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Vocês verdadeiros cristãos: os Bem Aventurados

Os Bem Aventurados indicados por Jesus, que hoje somos nós, refletem o caráter do Messias neste
mundo. Pois Jesus é o Bem Aventurado: sua vida foi e é a aventura bem sucedida, íntegra, perfeita.
Esta é a vida que está em nós, que está sendo formada em mim e em você.

Parte indispensavelmente dessa bem aventurança é ser perseguido por causa d’Ele, do seu nome, da
sua pessoa. Não podemos fugir de, ou temer, essa característica intrínseca do discipulado cristão.
Pelo contrário, por causa do amor que temos por nosso Mestre, isso se torna inevitável e até mesmo
desejável: Sofrer por amor e fidelidade Àquele que tudo deu por mim e por você. (Hoje em dia, o
esoterismo crescente e dominante mostra-se disposto a abraçar todos cristãos e com eles até
mesmo a doutrina que a professam, desde que a pessoa de Jesus fique esquecida num canto comum,
de importância secundária, ao lado de Buda e outros gurus quaisquer. Para eles, se a primazia, ou o
senhorio, de Jesus for negado está tudo bem; nos tornamos ao ver deles inofensivos e, portanto, não
mais um incômodo a ser eliminado). Hoje, mais do que nunca, mantermo-nos fiéis a Jesus e
rompermos com uma série de interesses estranhos e hostis ao Evangelho suscita perseguições.

Permitam-me uma analogia: Os planetas de nosso sistema solar iniciam-se com o pequeno Mercúrio
próximo ao centro, com altíssimas temperaturas, quase invisível, ofuscado pela da claridade do sol.
Paralelamente, vejo as bem aventuranças assim, iniciando-se com a pobreza de espírito, bem ao
centro, e sua pequenez ofuscada pela plena e total dependência de Deus, com todo seu calor e
claridade. Lá na periferia, chegamos a Plutão, o nono planeta (anão), hoje nem mais considerado
planeta... Também ao fim das bem-aventuranças encontramos a perseguição por “minha causa”, que
às vezes é incorporada à oitava bem aventurança por “causa da justiça”. A oitava bem aventurança,
que comparo ao oitavo planeta Netuno, um planeta gigante, poderia ainda ser considerado pelo
mundo (e pela igreja) uma causa nobre e grandiosa. Frieza? Sim. Distante dos dias iluminados? Sim.
Mas grandeza humana... Será que ser perseguido abertamente por causa de Jesus caiu em desuso?
Saiu de moda? Não seria uma bênção por si só? Plutão orbita solitário e gelado em sua pequenez...
Não foram essas as palavras de Paulo, todos me deixaram? E o próprio Jesus, na cruz, Deus meu,
Deus meu, por que me abandonaste? Ser perseguido por causa de Jesus é sentir no âmago a
escuridão e a frieza do abandono, da rejeição e da perseguição. Tendo como consolo único a certeza
inabalável das promessas divinas em sua santa Palavra, mas nada nos sentimentos ou evidências
circunstanciais a não ser, paradoxalmente, a própria dor da perseguição.

Mas tanto as bem aventuranças como os planetas formam um todo, um só sistema, unidos por
forças gravitacionais gigantescas. Apesar da distância, Plutão não termina sua órbita errante no
universo, ele permanece atraído e regido pelo Astro Rei, da mesma forma como todos os outros. Por
isso, ser perseguido por causa de Jesus é motivo de grande alegria e não de tristeza ou depressão. Há
um galardão celestial no porvir. Há uma identificação honrosa e ímpar com os profetas e com nossos
predecessores que também experimentaram os calafrios e os calabouços do ódio alheio. Foi
precisamente por isso que, na hora de sua morte, Estêvão, o primeiro mártir da igreja, pode
contemplar o Senhor em sua glória, em pé, à destra de Deus.

Ser bem aventurado é ser perfeito como perfeito é o nosso Pai celestial. É ser mais que vencedor por
meio daquele que nos amou e deu a sua vida por nós. Sim, é ser misericordioso em toda a grandeza
de caráter como a que Deus mostra em sua misericórdia para conosco pecadores. É ser pacificador. É
também ser movido pela fome e sede quase insaciáveis por justiça e não se entregar à letargia do
conformismo. É ser puro de coração, é ser manso, é sofrer. É verdadeiramente amar, como Ele amou.
Sabendo-se amado pelo próprio Amor, tendo o amor como estilo de vida, amar.

Bem aventurado sois vós, verdadeiros discípulos de Cristo!

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