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O DESENVOLVIMENTO INFANTIL – 4 a 6 anos

“O brincar dá às crianças uma chance de praticar o que estão aprendendo... Elas


têm que brincar com o que sabem que é verdadeiro a fim de descobrir mais, e então podem
usar o que aprenderam em novas formas de brincar” – Fred Rogerns, Mister Rogerns
Talks with Parents (1983).

Quando entramos nessa “segunda infância”, encontramos um começo de


identidade, aqui está o princípio do desenvolvimento da identidade daquela criança como
ser (então perceba como é importante construir nessa fase, principalmente, uma
identidade cristã). Olha o que essa criança de 4 anos disse sobre si mesma:

Meu nome é Jason e eu moro numa casa grande com a minha mãe, o
meu pai e minha irmã, Lisa. Eu tenho um gatinho laranja e uma
televisão no meu quarto. [...] Eu gosto de pizza e [...] a minha professora
é boazinha. Sei contar até 100, quer ouvir? Gosto muito do meu
cachorro, o Skipper. Eu me divirto subindo nos brinquedos. Você não
pode ser feliz e ter medo, de jeito nenhum! Meu cabelo é castanho e eu
estou na pré-escola. Eu sou muito forte. Eu consigo levantar esta
cadeira, olha só (Harter, ‘996, p. 2008).

Perceba como que ele fala de coisas concretas, coisas que ele vê e faz. Pessoas,
animais e objetos que estão sempre presentes na vida dele. Apenas a partir do 7º ano que
a criança pode começar a descrever coisas mais abstratas como ser inteligente, bonito,
popular. Por isso, nessa fase de desenvolvimento da identidade também temos uma coisa
muito importante: autoestima - uma autoavaliação que a criança faz dela mesma. Até os
7 anos, as crianças aceitam a crítica que os adultos, principalmente os pais, fazem delas.
Aqui você criará uma ideia concreta de 8 ou 80 – ou a criança dirá “eu sou bom” ou ela
dirá “eu sou mau” (Harter, 1996, 1998). Quando uma criança não é incentivada a realizar
tarefas, cria-se um sentimento de fracasso e incapacidade. São crianças que sentem
vergonha de tentar, de arriscar e logo desistem. Muitas já colocaram na cabeça que não
conseguirão realizar este ou aquele trabalho e, por isso, não querem nem tentar.

Outra coisa que pode ser analisado a partir desse testemunho do Jason é o brincar.
Esta talvez seja a principal atividade da segunda infância. Eu a uso muito em minhas aulas
dominicais e Pequenos Grupos para promover interação entre as crianças, mas também
para fixar o conteúdo que foi dado. Através da brincadeira, a criança estará utilizando
muito mais do que o ver e ouvir (ensino tradicional de sala de aula), mas também o
experiencial. Ela estará colocando em prática aquilo que foi ensinado e isso é o que mais
a fará reter conteúdo. É um erro de toda e qualquer igreja ou todo e qualquer pastor que
diga: “se na sua aula as crianças ficam brincando, elas estão apenas se divertindo e não
aprendendo”. Nossa, mas como eu já ouvi isso. Dizer que a criança não pode brincar
quando está na aula da igreja ou dizer que isso é só diversão. O que todas essas pessoas
não entendem é que o brincar é muito importante para o desenvolvimento saudável do
corpo e da mente. Ele permite que as crianças se envolvam com o mundo em volta deles,
usem a imaginação (coisa que é extinta na fase adulta), solucionem problemas e
preparem-se para papeis adultos. O brincar contribui para todos os domínios do
desenvolvimento. Mas, falando do cenário eclesiástico (igreja), essa atividade promove a
comunhão entre as crianças e o aprendizado num nível muito acima do normal.

Por fim, nessa segunda infância também ocorre o desenvolvimento da


responsabilidade. Mesmo com três anos de idade, uma criança pequena já começa a
compreender o peso de suas ações. Por exemplo, o ato de guardar brinquedos, se manter
mais limpa, comer quando sentir fome, entre outras coisas. Há um aumento da
independência em relação aos pais, por exemplo, eles tentam dar uma garrafinha com
água, a criança toma da mão do pai e quer tomar sozinha.

E o que isso tudo que foi dito te ajudará nas aulas? Em primeiro lugar, como a
criança está desenvolvendo sua identidade, nada mais importante do que ensiná-la sobre
a identidade que só há em Cristo Jesus! Aos 4 anos, a criança já se desenvolveu o
suficiente para entender que é Jesus na vida dela. Aos 6 anos, a criança consegue entender
mais a fundo sobre o pecado, o afastamento de Deus, a reconciliação de Deus através do
amor e perdão e a vida eterna. Em segundo lugar, entenda que brincar durante a aula não
é só diversão, pelo contrário, é isso que fará o diferencial no seu ensino. O modelo
tradicional de educação está caminhando para a extinção, principalmente por causa da
internet. É óbvio que sua aula não será SOMENTE brincadeiras e atividades, mas tudo
estará interligado. Não é como alguns dizem: “as crianças vão para salinha colorir”. Não!
Está repreendido em Nome de Jesus! Na sua sala de aula, no seu culto infantil, as crianças
irão aprender sobre Jesus, sobre quem elas são EM Jesus, sobre desenvolver a identidade
de Cristo. Em terceiro lugar, ajude suas crianças a entenderem a responsabilidade de
colocar Deus em primeiro lugar, responsabilidade em participar dos cultos, vir à igreja,
ler a Bíblia e orar. Saiba que isso não é torná-las robozinhos que vão na igreja e fazem
essas coisas sem saber o porquê, mas ensine essas responsabilidades revelando a
importância de cada uma delas.

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