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ÇÃO NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA.

SERVIDOR PÚBLICO
ESTADUAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.
ABANDONO DE CARGO.
DEPENDÊNCIA QUÍMICA. DEFICIÊNCIA VOLITIVA
COMPROVADA POR LAUDO
PERICIAL. AUSÊNCIA DE ANIMUS ABANDONANDI
EVIDENCIADA. DEMISSÃO.
DESCABIMENTO.
1. A jurisprudência desta Corte reconhece que para a
tipificação da
infração administrativa de abandono de cargo, punível com
demissão,
faz-se necessário investigar a intenção deliberada do
servidor de
abandonar o cargo. Precedentes.
2. In casu, não se visualiza o elemento indispensável à
caracterização do abandono de cargo ou da inassiduidade,
porquanto
comprovado por perícia médica a incapacidade do servidor
determinar-se diante de seu estado clínico de dependência
de drogas,
merecendo destaque, ainda, a afirmação acerca do seu
retardamento de
entender o caráter ilícito de sua conduta.
3. Nesse contexto, em que pese o número excessivo de
faltas do
servidor, é possível constatar que não foi o descaso com o
serviço
público que as motivou, mas a deficiência volitiva
decorrente do seu
estado de saúde, porquanto verdadeiro dependente
químico, o que
definitivamente rechaça a tese de falta de justificativa das
ausências.
4. Em hipótese análoga, esta Corte manifestou a
compreensão de que
?servidor acometido de dependência crônica de alcoolismo
deve ser
licenciado, mesmo compulsoriamente, para tratamento de
saúde e, se
for o caso, aposentado, por invalidez, mas, nunca,
demitido, por ser
titular de direito subjetivo à saúde e vítima do insucesso
das
políticas públicas sociais do Estado? (RMS 18.017/SP, Rel.
Ministro
Paulo Medina, Sexta Turma, DJ 2/5/2006).
5. Agravo interno não provido.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RESCURSO ESPECIAL.
ART. 1.022 DO
CPC/2015. OMISSÃO NÃO CONFIGURADA. ERRO MATERIAL
ACOLHIDO.
1. Nos termos do que dispõe o artigo 1.022 do CPC/2015,
cabem
embargos de declaração contra qualquer decisão judicial
para
esclarecer obscuridade, eliminar contradição, suprir
omissão de
ponto ou questão sobre a qual devia se pronunciar o juiz de
ofício
ou a requerimento, bem como para corrigir erro material.
2. O acórdão embargado expressamente apresentou a
fundamentação
necessária à fixação da verba honorária. Conforme
entendimento
assentado no Enunciado Administrativo 7/STJ - "Somente
nos recursos
interpostos contra decisão publicada a partir de 18 de
março de 2016
será possível o arbitramento de honorários sucumbenciais
recursais,
na forma do art. 85, §11, do NCPC".
3. Evidenciado o erro material apontado, pertinente à
fixação do
termo a quo do prazo prescricional, uma vez que a "da
contagem do
prazo prescricional quinquenal para o ajuizamento de ação
de
repetição de indébito referente à devolução de quantias
recolhidas a
título de ‘cota de contribuição do café’ deve ter início a
partir
da data da publicação da última retificação (16.02.2005),
uma vez
que, a teor do disposto no art. 1º, § 4º, da Lei de
Introdução às
Normas do Direito Brasileiro, ‘as correções a texto de lei já
em
vigor consideram-se lei nova’, disposição aplicável ao caso,
nos
termos da disciplina do art. 101 do CTN" (EDcl no AgInt no
AREsp
722.077/ES, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA,
PRIMEIRA TURMA,
julgado em 13/03/2018, DJe 05/04/2018).
4. Embargos de declaração acolhidos, em parte, para sanar
o erro
material apontado, sem efeitos infring
DMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO
NO RECURSO EM
MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO
ESTADUAL. INCORPORAÇÃO DE
GRATIFICAÇÃO DE CHEFE DE DEPARTAMENTO DE
ASSESSORIA TÉCNICA E
JURÍDICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO. VANTAGEM PROPTER
LABOREM.
IMPOSSIBILIDADE. FUNDAMENTO INATACADO. SÚMULA
283 e 284 DO STF.
1. A Corte de origem decidiu que a "LCE n. 58/2003 é
norma de
caráter geral, complementar à Constituição Estadual, que
se supera a
qualquer outra norma estadual de natureza ordinária, a
exemplo da
Lei Estadual n. 5.700/1993". Tal fundamento não foi
devidamente
impugnado nas razões do recurso ordinário, o que, por si
só, mantém
incólume o acórdão recorrido, atrai a incidência das
Súmulas 283 e
284 do STF.
2. No mais, o Superior Tribunal de Justiça firmou a
orientação de
que "as vantagens pecuniárias de natureza propter laborem
remuneram
o servidor público em caráter precário e transitório e por
isso não
se incorporam a seus vencimentos nem geram direito
subjetivo à
continuidade de sua percepção na aposentadoria, podendo
ser
reduzidas ou até mesmo suprimidas sem que se tenha
violação ao
princípio da irredutibilidade dos vencimentos" (RMS
37.941/SP, Rel.
Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 4/2/2013).
3. Precedentes: AgInt no RMS 47.128/PR, Rel. Min. Regina
Helena
Costa, Primeira Turma, DJe 3/4/2017; (AgRg no RMS
19.900/PI, Rel.
Min. Nefi Cordeiro, Sexta Turma, DJe 16/4/2015, RMS
33.045/RJ, Rel.
Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe
31/5/2011, RMS
44.662/PB, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma,
DJe 1º/12/2015.
4. Agravo interno a que se nega provimento.

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