ERIC NAZATTO
FELIPE KREFT BATISTA
GERMANO INÁCIO NETTO
RENAN NETTO DA SILVA
PRÁTICA IV
DEMONSTRAÇÃO DO TEOREMA DE BERNOULLI
ARARAQUARA - SP
2018
RESUMO
A equação de Bernoulli permite encontrar os valores de carga por unidade de peso.
Com o princípio da continuidade e assumindo-se o regime como permanente, além de
outras hipóteses simplificadoras, foi possível encontrar os parâmetros necessários
para a realização deste relatório. Essa equação, também conhecida como equação
da energia, permite solucionar muitos problemas práticos, como a determinação da
potência de máquinas e as perdas de energia no sistema, como também relacionar
as energias cinética, potencial gravitacional e de pressão. Durante o experimento
foram usados piezômetro para determinar as vazões (alta, média e baixa), cada uma
com suas particularidades. Com um tubo de Pitot foi medida a carga total em cada
tubo que se dirigia ao tubo de Venturi e assim, com os dados recolhidos foi avaliada
a veracidade de equação de Bernoulli que, como foi discutido nesse relatório, seguiu
com um certo erro a carga total verificada com o tubo de Pitot.
1-INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
1.1 CONSERVAÇÃO DE MASSA ....................................................................... 1
1.1.1 SISTEMA E VOLUME DE CONTROLE ......................................................... 1
1.1.2 VAZÕES DE MASSA E VOLUME ................................................................. 2
1.1.3 BALANÇO DE MASSA ................................................................................. 4
1.2 CONSERVAÇÃO DE ENERGIA .................................................................... 4
1.2.1 TIPOS DE ENERGIAS MECÂNICAS ASSOCIADAS A UM FLUIDO ........... 5
1.3 EQUAÇÃO DE BERNOULLI ......................................................................... 6
1.3.1 LIMITAÇÕES DA EQUAÇÃO DE BERNOULLI ............................................ 6
1.3.2 DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE BERNOULLI ................................................ 7
1.3.3 EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA UM FLUIDO REAL E A INTERPRETAÇÃO
DA PERDA DE CARGA.............................................................................................. 7
1.4 PRESSÕES ESTÁTICA, DINÂMICA E DE ESTAGNAÇÃO ......................... 7
2-OBJETIVOS..............................................................................................................9
3-MATERIAIS E METODOLOGIA...............................................................................9
4-RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................10
4.1 VAZÃO ALTA................................................................................................10
4.2 VAZÃO MÉDIA..............................................................................................13
4.3 VAZÃO BAIXA..............................................................................................17
5-CONCLUSÃO.........................................................................................................20
6-REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 21
1-INTRODUÇÃO
A massa de um fluido que escoa por uma seção de um tubo de corrente deve
ser igual a aquela que o abandona por outra seção. Esse princípio, definido como lei
da continuidade, só é possível caso o regime seja permanente. Portanto, pode-se
realizar um balanço entre as massas ou vazões e a massa entre seções de entrada
ou saída de certo escoamento. Diante disso, de acordo com a lei da conservação de
energia, é possível desenvolver uma equação que permitirá balancear as energias,
usando o mesmo método das massas: A continuidade [1].
Associada à equação da continuidade, a chamada equação da energia
permitirá resolver inúmeros problemas práticos, como: A determinação da potência de
máquinas hidráulicas, a determinação de perdas em escoamento e a transformação
de energia [1].
Conservação da dmVC
ṁ𝑒 (kg. s −1 ) − ṁ𝑠 (kg. s −1 ) = (kg. s−1 ) (1)
massa dt
Çengel define vazão mássica (ṁ) como a quantidade de matéria por unidade
de tempo que passa através de uma seção transversal. Adota-se um ponto sobre o
símbolo para indicar que a grandeza é referente a uma taxa por unidade de tempo.
Em mecânica dos fluidos, uma determinada quantidade de massa pode escoar
para dentro ou fora de tubulações ou dutos. Tomando uma pequena parcela de
unidade de área sobre a superfície perpendicular ao fluxo, a vazão mássica diferencial
é uma relação direta entre a massa específica do fluido, sua componente de
velocidade paralela ao escoamento normal e a um pequeno elemento de área dA [2].
Essas informações ficam mais visíveis na equação 2.
Vazão mássica δṁ (kg. s−1 ) = ρ(kg. m−3 ). v(m. s−1 ). dA(m−2 ) (2)
2
A integração da equação 2 define a vazão mássica através de toda a seção
transversal de um tubo ou duto, equação 3.
Velocidade 1
v𝑚𝑒𝑑 (𝑚. s−1 ) = ∫ v(𝑚. s−1 ). dA(m−2 ) (4)
média 𝐴 𝐴
Vazão
Q (𝑚3 . s−1 ) = ∫ V(𝑚3 ). dA(m−2 ) = Q𝑚𝑒𝑑 (𝑚3 . s −1 ). A(m−2 ) (6)
volumétrica 𝐴
3
ṁ (kg. s −1 ) = ρ(kg. m−3 ). Q (𝑚3 . s −1 ) (7)
Conclui-se que a vazão total de matéria que é adicionada ao VC deve ser igual
a vazão total que sai dele [2]. A equação 8 aplicada a sistemas que contenham apenas
uma entrada e uma saída pode ser reduzida a equação 9.
ṁ𝐸 (kg. s −1 ) = ṁ𝑆 (kg. s −1 )
(9)
ρ𝐸 (kg. m−3 ). Q𝐸 (𝑚3 . s−1 ) = ρ𝑆 (kg. m−3 ). Q𝑆 (𝑚3 . s −1 )
Conservação da dEVC
Ė𝑒 (J. s−1 ) − Ė𝑠 (J. s−1 ) = (J. s −1 ) (10)
energia dt
4
Onde Ėe e Ės são as taxas totais de transferência de energia para dentro e para fora
do volume de controle, respectivamente, e dEvc/dt é a taxa de variação da energia
dentro das fronteiras do volume de controle. Nos estudos de mecânica dos fluidos,
apenas as variações de energia mecânica são consideradas [2].
m(kg). v 2 (𝑚2 . s −2 )
Energia cinética E𝑐 (J) = (12)
2
5
Desprezando as energias dissipadas na forma de calor e considerando-se
apenas efeitos mecânicos no sistema, a energia mecânica total de um sistema de
fluido é definida pela equação 14.
m(kg). v 2 (𝑚2 . s −2 )
E (J) = m(kg). g(𝑚. s −2 ). z(m) + + ∫ p(Pa). dV(𝑚3 ) (14)
2 𝑉
6
1.3.2 DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE BERNOULLI
onde HP 1-2 é a perda de carga devido ao atrito gerado pelo escoamento do fluido.
A perda de carga, provocada pelo efeito mecânico do atrito no escoamento do
fluido, é proveniente da dissipação de energia através do calor gerado pelo atrito.
Cada termo dessa equação tem unidades de pressão e, portanto, cada termo
representa algum tipo de pressão:
P é a pressão estática (não incorpora nenhum efeito dinâmico); ela
representa a pressão termodinâmica real do fluido.
ρv2 é a pressão dinâmica; ela representa o aumento de pressão quando
o fluido em movimento é parado de forma isentrópica.
ρgz é a pressão hidrostática, que não é uma pressão no sentido real,
uma vez que seu valor depende do nível de referência selecionado; ela
representa os efeitos na altura, ou seja, do peso do fluido na pressão.
A soma das pressões estática, dinâmica e hidrostática é chamada de pressão
total. Portanto, a equação de Bernoulli afirma que a pressão total ao longo de uma
linha de corrente é constante.
A soma das pressões estática e dinâmica é chamada de pressão de
estagnação e é expressa como a equação 22.
ρv 2
P𝐸𝑆𝑇 (𝑃𝑎) = P (Pa) + (𝑃𝑎) (22)
2
8
Fonte: ÇENGEL [2].
2(P𝐸𝑆𝑇 −P)
𝑣 (𝑚. 𝑠 −1 ) = √ (𝑚. 𝑠 −1 ) (23)
𝜌
2- OBJETIVOS
3- MATERIAIS E METODOLOGIA
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
10
Com os dados da tabela, é possível construir um gráfico relacionando a
altura dos piezômetros com a altura do Pitot, representados na figura 3 logo abaixo,
onde os pontos em círculo representam a carga do piezômetro e os pontos em
triângulos representam a carga do Pitot:
Fonte: Os autores
11
carga aferida pelo tubo de Pitot. Esses valores foram compilados na tabela 3, logo
abaixo:
Carga (m)
Ponto pressão velocidade soma (mm) Pitot (mm) Diferença (mm)
1 0,275 0,005 280 275 5,1
2 0,218 0,053 271 275 3,6
3 0,160 0,103 263 275 12,1
4 0,105 0,152 257 275 17,8
5 0,020 0,199 219 270 50,5
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
Com a curva da carga calculada total construída acima (figura 4), é feita a
comparação com a curva obtida pela perfilagem do Pitot na figura X3, logo abaixo:
12
Figura 5: Comparação entre carga calculada e carga do Pitot.
Fonte: Os autores
13
Tabela 4: Dados coletados do experimento.
Vazão média
Q (L/s) = 0,0116 h1-h5 (mm) = 124
Ponto diâmetro (mm) Coluna (mm) Delta 1 Pitot
1 25 209 0 209
2 13.9 180 29 209
3 11.8 154 55 209
4 10.7 127 82 210
5 10 85 124 210
6 25 130 79 ???
7 129 80
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores
14
Tabela 5: Área de seção transversal e número de Reynolds.
Ponto diâmetro (mm) Diâmetro (m) Área Velocidade média (m/s) Reynolds Regime
1 25 0,025 4,909E-04 0,24 5922 turbulento
2 13,9 0,0139 1,517E-04 0,77 10651 turbulento
3 11,8 0,0118 1,094E-04 1,06 12547 turbulento
4 10,7 0,0107 8,992E-05 1,29 13837 turbulento
5 10 0,01 7,854E-05 1,48 14805 turbulento
6 25 0,025 4,909E-04 0,24 5922 turbulento
Fonte: Próprios autores.
Carga (m)
Ponto pressão velocidade soma (mm) Pitot (mm) Diferença (mm)
1 0,209 0,003 212 209 3
2 0,180 0,030 210 209 1
3 0,154 0,057 211 209 2
4 0,127 0,084 211 210 1
5 0,085 0,110 195 210 14
6 0,130 0,003 133 149 16,0
Fonte: Próprios autores.
15
Figura 7: Cargas calculadas.
Fonte: Os autores.
Com a curva da carga calculada total construída acima (figura 7), é feita a
comparação com a curva obtida pela perfilagem do Pitot na figura 8, logo abaixo:
Fonte: Os autores.
16
Pela análise do gráfico, constata-se que as duas curvas são similares,
demonstrando que a carga aferida pelo Pitot tende a seguir a equação de Bernoulli,
demonstrada pelos cálculos nas tabelas acima. Há um desvio da realidade que já era
esperado, uma vez que a equação de Bernoulli foi adaptada e não levou em conta
outros fatores senão a carga de pressão e a carga cinética, além de que as
mangueiras dos piezômetros eram longas e faziam curvas, perdendo carga por atrito.
17
Figura 9: Carga do piezômetro e Pitot x ponto de coleta.
Fonte: Os autores.
18
Tabela 9: Cargas de pressão e velocidade.
Carga (m)
Ponto pressão velocidade soma (mm) Pitot (mm) Diferença (mm)
1 0,160 0,001 161 155 -5,6
2 0,155 0,007 162 160 -1,8
3 0,150 0,013 163 160 -3,0
4 0,140 0,019 159 160 0,8
5 0,130 0,025 155 160 4,8
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
Com a curva da carga calculada total construída acima (figura 10), é feita a
comparação com a curva obtida pela perfilagem do Pitot na figura 11, logo abaixo:
19
Figura 11: Comparação entre carga calculada e carga do Pitot.
Fonte: Os autores.
5- CONCLUSÃO
O experimento efetuado permitiu validar a equação de Bernoulli, uma vez que os
resultados se mostraram satisfatórios. No entanto, alguns erros como o manuseio do
cronômetro e falhas humanas na hora da determinação das cargas de pressão
acarretaram em uma pequena discrepância entre os dados obtidos
experimentalmente e os dados calculados.
20
Ademais, considerando também a perda de carga dos fluidos, considerados ideais, o
experimento sucedeu em seus objetivos principais.
6- REFERÊNCIAS
[1] BRUNETTI, F. Estática dos fluidos. In: ______ Mecânica dos Fluidos. 2ª ed. rev.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
[2] ÇENGEL, Y; CIMBALA, J.; Pressão e estática dos fluidos. In: ______. Mecânica
dos Fluidos. 3ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
21