Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
156, 146,
2 156, 146, LBWuc d2
Q: 7737, 2 LBWuc d2
Q: 7737,
130, (XP=,) 100, (XP=,) 130, (XP=,) 100, (XP=,) 35, (XP=,) 35, (XP=,)
Integração de
Processos
Uma metodologia
de optimização
energética e
ambiental
Integração de Processos
Uma metodologia de optimização
energética e ambiental
Susana Relvas
(Estagiária de Investigação)
Mª. Cristina Fernandes
(Professora Auxiliar no IST)
Henrique A. Matos
(Professor Auxiliar no IST)
Clemente Pedro Nunes
(Professor Associado Agregado no IST)
Integração de Processos
Jorge Borrego
ÍNDICE
1. Introdução 1
1.1. Contexto e Definição de Integração de Processos 1
1.2. A Integração Energética na Actualidade 2
1.3. Conceitos Básicos e Metodologias 3
1.4. Aplicações 6
1.5. Organização da Brochura 8
2. Fundamentos da Integração Energética 9
2.1. A ideia da Integração Energética e Conceitos Básicos 9
2.2. Estratégia para uma Integração Energética eficiente 11
2.3. Limitações à Integração Energética 12
3. Obtenção de Dados 13
4. Objectivos de Integração Energética 15
4.1. Consumo Mínimo de Energia 15
4.2. Escolha do Valor de ∆Tmín Óptimo 21
4.2.1. Número Mínimo de Unidades 22
4.2.2. Área Total de Transferência de Calor 24
4.2.3. Minimização do Custo Total 27
4.2.4. ∆T óptmin de processos sem PE: Threshold Problems 30
5. RPC para o Máximo de Energia Recuperada (MER) 33
5.1. Redes Simples 33
5.2. Redes com Divisão de Correntes 39
5.3. Rede MER de Processos sem PE: Threshold Problems 44
6. Evolução de Redes de Permutadores de Calor 47
6.1. Etapas da Evolução da Rede de Permutadores de Calor MER 47
6.2. Comparação de Redes de Permutadores de Calor 51
7. Escolha Adequada de Utilidades e Equipamento Energético 53
7.1. Curva Composta Global 53
7.2. Sistema de Utilidades 54
7.3. Fornalhas 58
7.4. Bombas de Calor e Motores Térmicos 59
7.4.1. Bomba de Calor 59
7.4.2. Motores Térmicos 61
7.5. Integração de Outro Equipamento 63
8. Casos de Aplicação Industrial 67
8.1. Síntese de Casos Industriais 67
8.2. Apresentação de um Estudo de Integração Energética 69
9. Softwares Disponíveis 73
9.1. Características das Aplicações Computacionais de Processos 73
9.2. Revisão de Softwares 75
10. Casos de Estudo 89
11. Trabalhos de Referência 107
12. Conclusões e Perspectivas para o Futuro 113
Bibliografia 117
Nomenclatura 119
Abreviaturas 121
vi
1. INTRODUÇÃO
1
1.2. A Integração Energética na Actualidade
2
destaca-se o III Seminário sobre Integração de Processos realizado
em Novembro de 2002 no Centro de Congressos de Aveiro, intitulado
Optimização Energética e Ambiental na Indústria. Anteriormente foram
também organizados outros seminários: Optimização Energética na
Indústria – Tecnologias de Integração de Processos, Santa Maria da
Feira, 1996 e Estratégias para a Optimização Energética na Indústria,
Coimbra, 1998.
A constante evolução da Integração de Processos converteu esta
metodologia numa ferramenta essencial para a definição de estratégias de
projecto e planeamento, de novos processos ou na reconversão de processos
em funcionamento.
3
desenvolvidos e também facilitar o desenvolvimento do projecto.
O estudo da Integração de Processos e a sua aplicação têm sido feitos
através do desenvolvimento de várias metodologias que abrangem diferentes
áreas: Termodinâmica, Heurística e Optimização. As técnicas actuais fazem
uso das várias áreas interligadas, de tal modo que a tendência actual é
o desenvolvimento de métodos que utilizem conhecimentos provenientes
das três áreas. No entanto, muitas das técnicas amplamente utilizadas na
actualidade surgiram inicialmente associadas a apenas uma das áreas. Por
exemplo, a análise segundo o Ponto de Estrangulamento e a análise de
Energia são métodos intimamente associados à área da Termodinâmica,
enquanto a análise Hierárquica e os Sistemas Baseados no Conhecimento
são fruto da aplicação de conhecimentos qualitativos. No que respeita à área
da Optimização existem técnicas que se podem considerar determinísticas ou
não determinísticas: dentro das primeiras inclui-se a Programação Matemática
e no grupo das segundas os Métodos de Pesquisa Estocástica.
A metodologia do Ponto de Estrangulamento tem sido largamente
difundida e tem encontrado elevada aplicabilidade em processos industriais,
confirmando o seu elevado potencial, associado à sua simplicidade. No entanto,
facilmente se apontam algumas limitações desta metodologia, motivando a
utilização ou o complemento da análise recorrendo a outras técnicas.
O Capítulo 2 apresenta de uma forma sucinta o contexto da Integração
Energética e a secção 2.3 aponta quais os principais factores que podem estar
na origem de algumas limitações da Integração Energética. Por exemplo,
supondo que num dado processo existem duas correntes que se distanciam
bastante fisicamente, conclui-se que a troca de calor entre elas envolve
custos de bombagem e tubagem superiores à redução de custos energéticos
conseguida. Esta restrição é um caso particular do processo em causa sendo
característico de um par isolado de correntes. Assim sendo, como seria possível
identificar as proibições quando se generaliza a informação de correntes com
excesso e défice entálpico, tal como é feito na metodologia do Ponto de
Estrangulamento? A alternativa é utilizar uma técnica que permita especificar
casos como este antes de proceder à construção de, por exemplo, redes de
permutador de calor que diminuam os consumos de energia. A Programação
Matemática, é uma técnica alternativa onde a definição de problemas deste
tipo é bastante simples, facilitando ainda a resolução do problema final. Talvez
a maior limitação que se pode apontar à Programação Matemática seja a
excessiva complexidade que alguns modelos matemáticos que descrevem
processos químicos possam tomar, não permitindo obter soluções plausíveis
quer por limitação do processador quer por limitações de tempo de resolução.
A Programação Matemática envolve um conjunto de métodos para
resolução de problemas de optimização com restrições. O constrangimento
Programação
Matemática de um processo químico é descrito matematicamente por um conjunto de
condições (igualdades ou desigualdades):
4
h(x,y) = 0 (1.1)
g(x,y) ≤ 0 (1.2)
min
x,y
f(x,y) (1.3)
min f(x,y)
x,y
sujeito a h(x,y) = 0
g(x,y) ≤ 0 (1.4)
x ∈ Rn
y ∈ {0,1}m
5
Linear Programming, NLP);
Figura 1.1
Sequência de etapas Processo Modelo Processo
envolvidas em Programação Superestrutura Algoritmo Químico
Químico Matemático Integrado
Matemática
1.4. Aplicações
6
várias áreas tiveram a sua origem em estudos baseados em sistemas de ener-
gia. O balanço de energia de um processo pode ser utilizado para melhorar a
utilização de utilidades exteriores ao processo. Para tal é necessário conhecer
o processo na sua totalidade de modo a poder fazer interagir os vários compo-
nentes. Em seguida é necessário também conhecer os métodos de análise de
modo a tirar a melhor utilização da sua implementação.
As técnicas de Integração encontram larga aplicabilidade na fase inicial
do projecto ou em fábricas já instaladas, tanto em processos de elevada com-
plexidade ou simples e em funcionamento contínuo ou descontínuo. O princi-
pal benefício da Integração é reduzir significativamente os custos de produção
em primeiro plano. Em segundo plano ir ao encontro de políticas de poupança
energéticas e de matérias primas, bem como redução de efluentes e sub-
produtos, minimização de emissões gasosas, entre outros. Nesta perspectiva,
a Integração de Processos será uma estratégia de competitividade da Indústria
actual. O interesse em promover integração em instalações fabris será, então,
elevado, pelo que convém conhecer as técnicas. A formação de especialistas
na área terá bastante peso no desempenho futuro da produção.
Em seguida são sumariadas algumas das áreas onde a Integração de
Processos poderá intervir, Gundersen (2002a):
• Planeamento, Projecto e Operação de Processos e Sistemas de
Utilidades;
7
1.5. Organização da Brochura
8
2. FUNDAMENTOS DA INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA
9
A absorção de calor por partes destas correntes conduz a um aumento
de temperatura e/ou a uma mudança de estado.
210ºC 160ºC
UQ
Recirculação
Compressor
130ºC
Condensador
Coluna de Destilação
Efluente Reaccional
Figura 2.1 Alimentação do Reactor
Reactor UF
Esquema de um processo 50ºC
UQ
210ºC
270ºC 160ºC
químico com quatro
permutadores de calor e um
consumo total de energia de
11,2 MW
Corrente Fria
Corrente Quente Ebulidor
UF Utilidade Fria
UF
UQ Utilidade Quente 220ºC 60ºC
Produto de Cauda
Corrente Quente
∆ T mín
Corrente Fria
Figura 2.2
Exemplificação do ∆Tmin Possível Recuperação de Calor
quando permutadas uma
corrente quente e uma corrente
fria, Linnhoff et al. (1988)
H
10
segundo critérios de projecto e tem influência nos custos de capital do
processo.
A integração energética permite reduzir o consumo de utilidades exteriores
ao processo aproveitando excessos entálpicos de correntes (correntes quentes)
para fornecer a correntes com deficiência de energia (correntes frias). Assim,
procede-se a uma troca de calor, onde a diferença de temperaturas é a força
motriz. Após a análise de integração, as correntes com estas características
deixam de permutar calor apenas com utilidades externas e passam a permutar
também entre si. O processo apresentado na figura 2.1 pode ser submetido a
integração energética para se obter o processo esquematizado na figura 2.3
(correspondente ao caso de menor consumo energético).
190ºC 177,6ºC
160ºC
Compressor
Condensador
Coluna de Destilação
210ºC
Reactor
180ºC 160ºC
210ºC
160ºC
11
melhor solução para cada caso.
O processo apresentado na figura 2.1 será utilizado como Exemplo
de Aplicação para ilustrar os conceitos da integração energética e, no final,
obter o mesmo processo mas cumprindo os objectivos propostos, tal como
apresentado na figura 2.3.
Uma estratégia bem estruturada passa por quatro etapas essenciais,
Gundersen (2002a):
1. Recolha de dados, onde se pesquisam dados/características sobre o
processo e o sistema de utilidades;
12
3. OBTENÇÃO DE DADOS
1 Por exemplo, quando uma corrente de processo sofre uma mudança de fase.
13
A recolha de dados é uma actividade delicada, exigente e muito
consumidora de tempo. A duração desta etapa dependerá muito do tipo de
equipamento de medição e registo existente na unidade industrial em análise.
Algumas regras gerais para efectuar uma adequada recolha de dados para
uma Análise de Integração de Processos:
▪ Não misturar correntes com temperaturas diferentes. Quando o processo
implica a mistura de duas correntes com temperaturas diferentes devem
ser consideradas duas necessidades entálpicas (uma por corrente) de tal
modo que a mistura seja isotérmica.
▪ Recolher as temperaturas a que as correntes estão verdadeiramente
disponíveis para efectuar trocas entálpicas e não as temperaturas
actualmente praticadas no processo.
▪ Obter as correntes pelo lado seguro. A variação da entalpia de algumas
correntes é marcadamente não-linear, como é o caso da condensação
ou da vaporização. Nestas situações o perfil deve ser descrito por vários
segmentos de Cp constante de tal modo que a curva seja aproximada
pelo lado mais seguro, i.e. a corrrente quente actual deve ser mais quente
que a recolhida e o inverso deve passar-se no caso de uma corrente fria.
Ti Tf MCp Q = MCp × ∆T h
Descrição
(ºC) (ºC) (kW/ºC) (kW) (kW/m2/ºC)
Correntes
1 – Efluente Reaccional 270 160 18 1980 a) 0,5
2 – Produto de Cauda 220 60 22 3520 a) 0,5
3 – Alimentação ao
Reactor 50 210 20 3200 a) 0,5
Tabela 3.1
Características das correntes 4 – Recirculação 160 210 50 2500 a) 0,5
de processo e utilidades Utilidades Disponíveis
disponíveis referentes ao
Exemplo de Aplicação, Vapor de alta pressão 250 250 - 5700 2,5
Gundersen (2002a) Água de refrigeração 15 20 - 5500 1,0
a) Para o processo químico sem integração energética, estes valores de calor trocado
correspondem aos permutadores de calor representados na figura 2.1;
14
4. OBJECTIVOS DE INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA
180
150
T (ºC)
Corrente 2
120
MCp = 22 kW/ºC
90 ∆ Q = 3520 kW
60
MCp = 22 kW/ºC
30
0
Figura 4.1
0 600 1200 1800 2400 3000 3600 4200 4800 5400 6000 Correntes quentes e Curva
Q (kW) Composta Quente referentes
ao Exemplo de Aplicação
15
Curva Composta Fria
240
Corrente 3 MCp = 70 kW/ºC
210 MCp = 20 kW/ºC
∆Q = 3200 kW
180
Corrente 4
150 MCp = 50 kW/ºC
∆Q = 2500 kW
T (ºC)
120
90
60
MCp = 20 kW/ºC
30
Figura 4.2 0
Correntes frias e Curva
Composta Fria referentes ao 0 600 1200 1800 2400 3000 3600 4200 4800 5400 6000
Exemplo de Aplicação Q (kW)
O conceito de Curvas Compostas Quente e Fria aparece associado às
representações efectuadas sobre um diagrama Temperatura vs Potência
Térmica Disponível das correntes quentes e frias de processo. Através delas
avaliam-se as necessidades entálpicas dos processos:
• A quantidade máxima de energia que é possível recuperar por
transferência de calor entre as correntes do processo (Qrecuperado);
250
200
∆T min
T (ºC)
150
PE
100
50
Q UF,min
0
Figura 4.3 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Curvas Compostas quente e
fria referentes ao Exemplo de Q (kW)
Aplicação, para um ∆Tmin de
20ºC
16
A partir da representação da figura 4.3, definem-se as metas (targets)
potenciais, que estão resumidas na tabela 4.1.
Targets Valor
Máximo de Calor Recuperado, Q recuperado (kW) 4700
Mínimo de Aquecimento Externo, Q Q ,min (kW) 1000
Mínimo de Arrefecimento Externo, Q F ,min (kW) 800
Tabela 4.1
PE (referente a uma corrente fria), TPE ,F (ºC) 160 Objectivos correspondentes à
aplicação de um ∆Tmin de 20ºC
PE (referente a uma corrente quente), TPE ,Q (ºC) 180 para o Exemplo de Aplicação
240
1) 2) 3)
210
180
150
T (ºC)
17
Verifica-se que existem várias condicionantes para o estabelecimento
de um ∆Tmin. É necessário estabelecer uma forma de o determinar que entre
em consideração com todos estes factores. Assim sendo, o valor ∆T optmin
(diferença de temperaturas mínima óptima) é determinado segundo uma
optimização do Custo Total.
A identificação do PE do processo permite dividir o processo em duas
zonas termodinâmicas distintas: a zona acima do PE e a zona abaixo do PE,
conforme se esquematiza na figura 4.5:
Ponto de
Estrangulamento
Temperatura
Absorvedora de Calor
Figura 4.5
Representação do Ponto de
Estrangulamento (PE), zona Fonte de Calor
acima do PE ou zona
absorvedora de calor e zona
abaixo do PE ou fonte de calor Entalpia
18
Q UQ+Q
Q
Temperatura
a) Q UF+Q
Entalpia
QUQ+Q1
Q2
Temperatura
Q1
Figura 4.6
Princípios básicos para a
b) obtenção do consumo mínimo
QUF+Q 2
de utilidades.
Entalpia
A determinação do consumo mínimo de utilidades externas a partir das
curvas compostas é pouco correcta pois baseia-se numa construção gráfica.
Neste sentido, recorre-se a um algoritmo para essa determinação, a Cascata
de Calor. Através deste método alternativo também é possível obter os
consumos mínimos de utilidades e a localização do PE. A ideia base deste Cascata de Calor:
Conjunto Sequencial de
método é verificar, para cada intervalo de temperaturas, a quantidade entálpica balanços entálpicas entre
correntes do processo, no
disponível entre as várias correntes de processo aí existentes e transferir o
sentido decrescente da
excesso de entalpia de cada nível térmico para o nível imediatamente inferior. temperatura
1
As temperaturas corrigidas são essenciais no contexto do algoritmo da cascata de calor
19
Para o Exemplo de Aplicação, apresentado no Capítulo 3, a Tabela 4.2
resume as temperaturas corrigidas das correntes do processo.
Uma nova representação das curvas compostas referente às temperaturas
Ti Tf Ti' T f'
Corrente
(ºC) (ºC) (ºC) (ºC)
Tabela 4.2
Temperaturas corrigidas para 1 270 160 260 150
as correntes de processo 2 220 60 210 50
do Exemplo de Aplicação 3 50 210 60 220
(∆Tmin=20ºC) 4 160 210 170 220
Q i = ∑ MCp F − ∑ MCp Q ∆Ti' (4.2)
C. Frias C. Quentes
Na equação (4.2), para o intervalo de temperaturas i, ΔT’i é a diferença
de temperaturas corrigidas e Qi é o balanço de energia do intervalo.
A grandeza representada entre parêntesis corresponde a ∆MCpi do
intervalo i. Se as correntes frias “predominarem” sobre as correntes
quentes, então existe um défice de calor no intervalo em causa e Qi > 0.
No caso das correntes quentes “predominarem” sobre as correntes frias,
então para esse intervalo existe um excesso de calor e Qi < 0.1
1
Este resultado é concordante com a convenção termodinâmica; por exemplo, numa reacção
20 exotérmica ΔH é negativo.
1 2 3 4 5 6 7 8
T' ∆T' i ∆MCp ∆Qi
(ºC) (ºC) (kW/ºC) (kW) Cascata de Calor (kW)
Q UQ = 0 QUQ = 1000
260 1
40 -18 -720 Q1=-720
220 720 1720
2 10 52 520 Q2=520
210 200 1200
40 30 1200 Q3 =1200
170 4 -1000 0
20 -20 -400 Q4=-400
150 -600 400
90 -2 -180 Q5=-180
60 3 -420 580
21
conduzida pelo mínimo dos custos totais anuais, definidos por:
q1 q2 q3 q4
a) f1 f2 f3 f4
q1 q2 q3 q4
Figura 4.7
Representações esquemáticas
de redes de permutadores
de calor (adaptado de Smith
(1995)) b) f1 f2 f3 f4
22
exemplo q3f3q4f4q3 na figura 4.7a. Um ciclo dependente é um ciclo que pode
resultar da união de outros dois por eliminação da linha comum aos dois, como
Ciclo:
por exemplo unindo q2f3q3f1q2 e q3f3q4f4q3 para obter q2f3q4f4q3f1q2. Trajecto cujo início e fim se
Com base nestas representações gráficas obtém-se uma relação situam no mesmo ponto,
passando por correntes e/ou
importante que indica o número de unidades mínimas de uma rede com Permutadores de Calor.
integração (Regra de Euler):
Uminimo = N + L - S (4.4)
• Caso se verifique Uminimo,MER > Uminimo então existem na rede ciclos cujo
número é dado por Uminimo,MER - Uminimo.
23
A construção da RPC com um número de unidades menor que a rede
MER implica uma penalidade nos consumos energéticos, pois ocorre uma
transferência de calor através do PE e esse valor é acrescentado ao consumo
de utilidades externas.
A partir dos dados referentes ao Exemplo de Aplicação é possível
determinar Uminimo e Uminimo,MER:
Tabela 4.4
Cálculo do número mínimo de Uminimo = (4 + 2) – 1 = 5
permutadores de calor para o
Exemplo de Aplicação Uminimo,MER = [(4 + 1) – 1] + [(3 + 1) – 1] = 7
Uma outra estimativa que deve ser efectuada para a determinação dos
custos de equipamento é a da área total de transferência de calor. O facto de
este cálculo ser efectuado previamente ao projecto das unidades torna-o mais
elaborado e fica associado a uma determinada incerteza, devido às hipóteses
consideradas.
No entanto, a obtenção de uma estimativa para a área antes de se
conhecer a rede é uma enorme vantagem desta metodologia.
A ideia base consiste em alargar o conceito de troca de energia num
permutador de calor em contra-corrente entre duas correntes a muitas
correntes quentes e frias. Para o efeito, seguem-se as seguintes etapas:
1. Recorre-se às curvas compostas, que são complementadas com a
introdução das utilidades exteriores e recolhe-se a informação necessária
ao cálculo da área total de transferência de calor. Estas curvas compostas
denominam-se por Curvas Compostas Balanceadas (CCB). A figura 4.8
apresenta as CCBs referentes ao Exemplo de Aplicação, para um ∆Tmin
de 20ºC, onde se evidencia a inclusão de vapor de alta pressão e de
água de refrigeração.
300
1 2 3 4 5 6 7
Figura 4.8
Curvas Compostas 250
Correntes Quentes
100
Correntes Frias
Vapor de Alta Pressão
50
Água de Refrigeração
0
- 1000 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Q (kW)
24
2. As CCBs são divididas verticalmente em vários intervalos de potência
térmica.
1 K I qi J q
=∑ ∑ + ∑
j
ARPC (4.8)
k ∆Tlnk i hi j hj
em que na equação (4.8) ARPC é a área de transferência de calor total da
RPC, I e J são o número total de correntes respectivamente quentes e
frias no intervalo k, K é o número total de intervalos entálpicos, hi e hj são
os coeficientes de transferência de calor para cada corrente quente (i)
ou fria (j) no intervalo, qi e qj são as variações de calor de cada corrente
quente (i) ou fria (j) no intervalo k e ∆Tln é a média logarítmica das
k
temperaturas no intervalo, definida pela expressão (4.9).
[T - TF ] - [ TQ - TF ]
Qi
∆Tl n = f f i
k
( TQ - TF ) (4.9)
ln i f
( TQ - TF )
f i
T Qf T Ff
TFi
Figura 4.9
Definição de temperaturas
para um intervalo entálpico
Entalpia genérico k
25
utilidades, é tanto maior quanto maior for o calor trocado. No que respeita à
diferença de temperaturas logarítmica, quanto menor é o seu valor, maior é
a área requerida. De facto, uma menor força motriz na transferência de calor
requer uma maior área de permuta entre fluído quente e frio.
Qi ∆Tlnk Ai
Intervalo
(kW) (ºC) (m2)
1 800 59,3 40,5
2 1400 43,1 129,9
3 800 28,9 110,9
4 1600 27,7 231,1
5 540 47,4 45,6
Tabela 4.5 6 1000 52,0 46,2
Cálculo da Área Total da RPC 7 360 52,2 27,6
para o Exemplo de Aplicação,
com (∆Tmin = 20ºC) ARPC (m2) 632
26
4.2.3. Minimização do Custo Total
Custo do PC = a + b Ac (4.10)
ARPC
c
27
O custo do equipamento depende de vários factores e durante as
fases iniciais do projecto estes são na sua maioria desconhecidos ou não
considerados. No entanto, permanece a necessidade de escolher entre
alternativas de processo e optimizá-lo com base nos custos de equipamento e
custos operatórios. Para o efeito, é necessário que ambos os tipos de custos
estejam expressos na mesma base. Os custos de equipamento podem ser
expressos numa base anual, assumindo que o equipamento é amortizado
sobre um certo período de tempo a uma taxa fixa. Os custos de equipamento
podem ser anualizados por aplicação do seguinte factor de anuidade (equação
(4.12)).
i (1 + i ) n
Anuidade = (Custo do PC)
n
(4.12)
(1 + i ) - 1
28
Taxa de Período de
Cenário
Rentabilidade (%) Retorno (anos)
A 5 3
B 10 3 Tabela 4.7
Cenários comparativos
C 15 3 aplicados ao Exemplo de
D 10 5 Aplicação
6
5
2
1
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
∆T mín (ºC)
8
B - 3 anos/10%
7
Custos (10- 5 €/ano)
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
∆Tmín (ºC)
9
C - 3 anos/15%
8
Custos (10 -5 €/ano)
7
6
5
4
3
2
1
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
∆Tmín (ºC)
7
D - 5 anos/10%
6
Custos (10 -5 €/ano)
0
Custo Total
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Custo Equipamento
∆Tmín (ºC) Custo Energético
29
O custo total apresenta um mínimo correspondente ao melhor compromisso
entre o investimento em área de permutador e o consumo energético.
Os valores óptimos obtidos para o Exemplo de Aplicação encontram-se
indicados na tabela 4.8:
30
∆T transição
QUF
Utilidade
QUQ
Figura 4.11
∆ Tmín Definição de ∆Ttransição
Entalpia
a)
∆Tmín = ∆T transição
Temperatura
Entalpia
b)
∆T mín< ∆T transição
Temperatura
Figura 4.12
Exemplificação de diferentes
Entalpia
utilizações de utilidades em
c) processos
31
Nesta configuração, as curvas compostas encontram-se alinhadas no
extremo de localização de utilidade quente. A partir deste ponto, qualquer que
seja o valor de ∆Tmin - ∆Ttransição, o consumo energético é constante, como
apresentado na figura 4.12c. Enquanto num dos extremos o consumo de
utilidade fria diminui, no outro extremo aumenta na mesma proporção.
Os custos energéticos são constantes para valores de ∆Tmin, inferiores
a ∆Ttransição. Para a curva de custos totais verifica-se que, para casos como
os aqui descritos, o mínimo se situa num valor de ∆Tmin ≥ ∆Ttransição, como
apresentado na figura 4.13.
Total
Óptimo
Custo
Energético
Equipamento
∆Ttransição ∆Tmín
a)
Total
Óptimo
Custo
Energético
Equipamento
Figura 4.13
Custos totais, de equipamento
e energéticos para Threshold
∆Ttransição ∆Tmín
Problems b)
32
RPC PARA O MÁXIMO DE ENERGIA
5.
RECUPERADA (MER)
Uma vez identificadas as correntes envolvidas na Rede de Permutadores
de Calor (RPC), importa saber quais as regras a utilizar para a construção
desta, de modo a satisfazer os objectivos definidos na secção 4.1. Este
capítulo aborda a construção da rede simples (secção 5.1), as redes onde
é necessária a divisão de correntes (secção 5.2) e as redes que constituem
Threshold Problem (secção 5.3).
220ºC 60ºC
2 22
210ºC 50ºC
3 20
33
de calor nesta região são severamente limitadas, pelo que a construção
da rede deve ser efectuada a partir do PE. Neste sentido, as decisões
iniciais são todas tomadas na zona mais condicionada, evitando que
surjam em fases posteriores dificuldades na construção da RPC.
PE PE
∆T < ∆Tmín
Temperatura
Temperatura
∆Tmín
Situação Impossível
Situação Impossível
PE PE
Temperatura
Temperatura
∆Tmín
∆T > ∆Tmín
Situação Possível
Situação Possível
Figura 5.2
Esquematização das regras Entalpia a2) Entalpia b2)
práticas para a construção da
a) b)
RPC
34
representados (equação 5.1):
Em (5.1) i ∈{Q,F}. As relações apontadas na tabela 5.1 são necessárias
∆Q
∆T ∝ (5.1)
MCpi
para garantir que no PE se verifica a menor diferença de temperaturas
entre correntes quentes e frias e que esta corresponde ao valor de
∆Tmin.
As relações aqui apresentadas são aplicáveis junto ao PE, ou seja,
quando ambas as correntes estão sobre o PE.
No que respeita ao Exemplo de Aplicação, a tabela 5.2 resume as
possibilidades existentes de troca de calor entre correntes para as zonas
acima e abaixo, junto ao PE.
3. Efectuam-se trocas de calor entre as correntes de processo, de
Acima PE Abaixo PE
NQ ≤ N F ? NQ ≥ N F ?
NQ = 2 = N F NQ = 2 ≥ 1 = N F
MCp Q ≤ MCp F ? MCp Q ≥ MCp F ?
Tabela 5.2
Possibilidades de trocas de
MCp 1 ≤ MCp 3 , 4 calor que cumprem as regras
MCp 2 ≥ MCp 3 práticas para o Exemplo de
MCp2 ≤ MCp 4 Aplicação
● A utilidade fria não deve ser usada acima do PE: todas as correntes
quentes têm de ser arrefecidas até à temperatura do PE por troca de
calor com as correntes frias;
35
Zona acima do PE
2 5.3a.
210ºC
A corrente 2 fornece toda a sua
3 entalpia disponível à corrente 4, no
entanto esta não satisfaz todas as suas
210ºC
177,6ºC
4 necessidades entálpicas. Assim sendo a
a) temperatura da corrente 4 passará para:
180ºC / 160ºC
QPC (2 ↔ 4) = 22(220 - 180) = 880kW
880 = 50 (Tf,4 - 160) ⇔ Tf,4 = 177,6ºC
PE
270ºC
1000 kW As correntes 1 e 3 ainda não
235,6ºC
1 permutaram calor, pelo que um dos
220ºC seus extremos ainda coincide com o PE.
880 kW
36
620 = 50 (Tf,4 - 177,6) ⇔ Tf,4 = 190ºC
Por fim, na zona acima do PE, apenas a corrente 4 necessita ainda de
receber mais calor. Dado que as correntes quentes já forneceram toda a sua
entalpia disponível, resta introduzir uma utilidade quente externa ao processo,
como exemplificado na figura 5.3c:
Zona abaixo do PE
O mesmo procedimento é
PE
efectuado para a zona abaixo do 160ºC
a corrente 2.
50ºC
A necessidade entálpica da
3
corrente 3 fica totalmente satisfeita
a)
por troca energética com a corrente
2, como exemplificado na figura
5.4a: 180ºC / 160ºC
1 U
F
Para concluir a rede, as
60ºC
correntes quentes necessitam de ser 2200 kW 440 kW
37
QUF,total = 360 + 440 = 800 kW
210ºC 50ºC
3
210ºC
190ºC 177,6ºC
Figura 5.5 UQ 4
1000 kW
Rede MER referente ao
Exemplo de Aplicação
(∆Tmin = 20ºC) 180ºC / 160ºC
PE
270ºC 160ºC
620 kW
235,6ºC 1000 kW 360 kW
1
220ºC 1840 kW
60ºC
880 kW
80ºC
2 UF
800 kW
210ºC 50ºC
3
210ºC
Figura 5.6 190ºC 177,6ºC
Rede MER alternativa à
UQ
4
1000 kW
apresentada na figura 5.5
referente ao Exemplo de
Aplicação (∆Tmin = 20ºC) 180ºC / 160ºC
A rede MER alternativa também apresenta o mesmo número de
permutadores de calor e a decisão entre elas terá de recair em factores
38
económicos, considerando toda a informação disponível (custo dos PCs,
localização, bombagem, entre muitos outros).
Zona acima do PE
Não
Dividir
Corrente Fria
Não
39
frias e os respectivos valores de MCp na zona imediatamente acima do PE.
Nesta zona não é permitida a utilização de utilidade fria. Assim, quando a
condição referente ao número de correntes quentes e número de correntes
frias não é verificada (figura 5.8a), haverá correntes quentes que não poderão
ser arrefecidas até à temperatura do PE, sem violar o valor de ∆Tmin. A
solução reside em dividir uma corrente fria em dois ramos paralelos, conforme
indicado na figura 5.8b. Nesta nova situação, todas as correntes quentes têm
uma corrente fria com a qual podem permutar calor, para arrefecerem até à
temperatura do PE.
PE PE
100ºC 100ºC
1 1
100ºC 100ºC
2 2
100ºC 100ºC
3 3
PE PE
Cp Cp
100ºC 100ºC
5 1 3 1
2
90ºC 90ºC
4 2 4 2
90ºC 90ºC
3 3 3 3
40
passa por dividir a corrente quente em duas, de modo que os valores de MCp
das correntes resultantes permitam as trocas de calor entre correntes quentes
e frias (figura 5.9b).
Zona abaixo do PE
Análise de NQ,
NF, MCpQ e de
MCp F das
correntes no PE
Não
Dividir
Corrente Quente
Não
Dividir
Figura 5.10
Corrente Fria
Sequência a seguir na
construção da rede MER
quando não se cumprem
as regras práticas e princípios
Colocar PC básicos na zona abaixo do PE,
Smith (1995)
100ºC 100ºC
1 T<100ºC
1
90ºC 90ºC
3 3
Figura 5.11
90ºC 90ºC
Divisão de correntes no caso
4 4 de se verificar que o número
de correntes quentes
T>90ºC T>90ºC
90ºC 90ºC
é menor que o número de
5 5 correntes frias na zona abaixo
a) b) do PE, Smith (1995)
41
A solução reside em, analogamente ao anteriormente descrito para a
zona acima do PE, dividir uma corrente quente em duas (figura 5.11b). Neste
novo caso, todas as correntes frias possuem uma corrente quente com a qual
podem permutar entalpia, evitando a introdução de utilidade quente na zona
abaixo do PE.
Seguindo a sequência indicada na figura 5.10, além da condição de
número de correntes pode surgir um outro impedimento no que diz respeito
aos valores de MCp. A figura 5.12a exemplifica um caso em que a condição
aqui aplicável não se verifica, Smith (1995).
PE PE
Cp Cp
100ºC 100ºC
5 1 5 1
100ºC 100ºC
4 2 4 2
90ºC
7
90ºC
3 3 3
4
42
PE MCp PE MCp
160ºC 160ºC
360 kW
1 18 1 18
60ºC 60ºC
2170 kW 470 kW
2 22 2 81,4ºC
UF 22
50ºC 50ºC
3 23 0,858
3 23
Figura 5.13
0,142 Stream Splitting referente ao
Exemplo de Aplicação com
a) 180ºC / 160ºC b) 180ºC / 160ºC alteração de MCp3 = 23 KW/ºC
Para a corrente 1:
PE
270ºC 620 kW 1000 kW 360 kW 160ºC
235,6ºC
1
220ºC 470 kW
60ºC
880 kW 2170 kW
81,4ºC
2 UF
210ºC 50ºC
3
Figura 5.14
210ºC Rede MER referente ao
190ºC 177,6ºC
UQ 4 Exemplo de Aplicação com
1000 kW MCp3 = 23 KW/ºC
180ºC/160ºC (∆Tmin = 20ºC)
43
partida, cumprem todas regras apresentadas. As razões que poderão estar
relcionadas o engenheiro a utilizar esta opção estão relacionada com:
• Minimização da área de transferência de calor da RPC, optimizando as
driving forces;
1 UF
210ºC 50ºC
UQ
3
1000 kW
210ºC
217,9ºC 0,56
Figura 5.15 4
Remodelação da rede MER da
200ºC 0,44
figura 5.5 por divisão de uma
corrente fria 180ºC / 160ºC
A corrente 4 divide-se em duas fracções que, após permutarem com as
correntes 1 e 2, apresentam temperaturas distintas entre si. No entanto, a
temperatura final ponderada é 210ºC. Esta alternativa tem a desvantagem
de parte da corrente 4 tingir uma temperatura de 217,9 ºC e que é superior à
temperatura final prevista (210 ºC).
44
Threshold Problem 1
Para exemplificar como se constrói uma RPC num caso sem PE,
consideram-se os dados apresentados na tabela 5.4.
Ti Tf MCp
Descrição
(ºC) (ºC) (kW/ºC)
Correntes
1 500 100 3,0
2 450 100 1,0
3 50 450 1,0
4 150 400 1,0
5 50 200 0,5
Utilidades
Tabela 5.4
Vapor 550 550 - Dados para Threshold
Água de Refrigeração 20 40 - Problem 1
500
Temperatura (ºC)
400
300
200
100
Figura 5.16
0 Curvas Compostas para o
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 Threshold Problem 1, com um
Entalpia(kW) ∆T = ∆Ttransição = 50ºC
450ºC 100 kW
100ºC
250 kW
200 ºC
1 2 UF
450ºC 50ºC
1 3
400ºC 150ºC
1 4
Figura 5.17
200ºC 50ºC Rede MER para o Threshold
0.5 5 Problem 1
∆Tmín = ∆Ttransição = 50ºC
45
Threshold Problem 2
200
Temperatura (ºC)
150
100
50
Figura 5.18
Curvas Compostas para o 0
Threshold Problem 2, com um 0 10 20 30 40 50
∆T = ∆Ttransição = 10ºC Entalpia (kW)
0.1 1
130ºC 15 5 80ºC
MW 82,5 ºC MW
0.4 2
180ºC 6 MW
20ºC
Figura 5.19
0.1 UQ
3
Rede MER para o Threshold 230ºC 20ºC
4.5 MW
Problem 2
∆T = ∆Ttransição = 10ºC
0.15 UQ
200 ºC
4
130ºC / 120ºC
46
EVOLUÇÃO DE REDES DE PERMUTADORES
6.
DE CALOR
1 235,6ºC
UF
210ºC 50ºC
3
210ºC 160ºC Figura 6.1a
190ºC 177,6ºC Identificação de ciclos na rede
UQ 4 MER obtida para o Exemplo de
1000 kW
a) Aplicação
47
270ºC 360 kW
160ºC
620 kW 1000 kW
235,6ºC
1 UF
210ºC 50ºC
3
Figura 6.1b 210ºC 160ºC
Identificação de ciclos na rede 190ºC 177,6ºC
MER obtida para o Exemplo de UQ 4
1000 kW
Aplicação b)
210ºC 50ºC
3
210ºC + 620 kW - 620 kW
Figura 6.2 160ºC
Quebra de um ciclo na RPC do 190ºC 177,6ºC
Exemplo de Aplicação
UQ 4
1000 kW - 620 kW + 620 kW
MCp
(kW/ºC) 270ºC 360 kW
160ºC
1620 kW
180ºC
18 1 UF
151,82ºC
Figura 6.3 210ºC 50ºC
129ºC
Nova distribuição de 20 3
temperaturas e identificação
de uma transgressão ao 210ºC 160ºC
190ºC
∆Tmin = 20ºC 50 UQ
4
(Exemplo de Aplicação) 1000 kW
48
3. O cálculo das novas temperaturas intermédias das correntes de processo
permite verificar que o PC entre as correntes 2 e 4 transgride o valor de
∆Tmin estipulado para o Exemplo de Aplicação (figura 6.3).
Neste ponto, após remoção de um ciclo numa RPC, várias situações
podem acontecer:
i) O valor de ∆Tmin é transgredido e a diferença de temperaturas é
negativa (como no Exemplo de Aplicação, figura 6.3), constituindo
uma situação termodinamicamente impossível;
220ºC 60ºC
1500 kW 1580 kW 440 kW + ER1
80ºC
22 2 UF
151,82ºC
210ºC 50ºC
129ºC
20 3
210ºC 160ºC
190ºC
50 UQ
4 Figura 6.4
1000 kW + ER1 - ER 1 Percursos de Relaxação para
a) o Exemplo de Aplicação
49
MCp
(kW/ºC)
270ºC 360 kW +
160ºC
1620 kW ER2
180ºC
18 1 UF
Determinação de ER1
2 1
180ºC
4
108,18ºC
UF
210ºC 50ºC
129ºC
Figura 6.5 2 4 3
Diagrama de Rede para
o Exemplo de Aplicação 210ºC 160ºC
177.60ºC
introduzindo a Energia de UQ 1 4
Relaxação
50
água de refrigeração (utilidade fria) e a corrente 1. A figura 6.6 apresenta os
ajustes a efectuar na RPC de forma a eliminar o PC que envolve a menor troca
energética.
270ºC 1620 kW 360 kW
160ºC
180ºC
1 2 UF
- 360 kW
220ºC 880 kW 1580 kW 1060 kW
60ºC
180ºC 108,18ºC
2 1 4 UF
+ 360 kW
210ºC 50ºC
129ºC
2 4 3
+ 360 kW - 360 kW
210ºC 160ºC
177.60ºC Figura 6.6
UQ 1 4 Quebra do segundo ciclo no
1620 kW
Exemplo de Aplicação
1 2
210ºC 50ºC
111ºC
2 4 3 Figura 6.7
RPC optimizada referente ao
210ºC 160ºC
177,60ºC
Exemplo de Aplicação
UQ 1 4 (Umínimo = 5).
1620 kW
51
A comparação entre diferentes RPCs é feita considerando um período
de retorno de 3 anos e uma taxa de rentabilidade de 10%. Neste ponto já
se conhecem os calores trocados em cada PC (QPC) bem como quais as
correntes/utilidades envolvidas. Como tal, é possível calcular a área relativa a
cada um deles (APC):
Q PC
A PC = (6.1)
U ∆Tln
Em (6.1) U é o coeficiente global de transferência de calor, determinado
através da equação 6.2.
1 1 1
= + (6.2)
U hQ hF
Em (6.2) hQ é o coeficiente de transferência de calor da corrente quente ou
utilidade quente e hF é o coeficiente de transferência de calor da corrente
fria ou utilidade fria. A diferença logarítmica de temperaturas ∆Tln é calculada
considerando o funcionamento dos PCs em contracorrente, sendo válida a
equação (4.9). A área obtida para cada PC é introduzida na equação (4.10) de
modo a calcular o custo da unidade. A anualização é feita conforme descrito
anteriormente na secção 4.2.3. Os valores obtidos encontram-se resumidos
na tabela 6.2.
Custo Energético Custo Equipamento Custo Total
Rede
( €/ano) (€/ano) (€/ano)
1 - Sem Integração (Figura 2.1) 1 005 612 211 889 1 217 501
Tabela 6.2 2 - Rede MER (Figura 5.5) 175 918 421 093 597 011
Tabela resumo das RPCs 3 - Rede com 1 ciclo (Figura 6.5) 285 367 312 574 597 941
possíveis para o Exemplo de
4 - Rede sem ciclos (Figura 6.7) 285 367 287 528 572 895
Aplicação
52
ESCOLHA ADEQUADA DE UTILIDADES E
7.
EQUIPAMENTO ENERGÉTICO
No final do capítulo 6 compararam-se diferentes redes que satisfazem
as necessidades do processo da figura 2.1 (Exemplo de Aplicação). Quando
os consumos energéticos são conhecidos, é necessário determinar quais
as utilidades externas mais adequadas. Numa unidade fabril usualmente
há acesso a diferentes tipos de utilidades que cobrem diferentes níveis
térmicos. O aquecimento de correntes a alta temperatura poderá recorrer a
um termofluido quente ou efluentes gasosos de fornalhas. Utilidades frias (UF)
podem ser água de refrigeração (como referido para o Exemplo de Aplicação),
ar de arrefecimento, ar pré-aquecido antes de entrar para a fornalha. Este
capítulo apresenta uma metodologia que permite estabelecer quais os níveis
térmicos mais adequados para a introdução das utilidades, num determinado
processo. A Curva Composta Global (CCG) é apresentada na secção 7.1 e o
sistema de utilidades é discutido com base na CCG na secção 7.2. A utilização
de fornalhas é referida na secção 7.3 e o recurso a Bombas de Calor (BC) e
Motores Térmicos (MT) surge na secção 7.4. Finalmente, é apresentado na
secção 7.5 a integração de outro equipamento de processo.
300 Q UQ
250
200
T' (ºC)
50 Figura 7.1
Curva Composta Global
Q UF
0 referente ao Exemplo de
Aplicação para um consumo
0 500 1000 1500 2000 energético mínimo e
Q (kW) ∆Tmín = 20ºC
53
das temperaturas corrigidas (a 170ºC o fluxo de calor é nulo). A zona acima
do PE é caracterizada por três segmentos: dois de declive positivo e um de
declive negativo. O declive positivo indica que nesse intervalo térmico existe
uma deficiência de calor no processo, enquanto o declive negativo representa
um excesso de entalpia que pode ser cedida a níveis térmicos inferiores, como
indicado na figura 7.1. Entre os níveis térmicos de 220ºC e 270ºC existem
correntes quentes com excesso de entalpia de 720 kW disponível para ser
utilizado pelas correntes frias do processo que se situam entre os níveis
térmicos de 203,3ºC e 220ºC. Na zona abaixo do PE existem três segmentos
de declive negativo, ou seja, o processo precisa de ser arrefecido recorrendo a
utilidade fria. As zonas abertas no topo e no fundo do diagrama correspondem
aos consumos energéticos de utilidade quente e fria, respectivamente. A
região assinalada à direita da CCG é referente às trocas entre correntes de
processo resultantes do excesso de entalpia de níveis térmicos superiores.
Assim, o perfil da CCG representa as necessidades residuais de aquecimento
e arrefecimento após recuperação de calor por integração energética entre
correntes do processo.
300
200
T' (ºC)
1
Em termos da CCG, esta temperatura é de 203,3ºC, dado aquela ser construída sob aplicação do
Utilidades Quentes
300
150
100
50
Figura 7.3
0 CCG evidenciando uma
alternativa de utilização de
0 500 1000 1500 2000 utilidades quentes no Exemplo
Q (kW) de Aplicação
Neste cenário são utilizados dois níveis térmicos de vapor. A tabela 7.1
resume as necessidades do processo:
Utilidades Quentes
Cenário 1
Vapor a 250ºC 400 kW 0,514 ton/h a) Tabela 7.1
Cenário alternativo de
Vapor a 200ºC 600 kW 0,733 ton/h a) utilização de utilidades quentes
a) Propriedades da água e vapor em Smith et al. (1996) no Exemplo de Aplicação
Utilidades Frias
55
servir para gerar vapor no processo. Existem, por exemplo, três cenários
possíveis para satisfazer as necessidades de arrefecimento do processo.
Para o Cenário 1, a representação das utilidades frias sobre a CCG
encontra-se na figura 7.4.
300
250
200
T' (ºC)
150
Vapor
a 150ºC
100
50
Água de 15 a 20ºC
Figura 7.4 0
CCG evidenciando o Cenário
1 de utilização de Utilidades 0 500 1000 1500 2000
Frias no Exemplo de Aplicação Q (kW)
Utilidades Frias
Cenário 1
Tabela 7.2
Cenário 1 para a utilização de Vapor a 150ºC 200 kW 0,341 ton/h a)
utilidades frias no Exemplo de Água de 15 a 20ºC 600 kW 103,4 ton/h a)
Aplicação
a) Propriedades da água e vapor em Smith et al. (1996)
250
200
T' (ºC)
150
100 Vapor a
110,5ºC
50
Água de
Figura 7.5 15 a 110,5ºC
CCG evidenciando o Cenário 0
2 de utilização de Utilidades
0 500 1000 1500 2000
Frias no Exemplo de Aplicação
Q (kW)
56
uma temperatura corrigida de 60ºC à qual o valor de ∆Tmín imposto se verifica
(tangente à CCG). Qualquer segmento de recta que represente o aquecimento
da água secante à CCG traduz-se numa situação termodinamicamente
impossível.
A tabela 7.3 resume os consumos de cada utilidade introduzida no
Cenário 2.
Utilidades Frias
Cenário 2
Vapor a 110,5ºC 200 kW 0,323 ton/h a) Tabela 7.3
Cenário 2 para a utilização de
Água de 15 a 110,5ºC 600 kW 5,414 ton/h a)
utilidades frias no Exemplo de
a) Propriedades da água e vapor em Smith et al. (1996) Aplicação
250
200
T' (ºC)
150 Vapor a
150ºC
100
Água de
50 a 150ºC
50
Água de
15 a 50ºC Figura 7.6
0
CCG evidenciando o Cenário
0 500 1000 1500 2000 3 de utilização de Utilidades
Q (kW) Frias no Exemplo de Aplicação
A tabela 7.4 resume os consumos de cada uma das três utilidades frias
introduzidas no Cenário 3.
Utilidades Frias
Cenário 3
Vapor a 150ºC 200 kW 0,341 ton/h a)
Água de 50 a 150ºC 380 kW 3,273 ton/h a) Tabela 7.4
Cenário 3 para a utilização de
Água de 15 a 50ºC 220 kW 5,414 ton/h a) utilidades frias no Exemplo de
a) Propriedades da água e vapor em Smith et al. (1996) Aplicação
57
que o vapor gerado seja a um nível térmico próximo do PE do processo), a sua
introdução implica necessariamente um aumento do número de permutadores
de calor.
A comparação e escolha entre diferentes cenários possíveis de satisfação
das necessidades de utilidades externas baseia-se numa análise económica.
Além disso, importa recorrer a cenários que sejam compatíveis com as
disponibilidades e características da unidade fabril e contexto envolvente.
7.3. Fornalhas
58
excesso de ar ou oxigénio, para garantir que a combustão é completa. A
percentagem de excesso localiza-se habitualmente entre 5 e 20%. Quanto
menor for este valor, mais alta é a temperatura teórica de chama e, segundo
o esquema simples apresentado na figura 7.7, o aumento daquela implica a
diminuição das perdas e o aumento da eficiência da fornalha.
No entanto, é necessário ter em conta que quanto mais alta for a
temperatura teórica de chama maior será a formação de óxidos de azoto,
que são altamente poluentes. Este factor deve então também ser ponderado
durante o projecto da fornalha.
Na CCG apresentada na figura 7.7 foi possível arrefecer os gases de
combustão até à temperatura do PE. No entanto, nem sempre se pode efectuar
tal arrefecimento. No caso de combustíveis contendo enxofre, existe um valor
mínimo de temperatura até à qual um gás de combustão pode ser arrefecido,
antes de condensar. Caso tal suceda, o condensado provocará corrosão na
chaminé da fornalha. Esta temperatura mínima é o ponto de orvalho do ácido
sulfúrico.
59
poupança em utilidade quente. O sistema converte portanto trabalho em
calor, o que não é aconselhável economicamente. A localização da bomba de
calor abaixo do PE piora consideravelmente o plano económico: o trabalho
transmitido ao sistema é removido através de utilidade fria. Resta apenas
localizar a bomba de calor através do PE, como esquematizado na figura 7.9.
Q UQ-(QBC+W)
Acima QBC+W
Temperatura do PE
Bomba
W
PE Q=0 de
Calor
Abaixo
do PE Q BC
Figura 7.9
Localização adequada de uma QUF- Q BC
bomba de calor num processo:
através do PE Entalpia
Q BC + W
COP BC = (7.1)
W
Nesta equação, QBC é o calor absorvido a baixa temperatura e W é o
trabalho consumido.
Quanto maior for o valor de COPBC melhor será o desempenho económico
do sistema. Este cenário implica que a elevação de temperatura na bomba
de calor seja reduzida. Quanto menor esta for, mais elevado será o valor de
COPBC. Para a maioria das aplicações uma diferença superior a 25ºC deixa de
ter interesse económico.
Usando a CCG é possível localizar e determinar o valor do calor a retirar
abaixo do PE e quanto é esperado acima do PE, com consequente cálculo do
COPBC.
60
7.4.2. Motores Térmicos
Caldeira W
Turbina
Motor W
Acima Térmico
do PE
Temperatura
QMT-W
PE Q=0
Abaixo
do PE
Figura 7.11
QUF Localização adequada de um
motor térmico num processo:
Entalpia acima do PE
61
100% eficiente. No entanto é necessário conhecer quais os tipos de motores
térmicos mais utilizados de modo a saber qual a eficiência conseguida na
produção de trabalho.
Q perda
s
QA Q AP
W
P
do PE Q Pressão
BP
Condensado Q BP
PE Q=0
Abaixo
do PE
Figura 7.12 Q UF Q UF
62
Integração de uma turbina de gás
63
QUQ + QEbulidor
Acima Q Ebulidor
do PE
Temperatura
Coluna de
PE Q=0
Destilação
Abaixo
do PE Q Condensador
QUF+Q Condensador
Figura 7.13 – Integração de
uma Coluna de Destilação Entalpia
através do PE
Destilação acima/abaixo do PE
64
QUQ -(Q Condensador - Q Ebulidor)
Q Ebulidor
Acima Coluna de
do PE Destilação
Temperatura
Q Condensador
PE Q=0
Abaixo
do PE
Q UF
Entalpia
a) Acima do PE
Q UQ
Acima
do PE
Temperatura
PE Q=0
Q Ebulidor
Abaixo Coluna de
do PE Destilação
Q Condensador
65
Na figura 7.15 apresentam-se vários casos diferentes para a colocação
de uma coluna de destilação representada sobre a CCG. Nos dois primeiros
casos (figura 7.15a e 7.15b) a integração da coluna de destilação não se
ajusta.
Ebulidor
Ebulidor
Temperatura
Temperatura
Condensador
Condensador
Entalpia Entalpia
a) b)
Ebulidor
Temperatura
Temperatura
Condensador
Ebulidor
Condensador
Figura 7.15
Representação de uma coluna Entalpia Entalpia
de destilação na CCG, Smith
(1995) c) d)
66
8. CASOS DE APLICAÇÃO INDUSTRIAL
arrefecimento com produção de água quente, utilização de sistema de aquecimento com tanque
de recolha e integração local de uma caldeira de vapor. O projecto envolveu ainda
melhoramentos que contribuíram para um maior volume de poupanças. Gundersen (2002a)
Poupança de Energia (€/ano) 96 939 Período de Retorno (meses) 39
67
5 País Tipo de Indústria Empresa Ano
Portugal Petroquímica Quimigal e Uniteca 2000
Descrição
2,5 km de comprimento até à unidade de produção da Uniteca onde é utilizado para aquecer soda e
salmoura. Gundersen (2002a)
a utilização óptima de vapor e água quente da unidade de cogeração bem como de outros fluidos
térmicos quentes. Gundersen (2002a)
Análise de toda a unidade fabril, incluindo três unidades de produção, sistema de utilidades e
Des crição
sistema de cogeração. Apesar de se ter procedido a um aumento de produção de 50%, houve uma
redução em 21% do consumo de fuel. Gundersen (2002a), Afonso et al. (1996)
Redução das perdas de energia (e exergia), deixando que a operação flash (da pasta) ocorra a
Descrição
alta pressão (antes da adição de água fria), em vez de baixa. Nesta situação são ainda produzidas
pequenas quantidades de vapor de alta qualidade. Gundersen (2002a)
calor sensível proveniente do licor negro efluente do digestor, auxiliado por vapor vivo de baixa
pressão. C. Pedro Nunes et al. (1994)
Poupança de Energia (€/ano) Não disponível Período de Retorno (meses) Não disponível
Vários estudos de integração energética entre os quais se decidiu, por exemplo, alterar o
Descrição
vapor de alta pressão para vapor de média pressão nos préaquecedores. da zona abaixo do PE
para a zona acima deste. C. Pedro Nunes et al. (1994)
68
12 País Tipo de Indústria Empresa Ano
Portugal Petroquímica Complexo de Sines 1984
Descrição
O estudo efectuado permitiu verificar uma larga utilização de utilidades externas, dispersas
em vários níveis. As alterações efectuadas permitiram que as utilidades quentes se reduzissem
em 30% e as frias em 26%. C. Pedro Nunes et al. (1994)
69
Ar Água
Fábrica de Hidrogénio
1ª Fase do Estudo
2ª Fase do Estudo
V10
Nitrobenzeno Cogeração
V24
Central de
Vapor
V1
70
● Vapor de 24 bar — É produzido na central de vapor, por queima de fuel
em caldeiras. Tem utilização nas três unidades;
71
anilina, que neste caso era expandido até um nível de cerca de 10 bar
(figura 8.3).
V24
Central de
Figura 8.3
Vapor
Diagrama simplificado da rede V5
de vapor alternativa após V1 V5
aplicação de Integração de V10
Processos V24
A eliminar
Alterações a V5 Anilina Ácido Nítrico V5
introduzir
I.P. I.P.
Figura 8.4
Ton/h
72
9. SOFTWARES DISPONÍVEIS
73
cenário que se irá verificar;
• Análise dos Resultados – Fase final que envolve uma análise crítica e
global dos resultados, tendo em conta o simulador utilizado, os algoritmos
empregues e o tipo de problema gerado.
Existem várias abordagens que, neste contexto, podem ser
consideradas:
• Simulação de Flowsheet – Definido o processo, um problema deste
género consiste basicamente em calcular variáveis de saída e certos
parâmetros com base em variáveis conhecidas e especificações iniciais
do processo;
74
matemáticos dedicados à estimativa de propriedades;
Nesta secção indicam-se alguns dos softwares mais comuns que lidam
directamente com integração energética. No entanto, caso o leitor pretenda
obter o leque mais alargado não dispensa uma pesquisa pela Web, local de
excelência para a obtenção de informação complementar. Na lista de softwares
aqui apresentados não só se apresentam as principais funcionalidades dos
mesmos, como também dados para obtenção de mais informação.
Uma fonte que não dispensa consulta é o Briefing Package compilado
por T. Gundersen (2002b). Esta referência inclui uma pequena introdução à
Integração de Processos, apresentação de Casos de Estudos em vários ramos
desta área, Process Integration Primer, onde os conceitos básicos da Integração
de Processos são revistos e uma base de dados sobre grupos de investigação
dedicados a esta área específica, bem como empresas ou universidades que
disponibilizam softwares aplicáveis à Integração de Processos.
75
A Aspen Pinch Distribuído por: Aspen Technology Inc.
Departamento de
Engenharia Química
AtHENS Distribuído por:
Universidade Federal do
Rio de Janeiro
• Síntese Automática de redes de permutadores de calor;
Funcionalidades • Bases de funcionamento na tecnologia Pinch;
• Procedimento de retrofitting.
Observações
Morada: Departamento de Engenharia Química, Centro de Tecnologia,
Bloco E, Sala E209, Cidade Universitária, 21.949 -900 Rio de Janeiro, Brasil
Mais Informação...
E-mail:
Link: http://www.ufrj.br/home.php; http://eq.ufrj.br
76
Department of Chemical
C CHiPS Distribuído por: Engineering
University of Edinburgh
• Síntese de processos com integração energética simultânea;
Funcionalidades
• Programação Matemática com super -estruturas implícitas.
Versão para uso académico usualmente disponível
Observações
Versão comercial disponibilizada por QuantiSci Ltd.
Morada: Department of Chemical Engineering, University of Edinburgh,
Mayfield Road Edinburgh EH9 3JL, UK
Mais Informação...
E-mail: jack@ecosse.org
Link: http://eweb.chemeng.ed.ac.uk /
77
dk-PINCH Distribuído por: dk-TEKNIK Energy & Environment
• Baseado na análise tradicional do ponto de estrangulamento;
Funcionalidades
• Módulo sobre turbinas a gás bastante completo.
Versão comercial
Observações Nova versão lançada
Desenvolvimento de integração com o HYSYS
Morada: dk-TEKNIK Energy & Environment, Gladsaxe Møllevej 15, DK -
2860 Søborg, Denmark
Mais Informação...
E-mail:
Link: http://www.dk- teknik.com
78
ExerCom Distribuído por: Jacobs Consultancy Nederland BV
• Cálculos de exergia;
Funcionalidades • Simulação e optimização de processos contínuos e em estado
estacionário.
Observações Subrotina para Aspen Plus e PRÓ/II
Morada: Jacobs Consultancy Nederland BV, P.O. Box 141, 2300 AC
Leiden, The Netherlands
Mais Informação...
E-mail: Jos.Sentjens@jacobs.com
Link:
79
HEXTRAN Distribuído por: Simulation Sci. Inc.
• Simulador rigoroso em estado estacionário de redes de
permutadores de calor;
• Projecto detalhado de permutadores de calor;
Funcionalidades
• Projecto de permutadores de calor utilizando a tecnologia Pinch;
• Optimização e monitorização de redes;
• Resolução e prevenção de problemas com permutadores de calor.
Observações
Morada: Simulation Sci. Inc., 601 S. Valencia Ave., Brea, CA 92621,
USA
Mais Informação...
E-mail: info@simsci.com
Link: http://www.simsci.com; http://www.simsci.com/products/hextran.stm
Ángel Martín
HINT Distribuído por:
University of Valladolid
• Avaliação de objectivos de energia, área e custos;
• Construção de curvas compostas e curvas compostas globais;
• Elaboração de diagramas de rede;
• Definição de correntes compostas ou não lineares (com MCp variável);
Funcionalidades • Áreas de integridade;
• Projecto de redes de permutadores de calor;
• Simplificação de redes de permutadores de calor, incluindo procura
automática de ciclos e percursos de relaxação;
• Optimização de redes de permutadores de calor;
• Introdução de utilidades com base na curva composta global.
Download completo disponível
Observações
Utilizado em PC, ambiente Microsoft Windows
Morada:
Mais Informação... E-mail: ginuss@heatintegration.com
Link: http://www.heatintegration.com
80
HEAT-PUMP Distribuído por: Chalmers Industriteknik
• Avaliação de oportunidades técnicas e económicas para a integração
de bombas de calor em processos;
• Base de dados contendo dados para uma vasta gama de bombas
Funcionalidades industriais;
• Base de dados com valores típicos sobre vapor;
• Ferramentas gráficas tais como Curvas Compostas Globais e Grande
Curva Composta.
Observações
Morada: Chalmers Industriteknik, Industriell Energi Analyse AB,
Chalmers Teknikpark, SE-41288 Gothenburg, Swed en
Mais Informação...
E-mail:
Link: http://www.che.chalmers.se/index.html
81
ODESSY – Optimum
O Design of Energy Distribuído por: TNO-MEP
Supply SYstems
• Análise da possível implementação de permutadores de calor,
bombas de calor e sistemas CHP;
• Implementação do modelo da “cebola”;
Funcionalidades • Interpretação das necessidades de aquecimento e arrefecimento;
• Elaboração de uma solução que envolva o consumo mínimo
energético;
• Análise de exergia.
Observações
Morada: TNO-MEP, P.O. Box 342, 7300 AH Apeldoorn, The Netherlands
E-mail: j.b.a.vijge@mep.tno.nl; Secretariaat@mep.tno.nl
Mais Informação...
Link: http://www.mep.tno.nl;
http://www.mep.tno.nl/Informatiebladen_eng/001e.pdf
82
Pinch Express Distribuído por: Linnhoff March Ltd.
• Análise de ponto de estrangulamento;
• Extracção de dados automática de simuladores como Aspen Plus,
Funcionalidades HYSYS, PRO/II e WinGEMS;
• Sumário de energia, curvas compostas balanceadas, relatório de
potenciais poupanças energéticas.
Observações
Morada: Linnhoff March Ltd., Targeting House, Gadbrook Park,
Northwich, Cheshire, Cw9 7UZ, UK
E-mail: info TechSupport SoftwareInfo Sales todos no domínio
Mais Informação...
@linnhoffmarch.com
Link: http://www.linnhoffmarch.com/ ;
http://www.linnhoffmarch.com/software/pinchexpress.html
83
Chalmers Industriteknik
PRO_PI Distribuído por:
Chalmers Teknikpark
• Diagramas de curvas compostas, necessidades de calor, curva
representando a força motriz;
Funcionalidades
• Construção de redes de permutadores de calor e sua avaliação
através de interface gráfica.
Versões básica e avançada (com ou sem redes de permutadores de
calor)
Observações
Licença académica ou comercial
Utilizada em PC através de Microsoft Excel
Morada: EA Technology, Capenhurst, Chester CH1 6ES, UK
Mais Informação... E-mail:
Link: http://www.che.chalmers.se/index.html
84
Department of Chemical
PROSYN-MINLP Distribuído por: Engineering
University of Maribor
• Baseado nas tecnologias de programação matemática desenvolvidas
por I. Grossmann et al. em Pittsburgh, USA;
• Redes de permutadores de calor, reactores, s equências de
separação, síntese global de flowsheet com integração energética;
Funcionalidades
• Síntese de flowsheet estocástica em casos de incerteza;
• Interface gráfica para introdução de superestruturas;
• Geração de modelos e inicialização por NLP;
• Biblioteca de equações e propriedades físicas.
Utilizada em VAX e IBM, enquanto a versão para PC está em
Observações
desenvolvimento
Morada: Department of Chemical Engineering, University of Maribor,
Smetanova 17, P.O. Box 119, SL-2000 Maribor, Slovenia
Mais Informação...
E-mail:
Link: http://atom.uni-mb.si/eindex.html
Chemical Engineering
STEAM Distribuído por: Department
Carnegie Mellon University
• Síntese e optimização de unidades de utilidades;
• Baseada numa superestrutura e optimização via MINLP;
Funcionalidades • Necessidades eléctricas satisfeitas por inclusão de tur
binas a gás ou
vapor;
• Necessidades de calor satisfeitas por diferentes tipos de caldeiras.
Observações
Morada: Chemical Engineering Department, Carnegie Mellon University,
Pittsburgh, PA, 15213-3890, USA
Mais Informação...
E-mail: lr23@andrew.cmu.edu; lb01+@andrew.cmu.edu
Link: http://capd.cheme.cmu.edu/
85
STEAM-97 Distribuído por: Linnhoff March Ltd.
• Ferramenta de modelização de unidades de utilidades;
• Avaliação económica de projectos com vista a diminuir os gastos
energéticos;
• Cálculo de necessidades de vapor;
• Monitorização e avaliação de performance de sistemas de utilidades;
• Análise de sensibilidade (what-if) a modificações no sistema, com
Funcionalidades vista a identificar soluções óptimas;
• Construção de diagramas deMollier ;
• Modelização de equipamento: caldeiras, compressores, expansão,
turbinas a vapor, válvulas a tanquesflash;
• Propriedades termodinâmicas e de transporte de vapor e água;
• Acesso a funções termodinâmicas disponibilizadas por outros
softwares através de tecnologia OLE.
Add-in para Microsoft Excel
Observações
Interface para Windows bastante desenvolvida
Morada: Linnhoff March Ltd., Targeting House, Gadbrook Park,
Northwich, Cheshire, CW9 7UZ, UK
Mais Informação... E-mail: info TechSupport SoftwareInfo Sales todos no domínio
@linnhoffmarch.com
Link: http://www.linnhoffmarch.com/
86
Department of Chemical
SYNEP Distribuído por: Engineering
University of Liège
• Ferramenta de Integração Energética;
• Estabelecimento de objectivos e projecto de redes de permutadores
de calor;
Funcionalidades
• Utilidades múltiplas e combinações restritivas;
• Integração de necessidades de potência mecânica e sua produção;
• Programação matemática utilizada na optimização.
Observações
Morada: Department of Chemical Engineering, University of Liège, Sart
Tilman Bat B6a, B-4000, Liège, Belgium
Mais Informação... E-mail: G.Heyen@ulg.ac.be
Link: http://www.ulg.ac.be/lassc/;
http://www.ulg.ac.be/lassc/acti/synep.htm
Chemical Engineering
SYNHEAT Distribuído por: Department
Carnegie Mellon University
• Síntese de redes de permutadores de calor;
• Recorrência a vários tipos de modelos de programação matemática;
Funcionalidades • Utilidades múltiplas;
• Redução do tamanho dos modelos MINLP (resolvido pelo
DICOPT++) através de um procedimento inicial de filtragem.
Observações
Morada: Chemical Engineering Department, Carnegie Mellon University,
Pittsburgh, PA, 15213-3890, USA
Mais Informação...
E-mail: lr23@andrew.cmu.edu; lb01+@andrew.cmu.edu
Link: http://capd.cheme.cmu.edu/
87
WATERTARGET Distribuído por: Linnhoff March Ltd.
• Dois módulos: WaterTracker e WaterPinch;
• Supervisão de sistemas de águas;
• Uso eficiente e reutilização de água, bem como regeneração e
Funcionalidades
reciclagem;
• Sistema de tratamento de efluentes;
• Baseado na metodologia de ponto de estrangulamento de águas.
Observações
Morada: Linnhoff March Ltd., Targeting House, Gadbrook Park,
Northwich, Cheshire, CW9 7UZ, UK
E-mail: info TechSupport SoftwareInfo Sales todos no domínio
Mais Informação...
@linnhoffmarch.com
Link: http://www.linnhoffmarch.com/ ;
http://www.linnhoffmarch.com/software/watertarget/waterpinch.html
88
10. CASOS DE ESTUDO
Reciclagem Produto
4 3
Reactor 1 Sep. 1
1
2
Figura 10.1
Alimentação Esquema do processo
Alimentação Sep. 2
referente ao Caso 1
Ti Tf MCp h
Corrente
(K) (K) (kW/K) (kW/(m 2.K))
1 290 450 20 0,8
2 520 310 15 0,8
3 410 500 30 0,8
4 470 350 25 0,8
Vapor 540 540 - 2,5
Tabela 10.1
Água
298 303 - 1,5 Propriedades das correntes e
Refrigeração utilidades referentes ao Caso 1
89
4) Verifique se o número de permutadores de calor corresponde ao mínimo
e, caso contrário, tente através de relaxação de energia atingir esse
mínimo.
Dados
Coeficientes da Lei de Custos de permutadores de calor, equação
(4.11):
• a: 40000 €;
• b: 500 €/m2;
• c: 1.
Preço médio das utilidades (considera-se independente da temperatura):
• Vapor: 120 €/(kW.ano);
• Refrigeração: 10 €/(kW.ano).
Taxa de rentabilidade do projecto: 10%
Período de retorno: 5 anos
Resolução
(Nota: a resolução é feita utilizando o software de integração energética Hint 2.2 e folha
de cálculo Excel)
3,5
3,0
Custos (10 -5 €/ano)
2,5
2,0
1,5
Figura 10.2
Perfil de custos para o Caso 1 1,0
90
3) Para um valor de ∆Tmin de 10 K, o ponto de estrangulamento situa-
se a uma temperatura corrigida de 415 K. A rede de permutadores de
calor que corresponde ao MER terá, segundo (4.6), 7 unidades. A figura
10.3 apresenta uma rede com um consumo mínimo de energia e com o
número mínimo de unidades correspondente à situação MER.
420. 410.
470. 350.
-3000. 4 25.
Figura 10.3
1250. 1750.
Rede MER, Caso 1
420. 410. (importado do Hint 2.2)
91
Ao eliminar o PC do ciclo que envolve menor troca de calor, verifica-se
que o permutador de calor remanescente do ciclo viola o valor mínimo de
diferença de temperaturas e conduz a uma situação termodinamicamente
impossível. Assim sendo, é necessário encontrar um percurso de relaxação
entre as utilidades do processo que garanta para todos os permutadores de
calor a diferença mínima de temperaturas de 10 K.
420. 410.
470. 350.
-3000. 4 2 3 25.
Figura 10.5
RPC Caso 1, após eliminação 470. 350.
-3000. 4 25.
de um ciclo e relaxação de 1250. 1750.
energia (importado do Hint 2.2)
420. 410.
92
entre as correntes do processo. A figura 10.6 apresenta a rede após eliminação
do segundo ciclo e relaxação de energia.
420. 410.
T (K)
550.
500.
450.
400.
350.
300.
250.
Figura 10.7
0. 200. 400. 600. 800. 1000. 1200. 1400. CCG referente ao Caso 1
Q (kW) (importado do Hint 2.2)
93
apresenta a localização mais adequada, tendo como objectivo o consumo
de utilidade quente a um nível o mais inferior possível e o contrário para a
utilidade fria.
T (K)
550.
500.
450.
400.
350.
300.
Figura 10.8
CCG com utilidades, Caso 1 250.
(importado do Hint 2.2) 0. 200. 400. 600. 800. 1000. 1200. 1400.
Q (kW)
Caso 2
Sep. 1
1
Reactor 1 Reactor 2
2
3 Sep. 2
Figura 10.9 4
Esquema do processo
referente ao Caso 2
Ti Tf MCp
Corrente
(K) (K) (kW/K)
1 593 373 3
2 493 333 4,5
Tabela 10.2
3 333 473 4
Propriedades das correntes do
Caso 2 4 433 573 6
94
1) Analise a situação existente no diagrama de processo em termos do
consumo energético.
Dados
• Preço médio das utilidades (considera-se independente da
temperatura):
• Vapor = 8,0.10-6 €/kJ (vapor saturado a 643 K);
• Refrigeração = 2,14.10- 6 €/kJ (água de refrigeração de 298 K
a 303 K).
• Coeficiente global de transferência de calor: 750 W/(m2.K)
• Taxa de rentabilidade do projecto: 8%
• Período de retorno: 5 anos
• Tempo de funcionamento do equipamento: 8500 h/ano
PC a b c Tabela 10.3
Utilidades Frias 12470 3990 0,95 Parâmetros para aplicar a
equação (4.10) para cálculo
Utilidades Quentes 14960 2490 0,85 dos custos dos permutadores
Correntes de Processo 12970 3240 0,90 de calor (em €), Caso 2
Resolução
(Nota: a resolução é feita utilizando o software de integração energética Hint 2.2 e
folha de cálculo Excel)
95
QUF = MCp1(T1,i - T1,f ) + MCp2(T2,i - T2,f ) = 1380 kW
QUF = MCp3(T3,f - T3,i ) + MCp4(T4,f - T4,i ) = 1400 kW
(kW) 400
Consumos mínimos e calor
recuperado QF ,min (kW)
(kW) 380
por integração energética,
Caso 2 Q recuperado (kW) 1000
T (K)
600.
583.00 K H = 400.00 kW
550.
300.00 K
483.00 K H = 100.00 kW
500.
100.00 K
450. 443.00 K H = 0.00 kW
-280.00 K
400.
363.00 K H = 280.00 kW
350. -10.00 K
343.00 K H = 290.00 kW
300.
-90.00 K
0. 200. 400. 600. 800. 1000. 1200.1400. 1600. 1800. 2000.
323.00 K H = 380.00 kW
Q (kW)
96
453. 433.
643. 643.
-400. H2 H5 -
473. 333.
560. 3 4.
160. 400.
97
643. 643.
-400. H2 H4 -
473. 333.
560. 3 4.
560.
560.
420. 420.
Figura 10.13
Rede de permutadores de 301.2
303. 298.
calor para o Caso 2, com o 380. C1 -
mínimo de unidades
160. 240.
98
associados a cada situação. Na tabela 10.5 estão apresentados os
custos de equipamento, os custos energéticos e os custos totais,
numa base anual. A figura 10.14 resume estes resultados.
5.E+05
4.E+05
3.E+05
2.E+05
Figura 10.14
1.E+05 Custos anuais de energia e
equipamento, Caso 2
Utilidades
0.E+00
Equipamento
Inicial MER Min Unidades
650.
600.
550.
500.
450.
400.
350.
Figura 10.15
300. Localização das utilidades
0. 50. 100. 150. 200. 250. 300. 350. 400. 450. propostas face à CCG, Caso 2
(importado do Hint 2.2)
Q (kW)
99
A figura 10.16 apresenta dois cenários distintos para a utilização de
utilidades quentes. Uma ideia importante de salientar é que apenas a corrente
4 recorre a utilidade quente, como tal, de modo a não aumentar o número de
permutadores de calor, poderá recorrer-se apenas a um nível de vapor. Caso
se utilizem dois níveis térmicos de vapor (figura 10.16b), será necessário mais
uma unidade de transferência de calor.
T (K) T (K)
600. 600.
550. 550.
500. 500.
450. 450.
400. 400.
350. 350.
T (K)
2000.
1800.
1600.
1400.
1200.
1000.
800.
Figura 10.17
Integração de vapor (523 K) 600.
e gases de combustão como
utilidades quentes, Caso 2 400.
(importado do Hint 2.2)
200.
0. 50. 100. 150. 200. 250. 300. 350. 400.
Q (kW)
100
A escolha entre os vários cenários apresentados para a integração de
utilidades quentes requer que se efectue uma análise de custos entre as várias
opções. No que respeita às necessidades de utilidades frias, é possível indicar
alguns cenários alternativos ao inicialmente proposto e apresentado na figura
10.15. Dois cenários possíveis encontram-se apresentados na figura 10.18.
Dado o perfil da CCG, uma hipótese é permitir que a água de arrefecimento
atinja, no final da operação, uma temperatura superior a 30ºC (figura 10.18a).
Uma outra hipótese é gerar vapor a um determinado nível. Este nível pode
ser determinado de modo a que a água de arrefecimento atinja, no final da
operação, o nível térmico mais alto possível (figura 10.18b). Uma vez mais,
a escolha entre os cenários apresentados ou outros possíveis recai numa
análise dos custos associados a cada caso e nas potenciais utilizações do
vapor e água quente gerados.
T (K) T (K)
700. 700.
650. 650.
600. 600.
550. 550.
500. 500.
450. 450.
400. 400.
350. 350.
300. 300.
0. 50. 100. 150. 200. 250. 300. 350. 400. 450. 0. 50. 100. 150. 200. 250. 300. 350. 400. 450. 500.
Figura 10.18
Q (kW) Q (kW) Cenários para a colocação
de utilidades frias, Caso 2
a) Água de arrefecimento entre 298 K e 443 K (380 kW) b) Água de arrefecimento entre 298 K e 397.6 K (256.17 kW) e
produção de vapor a 397.6 K (123.83 kW) (importado do Hint 2.2)
Ti Tf MCp
Corrente
(K) (K) (kW/K)
1 380 550 1.6
2 800 600 2.5
3 500 600 4.1
4 671 310 1.5
5 350 480 2.6
6 733 345 1.3 Tabela 10.7
Propriedades das correntes do
7 300 630 1.6 Caso 3
101
1) Analise as necessidades de consumo energético no processo existente.
Resolução
(Nota: a resolução é feita utilizando o software de integração energética
Hint 2.2 e folha de cálculo Excel)
QUF = MCp2 (T2,i- T2,f ) + MCp4 (T4i- T4,f ) + MCp6 (T6,i- T6,f ) = 1545,9 kW
QUQ = MCp1 (T1,f - T1,i ) + MCp3 (T3,f - T3,i ) + MCp5 (T5,f - T5,i ) + MCp7 (T7,f - T7,i )= 1548 kW
QQ ,min (kW)
(kW) 11
Tabela 10.8
Consumos mínimos e calor QF ,min (kW)
(kW) 8,9
recuperado por integração
energética, Caso 3 Q recuperado (kW) 1537
3) Uma vez mais, por aplicação da equação (4.6), verifica-se que a rede
MER terá 10 unidades de permuta de calor. A figura 10.20 apresenta uma
rede cujos consumos correspondem ao mínimo e com o número mínimo
de unidades correspondente à situação MER.
102
796.00 K H = 11.00 kW
T (K)
900.
-167.50 kW
729.00 K H = 178.50 kW
800.
-235.60 kW
667.00 K H = 414.10 kW
700.
-174.90 kW
-111.00 kW
500. 604.00 K H = 700.00 kW
3.20 kW
400. H = 696.80 kW
596.00 K
300. 121.80 kW
554.00 K H = 575.00 kW
0. 200. 400. 600. 800. 1000.1200.1400.1600.1800.2000.
Q (kW)
225.00 kW
a) Curvas Compostas, Caso 3 504.00 K H = 350.00 kW
358. 350.
550. 525.3 436.3 380.
272. 8 7 6 1 1.6
8.
Figura 10.20
630. 300. Rede MER, Caso 3 (sem
528. 7 1.6 indicação dos permutadores de
448. 358. 350. 72. calor que envolvem utilidades
externas)
103
abaixo do PE. A corrente 6 apenas permuta 8 kW com a corrente 7, sendo
a restante necessidade de arrefecimento satisfeita por uma utilidade fria.
Na zona acima do PE apenas a corrente 1 requer uma utilidade quente.
T (K)
800.
750. 380
700. 375
370
650.
365
600. 360
T' (K)
550. 355
350
500.
345
450. 340
400. 335
330
350.
Figura 10.21 0 5 10 15 20
300.
CCG com utilidades: Bomba Q (kW)
de Calor, Caso 3 (importado do 0. 100. 200. 300. 400. 500. 600. 700.
104
entre os níveis térmicos associados à bomba de calor não excede 25
K, é necessário que o COP da bomba a colocar seja o mais elevado
possível. O COP é calculado segundo (7.1). A tabela 10.9 apresenta as
características principais da bomba de calor a introduzir no processo.
105
de Utilidades, Caso
106
Figura 10.22 – Rede MER
com utilidades, evidenciando
os Pontos de Estrangulamento
365,9 358 350,6
MCp (kW/K)
365,9
365,9
UQ 9 8
800
600
15 764 12
2,5 2
671
577,6 310
1,5 4 14 11 6 3 2
733 351,2
700,8 345
1,3 6 13 10 7 5 4 1
Livros
107
de permutadores de calor, sistemas de separação baseados em
destilação, reactores e sistemas combinados reactor-separação-
reciclagem
□ U. V. Shenoy et al., Heat Exchanger Network Synthesis, Gulf Publ. Co.,
1995;
• Estabelecimento de objectivos, projecto e optimização de redes
de permutadores de calor
• Projecto baseado na metodologia do ponto de estrangulamento
com algumas extensões, incluindo situações de retrofit
• Interface entre síntese de RPC e projecto detalhado de
permutadores
• Formulação de programação matemática para redes de
permutadores de calor
• Integração de sistemas heat and power
□ L. T. Biegler, I. E. Grossmann, A. W. Westerberg, Systematic Methods
of Chemical Process Design, Prentice-Hall, Upper Saddle River, New
Jersey, 1997;
• Análise preliminar e avaliação de processos
• Análise recorrendo a modelos do processo mais rigorosos
• Conceitos básicos da síntese de processos
• Técnicas de optimização para projecto e síntese de processos
• Redes de permutadores de calor, sistemas de separação,
reactores
• Projecto e escalonamento de unidades batch e multiproduto
□ M. M. El-Halwagi, Pollution Prevention through Process Integration
– Systematic Design Tools, Academic Press, San Diego, 1997;
• Metodologia de integração de massa e ferramentas para
prevenção de poluição
• Integração de prevenção de poluição com outros objectivos do
processo
• Técnicas gráficas, algébricas e de optimização para localização,
separação e formação de correntes processuais e espécies
• Estratégias para estabelecimento de objectivos de prevenção de
poluição utilizando integração de massa
• Rede de transferência de massa, separação reactiva, separação
por indução de calor, separação por membranas, síntese de
espécies ambientalmente aceitáveis
• CD-ROM incluído com software para desenvolvimento e
optimização de redes de transferência de massa
□ A. P. Rossiter, Waste Minimization through Process Design, McGraw-Hill,
1995;
108
• Análise do Ponto de Estrangulamento aplicada à prevenção de
poluição, minimização de efluentes e emissões
• Técnicas baseadas na eurística
• Técnicas de optimização numérica
• Aplicações
□ J. G. Mann, Y. A. Liu, Industrial Water Reuse and Wastewater Minimization,
McGraw-Hill, 1999;
• Reutilização de água com um contaminante ou com vários
contaminantes
• Redes de reutilização de água
• Sistemas de tratamento de efluentes
• Conceitos de reutilização, reciclagem e regeneração de água
• Minimização de efluentes aquosos por alteração de processo
• Análise do Ponto de Estrangulamento de água
• Optimização matemática
□ R. Turton, R. C. Bailie, W. B. Whiting, J. A. Shaeiwitz, Analysis, Synthesis,
and Design of Chemical Processes, Prentice Hall, 1998;
• Análise e síntese de processos
• Condições de operação de processos
• Estimativa de custos de capital, produção e utilidades
• Análise económica de processos químicos
• Síntese, optimização e integração de processos químicos
• Análise do Ponto de Estrangulamento
• Análise de performance e de condições de operação de processos
químicos
□ W.D. Seider, J.D. Seader, D.R. Lewin, Process Design Principles, J,
Wiley, 1999;
• Análise de Processos
• Síntese de Processos - Métodos Algoritmicos
• Projecto e Optimização de Equipamento
• Controlo de Processos
• Simulação em Aspen, Hysys e Matlab
□ B. Braunschweig, R. Gani, Software Architectures and Tools for Computer
Aided Process Engineering, Elsevier, 2002;
• Perspectivas e necessidades para ferramentas de CAPE -
Computer Aided Process Engineering
• Ambiente para as ferramentas de CAPE
• Desenvolvimento de ferramentas CAPE
• Utilização das ferramentas CAPE
• Novas fronteiras
• Casos Estudo
109
Artigos
Outros
110
□ Grupo Nacional de Integração de Processos (GNIP)
• Link: http://gnip.ist.utl.pt
• Membros do GNIP, acordo internacional, integração de processos,
EstratPIP (Estratégias para a Implementação da Integração de
Processos), actividades
□ Departamento de Integração de Processos, (UMIST, Manchester, Reino
Unido)
• Link: http://www.cpi.umist.ac.uk/
• Informação sobre o departamento, cursos de pós graduação,
cursos e estágios
• Desenvolvimento de software: informação geral, informação
específica sobre cada produto, downloads
• Informação sobre projectos europeus
□ Departamento de Engenharia Química, Universidade de Carnegie Mellon
(Pittsburgh, EUA)
• Link: http://capd.cheme.cmu.edu/
• Áreas de investigação: modelização, síntese e operação
• Cursos, centros de investigação, histórias de sucesso, historial
• Colaboradores industriais
• Software: informação específica
• Link: http://www.ps.ic.ac.uk/
• Áreas de investigação: projecto de processos e produtos,
operações, controlo, modelização e métodos numéricos
• Consórcio industrial: objectivos, historial, membros, actividades
• Informação sobre enventos, pessoal, estudantes
• Link: http://www.linnhoffmarch.com/
• Áreas de consultoria: energia, emissões, água, hidrogénio
• Software: informação específica sobre cada produto
• Listagem de clientes e indústrias
• Elementos de apoio bibliográfico
111
112
CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS PARA O
12.
FUTURO
113
Tempo
mês empresa
controlo
semana site
dia fábricas
unidades de optimização
m processo
sistemas mono
e multifásicos projecto
s
partículas
pequenos filmes
ms
conjunto
de moléculas
ns
moléculas
ps
Figura 12.1
síntese
Cadeia de desenvolvimento em
Engenharia Química (adaptado
de Grossmann e Westerberg 1 pm 1 nm 1 µm 1 mm 1m 1 km Dimensão
(2000))
114
tecnológico e a eficiência da operação do processo (energética, ambiental
e matérias primas consumidas) para numa perspectiva de globalização do
mercado assegurar a competitividade empresarial.
• Aumento de pressão por parte dos consumidores – exige o aumento da
eficiência e do desempenho da produção;
115
Além das áreas acima descritas, a Integração de Processos é também
uma outra área que poderá, no futuro, beneficiar de consideráveis avanços
permitindo o desenvolvimento do processo de uma forma sustentável. A
metodologia de integração de processos contribui de forma decisiva para a
elaboração de diagramas de processo que à partida se podem considerar
optimizados. Algumas propostas de alteração do processo poderão parecer
bastante atractivas em termos económicos porque conduzem a reduções do
consumo de energia em zonas restritas deste; no entanto só uma análise
global de toda a unidade produtiva poderá permitir uma avaliação mais
profunda das potencialidades dessa modificação.
Em síntese, poder-se-á dizer que o novo paradigma do
desenvolvimento industrial, em que, por um lado, a globalização exige que
os processos industriais sejam economicamente competitivos nos mercados
internacionais com a correspondente redução dos custos de produção, e em
que, por outro lado, a pressão pública e legal em prol da qualidade ambiental,
de que sobressai o Protocolo de Kyoto, obriga a uma drástica redução dos
efluentes líquidos e gasosos, irá promover cada vez mais a aplicação das
metodologias de Integração de Processos como uma das áreas de maior
importância na Engenharia Química, e em todas as vertentes da Engenharia
de Processos.
A presente publicação visa difundir a metodologia do Ponto de
Estrangulamento que é um dos grandes alicerces da Integração de
Processos. Esta análise é baseada em critérios simples e a sua aplicação a
casos industriais é relativamente fácil quando comparada com métodos de
Programação Matemática. A análise de processos segundo esta metodologia
evoluiu de uma técnica especializada aplicável apenas à recuperação de
calor, para outros domínios da Engenharia como a redução de efluentes
líquidos (Water Pinch) ou debottlenecking de Hidrogénio em Unidades de
Refinação (Hydrogen Pinch). A sua simplicidade permitiu-lhe superar em
aplicação outras metodologias com a mesma finalidade e foi impulsionadora
de várias aplicações computacionais, utilizados quer no meio académico quer
em indústrias químicas.
116
BIBLIOGRAFIA
117
118
NOMENCLATURA
Símbolo Descrição
A Área média de um permutador de calor da RPC
a Constante da Lei de Custos dos permutadores de
calor
ARPC Área de transferência de calor total da RPC
b Constante da Lei de Custos dos permutadores de
calor
c Constante da Lei de Custos dos permutadores de
calor
C Número de componentes
COPBC Coeficiente de performance da bomba de calor
Cp Calor específico médio
ER Energia de Relaxação que acresce ao valor de
utilidades devido ao estabelecimento de um Percurso
de Relaxação
h Coeficiente de transferência de calor
∆H Entalpia
∆Hvap Entalpia de vaporização
i Índice que denomina o intervalo de temperaturas das
correntes de processo
i Taxa de Rentabilidade
L Número de ciclos independentes
M Caudal mássico
MCp Capacidade calorífica média
∆MCpi Diferença entre os somatórios das capacidades
calorífica media das correntes frias e da corrente
quente.
N Número total de correntes de processo e utilidades
n Período de Retorno
NF Número de correntes frias nas zonas imediatamente
junto ao PE
NQ Número de correntes quentes nas zonas
imediatamente junto ao PE
Q Quantidade de calor transferida através do PE
Q1 Quantidade de calor removida por UF acima do PE
Q2 Quantidade de calor fornecida por UQ abaixo do PE
QAP Calor fornecido ao sistema por vapor de alta pressão
QBC Calor envolvido no funcionamento da bomba de calor
QBP Calor fornecido ao sistema por vapor de baixa
pressão
QCombustível Calor fornecido por combustível na caldeira
119
Símbolo Descrição
QCondensador Calor retirado pelo condensador numa coluna de
destilação
QEbulidor Calor fornecido ao ebulidor numa coluna de
destilação
QF,min Quantidade mínima de utilidades frias exteriores
Qi Balanço de energia do intervalo
QMT Calor envolvido no funcionamento do motor térmico
QPC Calor trocado num permutador de calor
QPerdas Calor perdido na caldeira
QQ,min Quantidade mínima de utilidades quentes exteriores
Qrecuperado Quantidade de calor recuperado por transferência de
calor entre correntes de processo
QUF Calor recebido por uma utilidade fria
QUQ Calor fornecido por uma utilidade quente
∆T Diferença de temperaturas
∆T óptmin Diferença mínima de temperaturas óptima
T’F Temperatura corrigida para as correntes frias na
construção da cascata de calor
T’i Diferença de temperaturas corrigidas
T’ Q Temperatura corrigida para as correntes quentes na
construção da cascata de calor
Tf Temperatura final
TFria Temperatura da corrente fria
Ti Temperatura inicial
∆Tlmk Média logarítmica das temperaturas no intervalo
entálpico k
∆Tmin Diferença mínima de temperaturas
TPE,F Temperatura correspondente ao PE para correntes
frias
TPE,Q Temperatura correspondente ao PE para correntes
quentes
TQuente Temperatura da corrente quente
∆Ttransição Valor mínimo que pode atingir até que exista PE
(Threshold Problems)
U Coeficiente global de transferência de calor
Umínimo Número mínimo de Permutadores de Calor
Umínimo,MER Número mínimo de Permutadores de Calor na rede
que minimiza o consumo de energia, rede MER
W Trabalho
120
ABREVIATURAS
Abreviatura Descrição
AP Alta Pressão
BC Bomba de Calor
BP Baixa Pressão
ER Energia de Relaxação
MT Motor Térmico
PC Permutador de Calor
PE Ponto de Estrangulamento
UF Utilidade Fria
UQ Utilidade Quente
121