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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” - UNESP

INSTITUTO DE QUÍMICA - ARARAQUARA


ENGENHARIA QUÍMICA
FENÔMENOS DE TRANSPORTE I

ERIC NAZATTO
FELIPE KREFT BATISTA
GERMANO INÁCIO NETTO
RENAN NETTO DA SILVA

PRÁTICA IV
DEMONSTRAÇÃO DO TEOREMA DE BERNOULLI

ARARAQUARA - SP
2018
RESUMO
A equação de Bernoulli permite encontrar os valores de carga por unidade de peso.
Com o princípio da continuidade e assumindo-se o regime como permanente, além de
outras hipóteses simplificadoras, foi possível encontrar os parâmetros necessários
para a realização deste relatório. Essa equação, também conhecida como equação
da energia, permite solucionar muitos problemas práticos, como a determinação da
potência de máquinas e as perdas de energia no sistema, como também relacionar
as energias cinética, potencial gravitacional e de pressão. Durante o experimento
foram usados piezômetro para determinar as vazões (alta, média e baixa), cada uma
com suas particularidades. Com um tubo de Pitot foi medida a carga total em cada
tubo que se dirigia ao tubo de Venturi e assim, com os dados recolhidos foi avaliada
a veracidade de equação de Bernoulli que, como foi discutido nesse relatório, seguiu
com um certo erro a carga total verificada com o tubo de Pitot.

Palavras chave: Bernoulli, Pitot, energia, tubo de Venturi, vazão.


SUMÁRIO

1-INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
1.1 CONSERVAÇÃO DE MASSA ....................................................................... 1
1.1.1 SISTEMA E VOLUME DE CONTROLE ......................................................... 1
1.1.2 VAZÕES DE MASSA E VOLUME ................................................................. 2
1.1.3 BALANÇO DE MASSA ................................................................................. 4
1.2 CONSERVAÇÃO DE ENERGIA .................................................................... 4
1.2.1 TIPOS DE ENERGIAS MECÂNICAS ASSOCIADAS A UM FLUIDO ........... 5
1.3 EQUAÇÃO DE BERNOULLI ......................................................................... 6
1.3.1 LIMITAÇÕES DA EQUAÇÃO DE BERNOULLI ............................................ 6
1.3.2 DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE BERNOULLI ................................................ 7
1.3.3 EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA UM FLUIDO REAL E A INTERPRETAÇÃO
DA PERDA DE CARGA.............................................................................................. 7
1.4 PRESSÕES ESTÁTICA, DINÂMICA E DE ESTAGNAÇÃO ......................... 7
2-OBJETIVOS..............................................................................................................9
3-MATERIAIS E METODOLOGIA...............................................................................9
4-RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................10
4.1 VAZÃO ALTA................................................................................................10
4.2 VAZÃO MÉDIA..............................................................................................13
4.3 VAZÃO BAIXA..............................................................................................17
5-CONCLUSÃO.........................................................................................................20
6-REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 21
1-INTRODUÇÃO

A massa de um fluido que escoa por uma seção de um tubo de corrente deve
ser igual a aquela que o abandona por outra seção. Esse princípio, definido como lei
da continuidade, só é possível caso o regime seja permanente. Portanto, pode-se
realizar um balanço entre as massas ou vazões e a massa entre seções de entrada
ou saída de certo escoamento. Diante disso, de acordo com a lei da conservação de
energia, é possível desenvolver uma equação que permitirá balancear as energias,
usando o mesmo método das massas: A continuidade [1].
Associada à equação da continuidade, a chamada equação da energia
permitirá resolver inúmeros problemas práticos, como: A determinação da potência de
máquinas hidráulicas, a determinação de perdas em escoamento e a transformação
de energia [1].

1.1 CONSERVAÇÃO DE MASSA

A conservação da massa é um dos princípios naturais mais evidentes. Para um


sistema fechado, que sofre uma mudança, a relação da conservação de massa é
expressa como msis = constante ou dmsis/dt=0, logo a massa do sistema permanece
constante durante o processo [2]. Para um volume de controle (VC), o balanço de
massa é expresso na forma de vazão como indicado na equação 1.

Conservação da dmVC
ṁ𝑒 (kg. s −1 ) − ṁ𝑠 (kg. s −1 ) = (kg. s−1 ) (1)
massa dt

Sendo, ṁe e ṁs as vazões totais do escoamento de massa do volume de


controle, dentro e fora respectivamente, e dmvc/dt a taxa de variação da massa de
dentro das fronteiras do volume de controle. É nomeada equação da continuidade a
relação de conservação de massa para um volume de controle diferencial [2].

1.1.1 SISTEMA E VOLUME DE CONTROLE

Define-se como sistema uma quantidade de matéria ou uma região


determinada para o estudo. Sendo assim, a vizinhança é o que está fora do sistema.
A superfície real ou imaginária que separa o sistema da vizinhança denomina-se de
fronteira, podendo ser fixa ou móvel, como ilustra a figura 1 [2].
1
Figura 1: Sistema, vizinhança e fronteira.

Fonte: ÇENGEL [2].

Fica definido também como sistema fechado, ou massa de controle, uma


quantidade fixa de massa na qual não há variação desta com o tempo. Um sistema
aberto, ou volume de controle, consiste em uma porção selecionada do espaço, que
geralmente compreende um dispositivo capaz de escoar massa como uma bomba
hidráulica. Pode-se cruzar a fronteira do volume de controle: A massa e a energia [2].

1.1.2 VAZÕES DE MASSA E VOLUME

Çengel define vazão mássica (ṁ) como a quantidade de matéria por unidade
de tempo que passa através de uma seção transversal. Adota-se um ponto sobre o
símbolo para indicar que a grandeza é referente a uma taxa por unidade de tempo.
Em mecânica dos fluidos, uma determinada quantidade de massa pode escoar
para dentro ou fora de tubulações ou dutos. Tomando uma pequena parcela de
unidade de área sobre a superfície perpendicular ao fluxo, a vazão mássica diferencial
é uma relação direta entre a massa específica do fluido, sua componente de
velocidade paralela ao escoamento normal e a um pequeno elemento de área dA [2].
Essas informações ficam mais visíveis na equação 2.

Vazão mássica δṁ (kg. s−1 ) = ρ(kg. m−3 ). v(m. s−1 ). dA(m−2 ) (2)

2
A integração da equação 2 define a vazão mássica através de toda a seção
transversal de um tubo ou duto, equação 3.

ṁ (kg. s−1 ) = ∫ ρ(kg. m−3 ). v(m. s−1 ). dA(m−2 ) (3)


𝐴

Em diversas aplicações, especialmente quando utilizado líquidos como fluido,


a variação de massa específica (ρ) pode ser considerada desprezível, ou seja, durante
todo o escoamento essa grandeza é uma constante. A velocidade não pode ser
considerada invariável, uma vez que as tensões cisalhantes dificultam o deslocamento
do fluido quanto mais próximo ele se encontra da parede da tubulação[2]. Dessa
forma, faz-se necessário definir a grandeza velocidade média (vmed) como valor médio
de velocidade sobre toda a seção transversal do tubo, equação 4.

Velocidade 1
v𝑚𝑒𝑑 (𝑚. s−1 ) = ∫ v(𝑚. s−1 ). dA(m−2 ) (4)
média 𝐴 𝐴

Sendo dA um elemento infinitesimal de área da seção normal à direção do


escoamento.
Caso o escoamento tenha velocidade aproximadamente vmed em toda a seção
transversal, e mantendo a hipótese de fluido incompreensível ou com ρ
aproximadamente uniforme ao longo do duto, definimos a equação 5.
ṁ (kg. s−1 ) = ρ(kg. m−3 ). v𝑚𝑒𝑑 (m. s−1 ). dA(m−2 ) (5)

A vazão volumétrica (Q) de um fluido que escoa através de uma seção


transversal é definida pela equação 6.

Vazão
Q (𝑚3 . s−1 ) = ∫ V(𝑚3 ). dA(m−2 ) = Q𝑚𝑒𝑑 (𝑚3 . s −1 ). A(m−2 ) (6)
volumétrica 𝐴

Vazão mássica e vazão volumétrica são diretamente proporcionais e possuem


como constante de proporcionalidade a massa específica do fluido, equação 7.

3
ṁ (kg. s −1 ) = ρ(kg. m−3 ). Q (𝑚3 . s −1 ) (7)

1.1.3 BALANÇO DE MASSA

Em um escoamento em regime estacionário, não há alteração com o tempo na


massa total contida dentro de um volume de controle (mvc = constante). Pelo princípio
da conservação de massa, a quantidade de matéria que entra no volume de controle
deve ser a mesma que sai, uma vez que não há acumulo de massa [2]. Esse princípio
pode ser expresso como a equação 8.

∑ ṁ (kg. s−1 ) = ∑ ṁ (kg. s −1 ) (8)


𝐸 𝑆

Conclui-se que a vazão total de matéria que é adicionada ao VC deve ser igual
a vazão total que sai dele [2]. A equação 8 aplicada a sistemas que contenham apenas
uma entrada e uma saída pode ser reduzida a equação 9.

ṁ𝐸 (kg. s −1 ) = ṁ𝑆 (kg. s −1 )
(9)
ρ𝐸 (kg. m−3 ). Q𝐸 (𝑚3 . s−1 ) = ρ𝑆 (kg. m−3 ). Q𝑆 (𝑚3 . s −1 )

1.2 CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

De acordo com literatura, dados termodinâmicos demonstram que a energia de


um sistema fechado pode ser transferida apenas através de processos como calor ou
trabalho, e que o total de energia introduzida ou retirada do sistema deve ser igual à
variação de energia contida nele. Através do escoamento de massa, a energia
também pode ser transferida de, ou para, um volume de controle. O princípio de
conservação de energia, também chamado de balanço de massa, é expresso como a
equação 10 [2].

Conservação da dEVC
Ė𝑒 (J. s−1 ) − Ė𝑠 (J. s−1 ) = (J. s −1 ) (10)
energia dt

4
Onde Ėe e Ės são as taxas totais de transferência de energia para dentro e para fora
do volume de controle, respectivamente, e dEvc/dt é a taxa de variação da energia
dentro das fronteiras do volume de controle. Nos estudos de mecânica dos fluidos,
apenas as variações de energia mecânica são consideradas [2].

1.2.1 TIPOS DE ENERGIAS MECÂNICAS ASSOCIADAS A UM FLUIDO

Energia potencial (Ep) – Assumindo um plano horizontal de referência,


denominado PHR, a energia potencial de um corpo é proporcional à sua posição no
campo de gravidade em relação ao PHR. Essa energia é medida pelo potencial de
realização de trabalho do sistema. Um corpo com massa m, em um campo
gravitacional de intensidade g e cujo centro de gravidade está a uma cota z do PHR
terá sua energia potencial definida pela equação 11 [1].

Energia potencial E𝑝 (J) = m(kg). g(𝑚. s −2 ). z(m) (11)

Energia cinética (Ec) - Compreende-se como um estado ativo de energia, pois


é determinado pela movimentação do fluido. Desse modo, tendo-se um sistema de
massa m e velocidade média v, determina-se a energia cinética pela equação 12 [1].

m(kg). v 2 (𝑚2 . s −2 )
Energia cinética E𝑐 (J) = (12)
2

Energia de pressão (Epr) - Essa forma de energia é determinada pelo trabalho


potencial das forças de pressão que podem atuar no deslocamento do fluido. Ao
relacionar a energia de pressão e a pressão e o volume do fluido obtêm-se a equação
13.

Energia de pressão E𝑝𝑟 (J) = ∫ p(Pa). dV(𝑚3 ) (13)


𝑉

5
Desprezando as energias dissipadas na forma de calor e considerando-se
apenas efeitos mecânicos no sistema, a energia mecânica total de um sistema de
fluido é definida pela equação 14.

m(kg). v 2 (𝑚2 . s −2 )
E (J) = m(kg). g(𝑚. s −2 ). z(m) + + ∫ p(Pa). dV(𝑚3 ) (14)
2 𝑉

1.3 EQUAÇÃO DE BERNOULLI

A equação de Bernoulli é uma relação matemática simplificada que


correlaciona às energias totais de um sistema através das variáveis pressão,
velocidade e elevação, sendo válida apenas quando assumidas algumas hipóteses
limitadoras. Bernoulli assume que os efeitos de inércia, da gravidade e da pressão
alteram significantemente a composição da energia total do sistema e deduz que,
comparada a outras variáveis, a viscosidade do fluido tem efeito pequeno sobre essa
variação. Entretanto, os erros associados a essas aproximações podem ser
considerados relativamente altos, uma vez que todos os fluidos têm viscosidade. [2].

1.3.1 LIMITAÇÕES DA EQUAÇÃO DE BERNOULLI

A equação de Bernoulli é válida somente para uma série de hipóteses


limitadoras. Como cada hipótese distingue o fluido ideal do real, um afastamento entre
resultados obtidos se calculados pela equação é incrementado por cada restrição
assumida. Logo, a equação dificilmente conduzirá a valores similares a resultados
obtidos [1]. As restrições para aplicação da equação são:
a) Regime permanente;
b) Nenhum trabalho de eixo;
c) Sem perdas por atrito no escoamento do fluido;
d) Propriedades uniformes nas seções;
e) Fluido incompreensível;
f) Sem troca de calor.

6
1.3.2 DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE BERNOULLI

1.3.3 EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA UM FLUIDO REAL E A


INTERPRETAÇÃO DA PERDA DE CARGA

Considere retirada a hipótese de fluido ideal, ou seja, nesse caso o efeito da


dissipação de energia gerada pelo atrito interno no escoamento do fluido terá
significância. Outras hipóteses limitadoras serão mantidas (regime permanente, fluido
incompressível, propriedades uniformes na seção, sem trabalho de eixo e sem trocas
de calor induzidas). A partir da equação de Bernoulli, considerando fluido perfeito, a
energia na entrada será igual na saída, H1 = H2. Entretanto, como a hipótese inicial foi
manter a dissipação de energia através do atrito, deve haver uma perda de energia
entre a seção inicial e a final, de forma que H1 >H2. Logo, a existência de atrito no
escoamento do fluido provoca uma dissipação de energia que, por unidade de peso,
é computada matematicamente com a adição do termo HP 1-2 a esquerda da equação
de Bernoulli [1].

H1 (𝑚) = H2 (𝑚) + H𝑃 1−2 (𝑚) (20)

onde HP 1-2 é a perda de carga devido ao atrito gerado pelo escoamento do fluido.
A perda de carga, provocada pelo efeito mecânico do atrito no escoamento do
fluido, é proveniente da dissipação de energia através do calor gerado pelo atrito.

1.4 PRESSÕES ESTÁTICA, DINÂMICA E DE ESTAGNAÇÃO

A equação de Bernoulli afirma que a soma das energias de escoamento,


cinética e potencial de uma partícula de fluido ao longo de uma linha de corrente é
constante. Assim, as energias cinética e potencial do fluido podem ser convertidas em
energia de escoamento (e vice-versa) durante o escoamento, causando variação da
pressão. Esse fenômeno fica mais visível multiplicando a equação 19 pela densidade
(ρ) e pela aceleração da gravidade (g) [2].
7
ρv 2
P (𝑃𝑎) + (𝑃𝑎) + ρgz (𝑃𝑎) = constante ao longo da linha de corrente (21)
2

Cada termo dessa equação tem unidades de pressão e, portanto, cada termo
representa algum tipo de pressão:
 P é a pressão estática (não incorpora nenhum efeito dinâmico); ela
representa a pressão termodinâmica real do fluido.
 ρv2 é a pressão dinâmica; ela representa o aumento de pressão quando
o fluido em movimento é parado de forma isentrópica.
 ρgz é a pressão hidrostática, que não é uma pressão no sentido real,
uma vez que seu valor depende do nível de referência selecionado; ela
representa os efeitos na altura, ou seja, do peso do fluido na pressão.
A soma das pressões estática, dinâmica e hidrostática é chamada de pressão
total. Portanto, a equação de Bernoulli afirma que a pressão total ao longo de uma
linha de corrente é constante.
A soma das pressões estática e dinâmica é chamada de pressão de
estagnação e é expressa como a equação 22.

ρv 2
P𝐸𝑆𝑇 (𝑃𝑎) = P (Pa) + (𝑃𝑎) (22)
2

A pressão de estagnação representa a pressão em um ponto no qual o fluido é


parado totalmente de forma isentrópica. As pressões estática, dinâmica e de
estagnação são mostradas na figura 2.
Figura 2: Pressões estática, dinâmica e de estagnação medidas utilizando tubos
piezométricos.

8
Fonte: ÇENGEL [2].

Quando as pressões estática e de estagnação são medidas em um local


específico, a velocidade do fluido naquele local pode ser calculada pela equação 23.

2(P𝐸𝑆𝑇 −P)
𝑣 (𝑚. 𝑠 −1 ) = √ (𝑚. 𝑠 −1 ) (23)
𝜌

A equação 23 é útil na medição de velocidade de um escoamento quando uma


combinação de uma tomada de pressão estática e um tubo de Pitot for usada, como
ilustrado na figura 2. Uma tomada de pressão estática é simplesmente um pequeno
orifício feito em uma parede de forma que o plano do orifício fique paralelo à direção
do escoamento. Ele mede a pressão estática. Um tubo de Pitot é um pequeno tubo
com sua extremidade aberta alinhada perpendicularmente ao escoamento para sentir
o impacto total da pressão de escoamento do fluido. Ele mede a pressão de
estagnação. Em situações em que a pressão estática e de estagnação de um líquido
em escoamento são maiores do que a pressão atmosférica, um tubo transparente
vertical chamado de piezômetro pode ser anexado à tomada de pressão e ao tubo de
Pitot, como mostra na figura 2. O líquido se eleva no piezômetro até uma altura de
coluna proporcional à pressão sendo medida. Às vezes é conveniente integrar orifícios
de pressão estática em uma sonda de Pitot. O resultado é uma sonda estática de Pitot,
também chamada de sonda Pitot-Darcy.

2- OBJETIVOS

Verificar se a Equação de Bernoulli é válida para escoamentos em regime


permanente, ao longo de um tubo-teste de Venturi. Para tanto, serão feitas medições
de velocidade, altura piezométrica e altura total, relativa à carga de pressão total, em
três faixas de vazão diferentes.

3- MATERIAIS E METODOLOGIA

 Módulo F1-15 Armfield®;


9
 Água;
 Cronômetro;
 Papel milimetrado;
 Sonda;
Para a realização do experimento, o Módulo F1-15 da Armfield® possibilitou
o controle das vazões, entre intermediária, baixa e alta. Então, com a ajuda da sonda,
mediu-se as cargas de pressão de h1 a h8, e, com auxílio de um papel milimetrado,
as alturas piezométricas. Por último, foi medida a vazão, cronometrando o tempo de
escoamento da água e seu volume gasto.

4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados coletados foram agrupados de acordo com a vazão. O critério


usado para determinar se a vazão era alta, média ou baixa foi a diferença de alturas
entre os piezômetros 1 e 5.

4.1 VAZÃO ALTA

A diferença de alturas entre os piezômetros foi de 255 mm, classificada de


acordo com o roteiro como alta. A vazão calculada foi de 15,6 mL por segundo. Os
dados coletados foram inseridos na Tabela 1, logo abaixo.

Tabela 1: Dados coletados do experimento.


Vazão alta
Q (L/s) = 0,156 h1-h5 (mm) =255
Ponto diâmetro (mm) Coluna (mm) Delta 1 Carga Total
1 25 275 0 275
2 13.9 218 57 275
3 11.8 160 115 275
4 10.7 105 170 275
5 10 20 255 270
6 25 125 150 155
7 25 120 155 -
Fonte: Os autores.

10
Com os dados da tabela, é possível construir um gráfico relacionando a
altura dos piezômetros com a altura do Pitot, representados na figura 3 logo abaixo,
onde os pontos em círculo representam a carga do piezômetro e os pontos em
triângulos representam a carga do Pitot:

Figura 3: Carga do piezômetro e Pitot x ponto de coleta.

Fonte: Os autores

Com os valores da tabela 1, foi possível construir a tabela 2, logo abaixo,


onde calculou-se a área de cada seção e a velocidade média através da relação Q =
v.A, juntamente com o número de Reynolds:

Tabela 2: Áreas de seção transversal, velocidade e Reynolds.


Ponto diâmetro (mm) Diâmetro (m) Área Vmed (m/s) Reynolds Regime
1 25 0,025 4,909E-04 0,32 7958 Turbulento
2 13,9 0,0139 1,517E-04 1,03 14312 Turbulento
3 11,8 0,0118 1,094E-04 1,43 16860 Turbulento
4 10,7 0,0107 8,992E-05 1,74 18593 Turbulento
5 10 0,01 7,854E-05 1,99 19894 Turbulento
6 25 0,025 4,909E-04 0,32 7958 Turbulento
Fonte: Os autores.

Com as velocidades médias calculadas na tabela 2, juntamente com a


equação de Bernoulli adaptada para a situação (Z = cte), calculou-se as cargas de
pressão, velocidade e a soma delas, comparando a carga total de cada ponto com a

11
carga aferida pelo tubo de Pitot. Esses valores foram compilados na tabela 3, logo
abaixo:

Tabela 3: Cargas de pressão e velocidade.

Carga (m)
Ponto pressão velocidade soma (mm) Pitot (mm) Diferença (mm)
1 0,275 0,005 280 275 5,1
2 0,218 0,053 271 275 3,6
3 0,160 0,103 263 275 12,1
4 0,105 0,152 257 275 17,8
5 0,020 0,199 219 270 50,5
Fonte: Os autores.

Como o interesse é analisar a carga pela equação de Bernoulli e comparar


com a carga aferida pelo Pitot, então as cargas cinéticas e de pressão foram inseridas
num gráfico na figura 4, onde triângulos representam a carga cinética, círculos a carga
de pressão e X marcam a soma das duas cargas, sendo essa a curva de interesse
para a comparação com a carga aferida pelo Pitot.

Figura 4: Posição vs carga calculada.

Fonte: Os autores.

Com a curva da carga calculada total construída acima (figura 4), é feita a
comparação com a curva obtida pela perfilagem do Pitot na figura X3, logo abaixo:

12
Figura 5: Comparação entre carga calculada e carga do Pitot.

Fonte: Os autores

Os pontos marcados como círculos representam a carga calculada pela


equação de Bernoulli (curva inferior) e os pontos marcados como triângulos
representam a carga aferida pelo tubo de Pitot (curva superior).
Pela análise do gráfico, constata-se que as duas curvas são similares,
demonstrando que a carga aferida pelo Pitot tende a seguir a equação de Bernoulli,
demonstrada pelos cálculos nas tabelas acima. Há um desvio da realidade que já era
esperado, uma vez que a equação de Bernoulli foi adaptada e não levou em conta
outros fatores senão a carga de pressão e a carga cinética, além de que as
mangueiras dos piezômetros eram longas e faziam curvas, perdendo carga por atrito.

4.2 VAZÃO MÉDIA

A diferença de alturas entre os piezômetros foi de 124 mm, classificada de


acordo com o roteiro como alta. A vazão calculada foi de 11,6 mL por segundo. Os
dados coletados foram inseridos na Tabela X4, logo abaixo.

13
Tabela 4: Dados coletados do experimento.
Vazão média
Q (L/s) = 0,0116 h1-h5 (mm) = 124
Ponto diâmetro (mm) Coluna (mm) Delta 1 Pitot
1 25 209 0 209
2 13.9 180 29 209
3 11.8 154 55 209
4 10.7 127 82 210
5 10 85 124 210
6 25 130 79 ???
7 129 80
Fonte: Os autores.

Com os dados da tabela, é possível construir um gráfico relacionando a


altura dos piezômetros com a altura do Pitot, representados na figura X4 logo
abaixo, onde os pontos em círculo representam a carga do piezômetro e os pontos
em triângulos representam a carga do Pitot:

Figura 6: Carga do piezômetro e Pitot x ponto de coleta.

Fonte: Os autores

Com os valores da tabela 4, foi possível construir a tabela 5, logo abaixo,


onde calculou-se a área de cada seção e a velocidade média através da relação Q =
v.A, juntamente com o número de Reynolds:

14
Tabela 5: Área de seção transversal e número de Reynolds.
Ponto diâmetro (mm) Diâmetro (m) Área Velocidade média (m/s) Reynolds Regime
1 25 0,025 4,909E-04 0,24 5922 turbulento
2 13,9 0,0139 1,517E-04 0,77 10651 turbulento
3 11,8 0,0118 1,094E-04 1,06 12547 turbulento
4 10,7 0,0107 8,992E-05 1,29 13837 turbulento
5 10 0,01 7,854E-05 1,48 14805 turbulento
6 25 0,025 4,909E-04 0,24 5922 turbulento
Fonte: Próprios autores.

Com as velocidades médias calculadas na tabela 5, juntamente com a


equação de Bernoulli adaptada para a situação (Z = cte), calculou-se a carga de
pressão, velocidade e a soma delas, comparando a carga total de cada ponto com a
carga aferida pelo tubo de Pitot. Esses valores foram compilados na tabela 6, logo
abaixo:
Tabela 6: Cargas de pressão e velocidade.

Carga (m)
Ponto pressão velocidade soma (mm) Pitot (mm) Diferença (mm)
1 0,209 0,003 212 209 3
2 0,180 0,030 210 209 1
3 0,154 0,057 211 209 2
4 0,127 0,084 211 210 1
5 0,085 0,110 195 210 14
6 0,130 0,003 133 149 16,0
Fonte: Próprios autores.

Como o interesse é analisar a carga pela equação de Bernoulli e comparar


com a carga aferida pelo Pitot, então as cargas cinéticas e de pressão foram inseridas
num gráfico na figura 7, onde círculos representam a carga cinética, quadrados a
carga de pressão e triângulos marcam a soma das duas cargas, sendo essa a curva
de interesse para a comparação com a carga aferida pelo Pitot.

15
Figura 7: Cargas calculadas.

Fonte: Os autores.

Com a curva da carga calculada total construída acima (figura 7), é feita a
comparação com a curva obtida pela perfilagem do Pitot na figura 8, logo abaixo:

Figura 8: Posição vs carga calculada.

Fonte: Os autores.

Os pontos marcados como círculos representam a carga calculada pela


equação de Bernoulli (curva inferior) e os pontos marcados como triângulos
representam a carga aferida pelo tubo de Pitot (curva superior).

16
Pela análise do gráfico, constata-se que as duas curvas são similares,
demonstrando que a carga aferida pelo Pitot tende a seguir a equação de Bernoulli,
demonstrada pelos cálculos nas tabelas acima. Há um desvio da realidade que já era
esperado, uma vez que a equação de Bernoulli foi adaptada e não levou em conta
outros fatores senão a carga de pressão e a carga cinética, além de que as
mangueiras dos piezômetros eram longas e faziam curvas, perdendo carga por atrito.

4.1 VAZÃO BAIXA

A diferença de alturas entre os piezômetros foi de 30 mm, classificada de


acordo com o roteiro como alta. A vazão calculada foi de 5,6 mL por segundo. Os
dados coletados foram inseridos na Tabela 7, logo abaixo.

Tabela 7: Dados coletados do experimento.


Vazão baixa
Q (L/s) = 0,006 h1-h5 (mm) = 30
Ponto diâmetro (mm) Coluna (mm) Delta 1 Carga Total
1 25 160 0 155
2 13.9 155 5 160
3 11.8 150 10 160
4 10.7 140 20 160
5 10 130 30 160
6 25 140 20 155
7 25 137 23 -
Fonte: Os autores.

Com os dados da tabela, é possível construir um gráfico relacionando a


altura dos piezômetros com a altura do Pitot, representados na figura 9 logo abaixo,
onde os pontos em círculo representam a carga do piezômetro e os pontos em
triângulos representam a carga do Pitot:

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Figura 9: Carga do piezômetro e Pitot x ponto de coleta.

Fonte: Os autores.

Com os valores da tabela 7, foi possível construir a tabela 8, logo abaixo,


onde calculou-se a área de cada seção e a velocidade média através da relação Q =
v.A, juntamente com o número de Reynolds:

Tabela 8: Área de seção transversal, velocidade e Reynolds.


Ponto diâmetro (mm) Diâmetro (m) Área Vmed (m/s) Reynolds Regime
1 25 0,025 4,909E-04 0,11 2829 turbulento
2 13,9 0,0139 1,517E-04 0,37 5089 turbulento
3 11,8 0,0118 1,094E-04 0,51 5995 turbulento
4 10,7 0,0107 8,992E-05 0,62 6611 turbulento
5 10 0,01 7,854E-05 0,71 7074 turbulento
6 25 0,025 4,909E-04 0,11 2829 turbulento
Fonte: Próprios autores.

Com as velocidades médias calculadas na tabela 8, juntamente com a


equação de Bernoulli adaptada para a situação (Z = cte), calculou-se a carga de
pressão, velocidade e a soma delas, comparando a carga total de cada ponto com a
carga aferida pelo tubo de Pitot. Esses valores foram compilados na tabela 9, logo
abaixo:

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Tabela 9: Cargas de pressão e velocidade.

Carga (m)
Ponto pressão velocidade soma (mm) Pitot (mm) Diferença (mm)
1 0,160 0,001 161 155 -5,6
2 0,155 0,007 162 160 -1,8
3 0,150 0,013 163 160 -3,0
4 0,140 0,019 159 160 0,8
5 0,130 0,025 155 160 4,8
Fonte: Os autores.

Como o interesse é analisar a carga pela equação de Bernoulli e comparar


com a carga aferida pelo Pitot, então as cargas cinéticas e de pressão foram inseridas
num gráfico na figura 10, onde círculos representam a carga cinética, triângulos a
carga de pressão e losangos marcam a soma das duas cargas, sendo essa a curva
de interesse para a comparação com a carga aferida pelo Pitot.

Figura 10: Posição vs carga calculada.

Fonte: Os autores.

Com a curva da carga calculada total construída acima (figura 10), é feita a
comparação com a curva obtida pela perfilagem do Pitot na figura 11, logo abaixo:

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Figura 11: Comparação entre carga calculada e carga do Pitot.

Fonte: Os autores.

Os pontos marcados como círculos representam a carga calculada pela


equação de Bernoulli (curva inferior) e os pontos marcados como triângulos
representam a carga aferida pelo tubo de Pitot (curva superior).
Pela análise do gráfico, constata-se que as duas curvas são similares,
demonstrando que a carga aferida pelo Pitot tende a seguir a equação de Bernoulli,
demonstrada pelos cálculos nas tabelas acima. Há um desvio da realidade que já era
esperado, uma vez que a equação de Bernoulli foi adaptada e não levou em conta
outros fatores senão a carga de pressão e a carga cinética, além de que as
mangueiras dos piezômetros eram longas e faziam curvas, perdendo carga por atrito.

5- CONCLUSÃO
O experimento efetuado permitiu validar a equação de Bernoulli, uma vez que os
resultados se mostraram satisfatórios. No entanto, alguns erros como o manuseio do
cronômetro e falhas humanas na hora da determinação das cargas de pressão
acarretaram em uma pequena discrepância entre os dados obtidos
experimentalmente e os dados calculados.

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Ademais, considerando também a perda de carga dos fluidos, considerados ideais, o
experimento sucedeu em seus objetivos principais.

6- REFERÊNCIAS

[1] BRUNETTI, F. Estática dos fluidos. In: ______ Mecânica dos Fluidos. 2ª ed. rev.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.

[2] ÇENGEL, Y; CIMBALA, J.; Pressão e estática dos fluidos. In: ______. Mecânica
dos Fluidos. 3ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.

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