Edição Especial | Agosto de 2020

A Importância da
Núbia Estêvam de Assis

Graduanda em Licenciatura

Inserção da Família
em Pedagogia. Universidade
de Franca, UNIFRAN.
E-mail: nubiaassis14@

no Processo de gmail.com

Ensino-Aprendizagem Márcia Pereira Cabral

dos Alunos: Uma Doutorado em Ensino de

Geografia. Docente do
curso de Pedagogia na

Revisão Bibliográfica Universidade de Franca -

UNIFRAN.
E-mail: Márcia.cabral@
unifran.edu.br
Resumo
O presente artigo advém de uma pesquisa de cunho bibliográfico
sobre a importância da inserção da família no processo de
ensino--aprendizagem dos alunos. Tem como objetivo analisar a
participação da família junto com os professores na construção
do desenvolvi-mento da criança. Os resultados revelam que a
participação dos pais no processo de ensino-aprendizagem dos
filhos é essencial para o melhor desempenho escolar. É preciso que
os professores mediem o envolvimento dos pais nas atividades
escolares dos filhos. A família trabalhar junto à escola é
importante para que traga melhoria no desenvolvimento social,
cultural e cognitivo dos alunos. Concluímos que quando a família está
engajada na educação do aluno, eles aprendem com mais facilidade,
e ainda, são incentivados para a melhoria na escola. Pais e
professores têm a capacidade de criar uma geração de adultos
confiantes e competentes.

Palavras-chaves: Relação família-escola, ensino-aprendizagem,

desempenho escolar.

Abstract
The present article comes from a bibliographic research on the
importance of the insertion of the family in the students’ teaching-
learning process. It aims to analyze the participation of the family
together with teachers in the construction of child development. The
results reveal that the participation of parents in the teaching-learning
process of their children is essential for better school performance.
Teachers need to measure parents’ involvement in their children’s school
activities. The family working together with the school is important
to bring a positive improvement in the social, cultural and cognitive
development of the students. We conclude that when the family is
engaged in the student’s education, they learn more easily, and they
Edição Especial | Agosto de 2020
are also encouraged to improve at school.
Parents and teachers have the ability to raise
a generation of confident and competent adults.
Keywords: family-school relationship,
teaching-learning, school performance.
Introdução
A presente pesquisa bibliográfica pretende
compreender como a inserção dos familiares na
rotina escolar pode melhorar o desempenho e
contribuir para a formação integral das crianças.
A metodologia empregada na elaboração
desse artigo foi a revisão bibliográfica, inves-
tigando várias obras, artigos, trabalhos aca-
dêmicos que abordam o tema família, relação
família e escola, escolas, entre outros assuntos.
A pesquisa bibliográfica é fundamental na área
da pesquisa científica, por meio dela é possível
refletir sobre a importância da pesquisa para o
contexto educacional. Quando se estuda várias
concepções sobre um determinado assunto,
a pesquisa se torna enriquecedora, visto que
oportuniza processos reflexivos mais abrangentes.
O vínculo entre família e escola encara de-
safios quanto à responsabilidade que cada
instituição possui na formação da criança.
A pesquisa bibliográfica investiga os caminhos
que cada organização busca para a melhoria
no desempenho escolar da criança
O interesse em pesquisar sobre a inserção
da família na educação dos filhos surgiu como
curiosidade em conhecer como se dá a partici-
pação do núcleo familiar na educação formal
dos filhos, pois, muitos responsáveis deixam a
educação apenas nas mãos dos professores e
se esquecem de suas responsabilidades.
Estudar o papel da família na educação dos
filhos é importante para que informações pos-
sam ser obtidas cientificamente sobre o tema.
Percebemos que durante anos ocorreram
mudanças econômicas, políticas, sociais e cul-
turais, e como isso influenciou na estrutura
familiar. O modelo de família tradicional foi se
modificando com os anos. Hoje, quantas famílias
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são chefiadas por mulheres, pais solteiros, união
entre pessoas do mesmo sexo, adoção de filhos,
segundo casamento. Percebe-se que essas no-
vas estruturas familiares influenciam bastante
na educação pedagógica das crianças.
A interação inicia dentro de casa, quando a
comunicação acontece a partir da interação
com o seio familiar. O ensino/aprendizagem
dentro do lar é o processo básico da comu-
nicação entre a família. A criança constrói o
conhecimento a partir do que ouve, vê, toca, lê
ou debate dentro de casa. A aprendizagem se
adquire na família.
Para Silva et al. (2017), a indústria causou
grande destaque na construção da família, a
mulher inserida nesse mercado teve grande
impacto em relação à educação das crianças,
pois as mulheres que não queriam trabalhar
nas fábricas cuidavam das crianças. Nesse
sentido, começaram a surgir instituições de
atendimento à infância.
A educação deixou de ser responsabilidade
da família para ser de terceiros, certamente
surgiram as primeiras escolas. Entretanto, o que
aconteceu foi o distanciamento dos pais com
seus filhos. Educar é função de ambos, tanto
da família quanto dos professores. Quando
a família participa ativamente da educação
dos filhos, estes tendem a irem melhores nos
estudos (BRANDÃO, 2004).
Essas instituições sociais, como a família e a
escola, reproduzem valores, que influenciam de
forma precisa no desenvolvimento das crianças
(FERRARI, CICARONI, 2018).
Em virtude dessa citação anterior, perce-
bemos como a integração efetiva entre famí-
lia e escola reforça os ensinamentos básicos,
proporcionando uma formação adequada e
qualificada dos alunos.
A escola e a família passaram por grandes
mudanças, é um tema que traz várias discus-
sões. A família é a principal parte do sucesso e
fracasso dos filhos na escola. A interação entre
essas duas instituições é importante para o
crescimento do indivíduo.

É preciso que os professores mediem o en-
volvimento dos pais nas atividades escolares
dos filhos. É preciso que a família trabalhe junto
à escola para que traga melhoria no desenvol-
vimento social, cultural e cognitivo dos alunos.
A educação que os pais oferecem aos seus fi-
lhos em casa influencia a conduta moral e ética
onde estes estiverem. Isso é o que conhecemos
como valores familiares. É preciso que os pais
não deixem a responsabilidade da educação
somente com a escola, que eles entendam sua
posição quanto à sua responsabilidade nesse
processo de desenvolvimento. Portanto, a es-
cola próxima à família é necessária para um
melhor desenvolvimento da criança.
A seguir será abordada a definição de famí-
lia, que é o primeiro contato da criança. Tratare-
mos da definição, do histórico e sua responsabi-
lidade sobre a criança no meio. Posteriormente,
definiremos o que é escola, abordaremos como
surgiram as escolas e sua importância para o
desenvolvimento do aluno. E por último, como
se dá a relação escola e família, como essa
parceria é benéfica para o desenvolvimento
integral da criança.
Família: Primeiro
Contato da Criança
A família, para Strauss (1986), é diferente em
contexto social, época social e determinada de
forma específica. Para ele, a família não é uma
instituição natural, ela é construída socialmente
de acordo com as normas culturais. O conceito
de família se modifica conforme o tipo, o tempo
e a estrutura social.
Hodkin et al. (1996) define que família é ca-
racterizada pelos laços de afetividade, intimi-
dade, e não somente pelo grau de parentesco
por consanguinidade.
A família está presente em todos os grupos
sociais e introduz o indivíduo nas práticas cultu-
rais que regulam a vida em sociedade (NAVES;
VASCONCELOS, 2013, p. 149).
Entende-se que a família é uma instituição
presente na sociedade capaz de transmitir
Pluri Discente | Práticas Científicas
conhecimentos, crenças e valores a seus mem-
bros de forma que tais informações vão legiti-
mando-se naturalmente (OLIVEIRA; BRAGA e
PRADO, 2017, p. 36).
Assim sendo, pensando nesse contexto, a
família muda de composição, relações e normas
ditas pela sociedade e tende a mostrar que ela
não estática.
A família inserida no contexto social tem suas
relações interiores influenciadas pelas mudan-
ças ocorridas (OLIVEIRA, 2009, p.2 5). Desde a
Revolução Industrial o papel da mulher dentro
da sociedade vem se estruturando, cresceu o
número de trabalho informal e todo esse con-
texto mudou categoricamente o seio familiar.
A constituição familiar de homem, mulher
e filhos ainda existe, mas com a modernidade,
esse modelo de família tradicional foi se mo-
dificando ao longo do tempo.
O pesquisador Augusto Cury, em seu livro
“Pais brilhantes, professores fascinantes”
afirma que o excesso de atividades obstrui a
relação entre pais e filhos; a rotina estressante
do dia a dia distancia o relacionamento dentro
do seio familiar. Ele ainda cita que dentro da
sala de aula, professores e alunos vivem juntos
durante anos, mas são estranhos uns aos
outros. A consequência disso é que os alunos
não saberão lidar com fracasso e falhas, as
questões emocionais são cheias de problemas,
o que trarão resultados insatisfatórios dentro
de sala de aula e até dentro da própria casa.
Cury reforça que pais precisam ensinar seus
filhos contando histórias, e professores preci-
sam contar histórias para ensinar as matérias.
Essas ligações entre escola e família beneficiam
em muito no aprendizado do aluno.
Em nossa sociedade, a família tem sido o es-
paço privilegiado de socialização das crianças.
O bebê nasce em uma cultura particularmente,
e é no seio de uma família que constitui seu
primeiro meio de desenvolvimento (FERRARI;
CICARONI, 2018).
A família desempenha importante papel
no desenvolvimento dos filhos, bem como é
no convívio desta que eles encontram todos
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Edição Especial | Agosto de 2020
os elementos necessários, como afetividade,
confiança, motivação, autonomia e respeito,
colocando-a na condição de alicerce para o
desenvolvimento humano e da aprendizagem,
tendo em vista que é a família quem possibi-
lita as primeiras aprendizagens da criança
(PRADO, 2011).
Para Ferrari e Cicaroni (2018), a família é a
primeira a proporcionar a linguagem da crian-
ça, o início da inserção no mundo cultural. Essa
língua elas definem como língua materna e de
função da família. Verificamos que família é a
base para a educação das crianças.
De acordo com Souza (2009), a família se mo-
difica ao longo do tempo, mas o vínculo afetivo
continua vivo entre elas. Quando a família vive
em harmonia e estável, a contribuição positiva
para um bom desempenho escolar da criança
é garantido. Entretanto, quando o lar é mal
estruturado socialmente, tende a contribuir
para o mau desempenho da criança na escola.
A família é fundamental na formação de
qualquer indivíduo, culturalmente, socialmente,
como cidadão e como ser humano, visto que,
todo mundo faz parte da mais velha das ins-
tituições que é a família (SOUZA, 2009, p. 16).
Para Sousa (2012), a criança desde seu nas-
cimento ocupa um espaço dentro do seio fami-
liar, nela encontra o primeiro professor, onde
os ensinamentos permanecerão por toda uma
vida e que ajudará no desenvolvimento social
e intelectual desta criança.
Podemos compreender que a comunicação
entre pais e filhos é de importância para o de-
senvolvimento integral da criança. Cabe aos
pais favorecer um ambiente de conhecimento
para sua prole, para que futuramente torne
um cidadão de bem.
A família tem função e responsabilidade
sobre seus membros, principalmente quando
são menores de idade e dependentes. A família
é a base do desenvolvimento da personalidade,
caráter e afetividade.
As crianças adquirem conhecimento imitan-
do os adultos nas atividades diárias, pois é com
16
eles que estas passam a maior parte do tempo.
Como a família é um dos primeiros ambientes
no qual a criança participa, é nela que as ins-
truções básicas são passadas; a transmissão da
moral, da ética e valores marcam para sempre
a vida da criança.
Segundo Freud apud Barros (2002, p. 83) a
criança passa a imitar os seus pais, tentando
se vestir igual ou desempenhar papéis seme-
lhantes a eles, bem como repetirem o que seus
pais lhes tinham ensinado por meio de gestos,
atos e palavras ditas a eles diariamente em
seus contatos e momentos de lazer.
Temos consciência que a educação não é
responsabilidade exclusivamente da escola.
O seio familiar participativo deve estar sempre
contribuindo para o ensinamento da criança.
A família é o primeiro grupo social, cujos
membros vivem em conjunto e compartilham
acontecimentos entre si, dessa forma desenvol-
vem-se relações de afeto e recebem a primeira
forma de aprendizagem, através de conceitos
como ética e moral. Os pais tornam-se espe-
lhos para os filhos, passando a ser uma grande
influência direta na educação dos mesmos, que
poderá fortalecer e consolidar um bom caráter
ou poderá comprometer a construção dessa
nova personalidade como cidadão em uma
sociedade (SANTOS, PEREIRA, 2016. p. 3).
Segundo Cury (2018), os bons pais são aque-
les que estimulam os filhos a ter metas, a pro-
curar sucesso no estudo.
Logo, temos que a articulação entre a escola
e a família pode contribuir para enfrentar as
dificuldades de aprendizagem da criança na
escola. Nesse sentido, a família como primeiro
grupo de ensinamento da criança torna-se
responsável pelo seu desenvolvimento na es-
cola. Portanto, construir uma parceria entre
professor e família ajudará no futuro do aluno.
Escola: Espaço de Construção
Vaz e Bona (s/d) apud Freire (1998) cita que
a escola é um espaço de ensino e aprendi-
zagem, que por sua vez resulta da troca de

conhecimentos entre seus sujeitos, fazendo
assim emergir um debate de ideias e reflexões.
Enfim, podemos esclarecer que a escola é
um espaço físico onde acontece encontro de
relações entre professor e aluno. Uma troca,
um encontro, ou seja, onde o professor e aluno
se relacionam. Diante dessa definição de esco-
la, iremos abordar o histórico de como surgiu
a escola e o quanto ela é importante para o
crescimento da criança.
A família tradicional e a forma de cuidar
da criança sofreram modificações no início
do século XX, as mulheres iniciaram o trabalho
fora de casa, porém o cuidado com os filhos
ficava com as criadeiras, nome dado àquelas
que cuidavam dos filhos das trabalhadoras.
É evidente que, as trabalhadoras reivindicaram
lugares para que seus filhos tivessem onde ficar,
e com isso se deu as primeiras creches, escolas
maternais e até parques infantis.
No início, essas instituições tinham o caráter
assistencial, ou seja, a função era apenas ali-
mentar, cuidar da higiene, e a segurança física
das crianças, o desenvolvimento cognitivo da
criança era desprezado.
Cada vez um número maior de mulheres
das camadas médias da população entra-
va no mercado de trabalho, o que levou a um
crescimento significativo de creches e pré-es-
colas, principalmente as de redes particulares
(NASCIMENTO; LEITE, s/d).
Segundo Silva et al. (2017), a educação das
crianças foi entendida como particularidade
materna, ou de outras mulheres dentro do seio
familiar. Na Idade Média não interessava saber
como a criança aprende, não eram oferecidas
recursos para o seu desenvolvimento. A principal
função daquela época era visto para ocupar
funções servis. Note-se que a criança não tinha o
direito de brincar e estudar, era vista como adulto
em miniatura, que com certa idade já tinha que
auxiliar a família nas atividades do cotidiano.
Para Silva et al. (2017), a transição da Idade
Média para Idade Moderna trouxe um novo
olhar para os modelos educacionais, que pre-
zava pelo desenvolvimento da criança.
Pluri Discente | Práticas Científicas
Baseadas nas ideias de Silva et al. (2017)
apud Pestalozzi (1746-1827), a educação das
crianças deveria ser fundada na bondade, no
amor, e na família, cuidado do desenvolvimento
afetivo desde o nascimento.
Silva et al. (2017) apud Froebel (1782-1852) diz
que, já o educador trouxe a ideia de jardim de
infância, que era o local onde deixava as crianças
para desenvolver as capacidades físicas, cogniti-
vas e emocionais. Tinham várias atividades como:
canto, pinturas, palestras, modelagem, histórias.
Era um ambiente rico em atividade pedagógica
para denvolvimento da atividade mental.
Com o caminhar histórico, árduo e com regis-
tros de lutas que são contra o desenvolvimento
infantil, a criança então é reconhecida como
sujeito social, construtora do seu conhecimento
e capacidade cognitiva (SILVA et al., 2017).
Com a inserção da mulher no mercado de
trabalho, houve reivindicações por creches, com
isso na Constituição de 1988 concretizou-se
essa conquista. O reconhecimento da educa-
ção em creche e pré-escolas como direito da
criança é um dever do Estado.
Além da Constituição, a Lei de Diretrizes e
Base Educacional 9394/96, (LDB), mais pre-
cisamente no seu art. 6°, diz que é dever dos
pais e responsáveis efetuar a matrícula das
crianças na educação básica a partir dos 4
(quatros) anos de idade. Essa lei assegura a
criança permanecer na escola, para o melhor
desenvolvimento cognitivo, fazer parte da ci-
dadania e fornecer meios de progredir.
Quando a criança alcança a idade de fre-
quentar as aulas, é o momento da escolarização,
ela será inserida em um ambiente novo, que
terá contato com outras crianças, com pessoas
diferentes. Esse momento da adaptação é uma
oportunidade de aprendizado. As crianças saem
da zona de conforto que é perto da família, e se
deparam em um ambiente coletivo, com regras.
Essa transição é importante, se habituar em uma
rotina longe da família, criando um vínculo com
professor, colegas, classes e demais agentes do
processo educativo.
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Edição Especial | Agosto de 2020
Para melhor adaptação, é importante ofe-
recer um ambiente acolhedor, nesse momento
é aconselhável a escola manter uma afinidade
com a família, proporcionando encontros com
os pais antes de iniciarem as aulas.
Os familiares veem a escola como algo posi-
tivo, que gera independência, desenvolvimento
e coletivização.
O papel da escola, como aquela que é
provedora do conhecimento e que sem
dúvida realmente entende sobre desen-
volvimento cognitivo, psíquico e como se
dá a aprendizagem, tem como dever pas-
sar isto para os pais, provando através
de experiências próprias como aplicar
isto em seus cotidianos é de extrema im-
portância. (ARAUJO, 2017, p. 3)
Contudo, é evidente a necessidade de manter
as crianças no ambiente escolar, atender as
especificidades das crianças. Nesse sentido, a
educação é direito de toda criança, assegurado
por lei. Garantir uma educação de qualidade
que valorize as crianças em seu espaço social.
Quando a criança entra no universo escolar, a
linguagem irá modificar, será apresentada a ela
uma linguagem culta. Na escola encontramos
novas referências, novos relacionamentos que
acompanharão a criança no decorrer da vida.
Escola e Família: Uma
Relação Indissociável
Para Castanho; Marques (2011), a escola ocu-
pa um lugar de excelência para cumprir as fun-
ções da educação e aprendizagem dos alunos.
A educação como um fenômeno social-his-
tórico-cultural, entende-se que ela pode
acontecer em qualquer lugar e a qualquer
momento e com qualquer pessoa, podendo
ser transmitida de pai para filho, ou de an-
ciãos a aprendizes, de professores a alunos,
de alunos a alunos, independente do sexo,
raça ou idade. (BUENO; PEREIRA, 2013, p. 351)
Percebemos que a educação pode aconte-
cer em qualquer meio, sempre estamos apren-
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dendo uma coisa nova, seja na família, seja no
grupo de amigos, que caracterizamos como um
ensino informal.
A educação para Brandão (2005) é uma prá-
tica social da qual cujo fim é o desenvolvimento
do que na pessoa humana pode ser aprendido
entre os tipos de saber existentes em uma cul-
tura, para a formação de tipos de sujeitos de
acordo com as necessidades e exigências de
sua sociedade.
A escola tem o objetivo de ensinar o conhe-
cimento científico, possibilitando ao aluno o
acesso ao saber e à ciência. Precisamos crer que
a escola, ao ensinar o aluno, o torne um sujeito
crítico e criativo, não apenas um colecionador
de conhecimento.
Nos estudos de Silva (2015), ela observa que
há um afastamento da família na escola e que
esta acredita que a sua participação não faria
a menor diferença no desenvolvimento das
crianças, mas:
A mesma tem um papel de suma impor-
tância na vida do cidadão, que é ensinar
junto com a comunidade, formando para
a cidadania e instruir o indivíduo sobre
seus direitos e deveres como parte inte-
grante da sociedade, favorecendo a par-
ticipação dos alunos em relações sociais.
(SILVA, 2015, p. 15)
O início da parceria entre família e escola
começa com conversas sobre trabalhos, vitórias
e comportamentos. As conversas precisam ser
firmes, mas gentis para que os pais não se sin-
tam constrangidos, é importante que mostre a
importância de trabalhar juntos para alcançar
um mesmo objetivo, que é o aluno saindo bem
nas salas de aulas. As interações entre pais e
professores têm um forte potencial para se
ajudar em caso de conflitos.
Lahey (2015) explica em seu livro que passou
por uma situação corriqueira em sua sala de
aula, quando uma mãe de seu aluno a procurou
na escola estressada querendo saber o porquê
de seu filho estar com notas baixas em inglês.
Nesse momento, é preciso ter consciência que

nada adianta o estresse, é preciso que as duas
sejam aliadas na educação do aluno. A profes-
sora precisa saber por que o aluno não está
aprendendo, e a mãe saber o papel dela para
acompanhá-lo nas rotinas de estudo.
O relacionamento positivo entre família e es-
cola é vital ao sucesso nos estudos (LAHEY, 2015).
Quando os pais estão engajados na edu-
cação de seus filhos eles aprendem com mais
facilidade, pois são incentivados para a me-
lhoria na escola. Família e professores têm a
capacidade de criar uma geração de adultos
confiantes e competentes.
Como afirma Lahey (2015), quando a família
tem atitude frente à educação, o entusiasmo
da criança pelo processo de aprendizagem é
vital para melhoria na escola, dessa forma, a
família precisa descobrir o que a criança está
aprendendo dentro da sala de aula.
Claramente, a pesquisa mostra que a rela-
ção família e escola beneficia as conquistas do
educando. Além disso, o envolvimento da família
na educação dos filhos influencia positivamente
no ambiente familiar. Assim, é importante re-
fletir sobre até que ponto a família está usando
a ferramenta para facilitar a aprendizagem
da criança.
Família e professores trabalham com um
mesmo objetivo, a educação das crianças, en-
sinar para que sejam adultos responsáveis,
então, é preciso que a relação família e profes-
sor ande lado a lado. Os professores buscam a
melhor maneira de apoiar os pais na educação
dos alunos. Quando um aluno não apresenta
bons resultados em uma determinada maté-
ria ou quando está passando por momento
de fracasso, a família e os professores devem
ser parceiros e trabalhar juntos para que ele
vença e seja incentivado ao sucesso.
Os pais precisam adquirir hábitos dos pais
brilhantes para revolucionar a educação, e os
professores incorporar hábitos dos educadores
fascinantes para atuar na eficiência dos alu-
nos, ou seja, pais e professores são parceiros
na fantástica empreitada da educação (CURY,
2018. p. 16).
Pluri Discente | Práticas Científicas
De acordo com Prado (2009), a própria escola
precisa ter iniciativa no processo de mediação
do relacionamento com a família, porque pode
ser que os pais pouco saibam sobre as caracte-
rísticas do desenvolvimento cognitivo, afetivo,
moral e social, talvez seja um dos motivos da
dificuldade em participar da vida escolar dos
filhos. Na maioria das vezes, os pais consideram
os professores os especialistas em educação,
deixando toda a responsabilidade desta por
conta dos profissionais.
Portanto, o papel que a escola possui na
construção dessa parceria é fundamental,
devendo considerar a necessidade da fa-
mília, levando- as a vivenciar situações que
lhes possibilitem se sentirem participantes
ativos nessa parceria e não apenas meros
expectadores. (PRADO, 2009, p. 2)
O Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), em seu artigo 4° apresenta:
É dever da família, da comunidade, da so-
ciedade em geral e do Poder Público as-
segurar com absoluta prioridade, a efe-
tivação dos direitos referentes à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à li-
berdade e a convivência familiar e comu-
nitária. (BRASIL, 1990)
Essa legislação deixa claro que a inclusão da
família no contexto escolar é obrigatória, mas
apenas essa lei não é suficiente para garantir
que a família participe ativamente da vida esco-
lar dos filhos. Então, para melhor participação da
família, o professor precisar envolver a família,
informando e orientando sobre o desenvolvi-
mento do aluno, garantindo assim um melhor
desempenho escolar.
A família e a escola são parceiras em
relação à educação dos filhos; pois
nenhuma das duas pode substituir
totalmente a outra, tornando-se assim
necessário o bom relacionamento entre
ambas, contribuindo cada uma com a sua
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Edição Especial | Agosto de 2020
experiência e respeitando as exigências
de cada uma para que se possa evitar
que o educando sofra as conseqüências.
(JARDIM, 2006, p. 52)
Segundo Crepaldi (2017), no campo da edu-
cação brasileira tem-se observado a dificulda-
de da família em estabelecer a parceria entre a
escola e a família, ela observa que há uma falta
de interesse da família em participar do coti-
diano escolar dos filhos. Isso acontece porque
considera que os professores são especialistas,
ou então, vê neles a única opção de pessoa
qualificada para ensinar seu filho.
Quando as crianças são levadas pela pri-
meira vez à escola, é importante que os pais
falem sobre seus filhos para a professora, as
informações passadas pelos pais são de suma
importância para se conhecer os hábitos das
crianças e transmitir segurança aos profes-
sores. Este vínculo é indissociável. Os pais são
essenciais no processo de adaptação. Integra-
ção entre a família e a escola deve acontecer
desde o começo da vida escolar.
Quando a escola acolhe a família logo de
início, os pais se sentem motivados sempre a
procurar informações de como ajudar seu filho
na escola. Os responsáveis percebem que eles
podem ser úteis para apoiar o professor nes-
sa tarefa que é de responsabilidade dos dois.
É marcante o início quando os pais comparti-
lham com os professores as formas de cuidado
e o elo é estabelecido entre eles em prol de um
objetivo: a educação da criança.
Para ampliar o momento de comunicação
com os pais, os gestores devem orientar como
os docentes devem solicitar e transmitir infor-
mações sobre o processo de comunicação e
reforçar os laços com as famílias. Comunicação
da família e professores não se deve ser apenas
no portão da escola, ou dentro de sala de aula,
não que não seja importante, mas que não seja
apenas assim. É preciso que os pais estejam
sempre abertos a dialogar com os professo-
res, sentar, fazer registro na agenda, ficha de
acompanhamento, para garantir melhoria no
desenvolvimento da criança.
20
É importante ressaltar que a escola e fa-
mília são instituições que atuam direta-
mente no desenvolvimento da aprendi-
zagem, são as duas principais instituições
presentes na sociedade responsáveis
pela transmissão e construção de conhe-
cimentos. (OLIVEIRA, BRAGA e PRADO,
2017, p. 38)
A escola deve informar à família sobre a
rotina escolar sempre que acreditar ser neces-
sário. Quando o aluno tem mudança de com-
portamento, não se alimenta como de costume,
as notas estão diminuindo é o momento de a
escola comunicar os pais e as duas instituições
unirem-se para poder ajudar a criança nes-
se momento. Quando a família não participa
quando é solicitada, o que é realidade de muitas
escolas, torna a vida escolar mais desafiadora
para os educadores, nesse momento a escola
precisa demonstrar-se mais fortalecida, para
que a educação da criança não seja banalizada
e forme adultos frustrados.
Falamos sobre a importância de manter os
pais na educação dos filhos. Há várias maneiras
de buscar essa aproximação dos familiares
quando os professores são ativos na profis-
são. No dia a dia, professores podem convidar
os pais a falar sobre a profissão deles para
mostrar como é importante, chamar pai, mãe
ou até as avós para contar alguma história do
passado, ler livros, ensinar alguma brincadeira
do seu tempo, fazer alguma receita. Chamar
os pais junto com os filhos para organizar fes-
tas juninas, feira de ciência, jornadas culturais
ou esportivas. Abrir a biblioteca para os pais
irem com seus filhos pesquisar, ler livros juntos
para mostrar a importância da leitura (NOVA
ESCOLA, 2017).
Quando a escola for fazer alguma palestra
ou debate que tenha como assunto a saúde, ali-
mentação etc, que a instituição possa solicitar
a participação dos pais. Esta é uma maneira
de integração família-escola.
A escola ao final do semestre, ou quando
preferir, deve enviar também aos pais relató-
rios sobre o desenvolvimento das conquistas
individuais do aluno.

Segundo o Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Básica (Saeb)
A criança, cuja família participa de forma
mais direta no cotidiano escolar, apre-
senta um desempenho superior em rela-
ção àquela onde os pais estão ausentes
do seu processo educacional. Ao conver-
sarem com o filho sobre o que acontece
na escola, cobrarem dele e ajudarem-no
a fazer o dever de casa, falarem para não
faltar à escola, tirar boas notas e ter há-
bito de leitura, os pais estarão contribuin-
do para a obtenção de notas mais altas.
(SAEB, 2004)
É sempre bom lembrar que a participação
dos familiares no processo de ensino-aprendi-
zagem dos filhos é essencial para melhoria no
desempenho escolar. Essa participação pode
ser simples, como os pais perguntarem como
foi o dia na escola e acompanhar o filho no
dever de casa, não se esquecendo também do
incentivo à leitura.
Mostrar a estes pais o quanto eles são
importantes para o processo de cresci-
mento de seus filhos e o quanto eles são
bem-vindos a participarem das decisões
tomadas dentro da escola, de forma que
a participação deles não atrapalhe a au-
toridade que a instituição exerce sobre
estes alunos, através de situações reais e
que os tragam para dentro da escola, é
essencial. (ARAUJO, 2017, p. 4)
A família precisa manter-se em conta-
to com a escola, analisando as informações
sobre os avanços e dificuldade dos alunos e
sempre estar disponível para contribuir para
superar obstáculos. A escola precisa ver a
família como uma instituição para contribuir
com a aprendizagem, promover a qualidade
da educação, não aposta, mais sim comple-
mentar ao ensino.
A família precisa fazer-se presente na
vida dos filhos e principalmente nos anos
iniciais de escolarização, que é quando
estes começam a legitimar os valores ad-
Pluri Discente | Práticas Científicas
quiridos no ambiente familiar, enquanto o
contato entre família e escola é necessá-
rio em qualquer idade, durante os primei-
ros anos ele terá de ser mais intenso para
coordenar as atividades educativas que
permitam a rápida aquisição dos hábitos
propostos. (LÓPEZ, 2002, p. 27)
Dessa forma, cooperação entre família e
escola precisa ser ampla para que a aprendi-
zagem da criança seja satisfatória em todos os
aspectos. A escola sozinha não pode conduzir a
aprendizagem do aluno, como os pais também
não podem conduzir os filhos sozinhos.
Considerações Finais
Concluímos a pesquisa sobre a importância
da inserção dos pais no processo de ensino-
-aprendizagem dos alunos. Nossa intenção é
servir como base para trabalhos futuros dentro
da educação. Após a realização desta pesquisa,
há uma conclusão o quanto é benéfico a relação
família e escola para o desenvolvimento da
criança, garantindo assim um melhor desem-
penho escolar.
Constatamos que a educação tem início em
casa, e faz-se necessária a participação ativa
por parte dos pais. Dessa forma, podemos pro-
porcionar um bom desenvolvimento na escola
quando os pais, em harmonia com os professo-
res, têm os mesmos objetivos para a educação
do filho/aluno.
Podemos afirmar que a família passou por
várias mudanças, as responsabilidades tam-
bém mudaram, mas a função de educar con-
tinua como sua forte função, a construção da
moral, ética e bons costumes dos filhos. O papel
da mulher, que antes era apenas cuidar da
casa e da educação dos filhos, hoje está ocu-
pando o mercado de trabalho e é obrigada a se
ausentar e ficar muito tempo longe dos filhos,
terceirizando a educação deles e deixando-a
sob a responsabilidade de professores e ges-
tores escolares.
Mas a pesquisa deixa claro que apesar disso,
a família e a escola precisam dividir responsa-
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Edição Especial | Agosto de 2020
bilidade na educação da criança, os professores
necessitam conhecer os pais de cada aluno,
manter uma relação com eles, saber qual famí-
lia se interessa em saber sobre o aprendizado
do filho.
E assim, ao analisarmos as pesquisas, con-
cluímos que a família e a escola devem ter em
mente que é um processo de ensino voltado
para a aprendizagem do aluno e que depende
do cuidado de ambos para um único objetivo:
o desenvolvimento da criança.
Podemos afirmar que houve um avanço por
parte das famílias para educação das crian-
ças. A família precisa manter-se presente na
educação das crianças. O ensino-aprendiza-
gem precisa ser o foco das instituições, e ainda,
que a inclusão da família no contexto escolar
é obrigatória, ou seja, a família precisa manter
vínculo com os professores.
Percebemos diante da pesquisa, que há uma
grande dificuldade da família em estabelecer
a parceria com a escola, mas que esta relação
é necessária para o desenvolvimento integral
do aluno.
É possível notar pela pesquisa bibliográfica
a importância e relevância da família junto
com as escolas para a melhoria da educação
das crianças. As duas instituições não podem
andar separadamente, as duas são uma via de
mão dupla, uma ajudando a outra na educação
dos pequenos, que futuramente se tornarão
adultos competentes e responsáveis.
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