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METODOLOGIA DA PESQUISA

TEOLÓGICA
AULA 5

Prof. Roberto Rohregger


CONVERSA INICIAL

Olá, caro aluno! Nesta aula, compreenderemos alguns tipos de escritos


acadêmicos, como artigo, paper, dissertação e tese, suas estruturas básicas e
formas de usá-los.
Aprofundaremos também nossos conhecimentos da estrutura do projeto
de pesquisa, que é normalmente exigido na academia antes do início do trabalho
acadêmico. Ela tem como objetivo estruturar a pesquisa antes de começá-la.
Veremos também o formato e a estrutura do artigo que é exigido,
inclusive, em muitas instituições como trabalho de final de curso. E, visando
agilizar o trabalho da produção da escrita científica, veremos uma ferramenta do
editor de textos Word que facilita a inserção de citações e referências de forma
automática.
Por fim, abordaremos um elemento importante no registro da vida
acadêmica do pesquisador: o Currículo Lattes, essencial para todos que
desejam seguir a carreira de pesquisador.
Boa aula!

TEMA 1 – ESCRITOS ACADÊMICOS

Há várias formas de apresentar trabalhos acadêmicos. É importante


compreender o formato de cada uma para a correta apresentação de sua
pesquisa, pois cada formato tem um objetivo e uma estrutura particulares. A
seguir, conheça alguns dos principais formatos de escrita acadêmica.

1.1 Artigo científico

O artigo científico, atualmente, é um dos mais importantes, se não o mais


importante, formato de divulgação de trabalhos de pesquisa. Segundo Cordeiro,
Molina e Dias (2014, p. 167), o artigo científico “pode ser caracterizado como um
texto científico, já que apresenta estilo acadêmico”, e quanto à motivação para
escrever um artigo científico, afirmam:

a) Para anunciar resultados de uma pesquisa científica, seja como


forma de trabalho de conclusão de curso, seja em formato de
divulgação de pesquisas de mestrado, doutorado, grupos de pesquisa,
entre outros.
b) Porque tais artigos podem ser enviados para publicações em
revistas/periódicos da área ou a eventos científicos com direito a
publicação de resumos e textos completos nos anais do evento após a

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aceitação da produção textual por parte de avaliadores designados
(Cordeiro; Molina; Dias, 2014, p. 169).

Percebemos, dessa forma, a importância desse modelo de divulgação


científica e sua amplitude de utilização. Outra característica importante é que
esse modelo possibilita a divulgação dos resultados da pesquisa com mais
agilidade do que um livro, por exemplo. Também facilita o acesso aos demais
pesquisadores, uma vez que o artigo pode ser publicado em revistas eletrônicas,
com sua disponibilidade on-line e, de forma geral, gratuita. Isso é importante,
pois quanto mais pesquisadores e leitores tiverem acesso à sua pesquisa, mais
ela poderá ser comentada e criticada, além de aprovada pela comunidade
científica.
Cabe fazer uma distinção entre um artigo científico e um artigo a ser
publicado em revistas não científicas, ou em outro tipo de veículo, como blogs,
sites etc. O artigo científico, como vimos, exige uma estrutura e uma forma
acadêmicas, além de rigor no detalhamento. Ele passa pelo comitê científico da
publicação, que faz uma análise do material para que possa ser aprovado e
publicado. Um artigo a ser publicado em outros meios de divulgação não precisa
necessariamente passar por etapas tão rigorosas, o que não significa que possa
ser feito de qualquer maneira; ocorre apenas que não há tanto rigor, e em alguns
casos passa apenas por uma avaliação superficial. É também um ótimo meio de
divulgação, porém, justamente pelo fato de ser mais fácil de publicar, justamente
por não ter que passar por todas as fases da publicação em um periódico
científico, acaba não tendo o mesmo peso acadêmico.

1.2 Paper

Algumas instituições acadêmicas fazem diferenciação entre paper e artigo


acadêmico, sendo o paper um texto menor, em número de páginas e em
complexidade, sobre determinado assunto. O paper pode variar na quantidade
de páginas, mas como o que se pretende é apenas assumir uma posição ainda
inicial, ou uma visão mais pessoal do assunto abordado, muitos acabam ficando
com tamanho reduzido. Se um artigo teria em torno de 15 a 20 páginas, um paper
preencheria de 7 a 10 páginas, podendo ficar também menor que isso, porém,
com não menos que 3 a 6 páginas. Isso depende muito daquilo que a instituição
para a qual se está preparando o paper exige. Cabe lembrar que, mesmo sendo

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um trabalho menor em termos de volume, deve-se observar as normas
acadêmicas para a publicação ou a submissão de material científico.

1.3 Resumo e resumo expandido

O resumo é uma publicação na qual você faz uma síntese de seu trabalho,
isto é, discorre sobre o objetivo da pesquisa, o método usado, os resultados que
foram obtidos ou que se pretendo obter. Normalmente, não passa de uma
página. Já no resumo expandido o pesquisador tem um espaço maior para
apresentar seu trabalho, mesmo que não da forma como ocorreria com um
artigo. A estrutura de um resumo expandido é parecida com a do resumo, porém,
normalmente há um espaço para que o pesquisador apresente com mais
detalhes o seu trabalho, os resultados e os principais pontos da discussão
teórica. O resumo expandido normalmente apresenta de 3 a 5 páginas.

1.4 Dissertação

Segundo o dicionário Houaiss, dissertação é “1. Exposição oral ou escrita.


2. Monografia; ensaio” (Houaiss, 2001). A dissertação acadêmica é normalmente
exigida para a conclusão do curso de mestrado nas instituições de ensino
superior. Espera-se que a dissertação seja uma pesquisa profunda sobre um
determinado tema bem delimitado na qual o pesquisador precisa realizar a
pesquisa apresentando uma ampla e profunda discussão relacionada ao tema
que está propondo. Não é esperado que o aluno ofereça uma abordagem
inovadora sobre o assunto, mas que solidifique uma visão ou uma perspectiva
nova sobre o tema.
Esse trabalho também é baseado em uma metodologia que deve ser
descrita e deve obedecer a todos os critérios da escrita científica. Normalmente,
a dissertação também é defendida perante uma banca, para que o aluno possa
obter o título de mestre. Dois caminhos podem ser tomados após a finalização
da dissertação: transformar a dissertação em artigos, dependendo de seus
capítulos, ou em um livro. A exigência com relação à quantidade de páginas de
uma dissertação pode variar de instituição para instituição, porém, como se trata
de um trabalho em que se pretende uma pesquisa ampla e profunda, geralmente
o número de páginas gira em torno de 100.

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A dissertação é o resultado das pesquisas que o aluno realizou durante o
seu mestrado, que normalmente dura dois anos.

1.5 Tese

A tese é o trabalho de conclusão do doutorado. Nesse trabalho, espera-


se, além da demonstração da pesquisa, que o aluno elabore e defenda uma tese
sobre o assunto escolhido. Assim, o aluno deve, no decorrer de seu trabalho,
defender um argumento sobre o assunto abordado. Espera-se que o trabalho
tenha um certo nível de novidade e que contribua para aprofundar o
conhecimento sobre o tema proposto.
A defesa da tese também se dá diante de uma banca julgadora, em que
o pesquisador será inquirido sobre a forma de sua pesquisa e seus resultados.
A tese também pode ser transformada em artigos para publicação e/ou um livro.
Por ser um trabalho no qual são investidos em torno de quatro anos de
doutorado, normalmente é um trabalho de peso, alcançando um número de
páginas maior 100. É normal que chegue facilmente a 200 páginas, sendo que
muitas ficam entre 300 e 400 páginas.

TEMA 2 – PROJETO DE PESQUISA

O projeto de pesquisa é uma parte extremamente importante da pesquisa,


pois o desenvolvimento prático de uma metodologia de pesquisa inicia-se no
projeto de pesquisa.
Normalmente, no início dos trabalhos, temos uma ideia, um tanto vaga,
sobre o que vamos pesquisar. Tudo começa com a percepção pessoal de algum
assunto que nos chama a atenção, que compreendemos como importante e
sobre o qual desejamos saber mais. Porém, se começarmos a realizar a
pesquisa apenas levando em consideração essas percepções, provavelmente
teremos grande dificuldade em dar andamento ao projeto ou, pior, ele poderá se
mostrar totalmente impossível de ser realizado.
É nesse momento que percebemos a importância do projeto de pesquisa;
ele é necessário para planejarmos a pesquisa, e por isso é o primeiro passo que
devemos dar. É no projeto de pesquisa que buscamos compreender e
problematizar, isto é, elaborar uma frase que sintetize a questão para a qual
buscaremos respostas no decorrer dos trabalhos. Além disso, é nessa etapa que

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fazemos uma reflexão sobre os pontos principais que nos levarão a atingir o
objetivo final da pesquisa.
Podemos fazer aqui uma analogia entre um projeto de pesquisa e um
projeto arquitetônico: nenhum engenheiro começa uma obra sem o desenho do
projeto; é preciso saber como construir um edifício antes de começar a construí-
lo. Segundo Mattar Neto (2008, p. 160), o projeto de pesquisa “[...] faz com que
o aluno tenha de visualizar seu trabalho no futuro em vários sentidos, além de
servir como uma forma padrão de comunicar seus objetivos”. O projeto de
pesquisa é um aliado e um grande facilitador da pesquisa, pois por meio dele
podemos evitar muitos erros que poderíamos cometer ao não planejar a
pesquisa a ser realizada.
Cada instituição elabora seu próprio modelo de projeto de pesquisa, o
qual o aluno deverá apresentar antes de iniciar a sua pesquisa propriamente dita.
Porém, alguns elementos sempre estão presentes. Detalharemos a seguir
alguns dos elementos de um projeto de pesquisa.

2.1 Título

O título do projeto de pesquisa não precisa ser o mesmo do final da


pesquisa, você pode usar um título provisório, porém, ele já deverá dar a ideia
do assunto. Apesar de não darmos muito valor para o título, seja o de um projeto
de pesquisa, seja o de um artigo, ele é fundamental, pois é o resumo de seu
trabalho em uma ou duas linhas, então, ele diz muito. Um título pouco elaborado
pode desinteressar o leitor quanto ao tema de sua pesquisa. Segundo Mattar
Neto (2008, p. 160), a elaboração do título é

[...] um exercício interessante, pois no trabalho pronto o título acaba


desempenhando um papel importante. [...] A proposição desse título
inicial faz com que o aluno o leia e o questione constantemente,
durante a redação, e fatalmente a versão do título que resistir até o fim
do trabalho mostrar-se-á pronta para ser adotada como seu título
definitivo. (Mattar Neto, 2008, p. 160).

Assim, o título deve ser pensado já na proposição do projeto, podendo


sofrer alterações no decorrer da pesquisa.

2.2 Tema

A definição do tema é outro passo sem o qual não se pode começar uma
pesquisa. E quando falamos de tema é importante fazer uma boa delimitação do

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assunto para evitar que seja muito amplo, ou extremamente delimitado a ponto
de impossibilitar o desenvolver do assunto.
É importante também que seja um assunto sobre o qual o pesquisador
tenha interesse, curiosidade; isso contribui para que a pesquisa fique mais
agradável. Segundo Diez e Horn (2002, p. 29), o tema “descreverá o objeto do
estudo; deverá evidenciar qual a pesquisa pretendida, elucidando o assunto a
abordar [...]”. O tema deve ser bem elaborado, de forma clara, possibilitando a
compreensão de sua delimitação.

2.3 Problema ou problematização

Nesse ponto, o pesquisador descreve a questão levantada para a qual


buscará a resposta em seu trabalho. Mattar Neto (2008, p. 161) deixa clara a
definição do conteúdo do problema, afirmando que “um problema implica uma
ou mais dúvidas ou dificuldades em relação ao tema, que você se proporá a
resolver”. A declaração clara do problema facilitará a pesquisa, pois a solução
dessa questão é o caminho de seu trabalho.

2.4 Justificativa

Nesse item, o aluno/pesquisador deve apresentar o motivo pelo qual


deseja realizar a pesquisa. Deve demonstrar a importância do tema escolhido e
da problematização. É nesse momento que deve aparecer a relevância do
trabalho para o aprofundamento do conhecimento sobre o assunto e a resolução
da problematização.

2.5 Objetivos

Uma maneira de facilitar a elaboração dos objetivos é pensar sobre quais


questões são importantes para atingir a resolução do problema apresentado. Por
exemplo, se para responder ao problema de seu trabalho é importante
compreender o pensamento do teólogo Paul Tillich sobre a influência da cultura
na religião, você deverá colocar isso como um dos objetivos de seu trabalho. É
padrão que na declaração dos objetivos sejam utilizados verbos no infinitivo, por
exemplo: definir, demonstrar, descrever, aplicar etc.

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2.6 Hipótese

A hipótese é a suposta resposta ao tema-problema que o pesquisador


levantou, e deverá ser comprovada durante a pesquisa. Cabe salientar que nem
todas as instituições pedem que no projeto de pesquisa conste a hipótese.

2.7 Fundamentação teórica

Nenhum pesquisador começa um trabalho sem conhecer o tema. É na


fundamentação teórica que se faz um levantamento bibliográfico inicial sobre o
assunto, e por isso a fundamentação teórica, em algumas instituições, se
apresenta com o título de revisão de literatura. É nesse espaço que o
pesquisador apresenta uma discussão inicial sobre o assunto. Normalmente, ele
não se aprofunda muito nesse momento, mas essa etapa possibilita ao
pesquisador desenvolver um levantamento do estado da arte,1 mesmo que
ainda incompleto e superficial.

2.8 Metodologia

É importante o pesquisador definir qual método empregará em sua


pesquisa acadêmica. Isso faz parte do próprio método de pesquisa. Segundo
Diez e Horn (2002, p. 31), a definição da metodologia facilita o cumprimento dos
objetivos, e “é preciso descrevê-lo, esclarecendo quais os caminhos escolhidos
para o estudo e sua sistematização, ou seja, projetando as possibilidades da
travessia pretendida”.
Outro fator importante para a definição da metodologia é que a sua
pesquisa deve ser possível de ser reproduzida, isto é, qualquer outro
pesquisador deve ser capaz de repetir o método que foi usado em sua pesquisa
e obter as mesmas conclusões. Mesmo em uma pesquisa bibliográfica é
importante deixar claro qual método de pesquisa foi utilizado.

2.9 Cronograma

Como em todo projeto, é preciso planejar fases e datas de conclusão do


trabalho. É importante estipular as datas de entrega dos capítulos ou das partes

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Estado da arte é a denominação que se dá à apresentação do que se conhece do assunto
até o momento, ou a posição que se tem sobre o assunto na atualidade.
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de seu trabalho e, principalmente, acompanhar o cronograma para saber se
serão necessários ajustes ou se você terá que disponibilizar de mais tempo para
cumprir os prazos informados.

2.10 Bibliografia

Essa é a parte final do projeto de pesquisa. Deve-se indicar a bibliografia


utilizada no projeto de pesquisa e aquela que se pretende utilizar para a pesquisa
em si. Segundo Mattar Neto (2008, p. 163), “é importante desde o início indicar
a bibliografia que se pretende utilizar. Essa lista será constantemente
modificada, pois alguns textos demonstrar-se-ão sem interesse para o trabalho”.
É bastante importante avaliar e atualizar a bibliografia levantada para a
pesquisa. No momento da confecção do projeto de pesquisa, essa bibliografia
ainda é um levantamento inicial, mas durante o trabalho de pesquisa muito
material pode ser acrescentado, ou excluído.

TEMA 3 – PARTES GERAIS DE ARTIGOS

Após finalizado e aprovado o projeto de pesquisa, e tendo-o como base


inicial, o pesquisador poderá iniciar o artigo científico, que deverá obedecer a
alguns critérios. O texto do artigo, como já vimos, deve atender aos critérios da
escrita científica e às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), que serão vistas em um tema específico.
A seguir, abordaremos a estrutura que a composição deve ter.

3.1 Título

O título normalmente é um elemento de destaque. Fica centralizado em


um tamanho maior que o resto do texto e em negrito. O título pode ser o mesmo
usado no projeto de pesquisa, porém, normalmente, na elaboração do artigo, o
trabalho já está mais amadurecido e, possivelmente, o título fica mais claro. Não
se deve esquecer de que o título deve representar o conteúdo de seu trabalho e
chamar a atenção do leitor.

3.2 Autor(es)

É a identificação dos participantes do trabalho. Normalmente, usa-se o(s)


do(s) aluno(s) e o do orientador:
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SOBRENOME, Nome do autor (aluno)1
SOBRENOME, Nome do orientador (professor)2

Os números após os nomes do autor e do orientador são notas de rodapé


em que se identifica a formação, a instituição e o curso a que os autores estão
vinculados. Trata-se de uma breve apresentação dos autores.

3.3 Resumo

No resumo, o autor deve procurar apresentar o seu trabalho de forma


sintética, em uma linguagem clara. Segundo Cordeiro, Molina e Dias (2014, p.
170): “[...] o resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e
conclusões do trabalho. Deve ser composto de uma sequência corrente de
frases concisas, e não de uma enumeração de tópicos. Apresentando-se em
parágrafo único, e na terceira pessoa do singular”.
O resumo tem como objetivo apresentar o seu trabalho para que o leitor,
nesse momento, entenda se deve continuar a leitura ou não. Isso é muito útil
para os pesquisadores, que podem selecionar artigos que possam constar em
sua pesquisa; afinal, você tem um tempo limitado e não gostaria de ler um artigo
de 15, 20 páginas para chegar à conclusão de que não será útil para a sua
pesquisa. É por isso que a clareza do assunto, os objetivos e os resultados são
importantes. Procure elaborar o resumo com 150 a 400 palavras, mas não se
esqueça de observar as normas da instituição à qual você submeterá o artigo
quanto a esse volume.

3.4 Palavras-chave

Nesse item deverá constar alguns termos que possam facilmente


identificar o assunto tratado pelo trabalho. Isso contribui para a compreensão
sobre o que o autor está escrevendo e facilita a localização em sistemas
informatizados por busca de assuntos. Normalmente são solicitados três termos
chave, porém, esse número pode variar de acordo com as normas da instituição
à qual está sendo submetido o trabalho.

3.5 Introdução

Na introdução devem constar o problema a ser tratado pelo artigo, a


importância da reflexão que se está realizando a respeito dele, uma breve
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apresentação do que se trabalhou no artigo, a metodologia utilizada e o resultado
a que se chegou. Segundo Fluck (2014, p. 51):

A introdução é a parte do texto onde o assunto é apresentado como


um todo sem detalhes. Ele deve conter a exposição dos objetivos,
formulação de hipóteses e delimitação do assunto tratado. Nela deve
constar a delimitação do tema, os objetivos do trabalho e outras
informações necessárias para o leitor entender qual problema vai ser
abordado e de que modo será feito isso.

Assim, a introdução deve ser escrita de forma a criar uma expectativa e


levar o leitor a desejar ler todo o trabalho.

3.6 Desenvolvimento

É nesse espaço que, efetivamente, o seu trabalho será desenvolvido. Ele


deve apresentar a pesquisa, o diálogo entre os autores pesquisados, isto é, as
argumentações que os autores apresentam sobre o assunto, de forma a
concatenar as ideias, seguindo os preceitos da escrita científica e, é claro,
observando as normas técnicas de citação e referências.

3.7 Considerações finais

Nesse momento, está-se chegando ao fim do artigo, e deve-se apresentar


um breve resumo sobre o assunto abordado para refrescar a memória do leitor
e apresentar os resultados obtidos com o seu trabalho. É importante lembrar que
não se trata de fechamento e conclusão do assunto, mas de sua contribuição
para compreender melhor o tema e, portanto, da possibilidade de que outros
pesquisadores possam continuar desse ponto em que você parou. Essa seção
também pode apresentar outros aspectos que seu trabalho não aprofundou e
que poderiam gerar novas pesquisas.

3.8 Referências

Esse item é muito importante no artigo. Nele é que devem constar todas
as fontes citadas, livros, artigos, endereços eletrônicos etc. Todo o material que
aparece em seu texto deve constar nas referências, em ordem alfabética e de
acordo com as normas da ABNT. Faça sempre uma revisão para garantir que
não se esqueceu de incluir alguma referência utilizada em seu texto, e que não
consta nas referências algum material que não foi utilizado ou citado no artigo.

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TEMA 4 – INSERSÃO DE CITAÇÃO E REFERÊNCIAS DE FORMA
AUTOMÁTICA

O trabalho de escrita científica é muito complexo e bastante trabalhoso.


São citações, normas, referências e formatos que exigem a dispensa de bastante
esforço e tempo, além da própria pesquisa. Por isso é importante dominar o
editor de texto escolhido, para que seu trabalho seja mais eficiente. Neste tema,
entenderemos algumas funções no editor de texto Word, que poderão auxiliar
muito na escrita científica.
Um dos grandes trabalhos na escrita científica é o de citação e,
posteriormente, o da organização de tudo o que foi citado nas referências. Para
facilitar esse processo é possível usar uma funcionalidade do Word que
encontramos na opção Referências. Veja como proceder:
Acesse o item Referências, indicado na figura abaixo.

Nas opções do item Referências, clique no ícone Inserir Citação e,


depois, em Adicionar Nova Fonte Bibliográfica.

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Após acessar esse ícone, selecione o formato do material (livro, artigo,
site etc.) e insira os dados necessários. Geralmente, basta inserir os dados
básicos, como Autor, ano, título e editora, e clicar em OK. Os dados inseridos
serão salvos.

Para usar a os dados do material na citação, basta deixar o cursor no


final da citação e clicar em Inserir Citação. Escolha o autor da citação, como
vemos na imagem a seguir:

A referência constará no final do texto, conforme exemplo destacado na


figura. Você também pode editar essa referência clicando sobre a própria
referência.

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Outra vantagem é que todas as citações registradas ficam armazenadas,
podendo ser usadas para criar as referências no final do trabalho também de
forma automática. É só clicar no ícone Bibliografia, em Referências, e escolher
a forma como vai fazer isso. Veja na Figura 5:

Essa funcionalidade contribui em termos de agilidade e garante que todas


as citações constem nas referências de forma automática.

TEMA 5 – CURRÍCULO LATTES: REGISTRO ACADÊMICO

Todo aluno/pesquisador deve ter seu currículo disponibilizado para


consulta. Isso é importante para ajudar aqueles que lerem seu trabalho a
conhecer um pouco mais sobre sua vida acadêmica e compreender melhor sua
linha de pesquisa. A plataforma oficial para o registro das atividades acadêmicas
de pesquisadores é a plataforma Lattes (disponível em: <http://lattes.cnpq.br>),
vinculada ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq). Segundo o site da plataforma:

O Currículo Lattes se tornou um padrão nacional no registro da vida


pregressa e atual dos estudantes e pesquisadores do país, e é hoje
adotado pela maioria das instituições de fomento, universidades e
institutos de pesquisa do País. Por sua riqueza de informações e sua
crescente confiabilidade e abrangência, se tornou elemento
indispensável e compulsório à análise de mérito e competência dos
pleitos de financiamentos na área de ciência e tecnologia (CNPq,
S.d.(c))

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O nome da plataforma é uma homenagem ao físico brasileiro Césare
Mansueto Giulio Lattes por suas contribuições ao desenvolvimento da ciência no
Brasil e no mundo.
Para inserir seus dados na plataforma você deve primeiro fazer o cadastro
no site, escolhendo a opção Cadastrar novo currículo, como vemos na figura
a seguir:

Fonte: CNPq, S.d.(b).

Após selecionar o cadastro você será direcionado para a página na qual


deverá inserir os dados solicitados, seguindo o fluxo que o site indicará:

Fonte: CNPq, S.d.(a).

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O preenchimento não é difícil, e, após a conclusão, você terá um endereço
virtual em que seu currículo poderá ser consultado. A seguir, a página com
opções de atualizações de informações acadêmicas:

No Currículo Lattes você pode inserir as atividades relacionadas à sua


vida acadêmica de que você possua documento (diploma, certificado ou
declaração). Lembre-se de que o Currículo Lattes é uma plataforma oficial e que
toda atividade acadêmica informada deve ser passível de ser comprovada. Por
isso é importante que você mantenha um arquivo físico e outro digital de toda a
documentação que comprove o término do curso ou a apresentação do trabalho,
pois caso apresente seu Lattes para alguma instituição ela poderá exigir a
apresentação dessa documentação. Você poderá encontrar bons tutoriais na
internet sobre as opções de informações que poderá cadastrar no seu Lattes
buscando por manual currículo lattes. Muitos tutoriais são bastante detalhados
e podem ajudar nesse primeiro momento de contato com a plataforma.

NA PRÁTICA

A metodologia da pesquisa teológica exige compreender os aspectos


práticos da produção científica. Por isso é necessário compreender bem as
formas de escrita científica, para poder corretamente divulgar e apresentar
trabalhos de pesquisa. Também é oportuno compreender que a participação em
eventos acadêmicos faz parte do desenvolvimento do saber teológico.

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FINALIZANDO

Nesta aula, pudemos conhecer algumas formas de escrita científica. Entre


elas, a estrutura do artigo científico, o formato mais utilizado para a apresentação
e a divulgação do conhecimento. Trata-se de uma ferramenta essencial no uso
da metodologia da pesquisa teológica, assim como o uso de ferramentas para
facilitar a elaboração de artigos e da ferramenta de registro da vida acadêmica
do pesquisador, que é o Currículo Lattes.
Com essas informações, compreendemos que, além de facilitar a
produção do conhecimento teológico, também podemos contribuir com a
divulgação desse conhecimento.

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REFERÊNCIAS

CADASTRAR-SE no Currículo Lattes. Conselho Nacional de


Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), S.d.(a). Disponível em:
<https://wwws.cnpq.br/cvlattesweb/pkg_cv_estr.inicio>. Acesso em: 18 out.
2019.

CORDEIRO, G. D.; MOLINA, N. L.; DIAS, V. F. Orientações e dicas práticas


para trabalhos acadêmicos. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2014.

DIEZ, C. L. F.; HORN, G. B. A construção do texto acadêmico: manual para


elaboração de projetos e monografias. 1. ed. Curitiba: Livro de Areia Editora,
2002.

FLUCK, M. R. Manual de elaboração de TCC e dissertação. 1. ed. Curitiba:


Editora Cia De Escritores/Fabapar, 2014.

HOUAISS, A. Minidicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1. ed. Rio de


Janeiro: Objetiva, 2001.

MATTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da informática. 3. ed. São


Paulo: Saraiva, 2008.

PLATAFORMA LATTES. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico


e Tecnológico (CNPq), S.d.(b). Disponível em: <http://lattes.cnpq.br/>. Acesso
em: 18 out. 2019.

SOBRE a plataforma Lattes. Conselho Nacional de Desenvolvimento


Científico e Tecnológico (CNPq), S.d.(c) Disponível em:
<http://lattes.cnpq.br/>. Acesso em: 16 out. 2019.

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