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FORMAÇÃO FRATERNA VIDA DE ORAÇÃO

DISCIPULADO 1 CAMINHO DE SANTIDADE


A ORAÇÃO DA
AVE MARIA

A Ave Maria é a prece


mariana por excelência. Para
se chegar à formulação
da Ave Maria atual, foi
necessário percorrer um
caminho de muitos séculos
A oração é composta de duas
partes:

- a primeira: consta uma dupla


saudação extraída do Evangelho

- a segunda: trata-se de uma


suplica empregada na Ladainha
dos santos.
A primeira saudação: do Arcanjo
Gabriel, enviado por Deus a fim de
anunciar a divina maternidade de
Maria: “Ave, cheia de graça, o
Senhor é contigo” (Lc 1, 28);
AS SAUDAÇÕES
DO EVANGELHO A segunda saudação: de Santa
Isabel, prima de Nossa Senhora, que,
inspirada pelo Espírito Santo,
proclamou: “Bendita és tu entre as
mulheres e bendito é o fruto de teu
ventre” (Lc 1, 42).
A ANUNCIAÇÃO: UM OLHAR DA TEOLOGIA
Das diversas razões apresentadas pelos
teólogos sobre a conveniência, para que, a
Anunciação a Maria Santíssima tenha sido
feita por um anjo. Podemos destacar duas:

• Como a virgindade é conatural aos anjos, foi conveniente


que um deles recebesse a missão de fazer esse anúncio a
Maria, a qual, vivendo em carne, levava uma vida
verdadeiramente angélica

• O anjo — e não o homem, maculado pelo pecado original


— era o legado mais apto e conveniente para ser enviado
à puríssima Virgem, isenta, como os anjos, de toda a culpa.
Quando começaram os primeiros cristãos a saudar a Santíssima
Virgem com as palavras do anjo ou de Santa Isabel?

O primeiro documento escrito em que aparece o uso da saudação


do anjo é a Homilia de um certo Theodoto Ancyrani, falecido antes do
ano 446. Nela é explicitamente afirmado que, impelidos pelas
palavras do anjo, dizemos: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo”.
Quanto à saudação de Santa Isabel, aparece ela unida à do anjo por
volta do século V.
NAS DUAS SAUDAÇÕES FORAM ACRESCIDAS DUAS PALAVRAS
PARA QUE ELAS FOSSEM MAIS DISTINTAMENTE ENUNCIADAS
(MARIA, AVE-MARIA...) E JESUS (DE TEU VENTRE, JESUS).

O nome Maria foi acrescentado às palavras do anjo, no Oriente, por volta do


século V, segundo parece, na liturgia de São Basílio; no Ocidente, porém, parece
que isto ocorreu aproximadamente no século VI, figurando numa das obras de São
Gregório Magno,

O nome Jesus foi acrescido às palavras de Santa Isabel provavelmente um século


depois, no Oriente, figurando pela primeira vez em certo Manual dos Coptas, talvez
no século VII; no Ocidente, todavia, o primeiro documento que registra o nome do
Redentor é a Homilia III sobre Maria, mãe virginal, de Santo Amedeo, Bispo de
Lausanne (Suíça) (aproximadamente em 1150), discípulo de São Bernardo. Nos
mencionados documentos, ao nome Jesus encontra-se adicionada a palavra Christus.
A SEGUNDA PARTE DA PRECE... (SANTA MARIA ...)
Tratate-se de uma súplica, já empregada na Ladainha dos Santos.
- Em determinado código do século XIII, da Biblioteca Nacional
Florentina, que já pertencera aos Servos de Maria do Convento da
Beata Maria Virgem Saudada pelo Anjo, em Florença, lê-se esta
oração:
“Ave dulcíssima e imaculada Virgem Maria, cheia de Graça, o Senhor é
contigo, bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre,
Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, mãe da graça e da misericórdia, rogai
por nós agora e na hora da morte. Amém.
Nesta fórmula, faltam somente dois
vocábulos: [nós] pecadores e nossa [morte].
A fórmula precisa da Ave Maria, como é
rezada hoje, encontra-se pela primeira vez
no século XV, no poema acróstico do
Venerável Gasparini Borro, O.S.M. (+
1498).
A segunda parte da Ave Maria foi sempre
rezada em caráter privado pelos fiéis até o
ano de 1568, quando o Papa São Pio V
promulgou o novo Breviário Romano, no
qual figura a fórmula do referido
Venerável Gasparini Borro, sendo
estabelecida solenemente sua recitação no
início do Ofício Divino.
O ROSÁRIO...
A oração do Santo Rosário surge aproximadamente no
ano 800 à sombra dos mosteiros, como Saltério dos
leigos. Dado que os monges rezavam os salmos (150),
os leigos, que em sua maioria não sabiam ler,
aprenderam a rezar 150 Pai nossos. Com o passar do
tempo, se formaram outros três saltérios com 150 Ave
Marias, 150 louvores em honra a Jesus e 150 louvores
em honra a Maria.
O ROSÁRIO...
No ano 1365 fez-se uma combinação dos quatro
saltérios, dividindo as 150 Ave Marias em 15
dezenas e colocando um Pai nosso no início de cada
uma delas. Em 1500 ficou estabelecido, para cada
dezena a meditação de um episódio da vida de
Jesus ou Maria, e assim surgiu o Rosário de quinze
mistérios.
ROSA DAS ROSAS,
RAINHA DAS RAINHAS...
A palavra Rosário vem do latim Rosarium, que significa
'Coroa de Rosas'.
Nossa Senhora é a Rosa Mística (como é invocada na
Ladainha Lauretana), e em sua homenagem o nome Rosário,
que vem de Rosas. A Virgem Maria revelou a muitas pessoas
que cada vez que rezam uma Ave Maria lhe é entregue
uma Rosa espiritual, e por cada Rosário completo, lhe é
entregue uma Coroa de Rosas.
A rosa é a rainha das flores, Rosa das rosas, como é
a Rainha das rainhas. sendo assim o Rosário a Rosa de todas
as devoções e, portanto, a mais importante
SÃO DOMINGOS E O ROSÁRIO
A difusão e posterior expansão do Rosário, a
Igreja atribui à São Domingos de Gusmão
(século XII), conhecido como o "Apóstolo do
Rosário", cuja devoção propagou aos católicos
como arma contra o pecado e contra a heresia
albigense , que assolava Toulose (França).
Segundo respeitosa tradição, Nossa
Senhora numa Aparição revelou a devoção ao
Rosário a São Domingos de Gusmão, em 1214,
como meio para salvar a Europa de uma
heresia.
Eram os albigenses, que, como uma epidemia maldita, contagiavam com seus erros
outros países, a partir do norte da Itália e da região de Albi, no sul da França. De onde
o nome de albigenses atribuído a esses hereges, conhecidos também como cátaros (do
grego: puros), pois assim soberbamente se auto nomeavam.
Várias regiões da Europa do século XIII ficaram infestadas pela heresia albigense, e
toda a reação católica visando contê-la mostrava-se ineficaz. Os hereges, após
conquistar muitas almas, destruir muitos altares e derramar muito sangue católico,
pareciam definitivamente vitoriosos.
São Domingos (mais tarde fundador da Ordem Dominicana) intrepidamente empenhou-
se no combate à seita albigense, não conseguindo, porém, sobrepujar o ímpeto dos
hereges. Desolado, São Domingos suplicou à Virgem Santíssima que lhe indicasse uma eficaz
arma espiritual capaz de derrotar aqueles terríveis adversários da Santa Igreja.
OS PAPAS E O SANTO ROSÁRIO...
Pio IX: “Assim como São Domingos se valeu do Rosário como de uma espada para
destruir a nefanda heresia dos albigenses, assim também hoje os fiéis exercitando o
uso desta arma — que é a reza cotidiana do Rosário — facilmente conseguirão
destruir os monstruosos erros e impiedades que por todas as partes se
levantam” (Encíclica Egregiis, de 3 de dezembro de 1856).

Leão XIII: “Queira Deus — é este um ardente desejo Nosso — que esta prática de
piedade retome em toda parte o seu antigo lugar de honra! Nas cidades e aldeias,
nas famílias e nos locais de trabalho, entre as elites e os humildes, seja o Rosário
amado e venerado como insigne distintivo da profissão cristã e o auxílio mais eficaz
para nos propiciar a divina clemência” (Encíclica Iucunda Semper Expectatione, de 8
de setembro de 1894).
Pio XII: “Será vão o esforço de remediar a situação decadente da
sociedade civil, se a família, princípio e base de toda a sociedade humana,
não se ajustar diligentemente à lei do Evangelho. E nós afirmamos que, para
desempenho cabal deste árduo dever, é sobretudo conveniente o costume
do Rosário em família” (Encíclica Ingruentium malorum, de 15 de setembro de
1951).

João XXIII: “Como exercício de devoção cristã, entre os fiéis de rito latino,
.... o Rosário ocupa o primeiro lugar depois da Santa Missa e do Breviário,
para os eclesiásticos, e da participação nos Sacramentos, para os leigos”
(Carta Apostólica Il religioso convegno, de 19 de setembro de 1961).
João Paulo II: “O Rosário, lentamente
recitado e meditado — em família, em
comunidade, pessoalmente — vos
fará penetrar pouco a pouco nos
sentimentos de Jesus Cristo e de sua
Mãe, evocando todos os
acontecimentos que são a chave de
nossa salvação” (Alocução de 6 de
maio de 1980).
SIMBOLOGIA DO ROSÁRIO
O próprio Rosário é um símbolo. Ele forma um círculo. Sua saída coincide com a
chegada. Lembra o que Jesus falou: saí do Pai e volto ao Pai (Jo 16, 28). Nós também
viemos do Pai e devemos voltar a Ele. A forma de fazê-lo é seguir Cristo, que se
declarou nosso caminho (Jo 14, 8) e convida a cada um a segui-lo (Mt 19,21).
Pelo Rosário, meditamos na peregrinação que Jesus fez por este mundo unindo-nos pelo fio
da fé. Sem a fé, os dias de nossa vida viram um amontoado de contas perdidas no chão,
como acontece com as contas do terço quando se quebra o fio que as mantém unidas.
O centro do Rosário é Cristo crucificado. Tendo-o nas mãos, recorda que nossa vida e
nossa oração devem ter seu centro em Cristo, em união com a Mãe de Deus e Nossa
Mãe, Maria Santíssima.

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