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Segundo Chemin, Cuppari e Dan (2009), em termos O potássio da dieta é inversamente relacionado com a
práticos, deve-se considerar 2g de sal próprios do pressão sangüínea, isto é, ingestões aumentadas de
alimentoss (aproximadamente 26 a 30mEq, deve ser potássio estão relacionadas com pressões sangüíneas
proveniente de sódio intrínseco). menores.
Porém, as recomendações da Krause de 2010 diferem das Segundo a Krause, os efeitos da ingestão de potássio
anteriores: sobre a pressão englobam:
Para prevenir isto, recomenda-se que a ingestão de Peptídeos derivados das proteínas do leite, principalmente
álcool deve ser: dos produtos a base de leite fermentado, funcionam como
- inferior a duas doses por dia para homens e enzimas conversoras de angiotensina, diminuindo a PA. (A
- 01 dose ao dia para mulheres ou pessoas com menor Krause 2010 fala isso, porém este maceanismo
peso. aumentaria a PA).
30ml/g de etanol = 02 doses de bebidas, que equivale a: Recomenda-se para prevenção e tratamento da HAS,
aumento da ingestão de potássio, cálcio e magnésio,
Cuppari (2005), Chemin, Dan (2009) juntamente com o controle rígido da pressão.
- 60ml de bebidas destiladas,
- 720ml de cerveja Uma ingestão de cálcio entre 1000 e 2000 mg/dia é
- 240 ml de vinho recomendada. (Krause 2010)
Magnésio
Lipídios
DIETA DASH
A dieta DASH (Abordagens Dietéticas para Diminuir a
Hipertensão) diminui de maneira eficaz a pressão
A adoção da Dieta DASH pode reduzir a PAS em 6 a 11
sangüínea.
mmHg e a PAD em 3 a 6 mmHg. (Krause, 2010). Pode-se
Ela é usada tanto para prevenção quanto para controle da ter redução em até 8 a 14mmHg (Cuppari 2014).
HAS.
A dieta DASH não é recomendada para portadores de IRC
terminal. (Krause, 2010)
O plano alimentar DASH equilibra macro e micronutrientes
de uma maneira considerada ideal para redução
Resumo das Recomendações para Modificação do estivo
expressiva dos níveis de pressão arterial.
de vida para prevenção e controle da HAS segundo VI
Joint National Commitee on Prevention, Detection,
A dieta DASH consiste em: (Krause)
- ingestão de duas vezes o número médio de porções Evaluation and Treatment of High Blood Pressure (Krause)
diárias de frutas, vegetais e produtos lácteos com baixo
teor de gordura;
- 1/3 da ingestão usual de carne bovina, de porco e
presunto;
- metade do uso típico de gordura e;
- ¼ do número de lanches e doces.
No entanto, o sódio exerce papel muito importante na Devem-se observar as medicações em uso pelo paciente,
redução da pressão e benefícios ainda maiores são pois várias medicações ou aumentam a pressão
alcançados quando se associa o plano alimentar DASH a sangüínea ou interferem com a eficácia das drogas anti-
uma restrição de sódio (2400mg). (Chemin e Dan, 2009) hipertensivas. Estas incluem, anticoncepcionais orais,
esteróides, drogas anti-inflamatórias não-esteróides
(AINES), descongestionantes nasais, supressores de
apetite, antidepressivos tricíclicos ciclosporina e inibidores
de monoaminoxidase.
Tratamento Médico - Diuréticos: promovem depleção de volume e perda de
sódio.
A meta do tratamento é diminuir a morbimortalidade. - Diuréticos tiazídicos: Depletam potássio - risco para
hipopotassemia.
A avaliação dos pacientes com HAS tem 03 objetivos: - Diuréticos poupadores de potássio: Espironolactona ou
(Krause, Dan, Chemin) triamtereno.
1. Identificar as causas conhecidas de HAS; Segundo a Krause (2010), dependendo do grupo de risco,
2. Avaliar a presença ou ausência de lesão em órgãos-alvo 6 a 12 meses de modificações no estilo de vida podem ser
e doença cardiovascular e tentadas antes da terapia com drogas ser iniciada. Mesmo
3. Identificar outros fatores de risco cardiovascular que que as modificações do estilo de vida não sejam capazes
possam definir o prognóstico e orientar o tratamento. de corrigir completamente a pressão sangüínea, elas
ajudarão a aumentar a eficácia dos agentes
O tratamento da HAS engloba dois tipos de abordagens: farmacológicos e melhorar outros fatores de risco de
(Dan) doença cardiovascular.
- o farmacológico (à base de drogas anti-hipertensivas, A perda de peso e a mudança de hábitos alimentares são
como -bloqueadores, inibidores da ECA, diuréticos e condições fundamentais no tratamento da HAS.
outros) e;
- o não farmacológico, com base em mudanças no estilo O tratamento farmacológico é iniciado se a pressão
de vida, em que a dieta desempenha papel fundamental. permanecer elevada após 06 a 12 meses de alterações no
estilo de vida. A maioria dos pacientes com HAS mais
O tratamento padrão para a HAS inclui diuréticos e beta – grave requerem o tratamento com drogas, contudo, as
bloqueadores, embora outros fármacos sejam igualmente modificações do estilo de vida ainda são parte do
eficazes. (Krause, 2010) tratamento, mesmo quando as drogas são usadas.
ABORDAGENS COMPLEMENTARES – KRAUSE (2013)
TERAPIA NUTRICIONAL NA HIPERTENSÃO até o momento, variantes genéticas que, possam ser
ARTERIAL - VI DIRETRIZES BRASILEIRAS DE utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver
HIPERTENSÃO HAS.
Cirurgia bariátrica para hipertensos com obesidade grave ou Alguns trabalhos demonstraram que o peso do indivíduo ao
moderada (com distúrbios metabólicos associados): grau de nascer tem relação inversa com a sensibilidade ao sal e está
recomendação I e nível de evidência A. diretamente relacionado com o ritmo de filtração glomerular
e HAS na idade adulta. Uma dieta contendo cerca de 1 g de
2 - Estilo alimentar (dietas DASH, mediterrânea, vegetariana sódio promoveu rápida e importante redução de PA em
e outras) hipertensos resistentes. Apesar das diferenças individuais de
sensibilidade, mesmo modestas reduções na quantidade de
O padrão dietético DASH (Dietary Approaches to Stop sal são, em geral, eficientes em reduzir a PA. Tais
Hypertension), rico em frutas, hortaliças, fibras, minerais e evidências reforçam a necessidade de orientação a
laticínios com baixos teores de gordura, tem importante hipertensos e “limítrofes” quanto aos benefícios da redução
impacto na redução da PA. Um alto grau de adesão a esse de sódio na dieta. A necessidade nutricional de sódio para
tipo de dieta reduziu em 14% o desenvolvimento de os seres humanos é de 500 mg (cerca de 1,2 g de sal),
hipertensão. Os benefícios sobre a PA têm sido associados tendo sido definido recentemente, pela Organização
ao alto consumo de potássio, magnésio e cálcio nesse Mundial de Saúde, em 5 g de cloreto de sódio ou sal de
padrão nutricional. A dieta DASH potencializa ainda o efeito cozinha (que corresponde a 2 g de sódio) a quantidade
de orientações nutricionais para emagrecimento, reduzindo considerada máxima saudável para ingestão alimentar
também biomarcadores de risco cardiovascular. O quadro 1 diária. O consumo médio do brasileiro corresponde ao dobro
demonstra como adotar uma dieta ao estilo DASH. do recomendado.
Dieta DASH - grau de recomendação I e nível de evidência Dieta hipossódica - grau de recomendação IIb e nível de
A. evidência B.
24) Os dois mecanismos que explicam o efeito hipotensor 29) Therezinha, 66 anos, foi encaminhada ao ambulatório
do consumo elevado de potássio dietético são: (UFRJ- de nutrição com diagnóstico de diabetes tipo 2 e
2009) hipertensão arterial, com pressão arterial de 150x80
(A) aumento na liberação de renina e efeito natriurético; mmHg. Na anamnese alimentar foi identificado o uso de
(B) diminuição na liberação de óxido nítrico e redução da edulcorante (frutose), alimento dietético (chocolate), frutas
síntese oleoginosas (abacate) e vinho tinto. (Residência
de tromboxano; HUPE/2001)
(C) inibição da liberação de renina e vasodilatação direta;
(D) produção reduzida de calidina e aumento da síntese de Exames bioquímicos:
tromboxano; Glicose: 146 mg/dl
(E) redução da vasodilatação endotélio dependente e Hemoglobina glicosilada: 9%
efeito Colesterol total: 190 mg/dl
natriurético. LDL: 115mg/dl
HDL: 35 mg/dl
25) O consumo recomendado de sal de cozinha (NaCl) e Triglicerídeos: 255 mg/dl
sódio (Na) para prevenção e tratamento da hipertensão
arterial sistêmica é, respectivamente: (UFRJ-2009) Avaliação antropométrica:
(A) 8 e 3,2 g/dia; Peso atual: 69kg
(B) 10 e 6 g/dia; Estaura: 1,50 m
(C) 4 e 1,6 g/dia;
(D) 2 e 0,8 g/dia; Objetivando a redução dos níveis de pressão arterial de
(E) 6 e 2,4 g/dia. Therezinha, você, nutricionista deste ambulatório,
prescreveu, além de dieta hipossódica, adição de:
26) No processo de prevenção da hipertensão arterial, (A) aveia
algumas modificações de hábitos alimentares e estilo de (B) linhaça
vida são recomendados. Assinale a opção que apresenta (C) fitosteróis
uma dessas modificações: (Marinha – 2009) (D) probióticos
(A) Aumentar a atividade física anaeróbica de modo a
promover o aumento de massa muscular 30) A adoção de estilo de vida saudável é o principal fator
(B) Restringir o consumo de cloreto de sódio a 10g ao dia na prevenção da hipertensão arterial. Assinale a opção em
(C) Restringir o consumo de etanol a 100ml ao dia, dando que todos são fatores de prevenção. (Residência
preferência ao vinho tinto UFF/2011)
(D) Aumentar a oferta de magnésio, potássio e cálcio (A) Restrição de sódio, história clínica e reduzido consumo
(E) Promover o ajuste do peso corporal , mantendo o de álcool.
índice de massa corpórea (IMC) entre 25 e 29,9 kg/m² (B) Atividade física e maior consumo de potássio, cálcio e
magnésio.
27) Sobre a prevenção primária da hipertensão, é (C) Peso adequado, atividade física e hereditariedade.
CORRETO afirmar que: (INCP, 2010) (D) Restrição de sódio, comorbidade e maior consumo de
1 – A abordagem dietética na prevenção primária do fibras.
controle da hipertensão apresenta eficácia comprovada na
obesidade mórbida e no consumo de álcool. 31) A hipertensão arterial é uma doença crônica de
2 – A prevenção primária da hipertensão pode melhorar a etiologia múltipla e fisiopatogenia multifatorial, que causa
qualidade de vida e os custo associados com o tratamento lesão em órgãos alvos, coração, cérebro, vasos e rins.
médico de hipertensão e suas complicações Assinale a opção em que TODAS são medidas dietéticas
3 – É comprovado que a abordagem dietética na para controle da hipertensão e dos fatores de risco
prevenção primária da hipertensão pode reduzir em média cardiovascular: (Residência INCA/2011)
8kg de peso corporal ou 20% do peso corporal. (A) Redução do consumo de sódio, líquidos e maior
ingestão de alimentos fontes de tiamina.
(A) Somente as afirmativas 1 e 2 estão corretas (B) Maior ingestão de alimentos fontes de potássio e cálcio
(B) Somente as afirmativa 1 e 3 estão corretas e redução do peso corpóreo.
(C) Somente a afirmativa 2 está correta (C) Dietas ricas em fibras, redução do consumo de etanol
(D) Todas as afirmativas estão corretas e maior consumo de vitaminas antioxidantes.
(D) Restrição de alimentos com fontes elevadas de sódio,
28) De acordo com a dieta DASH (Dietary Approaches to maior consumo de ácido graxo ômega 3,
Stop Hypertension) usada tanto para prevenção, quanto no ácido graxo poli-insaturado e fibras.
controle da hipertensão, não se recomenda: (PM Itaocara,
2010):
(A) suplementação de cálcio e potássio Gabarito:
(B) o consumo de maior quantidade de frutas e hortaliças,
cerca de 8 a 10 porções por dia. 1B 2-C 3-A 4-C 5-B 6-B 7-D 8A 9-C
(C) o aumento do consumo de leguminosas, nozes e 10C 11C 12C 13E 14B 15D 16C 17A 18B
sementes para 4 a 5 porções ao dia
(D) suplementação de magnésio e óleo de peixe 19A 20B 21D 22D 23A 24C 25E 26D 27C
28C 29B 30B 31B
TERAPIA NUTRICIONAL NA DOENÇA Prof. José Aroldo Filho
goncalvesfilho@nutmed.com.br
CARDIOVASCULAR
Fisiopatologia e etiologia
- obesidade,
A doença arterial coronariana (DAC) resulta do fluxo de - homocisteína e
sangue impedido para a rede de vasos que circundam o - dietas ricas em gorduras e colesterol.
coração e servem o miocárdio. Sua principal causa é a
aterosclerose que envolve alterações na composição e O depósito de lipídios e outros materiais (produtos de
estrutura da íntima da parede das artérias que produzem eliminação celular, cálcio, fibrina) na camada íntima é
fluxo sangüíneo prejudicado ou inadequado. (Fig. 1) chamado de placa ou ateroma.
O colesterol total (CT) tem uma relação positiva direta com Os lipídios absorvidos são transportados pelos
DAC. Ele constitui o colesterol contido em todas as quilomícrons, (que possuem apo B-48 como sua principal
lipoproteínas: lipoproteína) através do sistema linfático para a corrente
- 60 a 70% encontra-se na LDL sangüínea. Na circulação, interagem com a lipoproteína
- 20 a 30% na HDL e HDL e recebem coletsterol, apo CII, apo CIII e apo E. Ao
- 10 a 15% na VLDL adquirir apo CII, sofrem a ação da lípase lipoprotéica (LPL)
que está presente no endotélio capilar da maioria dos
IMPORTANTE o CT já foi recomendado como medida tecidos, que hidrolisa os TG que são enviados como
para triagem de risco, mas hoje, recomenda-se um perfil ácidos graxos para os tecidos extra-hepáticos para
completo de lipoproteínas. Apesar disso, uma redução de utilização.
10% no colesterol total pode levar ao decréscimo de cerca
de 30% na incidência de DAC. (Krause, 2010). Os quilomícrons remanescentes são, então, captados no
fígado (a apo E que fará a interação dos quilomícrons com
Os níveis de CT são afetados pela idade, dieta de alto teor os hepatócitos, promovendo seu reconhecimento para
de gordura, gordura saturada e colesterol, genética, captação hepática, segundo a Krause (2010), a apo E
hormônios sexuais, esteróides exógenos (anabolizantes ou também atua inibindo o apetite)
hormônios sexuais), drogas (-bloqueadores, tiazídicos),
Ingestão de gordura Absorção de colesterol,
fosfolipídios e TG
Transporte endógeno de lipídios (Fig. 03) colesterol e em apo E) e, em seguida, LDL (cerca de 50%),
que farão o transporte de colesterol para os tecidos
A VLDL é sintetizada no fígado para transporte de TG e periféricos. A LDL é rica em apo B-100. Após a sua
colesterol endógenos (60% da partícula de VLDL é TG). A formação, 60% da LDL é capturada pelos receptores de
principal apolipoproteína da VLDL é a apo B100. No LDL no fígado, adrenais e outros tecidos. O restante é
sangue, as VLDL incorpora, também as Apo CI, CII, CIII e catabolizado através de receptores não renais (tanto o n.°
Apo E provenientes das HDL. De modo semelhante aos quanto atividade destes receptores são os maiores
quilomícrions, os TG/fosfolipídios da VLDL sofrem ação da determinantes do nível de colesterol sérico). Um pouco da
LPL que hidrolisa os TG que são enviados como ácidos LDL pode ser oxidada e captada pelas células endoteliais
graxos para utilização em tecidos periféricos. Os VLDL e macrófagos na parede arterial, levando aos primeiros
(ricas em apo C e apo E) remanescentes podem ser estágios da aterosclerose.
captados no fígado ou transformarem-se em IDL (ricas em
1
2
Ação de hidrólise pela LPL
(presente endotélio células Ação da Proteína de transferência do
musculares e adiposas) colesterol esterificado para a VLDL
Avaliação de Lipoproteínas
Segundo Chemin, de acordo com a etiologia as
O perfil de lipoproteínas engloba o colesterol total, LDL, dislipidemias podem ser classificadas em:
HDL e TG após jejum de 8-12 horas. O LDL pode ser
obtido pela fórmula de Friedewald (LDL= CT – HDL – 1. primárias, quando são resultantes de causas genéticas
(TG/5)), que pode ser usada com valores de TG<400 associadas ou não a fatores ambientais e podem ser
mg/dl. classificadas em:
- hipercolesterolemia isolada,
Os valores para avaliação de todas as lipoproteínas, - hipertrigliceridemia isolada,
colesterol total e TG encontram-se na tabela 01. - hiperlipidemia mista (↑TG e CT),
- redução isolada de HDL ou em associação com ↑ LDL
O colesterol total e o LDL aumentam com o e/ou TG.
envelhecimento, em média, entre os 20 e os 65 anos
aumentarão 13% em homens e 21% em mulheres. 2. secundárias, quando são causadas por outras doenças
ou uso de medicamentos.
Deve-se avaliar perfil lipídico de: - causas clínicas incluem: diabetes mellitus, nefropatia
1. portadores de DAC ou de outras manifestações de crônica, hipotireoidismo, obesidade, alcoolismo e lúpus
aterosclerose, independente do sexo e da idade. eritematoso sistêmico.
2. todos os homens e mulheres com 20 anos ou mais. - causas medicamentosas incluem: diuréticos,
Segundo a Krause (2010), este exame deve ser realizado betabloqueadores, anticoncepcionais, corticosteróides,
a cada 5 anos. retinóides, anabolizantes e anti-retrovirais.
- Avaliação, prevenção e manejo dos fatores de risco: são Aumentam LDL Ácido graxo saturado e trans;
incluídos na KRAUSE (2013), os seguintes fatores de risco Colesterol dietético;
principais: HAS; idade (>45 para homens e > 55 para Excesso de peso.
mulheres); DM; TFG<60ml/min; microalbuminúria e história Diminuem LDL Ácido graxo poli-insaturado;
familiar prematura de DCV (homens <55 anos e mulheres Fibra viscosa;
<65 anos). Nos fatores de estilo de vida inclui-se o sono Estanóis;
insuficiente. Perda de peso;
Proteína de soja;
A AHA sugere que a prevenção primária da Doença Proteína de soja contendo isoflavonas
Arterial Coronariana (DAC) deve começar aos 2 anos de (evidência limitada).
idade, sendo a atividade física enfatizada para
manutenção de peso ideal. O rastreio precoce é indicado
em crianças com história familiar de hipercolesterolemia ou Hipertensão (HAS):
DAC.
- É definida como pressão sangüínea média de 140/90
Concentrações Colesterol total (mg/dl) LDL (mg/dl) mmHg ou pelo uso de medicação anti-hipertensiva.
Aceitável <170 <110 - A prevalência de HAS aumenta com a idade e é maior
Limítrofe 170 – 199 110 – 129 em negros do que em brancos.
Alto ≥200 ≥130
- A HAS causa lesão vascular e estresse do miocárdio por adrenérgicos, hipertrigliceridemia e fatores genéticos.
isso contribui para o avanço da doença cardiovascular. Adicionalmente, a Krause (2010) coloca a inflamação.
Além disso, é um fator que compõe a Síndrome
Metabólica. Obesidade:
- Chemin é um dos mais importantes fatores de risco
para as doenças cardiovasculares. Cerca de 25% das - Conforme IMC DAC.
mortes por DAC são explicadas pela HAS. - A obesidade afeta as DAC, provavelmente por estar
relacionada com outros fatores de risco coexistentes como
Hipertrofia ventricular esquerda: intolerância a glicose, HAS, dislipidemia, marcadores
inflamatórios (IL-6, TNF-alfa e proteína C reativa), apnéia
- Há o aumento do ventrículo esquerdo pela HAS e carga do sono, estado pró-trombótico e disfunção endotelial .
de trabalho. Pode ocorrer secundariamente à obesidade. - Quanto menor o peso corpóreo, menores os níveis de
proteína C reativa e de fibrinogênio.
Diabetes Mellitus (DM): - A obesidade abdominal é mais preditiva de DAC e afeta a
tolerância a glicose e os níveis séricos de lipídeos.
- Tanto DM tipo I quanto tipo II aumenta o risco de DAC. - Pequenas perdas de peso podem melhorar o LDL, HDL,
- O fator de risco atribuível ao DM é a presença de outros os TG, a HAS, a tolerância à glicose e os valores de
fatores de risco concomitantes como dislipidemia, HAS e proteína C reativa, mesmo sem atingir-se o peso ideal.
obesidade. - Chemin a obesidade visceral está associada à
- Chemin os diabéticos têm 3 a 5 vezes mais risco de produção de citocinas e mediadores que reduzem a
desenvolver doença cardiovascular do que indivíduos não sensibilidade à insulina, o que gera uma resposta
diabéticos. Cerca de 80% dos diabéticos tem como causa compensatória no pâncreas, havendo hiperinsulinemia.
de morte as doenças cardiovasculares. Essa alteração hormonal favorece o aparecimento de
Entre os efeitos da hiperglicemia persistente, está a hipertensão, dislipidemia caracterizada por aumento de
formação de produtos finais de glicosilação avançada TG, redução de HDL e aparecimento de LDLs pequenas e
(AGE), classe heterogênea de proteínas e lípides densas com maior potencial aterogênico.
glicosilados que se acumulam no tecido vascular, O adipócito também produz o inibidor do ativador do
induzindo proliferação celular e a inflamação e, plasminogênio 1 (PAI-1), importante trombolítico que inibe
consequentemente a progressão acelerada da a agregação plaquetária. O excesso de tecido adiposo
aterosclerose. O grau de glicosilação é determinado pela promove redução da produção de adiponectina que é um
concentração da glicose e pelo tempo de exposição à mediador que melhora a sensibilidade insulínica.
hiperglicemia. Além disso, alterações hemostáticas
contribuem para a hipercoagulabilidade e um estado pró- Fatores psicossociais:
trombótico.
- Personalidade tipo A (urgência de tempo, impaciente e
Inatividade física: compulsivo), estresse, depressão e nível educacional
(inferior a 2° grau), estão associadas ao aumento do risco
- É um fator de risco independente para DAC e da de doença cardiovascular.
magnitude da hipercolesterolemia, HAS e do fumo.
- O risco de sedentários é 02 vezes maior que a de Triglicerídeos (TG):
fisicamente ativos.
- É o fator de risco modificável mais prevalente. - Níveis aumentados é fator de risco para DAC.
- Uma atividade física de intensidade moderada por 30 - As lipoproteínas ricas em TG – remanescentes de
minutos é recomendável (caminhar, subir escadas, quilomícrons, VLDL e IDL- são capazes de ultrapassar a
jardinagem, limpar a casa). (Krause) barreira endotelial e fornecer material lipídico (TG e
- A atividade física diminui o risco de DAC por retardar a colesterol esterificado) para macrófagos e células
aterogênese, aumentar a vascularidade do miocárdio, musculares lisas que se encontram na íntima arterial.
aumentar a fibrinólise e modificar outros fatores de risco - É comum o aumento de TG na Síndrome Metabólica.
como aumentar o HDL, melhorar a tolerância à glicose e - Em função de seus papéis, normalmente TG e HDL estão
sensibilidade da insulina, auxiliar o controle do peso e inversamente relacionados, ou seja, quando os TG o
diminuir a pressão sangüínea. HDL .
- Chemin atividade física também melhora a - TG - dieta (vegetariana, baixo teor de gordura,
hipertrigliceridemia. Para alcançar os benefícios, carboidrato refinado) estrógenos, obesidade, DM não
recomenda-se a execução de 3 a 6 sessões por semana, tratado, nefropatia crônica e hepatopatia.
de exercícios aeróbicos com duração de 40 minutos em - TG – perder peso em pacientes com sobrepeso, dieta
média. com baixo teor de gordura saturada e colesterol, baixa
ingestão de carboidratos refinados, aumentar a atividade
HDL-colesterol: física, cessar o fumo, tratar o DM, se presente e diminuir o
consumo de álcool.
- Fator de risco independente negativo para a incidência de
DAC e mortalidade em homens e mulheres (HDL > Lipoproteína (a):
60mg/dl – protetor e HDL< 40mg/dl – fator de risco).
- O mecanismo anti-aterogêncio é desconhecido, mas - Lipoproteína não envolvida no transporte de lipídeos.
sugere-se que pode alterar positivamente o endotélio, além - Tem semelhança estrutural com o plasminogênio, uma
do seu papel no transporte reverso de colesterol que pró-enzima envolvida na quebra de fibrina, porém não tem
auxilia a prevenir o acúmulo de lípides na parede arterial. sua ação, estimulando assim, a fibrinogênese.
- HDL – estrógeno exógeno, exercício, perda de gordura - Não é recomendada dosagem para triagem de rotina.
corporal em excesso e consumo moderado de álcool. - Os seus níveis diminuem com estrógeno, esteróis e
- HDL – obesidade, fumo, esteróis adrenérgicos e niacina.
relacionados (anabólicos, anticoncepcionais com
predominância de progesterona), bloqueadores - Estresse Oxidativo:
- Quanto maior a oxidação do LDL, maior a aterogênese. - A PCR foi encontrada no ateroma arterial e, portanto, é
- Substâncias que diminuem a oxidação do LDL incluem considerada agora tanto um fator de risco como um
vitamina C, E, beta caroteno, selênio, flavonóides, AGENTE CAUSAL para a aterotrombose.
magnésio e gordura monoinsaturada.
Os níveis para risco são:
Álcool: Baixo (< 1mg/L)
Médio (2-3 mg/L)
- O consumo de 01 dose de álcool ao dia por mulheres ou Alto (>3 mg/L)
02 doses de álcool por dia por homens diminui o rico de
DAC, porém não é recomendado. Homocisteína
O consumo de AGT é bastante variável entre a população. Os AGS e o colesterol dietético têm efeito sinérgico sobre
Nos Estados Unidos é em média de 2,6% do VET. os níveis de colesterol LDL, juntos, eles diminuem a
síntese e atividade dos receptores de LDL, aumentam
VLDL enriquecida com apo E, aumentam todas as O álcool aumenta os TG dependendo da dose e tem um
lipoproteínas e diminuem o tamanho dos quilomícrons efeito maior em pessoas com TG > 150 mg/dl. O álcool
(associadas a DAC). também aumenta o HDL, mas seu uso com este objetivo
não é recomendado.
Fibras
O resveratrol do vinho (componente antifúngico da casca
As fibras solúveis (pectinas, gomas, mucilagens, da uva) aumenta o HDL e inibe a oxidação do LDL, além
polissacarídeos de algas e algumas hemiceluloses) de reduzir o fibrinogênio.
diminuem o colesterol sérico total e o LDL (as fibras
insolúveis não têm esta ação). Café
Segundo Chemin, o farelo de aveia é o alimento mais rico A American Heart Association não recomenda a
em fibras solúveis e com maior capacidade de diminuir o suplementação de carotenóides ou vitamina E para
colesterol sanguíneo, reduzindo a absorção de colesterol e prevenção de DAC.
retardando a digestão das gorduras.
Além disso, alimentos com quantidades concentradas dos
A American Heart Association não recomenda a fitonutrientes catequinas (uvas vermelhas, vinho tinto, chá
suplementação de fibras para prevenção de DAC, ainda verde, chocolate e óleo de oliva) melhoram a reatividade
que muitas pessoas o façam. vascular. (Krause, 2010)
Álcool
Os efeitos são adicionais aos da dieta passo I e parecem consumo mínimo de 2g/dia para redução média de 10 a
ocorrer somente em pessoas com hipercolesterolemia. Há 15% do LDL-colesterol.
uma resposta dose-dependente de ingestão de soja e os
efeitos são independentes de outros fatores de risco. Os fitosteróis são encontrados adicionados a margarina
sendo recomendada a ingestão de 20g/d, para atingir 1,6g
Ingestão de 25g de proteína de soja ao dia com, pelo de fitosterol.
menos, 50mg de isoflavonas intactas diminui o LDL em 4 a
O ATP III inclui os estanóis como parte das
8% em pessoas hipercolesterolêmicas e assim, a
recomendações para diminuição do LDL em adultos. Os
incidência de DAC.
esteróis não afetam os níveis de TG e HDL.
Segundo o Dan (2009), um produto deverá conter 6,25g de
Flavonóides (Cuppari, 2005 e Dan, 2009)
proteína da soja ou mais, pouca quantidade de gordura
total (<3g) e gordura saturada (<1g) e possuir baixo teor de
São oxidantes polifenólicos encontrados nos alimentos,
colesterol (<20mg) para efetivamente melhorar o perfil
principalmente em verduras, frutas, grãos, sementes,
lipídico. (Não mencionam o peso total do produto!!!)
castanhas, condimentos e ervas, e também em bebidas
como vinho tinto, suco de uva e chá verde.
Acredita-se que as isoflavonas possam estar relacionadas
à prevenção da aterosclerose pelas ações que exercem
Os flavonóides mais importantes são quercetina (frutas,
sobre concentração dos lípides plasmáticos, efeitos
grãos, batata, berinjela, feijão marrom e cebola), campferol
antioxidantes, efeitos antiproliferativos e antimigratórios
(rabanete, couve, escarola e nabo), miricetina (vinhos e
sobre as células musculares lisas, efeitos sobre a
suco de uva) e crisina.
formação do trombo e na manutenção da reatividade
vascular normal. (Chemin e Dan, 2009)
Estudos demonstram relação inversa entre o consumo de
alimentos ricos em flavonóides e mortalidade por DAC em
Porém, segundo a Krause (2010), Somente grandes
virtude de sua ação na inibição da oxidação da LDL-
quantidades de ingestão de proteína de soja (pelo menos
colesterol e na redução da agregação plaquetária.
metade da ingestão de proteína diária) podem diminuir o
LDL em pequeno % quando a soja é substituída pela Oleuropeína e hidroxitirosol são poderosos antioxidantes
proteína animal. presentes no azeite de oliva, principalmente no extra
Recomendação: 28 – 57 g de soja/dia. virgem.
Os fitosteróis mais comuns são: sitosterol, campesterol e Dieta hipolipídica: <15% do VET
estigmasterol. Eles reduzem o colesterol LDL por reduzir a > quantidade de fibras
absorção intestinal do colesterol exógeno (dietético) e do Açúcar simples< 10%
colesterol endógeno (produzido pelo fígado e liberado no Restringir bebidas alcoólica
intestino junto com a bile).
Hipercolesterolemia isolada
Para que o colesterol seja absorvido na luz intestinal, ele
precisa se tornar solúvel através da sua interação com a
bile e formação de micelas, caso contrário permanecerá
insolúvel e será eliminado nas fezes.
O ATP III recomenda a dieta AEVT para a prevenção Hoje existem várias drogas para a redução de LDL-c, sendo
primária e secundária da DCV. as estatinas (ou inibidoras da HMG-CoA redutase, enzima-
chave na síntese endógena de colesterol) as de primeira
Para atingir os objetivos acima, esta dieta enfatiza os grãos, escolha.
cereais, leguminosas, vegetais, frutas, carnes magras, aves,
peixes e produtos lácteos sem gordura. Nenhum grupo Têm-se também as resinas seqüestrantes de sais biliares
alimentar deve ser restringido, é uma questão de escolha. (colestiramina) que atuam ligando-se aos ácidos biliares no
intestino, diminuindo sua absorção e forçando, assim, sua
Nesta dieta, o uso de fibras e ésteres de esterol/estanol é maior produção a partir de colesterol hepático, precursor de
encorajado. Atualmente os ésteres de estanol/esterol estão ácidos biliares.
amplamente disponpiveis apenas na margarina. É Os fibratos são drogas que tem maior efeito na redução dos
recomendado também limitar o consumo de sódio a 2400mg TG, pois estimulam a atividade da enzima lípase
ao dia. lipoprotéica, aumentando a retirada de ácidos graxos da
circulação, aumentando a oxidação hepática de sais biliares
Dietas Agressivas (Krause) e reduzindo a exportação hepática de TG em VLDL.
Tabela 7. Classificação para Prevenção e Tratamento das DCV: (Chemin)
Obs.: O Dan (2009) coloca que o nível de LDL-colesterol ideal para indivíduos com aterosclerose acentuada <70mg/dl e o HDL
deve ser (>40mg/dl para homens e > 50mg/dl para mulheres e diabéticos.
Com relação à triagem, o NCEP recomenda: Tab. 9 Níveis séricos de colesterol e LDL em mg/dl em
Triagem de crianças e adolescentes cujos pais e avós, crianças e adolescentes
aos 55 anos ou menos descobriram ter aterosclerose, Categoria Colesterol total Colesterol - LDL
ou sofreram de alguma doença cardiovascular ou foram Aceitável < 170 < 110
submetidos a terapia cardíaca invasiva; Limite 170 a 199 110 a 129
Triagem de colesterol na prole de um pai com um Alto 200 130
colesterol sangüineo de 240mg/dl ou mais.
Em 1991, o Programa de Educação em Colesterol (NCEP) Tab. 10 Níveis séricos de TG e HDL-colesterol em mg/dl em
fez recomendações para o tratamento da crianças e adolescentes
hipercolesterolemia a ser aplicado a adolescentes e crianças Lipídeos Idade Desejável Risco
com mais de 02 anos: séricos
HDL-c Abaixo 10 > 40
Dieta nutricionalnete adequada, variada anos
Ingestão de energia adequada para promover
10-19 anos >30
crescimento
TG Abaixo 10 < 100 > 100
Gordura saturada – menos que 10% VET
anos
Gordura total – máximo 30% VET
10-19 anos < 130 > 130
Colesterol dietético – menos que 300mg/dia
EFEITOS E RECOMENDAÇÕES DO CONSUMO DE possível razão seria o alto consumo de gordura saturada e
COLESTEROL SOBRE MECANISMOS colesterol por certas populações, e o ovo pouco
FISIOPATOLÓGICOS DO PROCESSO acrescentará como risco para doença cardiovascular.
ATEROSCLERÓTICO: BIOMARCADORES E
DESFECHOS CLÍNICOS Há estimativa de que 30% da população respondem
negativamente à ingestão de colesterol. Se um indivíduo
COLESTEROL responsivo ingerir dois ovos por dia, pode exceder as
recomendação do American Heart Association (AHA),
O colesterol alimentar é um composto vital para o ultrapassando o limite superior de consumo em 126mg, que
organismo, essencial na formação das membranas das pode sugerir que ele pode ter um aumento de 0,05-
células, na produção de hormônios sexuais, da vitamina D e 0,07mmol/L no colesterol total plasmático.
de sucos digestivos, além de desempenhar papel importante
nos tecidos nervosos e originar sais biliares. Há populações que podem se beneficiar do decréscimo de
ingestão de colesterol dietético, como aquelas com diabetes,
Estudos epidemiológicos clássicos evidenciam forte que podem possuir anormalidades no mecanismo para o
associação entre alto consumo de colesterol e maior transporte de colesterol.
incidência de aterosclerose, conforme demonstrado em
populações com ingestão muito alta de alimentos ricos em Deve-se ter cuidado na forma de preparo do ovo; quando
colesterol. esse é frito ou mexido, há adição de gorduras, aumentando
as calorias e dependendo do tipo de gordura, elevando o
A resposta da colesterolemia decorrente do consumo de colesterol.
colesterol alimentar é variável em animais e humanos, e as
razões para diferenças interpessoais ainda não estão
totalmente esclarecidas.
A grande quantidade de nutrientes (DHA, proteínas e Entre os vários componentes dietéticos, são os ácidos
vitaminas) pode contribuir para controlar a graxos trans que mais aumentam LDL-c, seguido dos
colesterolemia. Isso pode ser uma das razões das ácidos graxos saturados, que também aumentam HDL-c
diferentes respostas do ovo à colesterolemia. Outra e não alteram a relação CT/HDL, se comparados ao
consumo de carboidratos. O consumo de 1% do VCT de Em metanálise observou-se evidência insuficiente que a
SFA está associado com aumento de 1,3 a 1,7 mg/dL no ingesta de SFA aumenta risco DCV e acidente vascular
LDL-c e 0,4 a 0,5 mg/dL de HDL-c. encefálico (AVE).
DOENÇA CARDIOVASCULAR
ÓLEO DE PALMA
Há evidências fisiopatológicas de um efeito positivo dos Em um desses estudos, Appel e cols. encontraram uma
MUFA sobre diversos mecanismos envolvidos na redução da pressão sistólica de 1,3 mmHg em indivíduos
etiopatogenia do diabetes tipo 2. sem hipertensão, quando comparada a uma dieta rica em
carboidrato, e de 2,9 mmHg entre os hipertensos.
Estudos mecanísticos em humanos demonstram que
intervenções de curto prazo, com substituição de PUFA por Esses resultados são corroborados por uma revisão
MUFA, ou o simples aumento do consumo de MUFA, pode sistemática e Metanálise que sugere que a aderência à dieta
acarretar melhoras na resistência a insulina, resposta da do Mediterrâneo associa-se a um efeito favorável sobre a
célula beta na produção de insulina, aumento da resposta de pressão arterial.
produção de incretinas (aumento de GLP-1) e redução do
clearance de insulina. Outros efeitos sobre mecanismos relacionado à
aterotrombose
No Nurses’ Health Study, o consumo de castanhas, uma
importante fonte de PUFA e MUFA nessa população, foi
O uso de MUFA está relacionado a melhorias da função tradicionais para a doença cardiovascular aterosclerótica. A
endotelial e da adesão monocitária, além de reduções de melhor evidência nesse sentido se faz para os efeitos
marcadores inflamatórios e agregação plaquetária. hipocolesterolêmicos quando os MUFA substituem os SFA.
Recomendações
Os ácidos graxos Ômega-3 de origem marinha, ácido Sendo precursores de eicosanóides e outros mediadores
docosaexaenoico (DHA) e ácido eicosapentaenoico (EPA), anti-inflamatórios, os ácidos graxos Ômega-3 poderiam
exercem inúmeros efeitos sobre diferentes aspectos proporcionar efeitos anti-inflamatórios, com possíveis
fisiológicos e do metabolismo que podem influenciar a benefícios para inúmeras condições patológicas, incluindo
chance de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. as cardiovasculares. Vários estudos experimentais têm
mostrado uma gama de efeitos anti-inflamatórios dos ácidos
Embora seja consensual que o consumo regular de peixes graxos Ômega- 3, embora as investigações in vivo, em
ricos em ácido graxo Ômega-3 faça parte de uma dieta humanos, tenham mostrado resultados conflitantes.
saudável, a recomendação de suplementar a dieta com
cápsulas de óleo de peixe cerca-se por controvérsias, Em alguns estudos transversais e de coorte, o consumo de
fomentadas por resultados conflitantes de estudos clínicos. ácido graxo Ômega-3 marinho pela dieta associou-se a
menores níveis plasmáticos de marcadores inflamatórios,
Efeitos sobre o metabolismo lipídico incluindo moléculas de adesão e Proteína C-Reativa (PCR).
Estudos clínicos mostram que a suplementação com 2 a De forma concordante, níveis de Ômega -3 marinho no
4 g de EPA/DHA ao dia pode diminuir os níveis de plasma e em membranas de eritrócito ou granulócito
triglicérides (TG) em até 25% a 30%, aumentar associaram-se inversamente aos níveis de PCR em
discretamente os de HDL-C. indivíduos saudáveis ou com doença arterial coronariana
estável.
Efeitos sobre o metabolismo glicídico
Em estudos de intervenção de pequeno porte,
Estudos de coorte prospectivos envolvendo um grande alimentação rica em Ômega-3 marinho e suplementação
número de participantes sugerem que o maior consumo de com óleo de peixe ou DHA mostraram resultados
ácido graxo Ômega-3 associa-se a maior incidência de compatíveis com uma atenuação da resposta
Diabetes Mellitus (DM). inflamatória em indivíduos com diabetes e
hipertrigliceridêmicos.
No entanto, tal associação não é consistente, havendo até
mesmo evidências de que concentrações plasmáticas mais Em outros ensaios, a dieta suplementada com Ômega-3
elevadas de EPA/DHA possam se associar a menor chance não provocou alterações significativas em parâmetros
de novos casos de diabetes. inflamatórios em indivíduos com síndrome metabólica
(1,24 g/dia) e pacientes com infarto do miocárdio prévio
Além disso, uma Metanálise de 23 estudos clínicos (5,2 g/dia), o mesmo ocorrendo com a suplementação
randomizados não evidenciou alterações significativas de com ácidos graxos poli-insaturados sobre os níveis de
hemoglobina glicada, glicemia de jejum ou insulina de jejum PCR em indivíduos saudáveis (2,0 ou 6,6 g/dia).
quando ácido graxo Ômega-3 (dose média 3,5 g/dia) foi
suplementado a indivíduos diabéticos. Obviamente, diferenças na metodologia (perfil da população,
forma e dose de suplementação e parâmetros analisados)
De forma semelhante, outra Metanálise de 26 ensaios podem ter contribuído para essas discrepâncias de
clínicos constatou que a suplementação com óleo de peixe resultados. Portanto, a real relevância clínica dos efeitos
(2-22 g/dia) não alterou os níveis de hemoglobina glicada em anti-inflamatórios dos ácidos graxos Ômega-3 de origem
pacientes diabéticos. marinha é ainda incerta.
cardíaca), redução da frequência cardíaca basal e limitação
Efeitos sobre a função endotelial da arritmia de reperfusão.
A disfunção do endotélio está intimamente associada à Esses efeitos podem explicar os resultados benéficos dos
inflamação da parede vascular. Assim como ocorre para os ácidos graxos Ômega-3 sobre a prevenção de morte súbita
efeitos da suplementação com ácido graxo Ômega-3 observada em alguns estudos.
marinho sobre a resposta inflamatória, os efeitos sobre a
função endotelial in vivo , em humanos, são controversos. Efeitos sobre eventos cardiovasculares
Uma análise recente de 33 ensaios de intervenção Apesar de várias evidências antigas sugerirem efeito
sugere que os ácidos graxos Ômega-3 de origem protetor de peixes e dos ácidos graxos Ômega-3 de origem
marinha podem melhorar a função endotelial em sujeitos marinha sobre eventos cardiovasculares, sobretudo em
dislipidêmicos com sobrepeso e em diabéticos, embora indivíduos que já apresentavam doença cardiovascular, os
os resultados sejam conflitantes em pacientes com estudos mais recentes não mostraram benefícios da
doença cardiovascular e inconsistentes em indivíduos suplementação com Ômega-3 em sujeitos que já haviam
saudáveis. apresentado manifestações de doença aterosclerótica.
Efeitos sobre a aterosclerose Uma das possíveis razões relaciona- se com o perfil da
população estudada, especialmente no que se refere ao uso
Em modelos de aterosclerose em camundongos, vários mais frequente de medicamentos sabidamente protetores
estudos relatam que óleo de peixe e EPA atenuam o (exemplo: estatinas, betabloqueadores, inibidores da enzima
processo aterosclerótico, embora isso não tenha ocorrido em de conversão da angiotensina), ao controle mais agressivo
outras condições experimentais. dos fatores de risco tradicionais, e ao maior número de
procedimentos de revascularização nos estudos mais
Alguns estudos populacionais sugerem uma associação contemporâneos.
inversa entre consumo de peixe ou ácido graxo Ômega-3 de
cadeia longa/marinho e marcadores de aterosclerose Dessa forma, questiona-se se os ácidos graxos Ômega-3
subclínica, como espessura médio-intimal de carótida e podem trazer reais benefícios adicionais quando o paciente
calcificação coronariana, embora tal relação pareça ser fraca é manejado de acordo com as recomendações atuais.
e não consistente.
Eventos arrítmicos e morte súbita
Em um ensaio randomizado com pacientes com doença
arterial coronariana, a suplementação com Vários estudos observacionais sugeriram que os ácidos
aproximadamente 1,5 g/dia de ácido graxo Ômega-3 por graxos Ômega-3 podem exercer uma proteção particular
dois anos provocou menos progressão e mais regressão da contra morte súbita, sobretudo nos pacientes vitimados por
aterosclerose coronariana, medida por angiografia invasiva infarto do miocárdio. Esse efeito benéfico foi também
quantitativa, em relação ao uso de placebo, embora as verificado numa subanálise do ensaio randomizado GISSI-
diferenças tenham sido pequenas. Prevenzione, mas não no mais recente, OMEGA.
Nesse mesmo estudo, todavia, a suplementação não Essa hipótese também foi verificada em pacientes
modificou a evolução da aterosclerose carotídea avaliada portadores de cardiodesfibrilador implantável.
por ultrassonografia, o que contrasta com os resultados de
outro estudo randomizado no qual EPA altamente purificado Os resultados foram inconsistentes, sugerindo desde um
(1,8 g/dia) mostrou atenuar a progressão do espessamento discreto efeito benéfico dos ácidos graxos Ômega-3 na
médio-intimal de carótida em diabéticos. redução de arritmias ventriculares graves nesse subgrupo de
pacientes, até ensaio sugerindo um efeito pró-arrítmico em
É possível também que o ácido graxo Ômega-3 exerça alguns pacientes.
papel protetor de eventos cardiovasculares através da
modulação das características da placa aterosclerótica, Subgrupo de pacientes com insuficiência cardíaca sistólica
tornando-a mais estável.
O grande ensaio randomizado GISSI-HF mostrou
Em um estudo randomizado de pacientes aguardando redução de mortalidade quando ácido graxo Ômega-3 (1
endarterectomia de carótida, a suplementação com óleo de g/dia) foi suplementado a pacientes em classe funcional
peixe mostrou que os Ômega-3 rapidamente se incorporam II-IV, em consistência com outros estudos
na placa aterosclerótica e podem induzir modificações epidemiológicos e observacionais que sugeriram uma
compatíveis com um perfil menos vulnerável a fenômenos relação inversa entre consumo de peixe ou Ômega-3 e
de ruptura e instabilização, observação consistente com eventos relacionados à insuficiência cardíaca.
achados experimentais.
Recomendações
Efeitos antiarrítmicos
Como a grande maioria dos estudos avaliou EPA e DHA de
Vários estudos experimentais mostraram efeitos forma combinada, no momento não existe evidência
antiarrítmicos dos ácidos graxos Ômega-3, atribuídos suficiente para se fazer recomendações separadas para
especialmente a um efeito direto sobre canais iônicos. cada um desses ácidos graxos.
No entanto, estudos clínicos não têm revelado Na análise prospectiva de mais de 45 mil homens do
aumento do risco de hemorragias induzido por ácido Health Professionals Follow-up Study, por exemplo, o
graxo Ômega-3, mesmo quando prescritos em altas consumo de ácido graxo Ômega-3, tanto de origem
doses (~3-4 g/d), por tempo prolongado (> 2 anos) e marinha como vegetal, associou-se à redução do risco
mesmo quando associados a aspirina e clopidogrel ou cardiovascular, com pouca influência da ingestão de
varfarina. Ômega-6.
A preocupação com ingestão de contaminantes, como Já no Nurses’ Health Study, que acompanhou mais de 76
mercúrio, também não se justifica. De forma semelhante mil mulheres, o consumo de ALA associou-se
ao que ocorre para a maioria das espécies de peixe, o óleo inversamente ao risco de morte súbita cardíaca, mas não a
de peixe comercializado contém pouco ou nenhum outros tipos de desfechos coronarianos fatais ou infarto do
mercúrio. miocárdio não fatal.
Ácidos graxos poli-insaturados Ômega-3 de origem Metanálises e revisões sistemáticas têm mostrado
vegetal resultados contraditórios e, no estudo randomizado e
controlado Alpha Omega, margarina suplementada com
Efeitos sobre o metabolismo lipídico ALA por 40 meses não reduziu a taxa de eventos
cardiovasculares maiores em pacientes que já haviam
O ácido graxo alfalinolênico (ALA) tem demonstrado sofrido infarto do miocárdio.
efeitos inconsistentes sobre os níveis lipídicos. Em uma
revisão sistemática e metanálise de 14 ensaios Recomendações
randomizados e controlados com suplementação com
ALA, não se observou influência significativa sobre Considerando o exposto, pode-se dizer que há indícios de
colesterol total, LDL-colesterol ou triglicérides, possíveis benefícios cardiovasculares dos ácidos graxos
encontrando-se um efeito mínimo sobre o HDL-colesterol Ômega- 3 de origem vegetal, embora conclusões mais
(redução de 0,4 mg/dL). definitivas, sobretudo sobre os efeitos sobre desfechos
duros (morte, infarto do miocárdio), devam aguardar
Especificamente, os efeitos da linhaça em animais de estudos randomizados e controlados futuros.
experimentação variam de efeito nulo a discreta
redução lipídica, e uma revisão sugeriu um efeito
Efeitos sobre eventos cardiovasculares
Efeitos sobre o metabolismo glicídico De fato, vários estudos mostram que a redução nos
desfechos cardiovasculares é menor com a substituição
Estudos observacionais, utilizando marcadores biológicos dos SFA por PUFA Ômega-6 do que quando comparada
da ingestão de gorduras ou de questionários dietéticos, com uma substituição por uma mistura de PUFA Ômega-6
sugerem uma associação inversa entre a ingestão de com Ômega-3.
Ômega-6 e risco de Diabetes Mellitus (DM), embora os
dados nem sempre sejam consistentes. A relação Ômega-6/Ômega-3
No Nurses’ Health Study, envolvendo 84.204 mulheres O papel da relação Ômega-6/Ômega-3 na dieta sobre a
com idade entre 34 e 59 anos, sem DM, doença patogênese de doenças cardiovasculares, inflamatórias e
cardiovascular ou câncer, seguidas prospectivamente por autoimunes tem sido objeto de bastante controvérsia nos
seis anos, a ingestão de PUFA, avaliada por questionários últimos anos.
devidamente validados, associou-se a um menor risco de
DM tipo 2. A espécie humana experimentou mudanças drásticas na
sua alimentação em relação à ingestão de ácidos graxos
Em homens, outro grande estudo prospectivo, o Health nos últimos milênios. Com a revolução agrícola, houve um
Professionals Follow- Up Study, também mostrou que a aumento do consumo de cereais, óleos e grãos ricos em
ingestão de AL estava associada a um menor risco de DM ácidos graxos Ômega-6 e uma diminuição paralela da
tipo 2 naqueles com idade < 65 anos e IMC < 25 kg/m2. ingestão de ácidos graxos Ômega-3. A relação Ômega-
6/Ômega-3, originalmente em torno de 1:1 a 2:1, hoje
Em contrapartida, no estudo Singapore Chinese Health se situa de 15:1 a 40:1 na dieta ocidental.
Study, no qual mais de 43 mil chineses foram avaliados
prospectivamente, o consumo de Ômega-6 não se Em teoria, o aumento da ingestão de Ômega-6 poderia
associou ao aparecimento de novos casos de DM. elevar a geração de mediadores inflamatórios implicados
com diversas processos patológicos, incluindo
Os dados provenientes de pequenos estudos de aterosclerose e seus fatores de risco tradicionais, como
intervenção também são controversos no que diz respeito hipertensão arterial, diabetes e obesidade. No entanto, a
ao efeito dos PUFA Ômega-6/AL sobre a sensibilidade a real relevância clínica desse possível efeito é motivo de
insulina. intensa discussão.
Além disso, a validade de se utilizar apenas a relação EFEITOS E RECOMENDAÇÕES DO CONSUMO DOS
Ômega -6/Ômega-3 na prática clínica e sua relação com o ÁCIDOS GRAXOS TRANS SOBRE MECANISMOS
risco cardiovascular tem sido questionada por diversos FISIOPATOLÓGICOS DO PROCESSO
especialistas. ATEROSCLERÓTICO: BIOMARCADORES E
DESFECHOS CLÍNICOS
Ambos os ácidos Ômega-6 e Ômega-3 têm sido
associados a efeitos benéficos para a saúde Ácidos graxos Trans
cardiovascular. Entretanto, a importância da relação
Ômega-6/Ômega-3 fundamenta-se na competição Colesterol total e frações e triglicérides
existente entre os ácidos linoleico (Ômega-6) e
alfalinolênico (Ômega-3) pela ação da enzima delta-6 Os ácidos graxos trans relacionam- se fortemente com o
dessaturase, que converte ambos em diferentes risco cardiovascular, especialmente em razão de
subespécies. aumentarem a concentração plasmática de colesterol e de
LDL-c, bem como possuem efeito adverso adicional, em
Por um lado, um consumo elevado de ácido linoleico pode razão de reduzirem a concentração plasmática de HDL-c,
diminuir o metabolismo do ácido alfalinolênico a EPA e lipoproteína inversamente relacionada a eventos
DHA, limitando os benefícios do ácido Ômega-3. Por outro, cardiovasculares.
a afinidade maior da enzima delta-6-dessaturase pelos
ácidos graxos Ômega-3 pode fazer que os metabólitos Uma importante Metanálise discutiu os resultados de 60
essenciais derivados da bioconversão do ácido linoleico estudos bem controlados e reafirmou o impacto dos ácidos
não sejam produzidos de forma satisfatória, o que graxos trans tanto sobre a elevação da colesterolemia
justificaria uma recomendação para um pequeno aumento quanto sobre a redução da concentração plasmática de
de seu consumo quando comparado ao ácido Ômega-3. HDL-c.
Diante dessas questões e até que surjam novas Em razão da sua importância no contexto da doença
informações científicas que permitam modificações de cardiovascular, diversos mecanismos têm sido
conduta, as recomendações dietéticas atualmente devem investigados com o propósito de elucidar as suas possíveis
ser feitas com base no consumo total de cada PUFA e não ações na elevação da colesterolemia e no
somente com base na relação Ômega-6/Ômega-3. desenvolvimento da aterogênese.
Neste estudo, os efeitos foram mais proeminentes quando Estudos de desfecho cardiovascular
os ácidos graxos trans foram comparados aos poli-
insaturados e efeitos adversos, tais como aumento da Importantes estudos epidemiológicos, como Nurses’s
relação CT/HDL-c e disfunção endotelial foram observados Health Study, Health Professionals Followup Study e
em comparação a SFA. Alpha-Tocopherol Beta-Carotene Study, evidenciaram
maior risco para doença coronariana com o consumo de
Outra investigação realizada com indivíduos saudáveis gordura trans.
demonstrou que o consumo de ácidos graxos trans (8% do
valor calórico total da dieta) provocou aumento significativo No entanto, no estudo European Antioxidant Myocardial
da concentração plasmática de PCR e de E-selectina em Infarctionand Cancer (EURAMIC), a concentração de
comparação ao consumo de dieta controle. Todavia, neste ácidos graxos trans no tecido adiposo não foi
estudo, o consumo de TRANS não induziu aumento das significativamente associada ao risco de infarto do
concentrações plasmáticas de fibrinogênio e IL-6. miocárdio.
Outro estudo realizado com indivíduos adultos saudáveis Recente revisão mostrou que cinco estudos caso-controle
demonstrou que o consumo de dieta contendo 7% do VCT e quatro estudos prospectivos detectaram associação
na forma de ácidos graxos trans, durante um período de positiva entre o consumo de trans e eventos
três semanas, teve poucos efeitos sobre a concentração cardiovasculares.
plasmática de IL-6, proteína quimiotática para monócitos
(MCP)-1 e receptor 2 do TNF). A análise desses estudos evidenciou que a substituição
isocalórica de 2% de ácidos graxos trans na dieta
O consumo desse ácido graxo acarretou apenas em aumentou em 24%-34% o risco para infarto agudo do
pequena redução da concentração plasmática do receptor miocárdio. Estudo prospectivo conduzido em mulheres
1 do TNF (4%) e ligeiro aumento da concentração da E- mostrou que a redução de ácidos graxos trans é mais
selectina (6%) em relação à dieta controle. Deve-se eficiente na prevenção da doença arterial coronariana do
ressaltar, no entanto, que grande parte dos indivíduos que a redução de gordura total da dieta. Essa investigação
estudados era de jovens. mostrou ainda que a substituição de 2% das calorias
provenientes de ácidos graxos trans por insaturados
reduziria o risco relativo de doença cardiovascular em
A partir do exposto, conclui-se, até o presente momento, 53%.
que os resultados sobre a ação dos ácidos graxos trans
sobre processos inflamatórios são ainda controversos. Demonstrou-se associação positiva entre o consumo
de trans e infarto agudo do miocárdio, doença arterial
Provavelmente isso ocorra em razão da grande coronariana e morte súbita em homens. Contudo, esse
variabilidade nos critérios de inclusão dos indivíduos, bem risco parece ser maior quando se analisa mortalidade
como idade, presença ou não de dislipidemia além da por doença coronariana.
duração do estudo e percentual de ácidos graxos trans das
dietas. Assim, mais estudos são necessários para elucidar
o papel desses ácidos graxos na indução da resposta
inflamatória em indivíduos com risco cardiovascular.
Estudos em humanos
Ácidos graxos poli-insaturados como os da série Ômega-6 Sendo os peixes, invariavelmente, a primeira opção
e os saturados ocorrem amplamente na natureza, portanto profilática ou da terapêutica dietética amplamente
é necessário cuidado extra para que seu consumo não recomendada por profissionais de saúde, compreendemos
seja extrapolado. que cabe neste documento um direcionamento específico
sobre tal conduta, no intuito de clarificar a melhor forma de
Gorduras saturadas são necessárias ao organismo para fazê-lo.
funções estruturais e energéticas; entretanto, o consumo
excessivo de ácidos graxos saturados pode trazer riscos Ômega-3 em peixes de água fria
ao organismo, como discutido anteriormente nesta Diretriz.
Entre os anos 1980 e 1990, o aumento do consumo de
Já os ácidos graxos Ômega-6 são lípides essenciais à peixes foi fortemente atrelado à redução do risco de
saúde, sendo necessário adquiri-los por meio de fontes desenvolvimento de doenças cardiovasculares,
alimentares, uma vez que o organismo é incapaz de especialmente os eventos ligados a aterosclerose e
sintetizá-los. reincidências pós-infarto. No entanto, a maioria dos
trabalhos faz retrato sobre o consumo de óleo de peixe, e
Sua característica poli- insaturada garante diversos atribui ao peixe, na forma de alimento, os benefícios
benefícios ao organismo, desde que dentro dos limites encontrados. É certo que a inclusão do peixe em
recomendados de consumo. De acordo com a literatura, detrimento a outros tipos de carne é capaz de promover
proporções de Ômega-6 e Ômega-3 são estabelecidas benefícios à saúde humana, especialmente pelo fato de
como benéficas, garantindo equilíbrio químico e fisiológico ser uma carne magra.
ao organismo.
Sendo uma carne magra, por melhor que seja o perfil de
Quantidades desbalanceadas da razão Ômega-6 / Ômega- ácidos graxos do óleo desse peixe em relação aos ácidos
3 (acima de 7:1) podem exercer grandes danos à saúde, graxos Ômega-3, a quantidade de gordura a ser ingerida é
como o agravamento de processos inflamatórios de pequena, se fornecida apenas pelo filé. Existe exceção
características subclínicas que caracterizam atualmente a para alguns peixes classificados como gordos como
obesidade. demonstram as tabelas brasileiras de composição de
alimentos e outras referências; contudo, não são os que
Esse processo inflamatório sistêmico, de baixo grau, apresentam os melhores conteúdos de ácidos do tipo
predispõe também os indivíduos ao surgimento de Ômega-3.
doenças como a aterosclerose, uma vez que esse
fenômeno se constitui num dos pilares para o início do Ainda são conflitantes os estudos que tentam apontar
processo de aterogênese que ocorre no endotélio melhorias conquistadas pela mudança de hábito alimentar
vascular. relacionada ao aumento do consumo de peixes e a
tentativa de atrelar esse consumo ao aumento da ingestão
Alimentos de origem animal são ricos em gorduras de Ômega-3.
saturadas, e, portanto, até mesmo peixes devem ser
observados nesse intuito. É possível que esses conflitos ocorram justamente pela
enorme variedade de peixes estudados, incluindo a
Já os alimentos de origem vegetal são, em geral, fontes de diferença entre espécies, se são de vida livre (selvagem)
ácidos graxos insaturados, com prevalência significativa ou não (cativeiro), água doce ou salgada, se em fase de
em Ômega-6. Alimentos como os óleos de milho, girassol, desova e, especialmente, baseado nas dietas que
algodão, gergelim, cártamo e prímula são fontes quase consomem.
exclusivas de Ômega-6.
Outro fator capaz de exercer grandes variações sobre o
Deve-se ressaltar ainda que são diversos os produtos acúmulo de lípides em peixes é o tamanho do animal, pois
derivados desses óleos, como margarinas, maioneses e peixes mais velhos e, portanto, mais pesados acumulam
atualmente os azeites compostos (mistura de óleo de oliva mais gorduras em seus tecidos. De qualquer forma, parece
e óleos de girassol ou milho). Ainda como fontes haver mecanismos evolutivos e de sobrevivência que
importantes de Ômega-6 compreendem as nozes e direcionam maior acúmulo de ácidos graxos Ômega-3 para
tecidos como cérebro, fígado, ovas e olhos dos peixes de
água fria. Não obstante, um dos produtos comumente composição e a melhor relação w-6:w -3. Contudo, um filé
encontrados em mercados e farmácias, como referência de 100 g é capaz de trazer apenas 1% de Ômega-3.
de grande possuidor de tais ácidos, é o óleo de fígado de
bacalhau, na forma de emulsão. De forma prática, recomendamos que, para a confecção
de dietas balanceadas em ácidos graxos Ômega-6 e 3,
Sendo o fator dietético/ração o principal responsável pela tais cálculos devam levar em conta a quantidade
conquista e acúmulo de ácidos Ômega-3 em peixes, uma específica de cada ácido graxo em gramas, em vez de
vez que esses animais não possuem a capacidade de ater-se apenas à razão w-6:w-3.
sintetizá-los, torna-se necessária a observação cuidadosa
desse quesito. Houve grande aumento na demanda
mundial de consumo de peixes e, consecutivamente, a
necessidade de aumento em sua produção.
(A) Aumento da lipoproteína de alta densidade. (A) lipoproteínas de densidade muito baixa;
(B) Hiperinsulinemia. (B) lipoproteínas de densidade intermediária;
(C) Aumento da lipoproteína de baixa densidade. (C) lipoproteínas de baixa densidade;
(D) Intolerância à glicose (D) lipoproteínas de alta densidade;
(E) quilomícrons.
12) Assinale (V) verdadeiro ou (F) falso com relação à
nutrição na doença cardiovascular e em seguida 17) “O colesterol sanguíneo em altos níveis é um forte
escolha a alternativa correta: (Prefeitura de Águas de preditor de mortalidade por doença cardíaca (CHD)”.
Lindóia – SP) Você concordaria com a seguinte afirmação:
(Bombeiros 2001)
( ) A recomendação de fibra alimentar para adultos é de
35g ao dia. (A) as populações que consomem dietas ricas em ácidos
( ) Os grãos de café contem duas substâncias que elevam graxos poliinsaturados têm níveis de colesterol
o colesterol sérico , entretanto estas ficam retidas na hora sanguíneo mais altos e risco de CHD;
do preparo do café devido a água fervente e o filtro de (B) as populações que consomem dietas ricas em ácidos
papel. graxos saturados têm níveis de colesterol sanguíneo
( ) Flavonóides são oxidantes polifenóicos encontrados mais altos e riscos de CHD;
principalmente em sementes, castanhas, ervas, vinho tinto (C) as populações que consomem dietas ricas em ácidos
e chá verde. graxos monoinsaturados têm níveis de colesterol
( ) Dentre os ácidos graxos poliinsaturados, suas principais sanguíneo mais altos e risco de CHD;
fontes são os óleos vegetais: girassol, milho e soja. (D) as populações que consomem dietas ricas em ácidos
graxos eicosahexaenóico e docosahexaenóico têm
A) F, V, F, V níveis de colesterol sanguíneo mais altos e risco de
B) F, V, V, F CHD;
C) V, F, V, F (E) as populações que consomem dietas ricas em ácidos
D) F, V, V, V graxos linoléico e linolênico têm níveis de colesterol
sanguíneo mais altos e risco de CHD.
13) A medida do colesterol total sanguíneo indica a
quantidade de colesterol contida em todas as 18) Em 1991, o Programa Nacional de Educação do
lipoproteínas. O percentual do colesterol total Colesterol (NCEP) fez recomendações para
sanguíneo, normalmente carreado na lipoproteína de tratamento da hipercolesterolemia a ser aplicado em
baixa densidade, é: (Concurso da Residência em adolescentes e crianças acima da idade de dois anos.
Nutrição-HUPE 2005) Qual dos padrões alimentares abaixo relacionados
não foi considerado? (Bombeiros – 2001)
(A) 60 – 70%
(B) 20 - 30% (A) dieta nutricionalmente adequada, variada
(C) 40 – 50% (B) ingestão de energia adequada para suportar o
(D) 80 – 90% crescimento e desenvolvimento e manter o peso
corpóreo apropriado
14) São ácidos graxos saturado, polinsaturado e (C) gordura saturada, mais que 10% das calorias totais
monoinsaturado, respectivamente, os seguintes: (D) gordura total, uma média de não mais que 30% das
(Concurso da Residência Nutrição- HUPE 2004) calorias totais;
(E) colesterol da dieta, menos que 300 mg/dia
(A) ácido elaídico, ácido linoléico e ácido oléico
(B) ácido miristico, ácido a-linolêico e ácido láurico 19) Dos fatores dietéticos mencionados abaixo, assinale
(C) ácido esteárico, ácido eicosapentaenóico e ácido aquele que não tem efeito sobre os níveis de
oléico colesterol sérico: (Bombeiros – 2001)
(D) ácido palmítico, ácido docosaexanenóico e ácido
capróico (A) fibras solúveis;
(B) fibras insolúveis;
15) Quais são os fatores dietéticos que possuem efeitos (C) colesterol dietético;
adversos no metabolismo das lipoproteínas? (D) gordura saturada;
(Comando da Marinha 2004) (E) pectinas, gomas e mucilagens.
(A) Aumento da ingestão de gorduras saturadas, 20) É considerado um fator de risco negativo para doença
colesterol e excessiva ingestão calórica. cardíaca coronariana (CHD): (Bombeiros 2001)
(B) Diminuição do consumo de fibras insolúveis e
alimentos funcionais (A) colesterol HDL<35mg/dL
(C) Aumento da ingestão de flavonóides e de ácidos (B) diabetes
graxos ômega 6 (C) colesterol HDL 60mg/dL
(D) aumento da ingestão de carboidratos simples, (D) hipertensão
colesterol e ácidos graxos poliinsaturados (E) menopausa precoce
(E) Aumento da ingestão de gorduras monoinsaturadas,
fibras solúveis e colesterol
21) Os ácidos graxos essenciais são precursores de (B) a proporção ideal recomendada de ácidos graxos é
eicorsanoides (prostaglandinas, troboxanos e 15% polinsaturados, 10% saturados e o restante
leucotrienos), compostos como hormônios que ajudam monoinsaturados
no controle da pressão sanguínea, freqüência (C) o total de lipides dietéticos deve ser inferior a 30% do
cardíaca, dilatação vascular, coagulação sanguínea, VET
lipólise e resposta imunológica. São consideradas (D) a proporção de ácidos graxos saturados deve ser > a
fontes alimentares do ácido graxo eicosapentaenóico, 10% do VET
precursor das prostraglandinas e tromboxanos da (E) a proporção de ácidos graxos monoinsaturados deve
série 3 que apresentam funções como prevenir a ser menor que 10% do VET
formação de coágulos e causar vasodilatação:
(Bombeiros – 2001) 27) Um homem, de 40 anos, fumante, sem historia familiar
de doença coronariana e sem outros fatores de risco
(A) óleos de girassol e açafrão não modificáveis, apresentou, no exame periódico,
(B) óleos de peixe dosagem do colesterol sanguineo de 190mg/dl e HDL
(C) leguminosas de 30mg/dl. Visando à prevenção de doença
(D) vegetais de folhas verdes coronariana, a conduta mais adequada é: (HUPE
(E) óleo de soja 2002)
22) As lipoproteínas de alta densidade (HDL) possuem (A) iniciar dieta passo I
efeito antiaterogênico. Dos fatores relacionados (B) analisar as lipoproteínas
abaixo, assinale o que promove o aumento de HDL: (C) reavaliar o paciente em um ano
(Bombeiros – 2001) (D) sugerir programa de hipertensão
32) Devido aos papéis metabólicos diferentes, as 36) Assinale a dieta preconizada para o indivíduo a seguir:
lipoproteínas também variam em aterogenicidade. A Homem de 46 anos foi internado referindo sensação de
lipoproteína que se correlaciona inversamente com peso sobre o coração, sudorese e tontura, com ausência
aterosclerose é: (Residência Nutrição -HUPE 2003) de síncope. Apresenta história pregressa de hipertensão
arterial, em uso irregular de medicação. Ao exame foi
(A) IDL constatado (Itatiaia – 2007):
(B) LDL – PA: 196 x 110 mmHg na posição supina
(C) HDL – PA: 130 x 70 mmHg em decúbito
(D) VLDL – FC: 110 bpm
– Sobrepeso
33) Os ácidos graxos saturados tendem a elevar o (A) Normocalórica, normoproteica, normolipídica e
colesterol sanguíneo em todas as frações de hipossódica severa.
lipoproteínas. Desses ácidos, aqueles considerados (B) Hipocalórica, hipoproteica, hipolipídica e hipossódica
como mais aterogênicos são (Residência Nutrição severa.
HUPE 2003): (C) Hipocalórica, hiperproteica, hipolipídica e hipossódica
severa.
(A) esteárico, oléico, mirístico (D) Hipercalórica, hiperproteica, hiperlipídica e hipossódica
(B) oléico, linoléico, palmítico moderada.
(C) láurico, mirístico, palmítico (E) Hipocalórica, normoproteica, hipolipídica e hipossódica
(D) linoléico, esteárico, láurico moderada.
34) O National Cholesterol Education Program (NCEP) 37) Os lipídeos produzidos pelo organismo são
recomenda, para diminuir a prevalência das doenças transportados no sangue através de: (Prefeitura de
crônicas não transmissíveis em crianças com mais de Vassouras – 2007)
2 anos de idade, a seguinte modificação dietética:
(FIOCRUZ 2006) (A) Fosfolipídeos;
(B) Vitaminas lipossolúveis
(A) restringir consumo de gordura total para até 20%; (C) Vitaminas hidrossolúveis
(B) ingerir até 12% de gordura saturada; (D) Lipoproteínas
(C) consumir entre 10 a 15% de gordura monoinsaturada; (E) Vitamina D e C
(D) ingerir até 400 mg de colesterol total;
(E) restringir consumo de gordura insaturada para até 6 38) Um paciente dislipidêmico, apresentando níveis de
colesterol total de 300mg/dl, HDL – 30mg/dl, e LDL –
35) Analise o quadro clínico abaixo para responder a 180mg/dl e uma história familiar de cardiopatia. A conduta
próxima questão (Itatiaia – 2007): dietoterápica baseada na fase I do Programa Nacional de
Educação do Colesterol (NCEP) consiste no fornecimento
PAN, 61 anos, sexo feminino, chegou ao ambulatório de de: (Residência – HUPE/2000)
um hospital geral para uma avaliação física completa. Está
na fase pós-menopausa, tem hipertensão arterial leve e (A) 20 a 30g de fibras insolúveis
nega diabetes. (B) menos que 300mg/dl
(C) 35% ou menos de gorduras das calorias totais
Faz uso de hidroclorotiazida, progesterona, estrógeno (D) menos que 7% das calorias totais de ácido graxo
conjugado e vitamina E. É fisicamente ativa, faz aulas de saturado
dança de salão três vezes por semana, mas é fumante (E) ácidos graxos poliinsaturados com relação de Omega
(um maço por semana). 3/Omega 6 de1:1
Nunca teve sintomas que sugerissem claudicação 39) A elevação dos níveis séricos de homicisteína é um
intermitente ou angina. Não possuímos informações fator significativo para o desenvolvimento da aterosclerose.
quanto a sua história familiar. Concentração elevada deste aminoácido está relacionada
à deficiência das seguintes vitaminas:
Exame físico:
Altura: 1,69 m e Peso Atual: 69 Kg (A) B1, B6 e C
IMC: 24,21 Kg/m2 (B) C, B2, B12
Freqüência Cardíaca: 73 bpm, regular. (C) B1, B2, folato
Pressão Arterial: 150/90 mmHg (D) Folato, B6, B12
Exames Bioquímicos:
Colesterol Total: 275 mg/dl 40) O ácido graxo saturado que não aumenta as
LDL-C: 195 mg/dl concentrações de LDL-colesterol quando comparado aos
HDL-C: 35 mg/dl ácidos graxos insaturados, é o? (Residência –
Triglicérides: 249 mg/dl HUPE/2004)
Qual o perfil de risco de desenvolvimento de
Doenças Cardiovasculares de PAN? (A)Láurico
(B)Esteárico
(A) Prevenção primária com menos de dois fatores de (C)Mirístico
risco. (D)Palmítico
pós-prandial;
41) Os ácidos graxos saturados tendem a elevar o (B) aumento da lipólise e inibição da síntese de apo B-100;
colesterol sangüíneo em todas as frações de lipoproteínas. (C) redução da glicogenólise e aumento da excreção de
Desses ácidos, aqueles considerados como mais gordura;
aterogênicos são: (Residência – HUPE/2003) (D) inibição da síntese de VLDL-colesterol e redução na
absorção
(A)Esteárico, oléico, mirístico entérica de gorduras;
(B)Oléico, linoléico, palmítico (E)aumento da síntese de apo B-100 e redução da
(C)Láurico, mirístico, palmítico glicólise.
(D)Linoléico, esteárico, palmítico
47) A síndrome metabólica é um transtorno complexo
42) Os ácidos graxos saturados, trans e poliinsaturados representado por um conjunto de fatores de risco
omega-6 apresentam, respectivamente, as seguintes cardiovascular. O seu diagnóstico inclui como condição
propriedades sobre os lipídios séricos: (Residência HUPE essencial a presença de: (Marinha -2009)
/ 2007)
(A) hipertensão arterial
(A) ↑ Colesterol LDL, ↓ Colesterol HDL e ↑ oxidação da (B) diabetes
LDL (C) hipertrigliceridemia
(B) ↓ Colesterol HDL, ↑ Colesterol LDL e ↑ oxidação da (D) hiperglicemia
LDL (E) obesidade abdominal
(C) ↑ Colesterol LDL, ↓ Colesterol HDL e ↓ oxidação da
LDL 48) Em relação aos lipídios, assinale a opção incorreta:
(D) ↓ Colesterol HDL, ↑ Colesterol LDL e ↓ oxidação da (Marinha – 2009)
LDL
(A) O ácido α-linolênico é convertido, de forma lenta, em
43) Nas dislipidemias, a terapia nutricional precisa ter em ácido eicosapentaenóico e docosaexaenóico,
vista que: (Prefeitura do RJ – 2008) precursores de mediadores químicos menos potentes
(B) A deficiência de ácidos graxos ômega 3 e ômega 6
(A) as fibras insolúveis representadas pela celulose, causa retardo de crescimento
hemicelulose e lignina ajudam na eliminação do (C) Em nutrição enteral, a quantidade de TCM não deve
colesterol ultrapassar 17% do valor calórico total
(B) os ácidos graxos eicosapentanóico (EPA) e (D) Os ácidos graxos de cadeia curta podem ser
decosaexaenóico (DHA) estão presentes no salmão, sintetizados pelos colonócitos, que atuam na
sardinha e arenque fermentação de fibras de polissacarídeos não
(C) os ácidos graxos polinsaturados da série ômega-9, digeríveis e nos hidratos de carbono da dieta que
cujo precursor é o ácido oléico aumenta a agregação escapam do processo digestivo
plaquetária (E) O coco, o cacau e a palma são fontes vegetais de
(D) os ácidos graxos trans-isoméricos possuem a ácidos graxos saturados
propriedade de elevar HDL-colesterol e reduzir LDL-
colesterol 49) Dentre os fatores de risco para doenças
cardiovasculares, alguns são considerados independentes,
44) Das alternativas abaixo a que está INCORRETA em e sua identificação e controle são de máxima importância
relação à concentração plasmática de homocisteína e o para a prevenção destas doenças. Indique a condição que
risco cardiovascular é: (Macaé, 2009) constitui um fator de risco independente para doença
arterial coronariana, sendo porém, passível de controle:
(A) A homocisteína é um fator de risco independente para (Marinha – 2009)
o desenvolvimento de doença cardiovascular
(B) O nível sérico normal de homocisteína pode estar (A) raça
associado à um risco maior de doença cardiovascular (B) hipertensão arterial
(C) A suplementação com folato, cobalamina e tiamina (C) estresse emocional
reduz os níveis de homocisteína em quase todos os (D) idade maior que 45 anos para homens e maior que 55
indivíduos anos para mulheres
(D) A substituição da ingestão de gordura por frutas e (E) sedentarismo
hortaliças pode também produzir um significativo
decréscimo nos níveis séricos de homocisteína 50) A quantidade diária de fibra solúvel necessária para
produzir efeito na redução dos lipídios é de: (PM Itaocara,
45) No tratamento dietético das hipercolesterolemias, a 2010)
ingestão recomendada de gorduras totais e ácidos graxos
monoinsaturados são, respectivamente: (UFRJ – 2009) (A) 100 a 150 granas de oectina; 150 a 200 gramas por
leguminosas
(A) 30 a 40% e inferior ou igual a 10%; (B) 30 a 60 gramas de pectina; 110 a 190 gramas por
(B) 15 a 25% e superior ou igual a 25%; leguminosas
(C) 20 a 30% e superior ou igual a 15%; (C) 10 a 50 gramas de pectina; 100 a 150 gramas por
(D) 25 a 35% e inferior ou igual a 20%; leguminosas
(E) 30 a 35% e superior ou igual a 10%. (D) 50 a 100 gramas de pectina; 110 a 190 gramade por
leguminosas
46) Os mecanismos pelos quais o ácido graxo ômega-3 (E) 6 a 40 gramas de pectina; 100 a 150 gramas por
reduz as concentrações plasmáticas de triglicerídeos são: leguminosas
(UFRJ-2009)
51) Em relação à conduta nutricional no paciente
(A) inibição da síntese de VLDL-colesterol e redução da dislipidêmico, assinale a alterantiva INCORRETA: (PM São
lipemia Gonçalo, 2010):
dadas pelo nutricionista visando contribuir para a
(A) a pectina, presente por exemplo no farelo de aveia é normalização desse quadro: (Emgeprom, 2010)
considerada uma excelente aliada no combate à
dislipidemia tipo IIa, pois ela aumenta a excreção de sais (A) redução da ingestão de carboidratos simples e
biliares, forçando o fígado à retirar muito colesterol da colesterol
corrente sangüínea, reduzindo assim, os níveis séricos de (B) redução da ingestão de colesterol e aumento da
LDL. ingestão de vitamina B12 e ferro
(B) os ácidos graxos PUFAS da série ômega 3 como o (C) redução da ingestão de gorduras saturadas e de
EPA e o DHA são capazes de aumentar a fluidez de carboidratos em geral
membranas e diminuir a agregação de plaquetas, o que (D) redução da ingestão de carboidratos simples e
representa importante proteção cardiovascular. aumento da ingestão de ferro
(C) os flavonóides são substãncias presentes nos óleos
vegetais que reduzem a gliconeogênese hepática, sendo 57) Sobre os ácidos graxos, é correto afirmar que:
úteis no tratamento da hipertrigliceridemia (Engeprom, 2010)
(D) os ácidos graxos na forma TRANS aumentam o
colesterol sérico e diminuem o HDL-colesterol (A) a única vantagem apresentada pelos transisoméricos
(E) a soja é rica em isoflavonas que auxilia na redução do em relação aos saturados é a de não reduzirem o
excesso de colesterol, pois desvia este para a produção de colesterol tipo HDL (lipoproteína de alta densidade)
hormônios esteróides (B) as principais fontes de monoinsaturados ômega 9 são
os peixes de água fria, como o salmão
52) Assinale a alternativa correta a respeito das (C) o ácido linoléico (ômega 6) é poliinsaturado,
dislipidemias: (PMERJ, 2010) encontrado principalmente nos óleos de girassol, milho e
soja
(A) os ácidos graxos saturados levam a (D) entre eles, os do tipo poliinsaturado devem estar
hipercolesterolemia por aumentarem os receptores B-E, presentes em maior proporção calórica na dieta para
aumentando a remoção plasmática de LDL-c. tratamento da hipercolesterolemia
(B) os ácidos graxos trans aumentam a síntese dos ácidos
exxeciais de cadiea longa e reduzem o número de 58) Assinale a alternativa que apresenta os fatores
receptores LDL-c. nutricionais que podem aumentar o LDL-colesterol.
(C) os ácidos graxos ômega 3 diminuem a trigliceridemia (Fiocruz/2010)
plasmática por aumentarem a secreção hepática de VLDL
e apo B. (A) Colesterol dietético e ácidos graxos saturados e trans.
(D) o ácido graxo oléico (ômega 9) é considerado neutro (B) Excesso de peso e ácidos graxos poli-insaturados.
por não interferir na concentração de colesterol LDL-c. (C) Estanóis e proteína de soja.
(D) Perda de peso e fibra viscosa.
53) Os flavonóides são oxidantes polifenóicos que podem (E) Estanóis e fibra viscosa.
reduzir o risco de doença coronariana e só NÂO são
encontrados na(o): (Petrobrás, 2010) 59) A recomendação nutricional para o tratamento da
hipertrigliceridemia consiste em: (IABAS/2010)
(A) soja
(B) amora (A)ingestão máxima de 300mg de colesterol por dia
(C) uva vermelha (B)menor consumo de carboidratos simples
(D) alho (C)maior consumo de gordura saturada em relação a
(E) chá verde poliinsaturada
(D)maior consumo de vitaminas antioxidantes
54) Um indivíduo do sexo masculino, fumante, com 50 (E)maior consumo de potássio
anos de idade que apresenta obesidade abdominal e
diabetes mellitus deve ser aconselhado a manter npiveis 60) A prescrição dietoterápica para o paciente pós-infarto
de LDL-colesterol, em MG/dl, abaixo de: (Petrobrás, 2010) agudo do miocárdio deverá contemplar: (IABAS/2010)
55) Os fitosteróis são extratos vegetais naturais 61) Dentre as recomendações da American Heart
encontrados em sementes de girassol e grãos de soja. Association (2006) para a redução do risco de doença
Estudos mostram que, quando ingeridos regularmente, os cardiovascular em adultos, não se inclui: (IABAS/2010)
fitosteróis podem causar: (Petrobrás, 2010)
(A)Consumir dieta rica em vegetais e frutas
(A) aumento do LDL-c e do HDL-c (B)Limitar a ingestão de gordura saturada para menos que
(B) aumento do HDL-c sem interferência no LDL-c 7% da Energia e gordura trans para menos que 3% da
(C) diminuição do LDL-c e do HDL-c energia
(D) diminuição do LDL-c e aumento do HDL-c (C)Consumir peixes, especialmente peixe gorduroso, pelo
(E) diminuição do LDL-c sem interferência no HDL-c menos duas vezes na semana
(D)Minimizar a ingestão de bebidas e alimentos com
56) L.C., gênero masculino, 38 anos, eutrófico, colesterol adição de açúcar
total de 185 mg/dl, HDL-colesterol de 46 mg/dl, LDL- (E)Escolher e preparar alimentos com pouca ou nenhuma
colesterol de 112 mg/dl, triglcierídeos de 145 mg/dl, quantidade de sal
glicemia de jejum de 121 mg/dl, hematócrito de 37% e
hemoglobina de 12,5g/dl. Fará parte das orientações
62) São fatores de risco modificáveis para as doenças
cardiovasculares: (Residência UFF/2011) GABARITO: