Você está na página 1de 6
a Constante de prazeres. Plina, responsabilida Corp patiado poruc secant cerns eco 3 Referéncias Curriculo, género e sexualidade SORBIN. Alon (1989). 0 teritrio do vazio- A praia e 0 magi ‘cidental, Sao Paulo: Companhia das Letras. COSTA, Marisa V. (org.) (2000). Estudos Culturais em educa ‘nidia, orquitetura, brinquedo, biologia, teratura, cinema Py ‘Alegre: UFRGS, FOUCAULT, Michel (1995). Arqueotogia do saber, Rio de Ja Forense Univ. 0 “normal”, o “diferente” e 0 “excéntrico”* eee ts w constitu nme ae ead por ecto posmoderists, ume eapécie de mantra custom ode tional Be frmes to cones tenor os lanenons ea cian a esefioa qc epareceiy de Gola perte — (1992). Microfsica do poder. Rio de Janeiro: Graal INEYER, Dagmar E.E. (1988). “Genero e sade: indagacoes a p ‘do pésestruturalismo e dos Estudos Culturais". Revista de Ce sta Satie, vo. 17, . 1, jan-jun, p. 1332. Flrianépolis [se WA. Tomax. da (or. (2000), Teoria cultural e educagdo: um ‘abularo ertico. Belo Horizonte: Autentica, eg ll 990) © que é afinal, “Estudos Culturats"? Belo Herizor Auténtica, waded 1295) Alienigenas na sala de aula - Uma introducdo a Estudos Culturais em educago. Petrépolis: Vores, NIGARELLO, Georges (1996). 0 limpo eo suo. S80 Paulo: Mart Fontes, ede Colao ino Boe tee goa Can ae hn ir inn rng Pug em rere 200 Apacer il abye ent os tines YL li /2 ude 202), seperate B {Que fazer? A muitos tales parega mals prudente busca bossa lures corer agun pont de ean cy eda um sentido mals permanente universal ago. carder ds anformagces podem, contud, conver recuo em imobildade, Pars outros cog pretehdo me inh 2 opto ssi orice ea preceeded o pa Son ivan, x contees oom pretend es ar ‘olugdo defintv, eral, em ver dso, resposas provid ‘ula, loelaadas. Reconhece, ome quer 0/05 dermstas, que possivelquestionar des a ceneren sem isso signitque a paalsia do pensarento mes, ao con Const em fonte de ener intlectul «pote Ete amblete de wanslomactes adr e pus, que vivemos, parece terse nenscado desde a decada de 960 Po bio por um onjunto de condgbes evedo eft por ste de grupos soci tradcionaimente submetaos ale ds. As vos dests suet feiamse uve pr de desvaltzads e ignored; as ecoovem a pat des mergers Cultura com destemor, perturba oent me ote Cepassavaaacontecer, ume police ques esefeiano plural tra ¢€~protagoiznda por vros grupos que ne recone se rgonizam,esevemete, em tne de dnldodes ca de geero, de roe, de exuded, deen, O eer, rae tod pela trae pl extn do Homer nce cle terosseunl ede dassemédla, pena se deseodo« tnd, Portant, mo mals do que um sto, © que passe seaopiveieds em tro de qual tudo'mal gia, “Novas” Mendes culls obrigam a reconhece que culture, onge de ser homogénea emonolie, © dete, comp xa, mlipla,Jesoanioe, deacons Me semar corn dente deacon, que exstenoveslendedes “ec pessaram nto 6 a ganha importance neste tempos poow dernos, como, mais do que isso, passaram a se con E bsitro das atencdes. No hd como negar que um outro move Junio polticoe tedrco se pos em acao, enele as nagoes de cen ip. ie margem e de fronteira passaram a ser questionadas. & fpr Tansforma os margens em um novo centro. O movimen- Tika pode se lmitara inverter as posigées, mas, em vex disso, Sipe apiovetar o deslocamento para deronstar 0 cerstercons- Jiuido do centro - e também das margens! E necessério admit, Wa, que 0 questionamento de sistemas e institul réticas ee Vado a efeit, néo implica negar que 0 centro permanece Mino uma atreente fess de ordem e de unidade. O importante Heconhecer que isso se constitu numa fico. A universalidade Jp eslabiidade deste lugar central resulta de urna histéria que Jw sido constantementereterada - e por isso parece to verde- lis do mesmo modo que a posigao do excénirico nBo passa Jia um estreta ariculacao entre os movimentos socials dos 08 60 e 0 pésmodernismo, Como afirmou Linda Hutcheon, Juma entrevista; “subitemente, as diferencas de genero e racials flavor sobre @ mesa de discussAo"e, “uma ver que'sso acon- Jeceu, 1 diferenca’ tomou-se foco do pensamento ~ desde no- Ww questées de escolhas sexuais e histbria pos-colonial até livestoes mais families, tais como religito e classe". E nesta Jierspectiva que pretendo desenvolver minha anélise sobre @ Fhinulituicao de diferencas e identidades de género ¢ sexueis e, nln especifcamente, sobre as formas como esse processo vern te expressando ne campo do curticule. Uma nogdo singular de género e sexualidade vem sustentan- slo curriculos e praticas de nossas escolas. Mesmo que se adm {n que existem muitas formas de viver os géneros e @ sexualida- ile, ¢ consenso que a instituigao escolar tem obrigacdo de nor- {par suas ages por um padrdo: haveria apenas um modo adeque do, egitimo, normal de masculinidade e de ferninilidade e uma Finica forma sadia e normal de sexualidade, a heterossexualida- 4s M6 de; af tanse desse padrao significa buscar o desvio, sai centro, tomanse exctntrce Mio hd mais novidade em tals afrmacoes. J4 hé algumas ‘as 6 movimento feminista, o movimento negro e também Jnovimentos das chamadas minorias sexuais vem denunci- gw auséncia de suas historias, suas questées e suas praticas urriculos escolares. A resposta a essas dendncias, contu- 1 io passa, na maioria dos casos, do reconhecimento retéri- sin ousencia e, eventualmente, da instituigao, pelas autorida- feducacionais, de uma “data comemorativa’: o “dia da mu: # 041 "do Indio", a “semana da raca negra” etc. Como resulta- ‘e»colas infantis e cursos fundamentais reservam alguns mo- wos para “contemplar” esses sujeitos e suas culturas, en WNlo professoras e professores bemm-intencionados se esfor- para listar as *contribuigées" desses grupos para o pais ~ [him porcela na formagao da masica ou da danga, sua colabora- Whe is atividades econémicas ou nas artes etc. Nas escolas se- Thjlias e superiores, reveste-se o evento com as roupagens ‘Winquadas para a faixa etéria correspondente: promove-se um Helo de palestras, convida-se um “representante” da minoria i) questao ou se passa um filme seguide de um debate e com Inle providencias dé-se por atendida a tal auséncia reclamada, ‘Ag olividades ~ sejam quals forem os objetivos ou intencoes de ‘inindos ~ ndo chegem @ perturbar 0 curso “normal” dos pro- nas, nem mesmo server para desestabillzar o cénon oficial, Momentaneamente, @ Cultura (com C malisculo) cede um es- fiago, no qual manifestacdes especiais e particulares sao apre- jwntadas e celebradas como exemplares de uma outra cultura, Entratégias que podem tranquilizar a consciéncia dos planeja- doves, mas que, na prética, acabam por manter o lugar especial { problematico das identidades “marcadas" e, mais do: , ‘Neabom por apresenté4as a partir das representacées e narratt luna tnversao, trazendo © marginalizado para 0 foco das aten- ‘es, mas o caréter excepcional desse momento pedagégico re- ‘Boge, mais uma ver, seu signficedo de diferente ¢ de estranho, ‘Ao ocupar, excepcionalmente,o lugar central, a identidade “mar. ada” continua representada como diferente. Coniome rept dota exc Aue ests fora do certo: €0 enraveganies o excunee Dé tam um eno rents con comes tcenernns te (moa act er ese a ~e,consequentement, pode fos ajalor an Sobre as formas como ecole co curmeue eran ra neste empeendiment ita ot sts pti das ~ e subordinadas - a ela. Hone centro vinculam-se, frequentemente vera io a a que nao ocupam este lugar recebem areas di lad = aenaneteenes Ma ‘uietos homossexuais ou bisexuais. A identdade mascuin cerneroeenal de ser supontaente una denidede da, permanente, uma referéncia ‘confidvel, “os Tudo ganha sentido no interior tro € 0 excéntrico; ou, se qui Em coeréncia com esta lgica, em nossas escolas, as clén £08 mapas, as questdes matemiticas, as narrativas historias os textos lteréosrelevantes sempre oseorsen como referencia. A continua facto deh dos cu SmNpam a. pesigto do ex6io, do atematvo, do acessrio, 4 48 | 0 codigos, as representagoes que atribuem o significada iilerente 20s corpos € ds identidades, Judith Butler (1999: ) ie que “a diferenca sexual [..] na0 é, nunca, simplesmen- lim functo de diferencas materiais que nao sejam, de algu: 1, simultaneamente marcadas e formadas por praticas inivas". As diferencas de qénero e de sexualidade que s80 vidas &s mulheres ou aos sujeltos homossexuais, ser div ns dacrinmete As ernest ceo rata spor exer; upon as ences us hermenee muheeshomosrenn em Se conasar ln de arse guar des oudeedten ow ane Ictbe:hrangu apo monde sous componeton¢ co in. Os decatos podem ua "verdad abe ob pon «wore ses corps ov druncerem, por explo, Pisa mensinuneaassacondoe anne stern oniortem, coneequenmers que mulheres “escerectns fen cna stern pend congue, s dcareseautor cnet) to omedf_ saber comoo ue as or exemple ur, nt de tpt compa an pessoa sb mutes Seana sone eas le Fines ras amples do que eqs eonado es rena Dy ture tadarema, anamentament; em errs Hs abotns or aor que ae mula vee scu ilo propos sft Per eso, pas educedres «educa fer inpora saber ome se precatm oases eu Jom direngn use ov clue uc on dacurce recom, fort marcads come afeent, como caveuoe cues Mcaspedogogine representa co sete, que pons Woh desino eestsbes a soca es sb es sol chu de ange ape tee Passive avangar, deste modo, de uma perspective de templeto recoecimento o cease dase "a, due permite examinar as formas atr ves: xd rengas S80 produzidas e nomeadas. A. ated al te caso, entncagas" det tives deforma mets nid, Sempre atibuida o tee a des caracteisias podem se valotuadas cone earns Hake ‘numa determinada sociedade e néo terem o mesmo; Teado em outa sociedade;e anda que anorerrcen ne * 29 mesmo tempo e emote, ademarcagde ce was em duesttoa suena cull de mesculidege dn cou de feeosseuaicn Ilade dese uetos nee ca, tam negr toe ae asta propecia cheng const, sere nna re ioe dev cargreecia ora un tne evaeee san sort ence "pos. E néo signi ‘vista como ume atribuic&o que é feita a partir de um determinado ante deeds, Ber cnr «eprstssod core nrean orca tet ta inte os discut a identidade central, j4 que serve para indicar o que esta iden- 49 lied. Os compos, como.bem sabemos. estac_longe de ser i Nao apenas porque eles 1Gdes que o sujeito eas so. Jides experimentam, mas também porque as intervencoes eles fazemos sao, hoje, provavelmente mais amplas e radi- ip lo que em outras épocas. Realizamos, todos, um investi- Mo continuo sobre nossos compos: através de roupas, ador- perfumes, tatuagens, cosméticos, proteses, implantes, plas 8, modelagens, dietas, horménios, lentes... Tudo isso torna ver mais problematica a pretensao de tomé-los como esté- js definidos. Tudo isso toma cada ver mais impossivel a pre- who de tomédos como naturais. So a instabilidade ¢ perturbadora, mais ainda nos pareceré @ “wlencia daqueles sujeitos que ousam assumi-la abertamente, Woicolherem a mobilidade e a posicdo de transito como o seu ‘Migor™. Para alguns grupos culturais, ser excéntrico significa ‘Hidonar qualquer referencia & posicso central. Nao se trata sie, simplesmente, opor-se ao centro e, menos ainda, de aspirar ‘ser reconhecido por ele. Esses suleitos nao buscam ser “inte- nos", “aceltos” ou “enquadrados”; o que desejam é romper fom uma logica que, a favor ou contra, continua se remetendo, ‘wunpre, & identidade central. Assurnem-se como estranhos, es: siuitos, excéntricos, e assim querem viver ~ pelo menos por al 11" ternpo, ou melhor, pelo tempo que bem thes aprouver. rent em muses lamas tum naa Salide, nos informes Médicos, nos Parlamentos, tribunais, “ Sob esta dtica, os pelos er = sos cferentes tomboy abandc F eas as artes, nas campay Para o campo educacional, a afirmagao desses grupos é pro- Jndamente perturbadora. Nao dispomos de referéncias ou de Jindicoes para lidar com os desafios af implicados. Nao pode- 1H)08 mais simplesmente “encaminhé-los” para os servigos de lentagao psicol6gica para que sejam corrigidos, nem pode- Mos aplicarthes um sermao para que sejam reconduzidos a0 bom caminho", Mas certamente & impossivel continuar igno- fando-os. Talvez tenhamos que admitir que sua presenca par le de nosso tempo. Sua “estranha” figura pedera (quem sabe?) nossas “figuras” ~ as formas como {208 OuttOS ~ so sempre formas fos ajudar a lembrar que apresentamos a nds proprio ist 4 nals com base na logica de oposigdo eda exclusio bi | is, em ver disso, supe uma légica mais complexa (po «im que a mullipicidade de sujeitose de prticas suge- yilono do discurso que posiciona, hierarquicamente, cen- wigens em favor de outro discurso que assume a disper- J ielacdo do poder. Néo eliminamos a aiferenga, mas, 60 Iyservarnos que ela se muikiplicou - 0 que nos indica o ls ¢contingente, relacional,provisoria. A diversidade nos a, mals do que nunca, que a histéria e as lutas de um ‘lial sto atravessadas e contingenciadas por experén- ™ \ilas confitantes, protagenizadas por outros grupos. Por Jinn de aprender, nesses tempos posmodernos, a accitar Wordade ¢ plural, que ela € defnida pelo local, pelo particu- {iol lmitodo, temporrio, provisério, Temos de aprender a {ylestos e, 20 mesmo tempo, @ estarmos atentos em rela- fo carter politico de nosses agées cotidlanas. Precisamos 9 slengdo as estratgias piblicas e privadas que so postas ‘eho, cotidianamente, para garantir a estabiidade da ident- ‘ormal” e de todas as formas culturais a ela associadas; ni otengQo as estratégias que so mobilizadas para marcar nosso arranjos soup Ienlidades “diferentes” e aquelas que buseam superar 0 nuren or pomareas em neds dormer on @ 0 otracdo que nos provocam as identidades “excéntri- ‘s 0 se trata de atriby Procisames, enfim, nos voltar para préticas que desestabil- zada quanto neat [Mie descontsome nature's unverslade co aniade uelquer utr, Seu mito r unlio e que reafirrem o carater construido, movente e piural ride no fato de pall tans as posicoes. E possive, entso, que a histria, o mov {ehio © as mudancas nos parecam menos ameacadores. tomerem rleutosespeces valencia nos desconena vemos confessar, Cong exercem sobrear cones seid comanpor le cica, Uma erica que rote Po, incorpora aquilo de. que fala o1 on Gl reguer ume cea capacdade sees oe a ameaca (e também nos fasci indo. €Preciso pensar que a par. 'SOeS, a8 regras, normas ¢ precet te, ]6quea fato de gus ot ne oe este 8 She aay de es eral atc due, de uma torn vemos eae ima forma ou de outra, eles est Fato dil Wijk, Judith (1999), Corpos que pesam - Sobre os limites discur- wo" he LOURO, Gute Lopes erg) © corp educado 10 em nossas escolal divs Pesiagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Auténtica HUTCHEON, Linda (1997). Theorizing feminism and postmoder: filly -A conversation with Linda Hutcheon by Kathleen O'Grady. Tiny College University of Cambridge (http://bailivick.tib.uiowa, eduj Waludles/huteheon html)

Você também pode gostar