL
Os Composite Leading Indicators (CLI) para Outubro de 2010, publicados em 13 de Dezembro,
sugerem uma estabilização no ritmo de expansão na OCDE, mas ainda crescimento. As perspectivas
de crescimento variam nas maiores economias, mas estão a surgir sinais de uma possível convergência
entre os ciclos económicos.

Os CLIs de Outubro de 2010 para os EUA e China, e em menor grau para a França, mostram sinais de
melhoria em comparação com o mês anterior. Na Alemanha e Japão, os indicadores avançados
sugerem uma moderação no sentido de um ritmo de expansão moderado. Na Rússia, com os CLIs a
sinalizar uma continuação da expansão.

Há sinais de desaceleração ainda evidentes no Canadá, Itália, e Índia, enquanto que o Brasil
permanece numa fase de abrandamento.

Composite Leading Indicators

Os CLI da OCDE são calculados para fornecer precocemente sinais dos pontos de viragem dos ciclos
económicos. Quatro fases cíclicas constituem a base desta abordagem qualitativa: Expansão – CLI
crescente e acima dos 100; Desaceleração – CLI decrescente e acima dos 100; Abrandamento – CLI
decrescente e inferior a 100; Recuperação – CLI crescente e abaixo dos 100.

7 7
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Composite Leading Indicators


Variação
Rácio de tendência, amplitude ajustada (Média de year-on- Outlook para o
Variação face ao último mês (pontos)
longo prazo = 100) year clico económico2
(pontos)
2010 2010
Último mês
Junho Julho Agosto Setembro Outubro Junho Julho Agosto Setembro Outubro
OCDE 102.6 102.5 102.5 102.5 102.6 -0.1 -0.1 0.0 0.0 0.1 3.3 Expansão estável
Zona Euro 103.5 103.5 103.4 103.4 103.4 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 2.9 Expansão estável
5 Maiores
economias da 101.9 101.5 101.4 101.5 101.7 -0.4 -0.3 -0.1 0.1 0.2 0.2 Recuperação
Ásia1
G7 102.7 102.6 102.6 102.6 102.7 -0.1 -0.1 0.0 0.0 0.1 3.8 Expansão estável

Canadá 102.8 102.4 102.0 101.8 101.7 -0.4 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 1.5 Desaceleração
França 102.7 102.2 102.1 102.1 102.2 -0.4 -0.3 -0.1 0.0 0.1 -1.0 Expansão estável
Japão 102.6 102.7 102.7 102.7 102.6 0.1 0.1 0.1 0.0 -0.1 5.1 Expansão estável
Alemanha 105.2 105.3 105.3 105.2 105.2 0.3 0.1 0.0 -0.1 -0.1 6.8 Expansão estável
Itália 103.5 103.4 103.3 103.2 103.1 0.0 -0.1 -0.1 -0.1 -0.1 0.0 Desaceleração
Reino Unido 102.9 102.6 102.4 102.3 102.3 -0.3 -0.3 -0.2 -0.1 -0.1 0.4 Expansão estável
EUA 102.0 101.9 101.9 102.0 102.3 -0.1 -0.1 0.0 0.1 0.3 4.6 Recuperação

Brasil 100.3 99.9 99.5 99.1 98.9 -0.4 -0.4 -0.4 -0.3 -0.3 0.1 Abrandamento
China 101.8 101.1 100.9 101.3 101.9 -0.8 -0.7 -0.2 0.3 0.6 -1.5 Recuperação
Índia 101.0 101.0 100.9 100.8 100.6 0.0 0.0 -0.1 -0.1 -0.2 -0.4 Desaceleração
Rússia 102.4 103.2 104.0 104.8 105.5 0.7 0.8 0.8 0.8 0.7 8.3 Expansão

1. China, Índia, Indonésia, Japão e Coreia


2. As fases cíclicas do CLI são definidas da seguinte forma: expansão (crescente acima dos 100 pontos); desaceleração (decrescente
acima dos 100 pontos); abrandamento (decrescente abaixo dos 100 pontos), recuperação (crescente abaixo dos 100 pontos)
Fonte: OCDE

Performance histórica do CLI e pontos recentes de viragem cíclica


Performance histórica CLI Pontos de viragem confirmados nas séries de referência
Ano de Desvio
Mediana Fundo Topo Fundo Topo Fundo Topo
início Padrão
OCDE 1961 6 3.5 Janeiro 02 Fevereiro 08 Maio 09 P
Zona Euro 1963 7 3.1 Julho 03 Março 08 Maio 09 P
5 Maiores
economias da 1983 8 5.8 Dezembro 01 Maio 04 Junho 05 Janeiro 08 Março 09 P
Ásia1
G7 1959 6 3.7 Janeiro 02 Março 08 Maio 09 P

Canadá 1956 8 3.7 Novembro 01 Agosto 07 Junho 09 P


França 1962 7 4.9 Julho 03 Fevereiro 08 Abril 09 P
Japão 1959 6 4.5 Dezembro 01 Março 08 Abril 09 P
Alemanha 1961 5 4.0 Julho 03 Março 08 Maio 09 P
Itália 1973 7 5.8 Fevereiro 05 Março 08 Maio 09 P
Reino Unido 1958 7 5.2 Abril 03 Abril 04 Agosto 05 Fevereiro 08 Junho 09 P
EUA 1955 5 3.4 Dezembro 01 Fevereiro 08 Maio 09 P

Brasil 1989 5 2.3 Junho 03 Outubro 04 Agosto 06 Maio 08 Abril 09 P


China 1990 6 4.9 Janeiro 02 Janeiro 08 Fevereiro 09 P
Índia 1994 4 2.7 Abril 03 Março 07 Fevereiro 09 P
Rússia 1993 3 2.3 Julho 02 Junho 04 Setembro 05 Abril 08 Maio 09 P

1. China, Índia, Indonésia, Japão e Coreia


P – Provisório

Fonte: OCDE

8
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Evolução nos últimos 12 meses

Forex Txs. Juro Commodities Acções

EUR/USD REFI BCE CRB INDEX DOW JONES

EUR/JPY EURIBOR 3M CRUDE NYMEX S&P

EUR/GBP 2Y EUR GRÃO SOJA CME DAX

EUR/CAD 10Y EUR MILHO CME STOXX50E


10Y
EUR/SEK AÇUCAR NYBOT PSI 20
PORTUGAL
EUR/BRL FED FUNDS ALUMÍNIO LME BOVESPA

USD/JPY LIBOR USD 3M COBRE LME NIKKEI


ALGODÃO
GBP/USD 10Y USD XANGAI
NYBOT

9 9
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

PIB
(Variação % face ao ano anterior)
Projecções
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Alemanha 0.9 3.6 2.8 0.7 -4.7 3.5 2.5 2.2
Austrália 3.5 2.4 5.0 2.1 1.2 3.3 3.6 4.0
Áustria 2.8 3.5 3.7 1.9 -3.8 2.0 2.0 2.0
Bélgica 2.0 2.7 2.8 0.8 -2.7 2.1 1.8 1.8
Brasil 3.1 3.9 6.1 5.1 -0.2 7.5 4.3 5.0
Canadá 3.0 2.8 2.2 0.5 -2.5 3.0 2.3 3.0
Chile 5.6 4.8 4.7 3.4 -1.4 5.2 6.2 5.4
China 11.3 12.7 14.2 9.6 9.1 10.5 9.7 9.7
Coreia 4.0 5.2 5.1 2.3 0.2 6.2 4.3 4.8
Dinamarca 2.4 3.4 1.7 -0.9 -4.7 2.2 1.6 2.1
Eslovénia 4.5 5.9 6.9 3.7 -8.1 1.1 2.0 2.7
Espanha 3.6 4.0 3.6 0.9 -3.7 -0.2 0.9 1.8
Finlândia 3.0 4.4 5.3 1.0 -8.1 2.7 3.0 3.0
França 2.0 2.4 2.3 0.1 -2.5 1.6 1.6 2.0
Grécia 2.3 4.5 4.3 1.3 -2.3 -3.9 -2.7 0.5
Holanda 2.0 3.4 3.9 1.9 -3.9 1.7 1.7 1.8
Hungria 3.2 3.6 0.8 0.8 -6.7 1.1 2.5 3.1
Irlanda 6.0 5.3 5.6 -3.6 -7.6 -0.3 1.5 2.5
Islândia 7.5 4.6 6.0 1.0 -6.8 -3.6 1.5 2.6
Itália 0.8 2.1 1.4 -1.3 -5.1 1.0 1.3 1.6
Japão 1.9 2.0 2.4 -1.2 -5.2 3.7 1.7 1.3
Luxemburgo 5.4 5.0 6.6 1.4 -3.7 3.3 3.3 3.2
México 3.2 4.9 3.3 1.5 -6.6 5.0 3.5 4.2
Noruega 2.7 2.3 2.7 0.8 -1.4 0.5 1.8 2.3
Nova Zelândia 3.1 2.3 3.1 -0.5 -0.4 2.2 2.7 2.5
Polónia 3.6 6.2 6.8 5.0 1.7 3.5 4.0 4.3
Portugal 0.8 1.4 2.4 0.0 -2.5 1.5 -0.2 1.8
Reino Unido 2.2 2.8 2.7 -0.1 -5.0 1.8 1.7 2.0
Rép. Checa 6.4 7.0 6.1 2.3 -4.0 2.4 2.8 3.2
Rép. Eslovaca 6.7 8.5 10.6 6.2 -4.7 4.1 3.5 4.4
Rússia 6.4 8.2 8.5 5.2 -7.9 3.7 4.2 4.5
Suécia 3.1 4.6 3.4 -0.6 -5.1 4.4 3.3 3.4
Suíça 2.6 3.6 3.6 1.9 -1.9 2.7 2.2 2.5
Turquia 8.7 6.8 4.9 0.5 -4.8 8.2 5.3 5.4

EUA 3.1 2.7 1.9 0.0 -2.6 2.7 2.2 3.1


Zona Euro 1.8 3.1 2.8 0.3 -4.1 1.7 1.7 2.0
OCDE 2.8 3.1 2.7 0.3 -3.4 2.8 2.3 2.8
Fonte: OCDE – Economic Outlook – Publicado em 18 de Novembro de 2010

10
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Conta Corrente
(Variação % face ao ano anterior)
Projecções
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Alemanha 5.1 6.4 7.7 6.7 4.9 5.1 5.9 7.0
Austrália -5.6 -5.3 -6.2 -4.5 -4.4 -2.3 -1.9 -2.6
Áustria 2.2 2.8 3.5 3.3 2.7 2.6 3.1 3.8
Bélgica 2.6 1.9 1.6 -1.9 0.8 1.0 1.0 1.1
Brasil 1.6 1.3 0.1 -1.7 -1.5 -2.6 -3.2 -4.0
Canadá 1.9 1.4 0.8 0.4 -2.8 -2.7 -2.8 -2.1
Chile 1.2 4.9 4.6 -1.8 2.5 -1.3 -1.3 -1.1
China 7.1 9.3 10.6 9.6 6.0 5.8 5.9 5.5
Coreia 1.8 0.6 0.6 -0.5 5.2 3.0 2.3 2.4
Dinamarca 4.3 3.0 1.4 2.7 3.6 4.4 4.4 4.8
Eslovénia -1.7 -2.5 -4.8 -6.7 -1.5 -2.8 -3.9 -4.5
Espanha -7.4 -9.0 -10.0 -9.7 -5.5 -5.5 -5.2 -4.9
Finlândia 3.6 4.6 4.3 2.9 2.7 1.5 1.7 2.0
França -0.5 -0.5 -1.0 -1.9 -1.9 -2.2 -2.3 -2.4
Grécia -7.6 -11.3 -14.5 -14.7 -11.4 -10.5 -7.5 -5.9
Holanda 7.4 9.3 6.7 4.3 4.6 5.3 6.2 6.7
Hungria -7.3 -7.2 -6.6 -7.0 0.3 -0.3 -1.1 -1.3
Irlanda -3.5 -3.6 -5.3 -5.6 -3.0 -0.3 0.7 3.2
Islândia -16.1 -23.8 -16.3 -22.1 -2.2 -0.9 2.2 2.4
Itália -1.7 -2.6 -2.4 -3.6 -3.2 -3.3 -2.8 -2.3
Japão 3.6 3.9 4.9 3.3 2.8 3.4 3.7 3.7
Luxemburgo 11.5 10.4 10.1 5.3 6.7 7.8 5.1 5.7
México -0.6 -0.5 -0.8 -1.5 -0.7 -0.9 -1.4 -1.8
Noruega 16.3 17.3 14.1 17.7 13.0 13.8 13.4 13.1
Nova Zelândia -7.9 -8.3 -8.1 -8.8 -2.9 -3.2 -5.3 -6.0
Polónia -1.2 -2.7 -4.7 -4.8 -2.2 -2.4 -3.2 -3.8
Portugal -10.4 -10.7 -10.1 -12.6 -10.3 -10.3 -8.8 -8.0
Reino Unido -2.6 -3.4 -2.6 -1.6 -1.3 -2.2 -1.6 -1.2
Rép. Checa -1.3 -2.4 -3.2 -0.6 -1.0 -1.9 -0.8 -0.7
Rép. Eslovaca -8.5 -7.8 -5.3 -6.5 -3.2 -3.1 -0.9 -0.3
Rússia 11.1 9.6 5.9 6.1 3.9 5.7 3.6 2.7
Suécia 6.8 7.8 8.2 9.3 7.4 6.8 6.8 7.3
Suíça 13.9 15.2 9.2 1.5 12.0 12.6 10.9 10.6
Turquia -4.6 -6.1 -5.9 -5.6 -2.2 -5.1 -5.7 -6.3

EUA -5.9 -6.0 -5.1 -4.7 -2.7 -3.4 -3.7 -3.7


Zona Euro 0.4 0.4 0.3 -0.8 -0.4 -0.2 0.3 0.9
OCDE -1.4 -1.5 -1.3 -1.5 -0.5 -0.7 -0.7 -0.5
Fonte: OCDE – Economic Outlook – Publicado em 18 de Novembro de 2010

11 11
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

PORTUGAL

SECTOR EXPORTADOR DESTACA-SE

O ano de 2010 foi “agridoce” para Portugal. Toda a economia foi e ficou condicionada pelo impacto
da crise da dívida soberana, sobretudo em dois momentos: Maio e no Outono. Num primeiro
momento sentiu-se algum pânico nos agentes económicos nacionais, quase sempre injustificado, para
depois mais tarde se começarem a sentir os efeitos da maior dificuldade de financiamento da
economia, ao nível do custo e do acesso ao crédito. Alguma contenção orçamental, concretizada em
2010, contribuiu para dificuldades no crescimento. Mas se foi ao nível do sentimento económico e da
confiança no futuro que se sentiram os maiores efeitos em 2010, com a economia a dominar as
conversas de café, não é menos verdade que o consumo privado registou uma performance muito
mais positiva do que o esperado, sendo certo que houve antecipação de compras devido ao aumento
do IVA para 23% e do fim de alguns benefícios fiscais, nomeadamente no sector automóvel.

O que não pode ser escamoteado, e tem por vezes sido esquecido, é que Portugal terá conseguido
crescer 1.5% e que o sector exportador teve um comportamento que se pode classificar de
espectacular. Como se pode verificar no quadro, as recuperações face a 2009 foram muito
significativas, com alguns sectores a fazerem mais do que “apenas” recuperar o terreno perdido. Notar
ainda a diminuição da dependência face a Espanha. O regresso à valorização do sector dos bens
transaccionáveis por parte do governo e dos portugueses em geral é uma das boas notícias do ano que
termina, já que o défice comercial crónico é um dos principais factores que levam à situação de
fragilidade do país face ao exterior. Está em causa uma mudança no modelo de crescimento do país,
até aqui assente na ideia que “só” os serviços seriam importantes.

Para 2011 as previsões não são animadoras para quem trabalha o mercado interno, nem poderiam ser,
dadas as políticas de austeridade que estão previstas. O aumento da carga fiscal, o fim ou limitação de
alguns apoios sociais, a (suposta) contracção de gastos pelo governo, as dificuldades de financiamento
e, sobretudo, a agitação em torno da sustentabilidade económico-financeira do país deverão
condicionar muito a procura interna.

No entanto, nada indica que 2011 será um mau ano para a generalidade das empresas. Como
referimos neste relatório, o ciclo económico mundial é positivo, nomeadamente o dos clientes das
empresas portuguesas. A mensagem principal é que, apesar da existência de óbvios vasos
comunicantes, a economia portuguesa não se confunde com a economia do Estado e as empresas
podem perfeitamente registar crescimento em 2011, mesmo que a evolução do PIB seja negativa. (IMF)

12
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

ESTATÍSTICAS DE BOLSO – GABINETE DE ESTRATÉGIA E ESTUDOS

Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento


Publicado em 28 de Dezembro de 2010

13 13
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

ESTATÍSTICAS DE BOLSO – GABINETE DE ESTRATÉGIA E ESTUDOS


Publicado em 28 de Dezembro de 2010

14
Meta os mercados no bolso!

Informação financeira no seu telemóvel


Câmbios, Bolsas, Gráficos, Notícias

http://m.imf.pt/
O IMF Mobile é gratuito, mas o operador de comunicações móveis
pode cobrar uma taxa de acesso ao serviço de dados.

Redes Sociais

A IMF está nas redes sociais.


Adicione e siga-nos em:

Twitter http://www.twitter.com/imfsa

Facebook http://www.facebook.com/imfmercados

MSN imfporto@imf.pt

Blogs que lemos...

Para além das agências de informação, revistas, jornais e


“research” variado, a IMF também utiliza a blogosfera
como apoio. Eis alguns dos “blogs” que consultamos:
• http://ftalphaville.ft.com
•http://blogs.wsj.com/economics/
• http://pragcap.com/
• http://economicedge.blogspot.com/
• http://jimrogers-investments.blogspot.com/
• http://dshort.com/
• http://www.zerohedge.com/
• http://www.morganstanley.com/views/gef/
• http://www.hussmanfunds.com/weeklyMarketComment.html
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Mercado Monetário

A pouco e pouco, o montante de liquidez cedido pelo BCE aos bancos europeus foi-se reduzindo ao
longo de 2010. No último grande vencimento do ano, os fundos tomados pelos bancos foram mais
uma vez inferiores aos fundos pagos, o que leva a crer que se vai instalando alguma confiança no
sistema interbancário. O BCE termina o ano com €512 mil milhões de fundos cedidos a prazos entre 7
dias e 3 meses, bem abaixo dos cerca de €800 mil milhões que se encontravam cedidos em Maio e
Junho. As Euribor estabilizaram nestes últimos meses, quer pela ausência de pressões inflacionistas
quer pelo adiamento por parte do BCE de tomada de medidas que limitem o acesso à liquidez.

O ano de 2011 deverá ser, acima de tudo, decisivo no regresso ao normal funcionamento do mercado
monetário interbancário. É previsível que já em Janeiro, depois de passado o final do ano, os bancos
voltem a reduzir os fundos tomados junto do BCE. Esta tendência levará a que a curva de mercado
monetário se continua a deslocar para cima, até que todos os prazos se situem acima da taxa de
referência de 1%. Este processo deverá ser lento até que o BCE anuncie o que irá fazer a partir de
Abril, no que respeita à limitação da liquidez concedida. Até essa data os bancos não têm limites de
montante e a grande dúvida que se coloca neste primeiro trimestre do ano está em saber se mais uma
vez o BCE irá ceder às pressões dos países em que os bancos têm imensas dificuldades de acesso ao
mercado interbancário, tornando a adiar a decisão de um regresso à normalidade. Caso tal suceda, as
Euribor não se deverão afastar muito dos actuais valores. Mas caso o BCE opte pelo regresso a
normalidade, toda a curva de mercado monetário tenderá a subir. No que respeita à taxa de
referência, pensamos não haver razões para se pensar numa subida nos primeiros 9 meses do ano. A
inflação na Zona Euro continua limitada pela grande folga no mercado de trabalho e pela fraca
capacidade de subida dos preços por parte do comércio. A subida acentuada de muitas matérias-
primas e o forte ritmo de crescimento na Alemanha poderão alterar este panorama e levar o BCE a
considerar pelo menos uma subida no último trimestre do ano.

Nos EUA não será de esperar qualquer alteração na política monetária. A ausência de tensões
inflacionistas e a vontade do governo e da Reserva Federal de promover o crescimento económico a
todo o custo, deverão levar a que a actual política de taxas perto de 0% se mantenha em 2011.
(IMF)

ESTIMATIVA IMF PARA TAXAS DE JURO EM 2011

BCE Euribor 3m Fed BoE BoJ


Taxas Actuais 1.00% 1.02% 0% 0.50% 0.10%
1º Trim. 2011 1.00% 1.10% 0% 0.50% 0.10%
2º Trim. 2011 1.00% 1.15% 0% 0.50% 0.10%
3º Trim. 2011 1.00% 1.25% 0% 0.50% 0.10%
4º Trim. 2011 1.25% 1.40% 0% 0.75% 0.10%

16
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Mercado de Obrigações e de Taxa Fixa


Depois de uma forte valorização dos títulos de dívida pública alemã, que levou a que os rendimentos
das obrigações a 10 anos caíssem para muito perto dos 2.0%, observou-se neste trimestre o
movimento contrário, que resultou a que essas mesmas taxas recuperassem para cima dos 3.0%. Esta
não foi uma situação exclusiva da Alemanha. Também nos EUA os rendimentos dos títulos a 10 anos
subiram cerca de 100 bps, terminando o ano muito perto dos 3.50%. O clima de confiança no
crescimento económico que se sente nos investidores, e que conduziu os mercados accionistas a
níveis pouco consistentes com a realidade económica actual, fez-me muito à custa da liquidação de
investimentos anteriormente feitos em obrigações, muitos deles alavancados. Na Europa, as
obrigações dos países periféricos mantiveram a tendência de queda, contribuindo para tal a ausência
de uma postura unânime por parte dos principais responsáveis.

Para 2011 a tendência nas obrigações irá depender de três factores fundamentais. O primeiro será a
política monetária, que como já referimos no capítulo anterior duvidamos que se altere
substancialmente quer na Europa quer nos EUA. O segundo e quanto a nós o mais importante, tem a
ver com a percepção de risco. Estamos de novo numa fase de grande optimismo dos mercados, em
que o estatuto de refúgio é preterido por outros investimentos de maior risco, como as acções ou
matérias-primas. Caso surjam acontecimentos que alterem esta percepção, poderemos ter nova corrida
às obrigações do tesouro, e consequentemente uma redução nos seus rendimentos. Finalmente há que
ter em conta a própria oferta de títulos por parte dos Bancos Centrais, situação que dependerá do
maior ou menor rigor orçamental dos países. No caso da Europa, pensamos que este não irá ser um
problema, uma vez que existe clara vontade política em fazer cumprir as restrições que os Estados-
membros se impuseram uns aos outros. O sucesso ou insucesso no lançamento dos mecanismos de
apoio aos países em crise, e a boa execução orçamental dos mesmos, será determinante no que diz
respeito aos spreads dentro da UE. Duvidamos que neste primeiro trimestre a situação se altere
radicalmente, mas a partir de Abril, já haverá elementos suficientes que poderão levar ou a uma
melhoria considerável, ou a um agravamento da actual situação.

Nos EUA, a questão do rigor orçamental é menos certa. O presidente Obama irá entrar na segunda
metade do seu mandato, e usará seguramente todos os meios ao seu alcance para promover o
crescimento económico, relegando para segundo plano o alargamento do défice orçamental. A
Reserva Federal está de certa forma a ver gorada a sua intenção de manter as taxas de longo prazo a
níveis baixos para estimular o mercado hipotecário. Não será de excluir a hipótese de mais um
anúncio de “quantitative easing” caso os rendimentos dos títulos do tesouro continuem a subir, ou na
situação de o montante a emitir pelo Tesouro dos EUA aumentar para além do projectado no início do
ano. Se estes sucessivos anúncios de compra de dívida própria serão encarados pelo mercado como
uma oportunidade ou uma ameaça, é uma das dúvidas que se colocam e que mais influência terá na
evolução do preço dos títulos do tesouro neste país.
(IMF)

17 17
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Commodities
MATÉRIAS - PRIMAS

 PETRÓLEO
No último trimestre os preços do petróleo têm vindo a subir,
reflectindo uma recuperação na procura global em 2010. O
mercado é sustentado por uma forte procura de países emergentes,
procura estável nos EUA e uma recuperação da procura europeia,
nomeadamente por produtos destilados devido a temperaturas
abaixo da média para a altura do ano e no seguimento de restrições
à produção.

O consumo chinês aumentou para níveis recorde, sendo que a procura por diesel cresceu
significativamente devido a uma maior utilização do combustível para geradores, no seguimento de
cortes de electricidade no país na tentativa de cumprir objectivos ambientais. A China, que tem
reservas estratégicas inferiores às dos EUA ou a outros membros da Agência Internacional de Energia,
poderá começar a construir inventários em 2011. A acontecer, este desenvolvimento impulsionará os
preços do petróleo. Ao mesmo tempo que os stocks globais têm vindo a diminuir, a procura atinge
níveis elevados. Para além disto, a OPEP parece contente com preços na ordem dos $80-$90, e não
parece pretender alterar os seus níveis de produção no curto prazo. Para já podemos não ver os
preços recorde registados em 2008, mas a tendência parece ser de alta.

 GÁS NATURAL
O frio intenso que se fez sentir no último mês em toda a Europa
levou a uma subida dos preços do gás natural para valores muito
perto dos pagos pelos asiáticos, e já acima do dobro dos praticados
nos EUA. Esta situação leva a que a Europa seja o destino mais
interessante para quem exporta GNL (gás natural liquefeito) por
navio, permitindo que mesmo com um início de inverno
extremamente rigoroso, os stocks de gás fechem o ano em média a
75% do nível de capacidade máxima de armazenagem.

Como resultado da crescente subida dos preços do brent no último trimestre, em 2011 será de esperar
um aumento considerável na factura de todos os que pagam o gás indexado ao brent 6.0.3 (média do
semestre anterior). Face aos preços pagos neste último trimestre de 2010, haverá que contar com um
aumento certo de 10% até Março, e entre 15% a 20% entre Abril e Junho. Ainda não será em 2011
que os consumidores europeus deixarão de pagar indexado ao brent, passando a pagar indexado às
bolsas de gás como já sucede no Reino Unido e EUA, mas o aumento do diferencial do preço pago irá
manter a pressão para que gradualmente se altere o sistema.

18
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

 ALGODÃO
Os preços do algodão têm mantido uma tendência ascendente nos
últimos meses, suportados pelo forte consumo actual desta a fibra e
pelas perspectivas do seu crescimento futuro, principalmente na
China. A oferta continua também a ser um dos factores principais de
delineação de preços. Nesta altura, a produção dos EUA, apesar de
superior em 50% face à temporada anterior, já se encontra
praticamente vendida na sua totalidade, o que tem adicionado
suporte ao mercado. Entretanto, a política de exportação da Índia
tem também merecido destaque, e continuará a merecê-lo, na
medida em que o país só decidirá se altera o valor permitido para
exportação no início de 2011. Neste final de 2010, o algodão é a
matéria-prima que mais valorizou face a 2009, com uma valorização de 90%. As últimas previsões
globais para 2010/11 reportadas pelo USDA, apontam para uma produção de 115,53MMf (milhões de
fardos) e um consumo de 116,25MMf. Para o próximo ano, perspectiva-se que a produção mundial
seja superior à deste ano. O ICAC estima que em 2011/12 sejam produzidos 125MMf e consumidos
116MMf.

O futuro deste mercado será, deste modo, marcado não só pelo crescimento do consumo desta fibra,
mas também pelas perspectivas de uma maior quantidade produzida decorrente da possibilidade da
obtenção de colheitas recorde em alguns países. Apesar das potenciais colheitas volumosas de 2011,
o balanço oferta/procura continuará a destacar-se em 2011 e a sustentar os preços para níveis ainda
mais elevados, pelo menos nos primeiros meses de 2011.

METAIS
Os metais industriais continuam a beneficiar da crença de uma nova subida do consumo da China em
2011 e de uma recuperação económica mais acentuada nos países com maior expressão na OCDE. O
cobre continua a ser o metal com maior expressão, e o preferido pelos investidores, arrastando em alta
todo o complexo do LME, mesmo aqueles metais cujos fundamentais de oferta e procura justificariam
uma descida de preços. A entrada de novos produtos de investimento facilitam o acesso a investidores
de retalho, ajuda a que os analistas apontem para uma nova subida generalizada dos preços em 2011.

 COBRE
O cobre termina o ano de 2010 em máximos históricos absolutos,
acima dos $9500, tendo registado um ganho superior a 30% face ao
fecho de 2009. Esta situação verificou-se num ano em que segundo os
principais analistas, a produção global de cobre refinado terá
excedido o consumo entre 50.000 a 200.000 toneladas. O consumo
chinês e o interesse investidor em matérias-primas foram os principais
factos a destacar em 2010.

Para 2011 a maioria dos analistas está bastante optimista, apontando valores na ordem dos $11000.

19 19
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Há uma clara antecipação de crescimento do consumo e de dificuldade da produção em acompanhar


tal evolução, levando a que uma importante casa de análise projecte um défice de produção de
400.000 tons, assumindo um aumento do consumo mundial de 4.5%. A China terá aumentado o seu
consumo em 5% este ano, acreditando-se que para o ano mantenha no mínimo este ritmo de
crescimento.

Em conclusão, pensamos que nas actuais circunstâncias o cobre tem condições para entrar o ano a
atingir novos máximos. Discordamos com a ideia de que a procura não será afectada pela subida dos
preços, quer pelo aumento do recurso a produtos substitutos, quer pela contenção por razões
orçamentais, pelo que cedo ou mais tarde os preços terão que recuar para os $7000 - $7500.

 ALUMÍNIO
O alumínio fecha o ano perto dos $2500, valor já não visto desde
Agosto de 2008. A subida do cobre e os cortes de produção da
China têm sido as razões apontadas pelos investidores na compra
de um metal com tão fracos fundamentais de oferta. A China tem
vindo a reduzir a sua produção nos últimos 5 meses, na sequência
das directivas do governo com vista a uma contenção no consumo
energético, mas mesmo com esta redução, o país produziu mais
27.6% de alumínio nos primeiros 10 meses do ano, que em igual período de 2009.

Os analistas não estão tão alinhados nas opiniões do alumínio como no caso no cobre. Quem espera
a continuação da subida, suporta-se na ideia de que a China irá continuar a cortar a sua produção,
levando a que deixe de ser um exportador líquido passando a importador líquido. Tendo em conta a
preocupação que Pequim tem revelado com o aumento da inflação, há quem acredite que mais cedo
ou mais tarde o governo chinês irá permitir a reactivação de alguma da capacidade entretanto
fechada. Fala-se também que algumas empresas na China estão a deslocar a produção para zonas do
país com menor custo energético, podendo levar a que os cortes de produção não atinjam a dimensão
prevista. Mas independentemente do que se vier a passar na China, a capacidade produtiva fora deste
país não pára de subir, em especial os novos projectos na região do Golfo Pérsico. Mesmo assumindo
um crescimento razoável no consumo, é quase certo que 2011 será novamente um ano de excedentes
de produção, pelo que temos dúvidas na capacidade dos preços subirem muito para além dos $2500.

 ZINCO
O zinco será actualmente o metal com piores fundamentais a
transaccionar no LME. Os últimos cálculos apontavam para um excesso
de produção de 175.000 tons nos primeiros nove meses do ano, não
sendo difícil que cheguem aos 250.000 tons quando contabilizado o
último trimestre.

No LME, o último mês viu entradas de quase 70.000 tons, e somando os


stocks da bolsa de Londres com os da bolsa de Xangai, chegamos a um volume global perto de 1
milhão de toneladas.

20
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Em circunstâncias normais, tais valores pressionariam o preço em baixa, mas a subida do cobre e o
interesse investidor por metais em termos gerais, tem suportado a subida dos preços para o intervalo
$2300-$2500.

Quem defende a subida do zinco suporta a sua argumentação no fecho de algumas minas já esgotadas
no Canadá e na Austrália, projectando um défice a longo prazo. Este argumento pode ser rebatido
pelo facto de haver uma longa lista de expansões de minas e reactivações. Os actuais preços
incentivam os produtores a colocar cá fora o máximo possível. No entanto, a evidência de um grande
desfasamento entre oferta e procura, irá na opinião de muitos analistas, acabar por levar os preços
para baixo dos $2000, assim que este interesse generalizado por metais atenuar.

 NÍQUEL
O níquel tem sido outro dos metais que tem beneficiado da actual
conjuntura no que respeita a investimento. Os preços terminam o ano
muito perto dos $25000, apesar de os stocks no LME estarem de regresso
às 135 000 tons, e de haver evidência de uma cada vez maior substituição
deste material por “pig iron” no fabrico chinês de aço inox. Em 2010, o
mercado beneficiou a dada altura da prolongada greve na operação de
Sudbury da Vale, responsável pela produção anual de 80.000 tons, que
em 2011 deverá operar perto da sua capacidade máxima.

Os fundamentais para o próximo ano não são brilhantes. O facto de os produtores venderem no
mercado de futuros sempre que os preços atingem os actuais níveis, significa que os próprios não
estão muito confiantes na capacidade de subida dos preços. Os últimos estudos apontam para um
excedente de produção de 80.000 tons no próximo ano, estimando-se que o consumo na China possa
recuar entre 2% a 4% em 2011. Neste contexto, apenas a insistência dos investidores ou um
acontecimento equivalente à greve em Sidbury, poderão na nossa opinião impedir que os preços
deste metal regressem para perto dos $15000.

 AÇO
De um modo geral, o panorama do sector do aço encontra-se
ligeiramente melhor. No último mês de 2010, os preços
recuperaram um pouco e o sentimento foi mais optimista. Apesar
de a procura por este metal ainda se apresentar muito débil, os
crescentes custos com materiais de produção, como minério de
ferro e sucata, têm sustentado os preços e proporcionando alguma
estabilidade.

No que à oferta diz respeito, na China mantém-se o excesso de produção. Apesar das restrições de
consumo energético, impostas pelo governo chinês para atingir os objectivos energéticos de 2010,
terem originado uma diminuição da produção deste país, este declínio foi apenas momentâneo e
insuficiente para balancear o mercado.

21 21
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

No próximo ano, o excesso de produção irá permanecer uma vez


que a economia chinesa não dá sinais de abrandamento. Os últimos
dados da Associação Mundial de Aço reportaram um acréscimo da
produção mundial em Novembro para 114 MMT (milhões de
toneladas), mais 5,1% do que em 2009. Em 2011, o crescimento do
consumo global está perspectivado nos 5,3%, o que equivalerá a
1340 MMT. A produção alcançará um valor recorde de 1474 MMT.

A China será o maior influenciador, esperando-se que represente 45% da procura mundial, com um
consumo 8 a 9% superior ao deste ano. Relativamente a preços, a maioria dos produtores irá proceder
a um aumento dos mesmos. Embora actualmente a procura esteja fraca estes acreditam que a sua
evolução será positiva, porém de um modo muito estável e modesto. Para além disso, os crescentes
preços dos materiais de produção já incentivaram grande parte dos produtores a aumentar os preços já
em Janeiro.

ALIMENTARES
O enorme interesse investidor, juntamente com fundamentais sustentadores em grande parte dos
mercados agrícolas, como o caso do algodão e açúcar, em que há alguma escassez de produto para
entrega, e no milho que têm sido feitas constantes revisões em baixa colocando os níveis de
inventários em níveis baixos, ou a soja, com o risco de condições de tempo adversas na América do
Sul afectarem a produção, os preços mantêm-se em níveis elevados. Se adicionarmos o facto de a
população mundial estar a aumentar, assim como o poder de compra nas economias emergentes,
levando a uma maior procura por alimentos, o potencial de subida de preços de matérias-primas
agrícolas aumenta.

 SOJA
O mercado de soja tem acompanhado movimentos no
milho e trigo, mas com um subjacente forte suporte
associado a receios com a produção na América do Sul e
um mercado global de óleos vegetais pouco confortável.
Apesar de colheitas recorde de soja nos EUA e na América
do Sul no último ano, o aumento da procura chinesa deverá
levar a nova redução dos níveis de stocks em 2011.

Actualmente a China representa cerca de 60% do comércio global de soja, estimando-se que importe
53 milhões toneladas na época de 2010/11. O aumento de procura registado em 2010 realçou o facto
que a procura asiática está a ultrapassar a capacidade global de crescimento do seu fornecimento.

Apesar de uma produção recorde nos EUA em 2010, o USDA projecta uma queda de stocks para o
quarto nível mais baixo desde 1980, devido principalmente à forte procura chinesa. Esta situação
sugere que o mercado de soja pode não conseguir suportar uma redução de área de produção em
2011 nos EUA ou condições de tempo adversas na América do Sul durante os próximos meses.

22
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Para o início do ano, o risco de maior deterioração das condições da colheita na Argentina, deve ser o
principal impulsionador de preços da soja.

Os maiores riscos para descidas de preço podem ser a persistência de margens de processamento
negativas na China por um período longo, que a acontecer podem conduzir à redução da importação
de soja. Apesar de poder ser difícil ver novamente o preço em máximos de 2008 na ordem dos
$16.60/bushel, pensamos ser realístico um movimento com o objectivo de $14.50/bushel.

 ÓLEOS VEGETAIS
A procura global por óleos vegetais é forte e entra agora
numa época sazonal de grande consumo, ao mesmo tempo
que a produção tende a diminuir devido a condições de
tempo adversas. Expectativas de uma subida significativa
na produção mundial de biodiesel, juntamente com
problemas nas culturas de colza em vários pontos do globo
e uma redução na produção de girassol, fornecem suporte
adicional ao mercado de óleos vegetais. A procura chinesa
está a aumentar, situação que leva o governo a estar
bastante preocupado com a inflação doméstica em preços
de alimentos. As margens de processamento neste país são,
de momento, negativas devido aos preços da soja e a
controlos do governo de preços dos óleos. Isto pode ser sustentador para a importação de óleos
vegetais, dado que a produção doméstica tende a diminuir. O risco de deterioração das condições de
tempo para a produção de soja na América do Sul e a possibilidade de diminuição da área nos EUA,
juntamente com elevados preços da energia continuam a ser sustentadores para os preços dos óleos
vegetais. No entanto, os fluxos de investimento continuam a ser determinantes.

 MILHO
Nos últimos meses, o preço do milho valorizou em Chicago negociando entre os $5.00-$6.00/bu. Na
Europa, o comportamento tem sido semelhante, com o preço acima dos 210 euro/ton. A forte procura
tem sido o principal impulsionador de mercado prevendo-se que no próximo ano esta se mantenha
vincada, o que direccionará os preços para valores ainda mais elevados. A China é e continuará a ser
um dos principais consumidores deste cereal, na medida em que tenciona aumentar as suas
importações de matérias-primas agrícolas em 2011, entre as quais de milho, para reabastecer os seus
actuais stocks baixos.
Para além disso, as perspectivas crescentes da produção
de biocombustíveis, nomeadamente de etanol, irão
também ter uma representação de mercado significativa.
Por fim, os elevados preços do trigo direccionaram os
investidores para o complexo do milho, como produto
substituído na ração animal.

23 23
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Se entretanto os preços do trigo permanecerem elevados é provável que esta substituição se


mantenha. Relativamente à produção deste cereal, em 2010/11, espera-se que nos EUA sejam
produzidos 12,54 milhões de bushels, o que representa um decréscimo face a 2009/10. Para além
disso, os stocks finais do país estão perspectivados nos 832 milhões de bushels, o que equivale ao
volume mais baixo dos últimos 15 anos. Em termos meteorológicos, a única situação que está a causar
preocupações é o tempo seco na Argentina, que poderá comprometer a colheita do próximo ano. Em
suma, apesar de as perspectivas de produção global apontarem para um aumento da mesma, as
projecções de um consumo ainda mais robusto aliadas a alguns receios climáticos deverão manter a
tendência altista deste cereal.

 TRIGO
Os stocks globais de trigo diminuíram significativamente em 2010, muito devido a condições
meteorológicas adversas em várias regiões de produção, nomeadamente Canadá, Europa, Austrália e
Rússia. A enorme quantidade de trigo acumulada durante as duas últimas épocas foi, em certa medida
perdida, aumentando o risco de futuros aumentos de preços. Em particular, o trigo com elevado teor
de proteína enfrenta alguma escassez de fornecimento, dado que Alemanha, Canadá e Austrália
sofreram condições de tempo adversas durante a colheita.
Regiões do Médio Oriente e Norte de África permanecem
demasiado secas, situação que pode levar ao aumento de
importações se as condições piorarem. Existe ainda a risco de a
Rússia não levantar a proibição de exportar trigo em 2011.

Relativamente à China, o país tem vindo a importar cada vez


mais trigo, e se esta tendência persistir pode conduzir a uma
diminuição mais acentuada de stocks globais. Todos estes
factores sugerem que os preços do trigo, principalmente de
elevada qualidade, devem permanecer firmes, mantendo prémio
de risco durante o primeiro semestre do ano, ou pelo menos, até
que se consiga ter uma ideia melhor da colheita de inverno do hemisfério norte. Entretanto, o elevado
preço pode resultar numa maior contenção no consumo, ao mesmo tempo que a área plantada deverá
aumentar em 2011. Se as condições de tempo durante a época de produção de 2011 forem
satisfatórias, isto pode significar num forte aumento do lado da oferta que poderá estabilizar os stocks
globais de trigo na época de 2011/2012, e, consequentemente os preços no segundo semestre.

 AÇÚCAR
Num ano em que a Índia e o Brasil conseguiram excelentes produções de açúcar, seria de esperar que
os preços deste produto caíssem para valores mais normais num ano de excedente de produção. O
facto é que ainda há dúvidas se a campanha actual será de excedente ou se resultará no terceiro défice
anual consecutivo, pelo que o interesse investidor em matérias-primas agrícolas levou a que o ano
fechasse com o açúcar em NY muito perto dos 34 cents/lb, o que constitui um novo máximo de 30
anos.

24
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

As recentes notícias de inundações e deslizamentos de terra na Austrália, o terceiro exportador


mundial de açúcar, deram novo alento aos compradores, levando alguns analistas a projectar preços
em alta para o início de 2011. A atenuar esta situação, o governo indiano autorizou finalmente a
exportação de algum do excesso de açúcar produzido no país.

O ano de 2011 irá assim começar com preços em máximos e com o


mercado receoso do défice de açúcar. O Brasil vai a caminho de
mais uma grande produção, mas neste país o problema principal não
é a quantidade para exportação, mas sim a capacidade logística para
o fazer sem grandes demoras. Os preços não têm assim condições
para baixar dos 25 cents/lb no próximo trimestre, sendo que daí para
a frente haverá dois factores decisivos que determinarão a
manutenção perto dos actuais valores, ou o recuo para baixo dos 20
cents/lb. Um prende-se com a oferta, ou seja as perspectivas nos
principais produtores mundiais como o Brasil, Índia, Austrália e Tailândia. O outro tem a ver com a
procura, pois muitas das actuais projecções de défice de produção, têm como base um crescimento
do consumo de açúcar em 2011.

Pensamos que com os actuais preços, haverá uma contenção na procura deste produto, pois em
muitas regiões do globo a situação económica não está brilhante. Acreditamos assim num mercado
bem mais equilibrado que o projectado pela maioria dos analistas, pelo que a partir do segundo
trimestre vemos espaço para que os preços retornem a um intervalo entre os 15-20 cents/lb. (IMF)

25 25
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Análise Técnica
CENÁRIO TÉCNICO CAMBIAL – JANEIRO DE 2011

 EURO/DÓLAR (EUR/USD)
A recente quebra da linha de tendência ascendente é
negativa para o cenário de longo prazo do euro,
contudo continuamos a considerar uma nova visita a
valores acima dos 1.4000 dólares como possível,
enquanto o euro permanecer acima dos 1.2850
dólares. Caso este suporte seja quebrado, o cenário
negativo de longo prazo volta a ser activado, podendo
recuar abaixo dos mínimos dos 1.1800 registados em
2010. Contudo, este não é o cenário técnico que achamos mais provável para a primeira metade de
2011. A quebra dos 1.35 dólares representaria o “sinal” necessário para um movimento de alta.

 DÓLAR/IENE (USD/JPY)
Pouco se alterou no cenário de médio/longo prazo do
Usd/Jpy, com novos mínimos de décadas a serem
registados no último trimestre de 2010. Continuamos
negativos para o Usd/Jpy e esperamos que os 80 ienes
por dólar venham a ceder, seguindo-se uma visita ao
suporte psicológico de longo prazo dos 75 ienes por
dólar. Apenas a quebra em alta dos 88/90 ienes
neutraliza o cenário negativo para o médio prazo.

 EURO/IENE (EUR/JPY)
O Eur/JPy mantém um cenário negativo de médio
prazo. A barreira dos 115 ienes mostra-se agora como
crucial para a inversão desta tendência. Até que tal
suceda, o sentido descendente continua a ser o mais
provável com os 100 ienes por euro a representar o
suporte e objectivo principal para a actual tendência de
queda. Como suporte intermédio podemos apontar os
105 e 107 ienes, contudo estes representam apenas
suportes de curto prazo.

26
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

 EURO/LIBRA (EUR/GBP)
O padrão técnico de triângulo assimétrico de longo
prazo continua a balizar os movimentos do Eur-Gbp,
com o último teste ao limite superior deste padrão a
ser prontamente rejeitado. Este é um movimento
considerável para o Euro/Libra, pelo que esperamos
alguma consolidação entre as 0.84 e 0.85 libras para o
curto prazo. Contudo, do ponto de vista de
médio/longo prazo o cenário é ainda neutral, sendo
necessária a quebra dos 0.90 em alta ou dos 0.82 em baixa para que este cenário se altere.

 EURO/REAL (EUR/BRL)
O Eur/Brl mantém a tendência de queda dos últimos
15 meses, aproximando-se lenta, mas ordeiramente,
do suporte de muito longo prazo na casa dos 2.00
reais por euro. Apesar de suportes relevantes na casa
dos 2.18 reais e resistência nos 2.40 reais por euro,
consideramos que o actual padrão técnico do gráfico
dificilmente irá mostrar uma rápida inversão de
tendência. Desta forma, o nosso objectivo encontra-se
nos 2.00 reais para o médio/longo prazo.

 DÓLAR/KWANZA (USD/AOA)
Após o teste a novos máximos de 10 anos nos 95
kwanzas, o câmbio recuou marginalmente, mas
transacciona ainda acima dos máximos de 2005 nos 90
kwanzas, nível que representa agora suporte principal
suporte de médio prazo. O cenário técnico de longo
prazo permanece desta forma inalterado, com a
barreira psicológica dos 100 kwanzas por euro a
representarem ainda o nosso objectivo.

27 27
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

 EURO/RAND – ÁFRICA DO SUL (EUR/ZAR)


A zona de suporte dos 9.27 rands cedeu no final do
terceiro trimestre de 2010, com o Eur/Zar a estabelecer
mínimos de 5 anos abaixo dos 9.00. Os 9.00 rands
eram o único nível de suporte psicológico possíveis de
identificar recorrendo ao gráfico semanal, pelo que de
momento se torna difícil traçar objectivos técnicos em
baixa, bem como pontos de suporte. Do ponto de vista
de tendência, nada se alterou no Eur/Zar, continuando
a prevalecer o actual cenário negativo.

 EURO/FRANCO SUÍÇO – (EUR/CHF)


A tendência descendente no Eur/Chf ganha ainda mais
“momentum” com a renovação de mínimos históricos
na zona dos 1.24 francos suíços por euro. De
momento nada aponta para a inversão desta tendência,
sendo provável a contínua renovação de mínimos
históricos até junto da paridade, mesmo que todos os
indicadores técnicos mostram um extremos estado de
“oversold”. Resistência nos 1.30, seguidos dos 1.35 e
1.44 francos suíços.

 EURO/COROA NORUEGUESA – (EUR/NOK)


O Eur/Nok testa de novo o importante suporte dos
7.80, podendo estabelecer um padrão de duplo fundo
de longo prazo. Este padrão necessita de uma
recuperação de preços acima dos 8.00, algo que caso
venha a acontecer projecta como objectivos os 9.00.
Contudo enquanto abaixo dos 8.00 o cenário do
Eur/Nok é ainda negativo, com os 7.60 a
representarem para já o objectivo técnico de
médio/curto prazo.

28
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

 EURO/COROA SUECA – (EUR/SEK)


A linha de tendência ascendente de longo prazo no
Eur/Sek não foi suporte suficiente para travar a
tendência de queda do euro – tendência “exemplar”
como se pode verificar pela linha de tendência
descendente que toca todos os máximos desde 2009.

A quebra dos 9.50 acabou por acelerar ainda mais o


movimento de queda, com o Eur/Sek a transaccionar
em valores pouco acima dos 9.00. Continuamos
negativos no Eur/Sek, com objectivos na casa dos 8.80 para a primeira metade de 2011. Apenas a
recuperação acima dos 9.50 poderá neutralizar o sentimento negativo, contudo tal não colocará o
Eur/Sek num cenário positivo.

 EURO/ZLOTY – (EUR/PLN)
O Eur/Pln ignorou a quebra em alta da linha de
tendência descendente em 2010, tendo desde então
entrado num movimento de consolidação lateral com
os 4.00 zlotys como ponto de equilíbrio. Este facto
coloca o Eur/Pln num cenário técnico neutral, sendo
necessária a quebra em alta dos 4.22 ou a quebra em
baixa dos 3.80 zlotys para que este cenário se altere.
Em alta a quebra dos 4.22 zlotys inicia uma tendência
de alta com objectivos nos 4.60 zlotys. No sentido descendente, e embora seja um cenário menos
provável, a quebra dos 3.80 zlotyz abre espaço a uma queda acentuada até aos 3.20 Zlotys.

 EURO/DÓLAR CANADIANO – (EUR/CAD)


Como esperávamos, o importante suporte dos 1.26
dólares canadianos resultou num movimento
correctivo significativo durante a segunda metade de
2010. Contudo, o facto dos 1.40 dólares canadianos
terem sido rejeitados demonstra que a tendência de
alta do dólar canadiano ainda controla o cenário
técnico de médio prazo, sendo desta forma provável
uma nova visita ao suporte dos 1.2600 dólares. Caso
este nível seja quebrado, o Eur/Cad entra num cenário técnico muito precário. O cenário negativo no
Eur/Cad apenas perde probabilidades com a recuperação de preços acima dos 1.45.

29 29
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

 CRUDE OIL ($)


O crude renovou máximos do ano acima dos 90$,
contudo mostra uma tendência de alta com níveis de
“momentum” reduzidos, o que poderá significar uma
progressão lenta do movimento de alta.

Acima dos actuais nívei, apenas os 100$, zona de


resistência psicológica, podem travar o crude.
Esperamos que este valor represente o nível técnico
mais relevante para o crude ao longo da primeira
metade de 2011.

 OURO ($) – GRÁFICO MENSAL


Nada de novo no ouro do ponto de vista técnico, com
o metal precioso a renovar máximos históricos, já
acima dos 1430$. No gráfico mensal, que nos permite
analisar o movimento num prazo mais largo, verifica-
se que a tendência de alta é muito consistente,
seguindo os preços dentro de um canal ascendente
desde o último trimestre de 2008. Enquanto as
cotações se mantiverem dentro desta figura, nada
muda em termos técnicos, mesmo que se considere que a evolução dos preços está a acontecer a um
ritmo demasiadamente rápido e por isso insustentável no longo prazo.

 PSI 20
O Psi-20 é de momento um dos índices europeus com
o gráfico menos positivo. A zona dos 8000 pontos tem
vindo a travar todas as tentativas de retoma da
tendência de alta, sendo mesmo provável que seja
necessário ao Psi-20 o teste do suporte dos 7000
pontos antes que se possa retomar a tendência de alta.

Tendo em conta a fraqueza relativa do Psi-20,


consideramos que 2011 poderá mostrar-se muito
neutral do ponto de vista técnico, com os preços a transaccionar essencialmente na “horizontal”.

30
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

 DAX 30
O índice alemão acelerou ainda mais a tendência de
alta de 2009, transaccionando já acima dos 7000
pontos. Tendo em conta as figuras técnicas efectuadas
ao longo do movimento de alta, consideramos haver
ainda espaço para mais movimentos de alta no DAX,
sendo provável a renovação de máximos - acima dos
7225 pontos – os níveis máximos de 2008. Apenas a
quebra dos 6000 pontos poderá invalidar a actual
tendência de alta, contudo este é um cenário que não consideramos para já provável.

 DOW JONES
Tendência de alta perfeita do ponto de vista técnico
no índice norte-americano Dow Jones, com a zona
dos 10 mil pontos a estabelecer-se como um suporte
muito forte.

De momento apenas a zona dos 11 850 pontos pode


vir a gerar alguma resistência ao Dow Jones, valore
que remontam a 2008. Caso este valor seja quebrado,
não nos parece provável que os 12 mil pontos
venham a gerar resistência significativa, sendo provável a expansão em alta do índice para novos
máximos recorde. Apenas a quebra dos 10 mil pontos invalida a tendência de alta do Dow Jones.

 FARINHA DE SOJA
A farinha de soja continua a transaccionar de forma
lateral num ponto de vista de longo prazo, com a zona
dos 320$ a representarem um ponto de equilíbrio.
Enquanto entre os 360$ e os 250$, mantemos um
cenário neutral de longo prazo para a farinha de soja.
Numa visão de mais curto prazo, esperamos um teste à
linha de tendência descendente, que se encontra de
momento nos 365$.

31 31
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

 ÓLEO DE SOJA
O óleo de soja quebrou em alta o canal ascendente
que vinha a balizar os preços há mais de um ano e
meio, tendo acelerado rapidamente para valores acima
dos 55 cent/lb. Não conseguimos, de momento,
estabelecer pontos de resistência abaixo dos máximos
de 2008, pelo que colocamos o óleo de soja num
cenário muito positivo para o médio prazo. Os
suportes encontram-se na zona psicológica dos 50
cents/lb e apenas a quebra dos 45 cent/lb invalida o actual cenário positivo.

 TRIGO
O trigo quebrou o padrão de triângulo assimétrico a
meio de 2010, tendo imediatamente acelerado em alta
para a barreira de longo prazo dos $7.40. Neste nível,
o trigo consolidou duranta alguns meses, formando um
padrão de “bull flag” que motra um cenário positivo
para o médio prazo.

Desta forma o cenário técnico do trigo é positivo,


projectando como objectivos para 2011 na zona dos
$9.62. Apenas a quebra dos $6.00 invalida este cenário positivo.

 MILHO
De forma similar ao trigo, o milho quebrou também o
seu padrão de triângulo, tendo acelerado de forma
ainda mais impulsiva para a zona dos $6.15 dólares. Ao
contrario do trigo, a próxima barreira do milho para o
médio prazo encontra-se acima dos $7, valores que
representam os máximos de várias décadas.

Mantemos desta forma um cenário positivo para esta


commodity, com objectivos em novos máximos para
2011.

32
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Quadro Variações
Índices
Variação % 52 Semanas
31-Dez-10
1 Mês 6 Meses 12 Meses Minimo Máximo
PSI 20 7588.3 -1.90 1.96 -11.79 6624.3 8839.8
XETRA DAX 6914.2 -0.58 14.56 14.32 5434.3 7078.0
IBEX 35 9859.1 -0.31 -2.20 -18.82 8669.8 12222.5
CAC 40 3804.8 1.48 7.53 -5.21 3331.3 4065.7
ATHENS GENERAL 1413.9 -5.29 -7.29 -35.43 1403.9 2327.6
DOW JONES 11577.5 1.90 14.19 9.39 9686.5 11585.4
S&P 500 1257.6 2.82 17.51 11.00 1022.6 1259.8
BOVESPA INDEX 69304.8 -0.36 9.18 -1.06 58192.1 72995.7
NIKKEI 10228.9 0.61 7.27 -4.00 8824.1 11339.3
ASX 200 4745.2 1.21 8.91 -2.69 4222.1 5001.9
SHANGHAI SE COMPOSITE 2808.1 -1.72 16.27 -13.43 2363.9 3282.2

Mercado Cambial*
Variação % 52 Semanas
31-Dez-10
1 Mês 6 Meses 12 Meses Minimo Máximo
EUR/USD 1.3362 0.62 5.55 -7.14 1.1942 1.4563
EUR/CHF 1.2504 -4.43 -6.13 -15.93 1.2483 1.4873
EUR/JPY 108.65 -1.28 -2.55 -18.69 106.19 134.23
EUR/GBP 0.8608 1.60 3.01 -3.44 0.8104 0.9114
EUR/SEK 8.9655 -1.60 -6.09 -12.04 8.9630 10.2723
EUR/NOK 7.8000 -2.24 -3.30 -5.21 7.7220 8.2505
EUR/CAD 1.3322 -0.33 0.82 -10.91 1.2486 1.5065
EUR/BRL 2.2177 -1.02 -0.54 -11.00 2.1749 2.6120
EUR/AUD 1.3136 -2.36 -9.23 -17.31 1.2975 1.5885
EUR/CNY 8.8220 -0.08 2.84 -10.20 8.1558 9.9419
EUR/PLN 3.9750 -1.09 -2.55 -3.12 3.8349 4.1950
USD/CNY 6.6227 -0.43 -2.27 -3.01 6.6227 6.8284
* Fixing do BCE

Commodities
Variação % 52 Semanas
31-Dez-10
1 Mês 6 Meses 12 Meses Minimo Máximo
Petróleo 91.38 2.24 21.13 12.11 68.01 91.51
Gás natural 4.41 -1.85 0.14 -25.14 3.29 6.01
Algodão 144.81 2.04 76.92 90.54 66.62 159.12
Soja 1393.75 8.17 37.65 32.80 908.00 1393.75
Óleo de Soja 57.74 8.68 56.65 41.17 35.84 57.74
Milho 629.00 13.59 66.62 50.30 325.00 629.00
Trigo 794.25 5.62 48.74 42.40 428.00 799.25
Açúcar 32.12 10.72 87.95 16.29 13.67 34.39
Cobre 9600.00 9.47 45.12 28.00 6101.00 9600.00
Alumínio 2470.00 7.16 24.18 8.95 1867.50 2472.00
Zinco 2454.00 10.59 32.29 -4.66 1628.00 2718.00
Níquel 24750.00 4.87 27.58 30.30 17050.00 27290.00
Aço 39.37 -7.95 29.08 61.15 23.37 43.62

Taxas de Juro - Euro


Variação (Pontos percentuais) 52 Semanas
31-Dez-10
1 Mês 6 Meses 12 Meses Minimo Máximo
Euribor 3 meses 1.006 -0.022 0.196 0.306 0.634 1.050
Euribor 6 meses 1.227 -0.029 0.157 0.231 0.944 1.276
Euribor 1 ano 1.507 -0.017 0.167 0.256 1.211 1.546

Taxas de Juro - Dólar


Variação (Pontos percentuais) 52 Semanas
31-Dez-10
1 Mês 6 Meses 12 Meses Minimo Máximo
Libor 3 meses 0.303 -0.001 -0.225 0.048 0.249 0.539
Libor 6 meses 0.456 -0.004 -0.281 0.022 0.383 0.761
Libor 1 ano 0.781 -0.002 -0.373 -0.213 0.755 1.224

33 33
Análise Trimestral p IMF p Janeiro de 2011

Mercados IMF e Contactos

Equipa IMF MERCADOS IMF


Carlos Balula Cambial
Filipe Garcia Spot, Forward, Opções, Swaps
Gil Araújo Apoio à Auditoria
Hugo Lima Valorimetria de Derivados e Testes de Eficácia
Ricardo Marques
Taxas de Juro e Monetário
Sónia Mota
FRA, IRS, Cap, Floor, Papel Comercial
Sónia Rodrigues
Metais
Cobre, Alumínio, Níquel, Zinco, Aço, Estanho,
Contactos Chumbo

Tlf. Porto: +351 226 095 888 Agrícolas


Algodão, Soja, Óleos Vegetais, Trigo forrageiro
Fax Porto: + 351 226 095 933
e panificável, Milho, Açúcar, Cevada, Corn
Tlf. Lisboa: + 351 213 241 204 Glúten, Farinha de colza, Palmiste, Polpa de
Citrinos, Farinha de Girassol, Farinha de peixe,
Fax Lisboa: + 351 213 558 076 Cacau

Energia
Petróleo, Gás Natural, LPG, Nafta, Álcool,
imfporto@imf.pt Gasolina, Gasóleos, CO2
imflisboa@imf.pt
Químicos
Plásticos (LLDPE e PP), Pasta de Papel (Kraft e
Twitter: www.twitter.com/imfsa NBSK)
Facebook: www.facebook.com/imfmercados
Economia
MSN: imfporto@imf.pt
Estudos Macroeconómicos
Apoio em mercados financeiros de países
emergentes: Brasil e América Latina, Europa de
Leste (Polónia, Hungria, Roménia), África
(Angola, Gana, Moçambique)
www.imf.pt
m.imf.pt

34

Você também pode gostar