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III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006.

UMA REFLEXÃO SOBRE RESPONSABILIDADE SOCIAL, IMPACTOS


E CAPACIDADE DE CARGA NO TURISMO: OS ASPECTOS SOCIAIS
E CULTURAIS

Patrícia dos Santos Franco (SENAC-MG) - patsfranc@hotmail.com


Sarah de Andrade Luz (UNA/BH) - sarahandradeluz@gmail.com

RESUMO
Este artigo destaca como a Responsabilidade Social Corporativa pode exercer um
papel fundamental na determinação da capacidade de carga e na gestão de impactos da
atividade turística. O presente estudo enfoca, principalmente a questão dos impactos sociais e
culturais. Analisa todos os atores envolvidos no processo de desenvolvimento do turismo e
pondera sobre a viabilidade de implementar um planejamento socialmente responsável
visando a sustentabilidade dos atrativos e o beneficio de toda a comunidade através da
proteção de sua cultura, seu modo de vida e de seu patrimônio.
Palavras-chave: Responsabilidade Social; Capacidade de Carga; Atividade Turística;
Impactos Sociais e Culturais ; Sustentabilidade.

ABSTRACT
This article is about how a sensible Corporate Social Responsibility policy may have a
fundamental role in tourism impacts’ and carrying capacity’s management. It focuses mainly
in the issues related to social and cultural impacts. Analyses the role of each stakeholder
involved in socially responsible planning aiming local sustainability and community benefits
in terms of cultural assets, lifestyle and heritage.
Key Words: Corporate Social Responsibility, Carrying Capacity, Tourism Planning, Tourism
Impacts Management, Social Impacts, Cultural Impacts, Sustainability

1. A GLOBALIZAÇÃO E O TURISMO

As mudanças econômicas, políticas e culturais dos últimos anos foram intensas e


abrangentes. O aprofundamento da globalização econômica refletiu no desempenho das
empresas, em função do aumento da concorrência, os avanços na tecnologia da comunicação,
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reduções das barreiras comerciais, a liberação da movimentação transnacional de capitais e o


domínio das economias nacionais pelos mercados financeiros. Coube as empresas atender a
necessidade de se tornarem competitivas por meio da redução de custos e do aumento da
qualidade dos produtos e dos serviços oferecidos o que resultou na imprescindível
necessidade de qualificação da mão-de-obra e no continuo processo de capacitação dos
funcionários por parte das organizações. Ao analisar o conjunto dos resultados deste processo
percebemos que:
O que é mais dramático neste novo panorama é uma aparente mudança contraditória
inserindo-se no ambiente das organizações. De um lado o desenvolvimento
econômico e tecnológico da sociedade moderna buscando sua expansão contínua e
acelerada. De outro, a população buscando bem estar e qualidade de vida. E
inseridas neste contexto as empresas em um mercado cada vez mais competitivo,
buscando conquistar novos negócios ou simplesmente garantir a sobrevivência
(Carvalho & Moratelli, 2005, p:1)

O aumento do desemprego resultante do crescimento tecnológico que cobriu o setor


primário e secundário fez com que o setor de serviços se tornasse acolhedor de uma grande
massa mão de obra que se tornava ociosa, por outro lado tornou possível, para determinada
parcela da população, usufruir o tempo livre consolidando a indústria do turismo. Observa-se
que o turismo, como atividade econômica, geradora de riquezas e empregos tem seu
desempenho relacionado ao comportamento da distribuição de renda e da disponibilidade do
tempo livre.
Embora os efeitos da globalização sejam sentidos em todo o mundo, seus benefícios e
prejuízos não foram distribuídos equanimente conforme apontam Vieira Filho & Araújo
(2006).
Ao facilitar a circulação de idéias, produtos, know-how e capitais, a globalização
torna a vida mais fácil para alguns. Todavia, nem todos são afetados da mesma
forma pela globalização, em função das diferenças econômicas, sociais e culturais
pré-existentes. A globalização exige concorrência, competitividade e cada vez mais
modernização. Por ser um paradigma assentado nesses elementos e no domínio de
informações, saber e tecnologia, o acesso aos benefícios desse mundo globalizado é
dificultado para a grande maioria da população, o que tem levado muitos lugares e
pessoas a ficar à margem, reforçando a tendência à exclusão social e à competição
(Vieira Filho e Araújo. 2006:2).

Mesmo assim, podemos tomar alguns exemplos de destinos beneficiados pela


globalização onde a atividade turística é a principal responsável pela geração de renda e de
empregos. Não só os empreendimentos obtêm benefícios com o desenvolvimento do turismo,
mas, quando a comunidade está envolvida direta ou indiretamente com a atividade, ela se
desenvolve com mais facilidade, ganha acesso a serviços e a meios de promover e preservar o
patrimônio material e imaterial. Esta possibilidade potencialmente propicia o fortalecimento
de sua identidade.
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O turismo é uma atividade importante para a o crescimento econômico e social de


qualquer país, mas, conforme está previsto no Código Mundial de Ética do Turismo1 é preciso
buscar formas para que a população carente possa usufruir tanto dos equipamentos e recursos
turísticos como dos demais benefícios provenientes do desenvolvimento desta atividade.
Entretanto, nem todas as conseqüências de seu desenvolvimento são bem-vindas e os efeitos
adversos não podem deixar de ser considerados, conforme nos lembram Vieira Filho &
Araújo (2006):
Embora possa desencadear (...) vantagens, o turismo não pode ser estimulado
cegamente. Quando o turismo é desenvolvido sem se considerar devidamente o
contexto em que opera e sem o adequado planejamento e adoção de ações
estratégicas ajustadas a esse contexto, pode-se comprometer a sustentabilidade da
atividade (Vieira Filho e Araújo, 2006:1).

Desta forma, promover o desenvolvimento harmonioso, que beneficie toda as partes, é


o desafio maior que mobiliza todas as forças políticas, institucionais e empresariais. As
estratégias para vencer a estes desafios devem estar baseadas nas necessidades da
comunidade, sem que se perca o foco nos objetivos da empresa e baseando-se sempre em
atitudes éticas.
Sendo assim, o principal objetivo deste estudo é fazer uma breve reflexão sobre a
maneira como a responsabilidade social vem sendo abordada no âmbito das avaliações de
impacto do turismo e, em espacial, na avaliação de impactos sociais e culturais.
A metodologia adotada para o desenvolvimento deste trabalho, baseia-se em pesquisa
e análise de dados secundários obtidos por meio de consultas bibliográficas a partir do
levantamento de dados encontrados em artigos publicados, em revistas científicas, livros e
relatórios de pesquisas bem como de material dos extraído de meios eletrônicos.

2. TURISMO E SUSTENTABILIDADE

O conceito de desenvolvimento sustentável foi apresentado em 1987 como resultado


da Assembléia Geral das Nações Unidas no relatório “Our common future” Nosso futuro
Comum, conhecido como Relatório Brundtland. Nesse mesmo encontro foi criado a UNCED
– Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Este documento traduz
algumas preocupações com o meio ambiente que já se instalavam na sociedade e definiu
novos paradigmas que passaram a nortear as relações humanas a partir daquele momento.
Apresenta três vertentes principais: crescimento econômico, eqüidade social e equilíbrio

1
Código Mundial de Ética do Turismo: Aprovado por Membros da Organização Mundial do Turismo (OMT),
representantes da indústria turística mundial, delegados dos Estados, territórios, empresas instituições e
organismos reunidos em Assembléia Geral, em Santiago do Chile, em 01 de outubro de 1999, o código cria um
marco de referência para o desenvolvimento responsável e sustentável do Turismo Mundial no início do novo
milênio. O seu texto inspirou-se em numerosas declarações e códigos profissionais similares que o precederam e
aos quais juntou novas idéias que refletem a mudança da nossa sociedade nos finais do século
XX.( http://rec.web.terra.com.br/hoteltur/codigo.htm)
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ecológico, induzindo um “espírito de responsabilidade comum” como processo de mudança


no qual a exploração de recursos materiais, os investimentos financeiros e as rotas de
desenvolvimento tecnológico deverão adquirir sentidos harmoniosos. Nele foi expresso pela
primeira vez o conceito de “desenvolvimento sustentável” utilizado até os dias atuais e
definido como àquele que “atende as necessidades do presente sem comprometer a
capacidade das gerações futuras atenderem as suas”, através da sustentabilidade, do
desenvolvimento que compreende uma mudança nas relações econômicas, político-sociais,
culturais e ecológicas (Oliveira, 2004; Ribeiro e Lacorte, 2003).
Em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
realizada no Rio de Janeiro, deu impulso a um processo de sustentabilidade pela natureza e
pela sociedade em longo prazo, recebendo o nome de Agenda 21. O que tornou a Agenda 21
tão significativa, foi o fato de que ela representou a primeira ocasião em que um programa
abrangente de ações governamentais foi adotado por 182 governos. A Agenda é baseada em
uma estrutura de temas destinados a apresentar uma estratégia geral para dar à atividade
global uma trajetória mais sustentável (Cooper, 2001, Oliveira, 2004).

Há ainda que se ponderar sobre a contradição dos dois termos: Desenvolvimento e


Sustentabilidade. Desenvolver é uma meta a se atingir que compreende – no mundo
moderno e pós moderno – na produção de mais e mais mercadorias.(...)
Sustentabilidade significa manutenção das condições (...). (Rodrigues 2002, p. 46).

EMPRESAS INDIVIDUOS
Responsabilidade Social
Corporativa Ações individuais

Desenvolvimento
Sustentável

GOVERNO SOCIEDADE CIVIL


Políticas e Legislações Ong´s

Figura 1: Desenvolvimento Sustentável e seus atores


Fonte: EEG2

É importante compreender que o desenvolvimento sustentável se baseia na atuação


coordenada de vários setores sociais. Cabe as empresas desenvolver ações que contribuam

2
Emirates Enviromental Group
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para o desenvolvimento global da sociedade não apenas suprindo suas carências, mas também
contribuindo para a qualidade do desenvolvimento futuro da sociedade. A esta atitude e/ou
postura empresarial chamamos de Responsabilidade Social Corporativa. Aos indivíduos está
reservada a missão de compreender que deve haver um equilíbrio entre os interesses de curto
prazo e a possibilidade de longevidade da sociedade e do meio ambiente como um todo, suas
ações são individuais e concentram-se nas opções conscientes em favor da ética, da identidade
e da qualidade do bem estar coletivo. A contribuição da sociedade civil está em organizar e
coordenar as ações dos grupos sociais. Desta forma, as organizações não-governamentais
atuam junto a indivíduos, empresas e governos orientando-os e, muitas vezes, pressionando-
os a agir dentro dos preceitos da ética focando ao mesmo tempo o presente, o passado e futuro
da coletividade. A função do governo, como ator da promoção do desenvolvimento
sustentável, está na implementação de políticas que garantam a sustentabilidade do processo
de desenvolvimento e na implementação de uma legislação que oriente, organize, limite e
puna grupos ou indivíduos que desrespeitem as regras que visam garantir a sustentabilidade
social, cultural, econômica e ambiental.
É fundamental a aplicação destes conceitos ao processo de desenvolvimento de
atividades relacionadas ao turismo. Planejar e desenvolver a atividade turística levando em
consideração as carências, os anseios e as características da comunidade autóctone e trabalhar
em busca de estratégias que superem as necessidades da sociedade a curto e longo prazo: é ser
ético, é ser socialmente responsável.
[...] o estudo do turismo deve ser direcionado para o desenvolvimento
sustentável, conceito essencial para alcançar metas de desenvolvimento sem
esgotar os recursos naturais e culturais nem deteriorar o meio ambiente.
Entende-se que a proteção do meio ambiente e o êxito do desenvolvimento
turístico são inseparáveis”.(Ansarah, 2001)

De acordo com a EMBRATUR3, se considerarmos o conjunto de sua cadeia produtiva:


agentes de viagens, meios de transporte, entretenimento, meios de hospedagem, entre outros,
constataremos que a atividade turística gera anualmente US$ 3,8 trilhões, valor equivalente a
11% do PIB mundial. A atividade turística, quando alcança um nível elevado de
desenvolvimento, pode servir de base econômica para um município, região ou país
requerendo especial atenção para os impactos que provoca.
Conciliado às ações socialmente responsáveis, o turismo pode exercer papel
fundamental na sobrevivência e no desenvolvimento de gerações. Sendo assim, é preciso
estabelecer regras de conduta que possam orientar harmoniosamente a relação de todos numa
perspectiva ética.
Os empresários envolvidos direta ou indiretamente com a atividade têm procurado
exercer seu papel social, investindo em projetos comunitários entre outras ações. Mas é
preciso que reflitamos sempre sobre a função do turismo, como forma de amadurecimento do

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Instituto Brasileiro de Turismo
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indivíduo, de valorização de seu legado cultural e da compreensão de sua identidade e


história. Um sujeito que deverá ser capaz de respeitar as diferenças entre culturas e
comunidades. É a construção do turismo, pela cidadania, é a atitude ética no turismo.
A análise do processo evolutivo do terceiro setor evidencia, muitas vezes, a ausência
de responsabilidade e comprometimento por parte da gestão pública, o que, de certa forma
transfere para os cidadãos e empresas, alguns problemas e funções que seriam de
responsabilidade governamental. Entretanto, fica claro que se estas questões não forem
consideradas, a posição na sociedade dos agentes econômicos envolvidos será prejudicada.
Dentro deste viés, surge, então, a partir da década de 70, no Brasil, o movimento de formação
do terceiro setor, que hoje encabeça, em diversas áreas, programas que contribuem para o
desenvolvimento sustentável da sociedade, incluindo o setor do turismo, de preservação
histórica e de valorização da cultura local. Ao mesmo tempo, as empresas passam
crescentemente a se envolver no desenvolvimento de ações sociais e culturais contribuindo
com indivíduos, sociedade civil e governos.
A preocupação da gestão do turismo sustentável não deve ser apenas ambiental, mas
também econômica, social, cultural, política e administrativa. Relacionar a atividade turística
com o meio ambiente, com o desenvolvimento social e econômico é de suma importância
para o desenvolvimento planejado e sustentável do setor. É preciso ter consciência e atenção
para o fato de que danos e impactos causados pelo crescimento descontrolado da atividade
podem, e são, em muitos casos, ser irreversíveis. Sachs (1993) aponta que o crescimento tem
demonstrado seus custos sociais e ambientais ampliando as desigualdades entre países e
classes sociais num mesmo país. Deste modo, os problemas ambientais e a pobreza só podem
ser superados quando também forem superadas as barreiras de ordem social e política.
A OMT4 estabelece uma nova referência para o desenvolvimento responsável e
sustentável para o turismo mundial neste novo milênio. Acredita que este código de ética seja
necessário para minimizar os impactos negativos do turismo no meio ambiente e na herança
cultural enquanto maximiza os benefícios para a população local dos destinos turísticos. É
composto de 10 princípios chamado de “Regras do Jogo” para destinos turísticos, governos
locais, operadoras, agentes de viagens, trabalhadores e para os próprios turistas, são eles:

Tabela 1: OMT: Regras do Jogo Para destinos turísticos


1. Contribuição do turismo ao respeito e entendimento mútuo entre povos e sociedades.
2. Turismo como um veículo para uma realização individual e coletiva;
3. Turismo, um fator de desenvolvimento sustentável.
4. Turismo, um usuário da herança cultural da humanidade, contribuindo para o seu enriquecimento.
5. Turismo, uma atividade benéfica para os países e comunidades anfitriãs.
6. Obrigações dos stakeholders no desenvolvimento turístico.
7. Direito ao turismo.
8. Liberdade dos movimentos turísticos.
9. Direitos dos trabalhadores e empreendedores na indústria turística.
10. Implantação dos princípios Código Ético Global para o Turismo através da criação de um Comitê Mundial para o Turismo Ético composto
por representantes de cada região do mundo e de representantes dos grupos de envolvidos no turismo: setor público, setor privado,
organizações trabalhistas e ONGs.
Fonte: OMT

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Organização Mundial do Turismo – http://www.world-tourism.org
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3. RESPONSABILIDADE SOCIAL E TURISMO RESPONSÁVEL

As transformações sócio-econômicas dos últimos 25 anos têm afetado intensamente o


comportamento de empresas que até então priorizavam somente na maximização do lucro. A
economia atual envolve o preceito básico de uma competitividade cada vez mais acirrada e de
um consumidor mais consciente, exigente e atento. Sendo assim, um novo perfil empresarial
começa a surgir.
A idéia de responsabilidade social incorporada aos negócios é, portanto, relativamente
recente. Começou a se fortalecer nos Estados Unidos na década de 60. Conforme Nociolini
(1999) isso ocorreu em conseqüência do: “(...) aumento das contestações sociais de vários
movimentos da sociedade civil e devido a maior disseminação deste assunto no meio
acadêmico”. Na América do Sul, incluindo o Brasil, a Responsabilidade Social passou a
merecer atenção das empresas, em especial as multinacionais, a partir de meados da década de
70. Neste momento tornam-se explícitas as oportunidades e riscos inerentes ao
relacionamento da empresa com seus diversos stakeholders e a necessidade de se estabelecer
uma forma de relacionamento mais transparente com eles:

Tabela 2: Oportunidades e Riscos na Relação com Stakeholders


Stakeholders Envolvido Oportunidades Minimização de Riscos
Comunidade Legitimização Má aceitação, conflitos
Midia Cobertura Favorável (publicação Cobertura desfavorável
de relatórios, promoção da marca)
Ativistas Negociação, debate Boicote, Protestos
Acionistas / Investidores Maximização dos Lucros Fuga de investidores, dificuldades
administrativas
Trabalhadores Comprometimento Greves, comportamento
antiprofissional
Consumidores Fidelizar, informar Rejeição aos produtos
Estado / Governo / Agentes Comprometimento com Ações legais, multas
reguladores cumprimento de normas legais,
benefícios fiscais
Parceiros Comerciais Fortalecimento de parcerias, Perda do parceiro
colaboração e cooperação
Baseado em: Ashley, 2003; Fombrun apud Machado Filho, 2002

A intensificação do movimento pela Responsabilidade Social Corporativa no Brasil


tem suas raízes na década de 80, com o processo de redemocratização do país que propiciou o
ressurgimento dos movimentos sociais civis. A crise do modelo de desenvolvimento baseado
nas ações do estado fez com que empresas reestruturassem o seu papel frente ao mercado e a
sociedade (Carvalho & Moratelli, 2005). Durante muito tempo, este movimento esteve
focado nas questões sociais locais que afligiam aos atores domésticos estando distantes das
questões e debates globais. A Responsabilidade Social Corporativa estava predominantemente
associada à filantropia e dirigia-se basicamente a investimentos comunitários. Entretanto, nos
últimos anos, por pressão da sociedade civil organizada, as empresas no Brasil vêm a dotando
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uma postura mais estratégica no desenvolvimento de suas políticas de Responsabilidade


Social (Thorpe, 2006).
Com o surgimento de novas demandas e maior pressão por transparência nos
negócios, as empresas se viram forçadas a adotar uma postura mais responsável em suas
ações. Votaw (apud Nociolini, 1999) observam que:
O termo (Responsabilidade Social) é um termo brilhante. Ele significa algo, mas
nem sempre a mesma coisa, para todos. Para alguns, ele representa a idéia de
responsabilidade ou obrigação legal; para outros, significa um comportamento
responsável no sentido ético, para outros, ainda, o significado transmitido é o de
responsável por, num modo causa. Muitos simplesmente equiparam-no a uma
contribuição caridosa; outros tomam-no pelo sentido de socialmente consciente;
muitos daqueles que o defendem fervorosamente vêem-no como simples sinônimo
de legitimidade (...); uns poucos vêem-no como uma espécie de dever fiduciário,
impondo aos administradores de empresa padrões mais altos de comportamento que
aqueles impostos aos cidadãos em geral (Votaw apud Nociolini, 1999:64).

A responsabilidade social corporativa trata sobre a forma de gerenciamento das


relações entre empresas, meio ambiente e economia. Isto significa contribuir para o
desenvolvimento econômico e social de tal modo que fiquem resguardados os recursos
naturais, o meio ambiente, o patrimônio e o respeito aos direitos de cada individuo.
A responsabilidade social corporativa é normalmente compreendida como a
contribuição da iniciativa privada para o desenvolvimento sustentável. Ainda que os governos
possam introduzir leis de proteção ao ambiente, ao patrimônio cultural e aos direitos
individuais e sociais de seus cidadãos, muitas empresas reconhecem a responsabilidade e as
vantagens comerciais em ir além do que é exigido por lei quando gerenciam seus impactos.
Entretanto, devem procurar equilibrar suas responsabilidades em relação ao meio ambiente, a
sociedade e a economia no presente e no futuro para que a sustentabilidade seja assegurada.
Responsabilidade Social Empresarial é uma forma de conduzir os negócios que
torna a empresa parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. A empresa
socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das
diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores,
consumidores, comunidade, governo e meio ambiente) e conseguir incorporá-los ao
planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos, não
apenas dos acionistas ou proprietários. (ETHOS, 2006) 5

Carrol (1991) sugere que existem quatro facetas relevantes quando nos referimos à
responsabilidade social:

Tabela 3: As quatro faces da Responsabilidade Social


• Responsabilidade Econômica: maximizar os lucros de modo a garantir a remuneração dos acionistas, o cumprimento das
obrigações financeiras e o pagamento de salário justos aos funcionários.
• Responsabilidade Legal: Cumprimento das leis e regulamentos estabelecendo padrões de comportamento responsável.
• Responsabilidade Ética: fazer o que é certo, observar padrões éticos indo além do cumprimento da legislação.
• Responsabilidade Discricionária: Inserir na filosofia da empresa a contribuição voluntária para a melhoria da qualidade
de vida da comunidade.
Baseado em: Carrol, 1991

5
Instituto Ethos de Responsabilidade Social – www.ethos.org.br
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Toda a discussão a cerca da responsabilidade social, reflete os conflitos em que os


diversos atores que deveriam atuar na promoção do desenvolvimento sustentável estão
envolvidos: muitas vezes algumas necessidades da sociedade não são supridas por um ou
outro ator de modo que o questionamento sob o desempenho e o comprometimento neste
processo pode surgir. Entende-se que o grau de comprometimento e de maturidade dos
envolvidos não é uniforme o que faz com que, muitas vezes, por dispor de recursos ou por
entender melhor uma necessidade, um ator substitua o outro na procura do caminho
sustentável. Entretanto, a experiência demonstra que quanto maior o comprometimento mútuo
dos indivíduos imbuídos de senso de cidadania; das empresas socialmente responsáveis; da
sociedade civil organizada e atuante; e do estado comprometido com políticas e leis
responsáveis, justas e contínuas; maior será a sustentabilidade local e mais aptos os setores
sociais estarão para buscar caminhos e soluções para o crescimento e desenvolvimento do
local.
A visão mais moderna da Responsabilidade Social Corporativa aponta que esta deve
estar vinculada ao processo de gestão, deve ser vista mais do que uma simples prática: deve
estar umbilicalmente associada a uma filosofia empresarial que contemple aspectos que
extrapolam a mera relação comercial/financeira das empresas. Ela não se viabiliza, portanto, a
partir de uma decisão ou vontade do topo da organização, mas deve permear todos os seus
públicos e parceiros sendo expressão da própria cultura da organização (Bueno, 2006). Na
visão de Bueno (2006) a amplitude do conceito de ser assim explicitada:
Responsabilidade Social é o exercício planejado e sistemático de ações, estratégias e
a implementação de canais de relacionamento entre uma organização , seus públicos
de interesse e a própria sociedade no sentido de:
a) contribuir para o desenvolvimento social, pelo respeito ao ser humano,
independente de suas opiniões e crenças, pela valorização da diversidade cultural e
pela defesa irrestrita da liberdade de pensamento e expressão;
b) propiciar condições ideais de trabalho para os seus colaboradores, além de
remuneração justa, capacitação profissional, realização pessoal e estímulo ao diálogo
e à participação no processo de tomada de decisões;
c) assumir a transparência e a ética como atributos fundamentais, tomando o
interesse coletivo como a referência maior na condução dos negócios;
d) preservar o meio ambiente , privilegiando a gestão de recursos e da oferta de
produtos não agressivos à natureza;
e) praticar a excelência na fabricação de produtos e na prestação de serviços,
tendo em vista os interesses, expectativas e demandas dos seus consumidores ou
usuários. Mais do que excelentes, no entanto, estes produtos ou serviços têm que ser
éticos, ou seja , não podem, a partir do seu consumo ou utilização, acarretar
prejuízos aos consumidores/usuários ;
f) implementar projetos que visem ao desenvolvimento científico e cultural
(aqui incluídas as artes em geral), esportivo, educacional e comunitário.

Deste modo é essencial que a responsabilidade social associada à atuação das


empresas na sociedade esteja também associada à forma pela qual a sociedade desenvolve
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atividades como o turismo. O turismo responsável, que deriva de uma visão sustentável do
desenvolvimento da atividade turística, é um exemplo disto. Segundo a DEAT6 (2002):

Turismo Responsável é a gestão estratégica do turismo englobando o planejamento,


gerenciamento, desenvolvimento de produto e marketing de modo a produzir
impactos sociais, culturais e ambientais positivos. Para os operadores de turismo
isso significa prover experiências de férias interessantes para os visitantes e
possibilitar a comunidade local a usufruir uma melhor qualidade de vida e
conservando seu meio ambiente e patrimônio.

O DEAT7 completa suas orientações em seu Manual Para o Turismo Responsável com
as seguintes linhas de ação:

Tabela 4: Linhas de Ação: Econômicas


• Avaliar impactos econômicos antes do desenvolvimento do turismo
• Maximizar os benefícios econômicos para a comunidade local ampliando a inclusão e reduzindo
a exclusão
• Assegurar que as comunidades envolvidas são beneficiadas pelo desenvolvimento do turismo
• Contribuir para o marketing e o desenvolvimento de produtos a nível local
• Promover negócios e preços justos
Linhas de Ação: Sociais
• Envolver a comunidade local nos processos de decisão e planejamento
• Avaliar os impactos sociais da atividade turísticas
• Respeitar a diversidade social e cultural
• Ser sensível as características da cultura local
Fonte: DEAT

Esta definição e as linhas de ação sugeridas vão de encontro aos parâmetros


estabelecidos na Agenda 218 em seu programa de ação para Turismo & Viagens:
A indústria de Turismo & Viagens tem um interesse em proteger os recursos
naturais e culturais que são o núcleo de seu negócio. Tem também os meios para o
fazer. Como a maior indústria do mundo, tem o potencial para causar
melhoramentos socioeconômicos e ambientais, fazendo uma significativa
contribuição ao desenvolvimento sustentável dos países por onde atua”.9

As principais ações da Agenda 2110 no âmbito social:


Tabela 5: Agenda 21: Programa de Ação Para Turismo & Viagens
• Turismo & Viagens devem conduzir as pessoas a uma vida saudável e produtiva em harmonia com a natureza;
• Turismo & Viagens devem estar baseados em padrões sustentáveis de produção e consumo;
• Itens relativos ao desenvolvimento turístico devem fomentar a participação de cidadãos conscientes na tomada de
decisões adotadas em nível local;
• Turismo & Viagens devem utilizar a sua capacidade para criar empregos para mulheres e população local;
• O desenvolvimento turístico deve reconhecer e apoiar e preservar a identidade, a cultura e os interesses e bem estar da
população local;
Fonte: Foro para el Turismo Sostenible11

Para Dodds & Joppe (2005) a definição de Responsabilidade Social Corporativa


possui elementos similares ao do turismo sustentável, pois ambos focam em como os atores

6
DEAT: Department of Environmental Affairs and Tourism of South Africa
7
Idem
8
Agenda 21: www.agenda21.org.br
9
idem
10
idem
11
http://www.turisos.net/sostenible/agenda21.html
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devem ser identificados, engajados e no modo pelo qual as ações devem ser medidas para que
seus impactos sejam determinados. A Responsabilidade Social se refire à postura da empresa
em dar satisfação de seus atos, a todos os interessados, em relação às atividades
desenvolvidas com o objetivo de atingir a sustentabilidade não apenas na dimensão
econômica, mas sobretudo nas dimensões sociais e ambientais. A idéia de um turismo
sustentável foi alicerçada inicialmente e principalmente na perspectiva ambiental, mais
recentemente, assim como na perspectiva socialmente responsável das empresas, foram
incorporados os aspectos sociais e comunitários.

4. IMPACTOS DA ATIVIDADE TURÍSTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

Etimologicamente, definimos impacto como:

Fazer chocar contra; choque de um corpo em movimento com outro em repouso;


introduzir em outra coisa de modo que seja impossível retirar; impressão muito
forte, muito profunda, causada por efeitos diversos; abalo causado por
acontecimento extremo.12

Esta definição evidencia que impactos são acontecimentos intensos e, de certa forma
inevitáveis. Também é importante ressaltar que, a princípio, não são nem positivos nem
negativos, por isso requerem uma avaliação imparcial que seja capaz de detectar seus graus de
negatividade e de positividade (Franco, 2004).
Essa neutralidade torna essencial a ação da sociedade no sentido de que a avaliação
dos impactos seja honesta e responsável. Como grandes interessados na maximização de seus
lucros, as empresas turísticas têm papel fundamental na determinação da capacidade de carga,
no planejamento do uso dos recursos e no respeito aos limites de utilização dos recursos.
Neste sentido, o senso de Responsabilidade Social Corporativa, de ética, a clareza dos
princípios adotados e o comprometimento com outros atores promotores do turismo
sustentável é fundamental.
Santos (2004) registra que os impactos - positivos e negativos, de maior ou menor
intensidade- acabam por dar uma nova configuração para o espaço e para a comunidade, uma
vez que há uma mudança nos usos, significados e práticas sociais.
É claro que a possibilidade de manipulação de dados e interesses existe, e considera-se
que o comprometimento das partes envolvidas e sua compreensão do conceito de
sustentabilidade em longo prazo são os únicos antídotos capazes de evitar distorções.
Entretanto é preciso considerar que diferentes grupos têm diferentes percepções das situações,
problemas e prioridades, conforme aponta Pires (2004). Muitas vezes, a possibilidade de
incentivar o desenvolvimento econômico minimizando a pobreza e a falta de acesso a
insumos básicos leva muitos governos municipais, estaduais e federais a compactuar com

12
Ferreira, A B H; Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, São Paulo, Editora Nova Fronteira, 1985.
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outros agentes no sentido de relevarem a importância do estabelecimento de capacidade de


carga e o monitoramento dos impactos do turismo, principalmente quando os impactos
econômicos positivos vêm reforçar a noção de sucesso das políticas governamentais de
desenvolvimento. Nestes casos, estudos passam a ser indispensáveis apenas quando os
impactos negativos se tornam evidentes e ameaçam o futuro da atividade turística na
localidade colocando em risco as conquistas econômicas.

5. RESPONSABILIDADE SOCIAL, A GESTÃO DE IMPACTOS E A CAPACIDADE


DE CARGA

Uma análise dos impactos do turismo sob um determinado destino deve partir do
princípio de que todo e qualquer impacto tem aspectos positivos e negativos. A gestão de
impactos deve procurar maximizar os benefícios do turismo e minimizar os custos ambientais,
sociais, culturais e econômicos. O crescimento e a expansão da atividade turística
aumentaram enormemente a sua complexidade, na mesma proporção, torna-se mais complexa
a análise que nos permite compreender os benefícios e malefícios do turismo. Mathielson &
Wall (1983) apontam algumas dificuldades inerentes à análise e conseqüente gestão de
impactos no turismo que não podem deixar de ser considerados:

Tabela 6: Elementos dificultadores da análise de impactos


• O homem vem modificando o ambiente em que vive a milhares de anos.
• É difícil distinguir até que ponto as modificações são conseqüências da ação do homem e não
da própria evolução da natureza.
• As complexas interações do fenômeno turístico tornam a mensuração total de seus impactos
impossíveis.
• Existe descontinuidade espacial entre causa e efeito.
• As dificuldades metodológicas em se estabelecer os indicadores dos impactos.
Mathieson &Wall, 1983.

Numa certa medida, a constatação de que o processo de modificação do ambiente e da


cultura é inerente ao processo de evolução e desenvolvimento, pode levar a tentativas de se
justificar o curso das mudanças e evitar as interferências e ações de controle dos processos de
transformação. A inibição, a negociação e a mediação de interesses dependem da forma como
se relacionam os agentes envolvidos. A defesa de interesses é licita e faz parte das regras de
qualquer jogo em que perdas e ganhos precisem ser equilibrados, mas é fundamental que os
envolvidos se norteiem por valores e princípios éticos e que as decisões sejam respeitadas. Por
isso é tão importante que existam de parte a parte políticas e linhas de ação claras e
transparentes. Estes critérios se tornam ainda mais essenciais quando nos referimos a aspectos
sociais e culturais, pois seu grau de subjetividade é muito alto e as possibilidades de
mensuração são restritas. Santos (2004) relata que:
(....) os elementos característicos de cada cultura se tornam a matéria prima para que
um produto turístico seja comercializável e competitivo. O patrimônio cultural passa
então a ser um fator motivacional e uma necessidade de mercado do Turismo, (...) as
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006.

maiores críticas se referem à transformação do patrimônio cultural em bem de


consumo, pois a sua preservação se daria muito mais por exigência do mercado
turístico (tornando-o um atrativo turístico vendável) do que por sua importância para
a comunidade local. Desse modo, a cultura deixaria de ser importante por si só, e
passaria a ser importante apenas por seu valor de consumo dentro da Indústria
Cultural. Além disso o turismo se torna um importante fator de pressão sobre o
patrimônio cultural, causando problemas como a obstrução da vida social e
econômica da comunidade local, pelo volume de pessoas nas ruas e
congestionamento do trânsito; os choques culturais em relação às diferenças
culturais, étnicas, religiosas, e de valores e estilos de vida; a reprodução alegórica da
cultura local, num simulacro de realidade – pois simula aspectos irreais, tanto no
sentido de não serem mais traços da comunidade local, buscando uma autenticidade
que já não existe, ou até no sentido de adaptar as tradições para torná-las mais
palatáveis aos turistas-; e até mesmo a perda da identidade da localidade como um
todo e da sacralidade e valor simbólico de objetos e locais específicos (Santos, 2004)

A definição do conceito de capacidade de carga se baseia em quatro elementos inter-


relacionados (Fennel, 2002):
• O controle de uso de um determinado tipo de recurso.
• Num determinado meio ambiente
• Considerando-se o tempo de durabilidade, permanência.
• Sem a degradação de sua utilidade para este uso.
O melhor entendimento do impacto ecológico só pode ser obtido levando-se em
consideração valores humanos. Wagar (1964 apud Fennel, 2002) considera que inicialmente
imaginou-se que os critérios adotados em termos de ecologia seriam suficientes para a
avaliação da capacidade de carga nas áreas recreativas, entretanto logo ficou evidente que se
deveria ampliar a perspectiva considerando-se valores humanos e recursos imateriais.
Várias definições de turismo encapam está idéia reforçando a concepção de que o
turismo deve desenvolver-se enquanto atividade econômica não predatória. Entre elas
destacamos a referenciada por Caio Luis de Carvalho (2000), então presidente da Embratur:
“Turismo é a indústria que processa recursos naturais e culturais sem desgastá-los”.
Burton (1970 apud Veloso, 2004) formula uma série de três parâmetros sobre os
conceitos de capacidade de carga:
• Ecológica – que supõe a determinação do nível de degradação ecológica
considerada como aceitável;
• Paisagística – que a implica a possibilidade de absorção do uso recreativo de
uma paisagem; e.
• Perceptiva – que determina o controle do grau de saturação de um recurso.
Ignacy Sachs (apud Fonteles, 2004) desenvolve uma abordagem diferente de Burton
(1970) e propõe cinco quesitos de sustentabilidade que devem ser respeitados para se engajar
na tentativa de alcançar um desenvolvimento sustentável e orientar a implantação dos
processos de gestão e de determinação da capacidade de carga. São eles:
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006.

Tabela 7: As Cinco Sustentabilidades de Ignacy Sachs


• Sustentabilidade ambiental: diz respeito à capacidade de suporte dos ecossistemas associados
de absorver ou se recuperar das agressões derivadas da ação do homem;
• Sustentabilidade social: consolidação de um novo processo de desenvolvimento que centre suas
atenções no ser humano, atender desde as necessidades materiais como as não-materiais. Busca-
se além de um crescimento econômico sustentável melhorar significativamente as condições de
vida e os direitos de toda a população;
• Sustentabilidade espacial: esta voltada à questão da configuração territorial urbana e rural, e
também a melhor distribuição territorial das atividades econômicas e dos assentamentos
humanos;
• Sustentabilidade cultural: apesar das mudanças que se dão na sociedade deve-se conservar a
base cultural existente, além disso, incentivando a busca de soluções particulares que respeitem
as características do ambiente e das tradições locais;
• Sustentabilidade econômica: alocação mais eficiente de recursos significa menores
desperdícios, tanto no setor privado como no publico. A eficiência econômica deve ser avaliada
mais em termos macrossociais do que apenas por meio de critérios de lucratividade
microempresarial.

Fonte: Fonteles, 2004.

Segundo a Organização Mundial do Turismo (2003, p.148), o estabelecimento da


capacidade de carga cultural deve administrar o volume do desenvolvimento turístico que
possa ser absorvido socialmente sem detrimento dos estilos de vida e das atividades das
comunidades locais; o nível de turismo que auxilie na conservação e revitalização das artes,
dos artesanatos, dos sistemas de crenças, das cerimônias, dos costumes e das tradições; e o
nível de turismo que não aborreça os residentes locais nem se aproprie dos atrativos e demais
locais utilizados pelas comunidades. Neste sentido, uma avaliação de capacidade de carga
turística deve conjugar aos aspectos abordados por Sachs e Burton de modo que tanto critérios
funcionais quanto critérios mais subjetivos sejam abordados. Para Santos (2004) é preciso ter
em mente que:
(...) tais níveis e volumes são muito abstratos para que se possa medir e quantificar.
Além disso, pelo caráter dinâmico da cultura, nem sempre é possível mensurar até
que ponto um efeito é resultado ou não da atividade turística, de outros fenômenos
da globalização, de catástrofes naturais, inovações tecnológicas ou simplesmente de
uma mudança interna lenta e gradual (Santos, 2004).

Inskeep (1993) ressalta que a análise e determinação da capacidade de carga não


substitui a avaliação de impactos ambientais, econômicos e sócio-culturais ou o contínuo
monitoramento dos impactos do turismo.A avaliação de impactos deve continuar a ser feita
em complementação aos estudos de capacidade de carga, como um elemento capaz de
assegurar que os limites de capacidade de carga não estão sendo ultrapassados. As avaliações
de impacto são especialmente necessárias na contínua avaliação dos efeitos relegados
inicialmente a segundo plano que não foram contemplados na determinação da capacidade de
carga do local por não terem sido considerados prioritários mas que podem se transformar em
fator de risco no futuro. A aplicação de ambas as técnicas permite, ressalvando-se que
nenhuma é infalível ou completa, o monitoramento dos impactos do turismo com medidas de
correção necessárias sendo tomadas a seu tempo.
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6. RESPONSABILIDADE SOCIAL E IMPACTOS SÓCIO CULTURAIS

Considerando os impactos sociais e culturais do turismo, Swarbrooke (2002) afirma


que um grande número de fatores que determinam se o resultado dos impactos sócio-culturais
será positivo ou negativo num local específico, dentre eles destaca:
• A força e a coerência da sociedade e da cultura locais;
• A natureza do turismo na localidade;
• O grau de desenvolvimento social e econômico da população local em
relação aos turistas;
• As medidas tomadas, se for o caso, pelo setor público para administrar o turismo
de modo a minimizar seus custos socio-culturais.
Franco (2004) aponta que:
“Fica evidente que a capacidade de articulação e a auto-estima da comunidade são
fatores fundamentais no estabelecimento de sua capacidade em lidar com
modificações em sua realidade. Quanto mais coesa e consciente de seus valores for
à comunidade, melhor ela saberá lidar com as modificações que o turismo, os meios
de comunicação de massa e o desenvolvimento econômico, entre outros fatores,
acarretam. A fragilidade cultural e social é o elemento que permite que as
modificações se aprofundem e resultem em perda da identidade. Por outro lado,
comunidades fortes do ponto de vista social e cultural usufruem os benefícios do
desenvolvimento econômico reprocessando informações, seus valores e crenças,
modificando-os e adaptando-os sem que isso resulte em perda substancial de sua
essência” (Franco, 2004:13).

Nestas condições o papel das empresas, através de suas políticas de responsabilidade


social, deve se concentrar no fortalecimento da identidade comunitária através da valorização
das características locais, do patrimônio e da história. O respeito pela fragilidade sócio-
cultural de um determinado meio deve nortear qualquer empresa que pretenda atuar no campo
do turismo. É preciso estar atento ao fato de que ao eleger determinado local, o turismo
automaticamente se apropria de uma série de recursos nem sempre negociáveis. Do ponto de
vista sócio-cultural, corre-se o grande risco de que esta apropriação resulte na mercantilização
e comodificação da cultura, do patrimônio e do modus vivendi da localidade. Neste processo,
é evidente o risco da perda da significação e da simbologia que estes elementos carregam
acarretando empobrecimento cultural, enfraquecimento social e perda da identidade, ou ainda
a aculturação da população. Mathielson & Wall (1983) lembram que:

Os impactos socioculturais comprovam a necessidades de encontrar um ponto de


equilíbrio entre o desenvolvimento turístico e a proteção da identidade do local.
Provavelmente, este ponto de equilíbrio encontra-se na definição do número de
turistas que cada comunidade é capaz de receber para que obtenha os benefícios
econômicos do turismo sem que sua identidade sofra danos substanciais. É
importante notar que os limites de tolerância e defesa de cada comunidade são muito
particulares de modo que algumas são mais tolerantes e outras menos, assim como
algumas visualizam melhor os benefícios do que outras (Mathielson & Wall, 1983).
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006.

Entretanto, não é fácil para empresas avaliarem aspectos tão intangíveis. Por não
serem facilmente quantificáveis ou identificáveis em curto prazo estes elementos tendem a ser
relegados a um segundo plano. Empresas socialmente responsáveis não devem se sentir
comprometidas somente com a promoção da qualidade de vida ou dos benefícios econômicos
da atividade. Elas são co-responsáveis pela forma pela qual a comunidade entenderá a
atividade turística, e pelos meios que esta comunidade necessitará usar para lidar com essas
modificações.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É ilusória, conforme aponta Inskeep (1993) a idéia de que se pode maximizar os


impactos positivos e minimizar os impactos negativos do turismo na mesma medida. É
preciso compreender que o ponto de equilíbrio que permite a comunidade usufruir os
benefícios do turismo é resultado de um jogo de perdas e ganhos aonde cada ator terá que
exercer sua capacidade de negociar e tolerar. Entretanto, muito se pode fazer para cruzar os
interesses da comunidade, no âmbito social, cultural e público e os interesses empresariais,
comerciais, econômicos, políticos e privados, bastando apenas à ação daqueles profissionais
que tem o desenvolvimento sustentável como parâmetro da possível solução dos problemas
ambientais, ecológicos e turísticos (Veloso, 2004).
Neste sentido, Luz (2003) ressalta a importância da formação profissional adequada
nesta área:
A questão da Ética tem uma importância fundamental na sociedade contemporânea.
Quando falamos em Ética, em responsabilidades relacionadas ao turismo estamos
nos referindo não somente aos recursos ambientais. É notório que a atividade
turística depende de sua base que, a princípio, é formada pelos recursos naturais,
históricos e culturais, mas, em contrapartida depende e gera impactos significativos
também na esfera econômica e social. Desenvolver a atividade de maneira ética e
socialmente responsável tem duas perspectivas básicas: a primeira refere-se à forma
de interferência do profissional de turismo no meio social enquanto a segunda
refere-se à postura empreendedora e empresarial do profissional em questão (Luz,
2003:98).

Rabahy (2003) explica que o ideal é que a intensidade de uso seja determinada por
critérios mais amplos do que a rentabilidade, que não são simplesmente econômicos – os de
natureza social. Isto implica em compatibilizar os planos de desenvolvimento da atividade
com os de proteção do meio natural e cultural, em que os fluxos de renda de curto prazo se
subordinam ao estoque de “capital”, que é a ótica de longo prazo.
Barretto (2001, p.75) completa salientando a importância do planejamento na gestão
de recursos sociais e culturais ao afirmar que, “[...] para que patrimônio e turismo possam ter
uma convivência saudável, é necessário que haja planejamento, o que inclui controle
permanente e replanejamento”, através de uma intervenção consciente e profissional. Para que
o patrimônio ambiental ou cultural possa exercer a função de produto turístico autêntico, a ser
usufruído tanto pelos visitantes como pela comunidade local, é preciso pensar amplamente no
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006.

local, entender suas particularidades e necessidades, avaliar seu potencial e seus limites, a fim
de propor atividades turísticas não-predatórias para que não o prejudiquem.
“Turismo é riqueza”13 preconiza a campanha de sensibilização da OMT, e explica que
essa riqueza reflete na “pessoa, na família, na comunidade e no mundo todo”. Essa
compreensão é especialmente válida quando tratamos de questões não-objetivas como
identidade, patrimônio, cultura. É dessa riqueza invisível que precisamos estar conscientes
quando fazemos opções sobre o futuro de nossas comunidades e sobre nossas relações com o
passado, pois de nossas opções depende que serão e como serão os herdeiros de nossa
identidade.
É inegável a contribuição que empresas responsáveis tem dado a preservação do
patrimônio histórico e cultural em todo o mundo. Muitas vezes, são recursos privados os
responsáveis pela manutenção e sobrevivência de bens culturais. Entretanto faz necessária a
difusão da idéia de que apenas a preservação de fragmentos não satisfaz. Formentini
(2004:p,153) registra que, de um modo geral, mesmo quando ‘”a responsabilidade social faz
parte da organização, da sua cultura(...) verifica-se uma grande fragmentação de ações”.
Entretanto, o envolvimento deve ir muito além de ações pontuais. Embora não-
exclusivamente, a responsabilidade social das empresas deve incluir a compatibilização dos
interesses empresariais com níveis de capacidade de carga aceitáveis do ponto de vista social
e cultural. Além disso, estas devem contribuir para que indivíduos e grupos sejam ouvidos no
processo de planejamento da atividade turística.
Empresas, mesmo as que se empenham no desenvolvimento de políticas de
responsabilidade social corporativa, ainda tem muito que avançar na compreensão das
particularidades da gestão de impactos sociais e culturais e nos critérios de determinação de
capacidade de carga nestes ambientes. Muitas têm sua visão deturpada pelo imediatismo, pela
necessidade de satisfação imediata da opinião pública, pela vaidade de seus dirigentes, pela
falta de percepção da profundidade das alterações que estão sendo provocadas e por suas
conseqüências e pela falta do entendimento da necessidade de que tanto o planejamento
quanto gestão de impactos tornem-se contínuos.
Entende-se que umas das formas de gerenciar a miopia das políticas de
responsabilidade social corporativa está em estreitar os laços entre os agentes do
desenvolvimento sustentável de modo que as empresas possam forjar suas estratégias de ação
social e cultural a partir da efetiva troca de informações com a sociedade local. Esta
estratégia, de escuta ativa e aberta, é especialmente válida para empresas turísticas onde tanto
os insumos sociais e culturais quanto seus impactos positivos e negativos podem repercutir
nos resultados empresariais.
Todas as contribuições (impactos positivos) que a atividade turística proporcionou
para a sociedade dita pós-industrial, vão de encontro aos aspectos negativos (impactos

13
http://www.world-tourism.org/espanol/newsroom/campaign/menu.htm
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006.

negativos) que ela igualmente tem provocado. Entendemos que os estudos deste tema vêm se
desenvolvendo de modo crescente, mas que dificilmente nos será possível abranger
plenamente a complexidade do fenômeno turístico em toda a sua amplitude econômica,
social, cultural e ambiental, mas a cada passo que avançamos, nos tornamos mais capazes de
lidar e compreender a diversidade e riqueza deste fenômeno e as transformações que pode
provocar individual e coletivamente na vida das pessoas.

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